Pegue O Metrô Da Meia Noite escrita por Anna B4nana


Capítulo 13
Capítulo 13 - Morte Et Dabo


Notas iniciais do capítulo

Nossa senhora do desespero! Depois de 7 meses de espera, aqui está o capitulo final da história! eeeeeee. Tive muitos rolos durante esse tempo, um deles foi eu ficar sem net... Mas em, aqui está prontinho e lindinho.
Morte et Dabo - Morte Vois Darei em latim.
Espero que vocês gostem e me perdoem pela demora.



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Uma semana se passou desde que... Bem, eu pirei. Vitória me ligou para me desejar os pêsames:

- Fiquei sabendo do que aconteceu com você... Como você está?

- Abalado

- Lamento muito não estar aí ao seu lado, queria mesmo estar com você, mas tiver de ir embora naquele dia porque eu tinha de ir com o meu pai em uma viagem de negócios, mas já estou voltando para ai, para te ajudar a suportar isso. – Talvez eu não suporte é olhar para a cara dela sem sentir enjôo.

- Está bem. – Minha voz era mecânica e as respostas automáticas, ainda estava perplexo e as imagens da minha tia e meu padrasto mortos, em caixões não me saia da cabeça.

- Queria marcar de sair com você, mas não sei se você está bem o suficiente para isso. -

Essa era a minha deixa, uma luz se acendeu rapidamente em minha mente, era como se ela estivesse se entregando para mim.

- Quer saber? Conheço um lugar calmo onde nós poderemos nos encontrar, quando é que você volta mesmo?

- Hoje à noite. – Ela disse, parecia animada.

- Então, que seja hoje à noite, tudo bem para você?

- Tá tudo bem sim. E você está pronto para sair mesmo?

- Estou. – Disse, senti um leve arrepio no meu próprio tom de voz.

- Bem, então, estou ansiosa para te ver essa noite.

- Eu também estou ansioso para te ver. – Disse, com um largo sorriso sinistro em meu rosto.

Passei na casa da Vitória por volta das nove da noite. Ela quem atendeu a porta. Ela usava um vestido na altura dos joelhos, era preto com rendas no final dele.

Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo comprido e dessa vez seus cabelos estava pretos. Usava um perfume levemente adocicado, reconheci o cheiro porque era o mesmo perfume que a minha tia usava quando estava super feliz e estava se arrumando para sair com o Roberto.

- Oi você. – Ela disse

- Hey. – Eu disse, tentando disfarçar o ódio que sentia por ela naquele momento, minha mente me mostrava o enterro da minha tia e do Roberto, era terrível.

- Aonde vamos? – Ela perguntou. Usava um salto realmente elegante. Ela se agarrou ao meu braço e me beijou na bochecha.

- Vamos a um lugar aonde ninguém vai e eu gosto de ir lá a noite apenas... Me sinto meio solitário lá, mas consigo pensar um pouco. – Eu usava uma camisa social branca com um colete preto e estava de jeans rasgado e tênis. Usava touca, porque estava com um pouco de frio.

Nós fomos andado pela rua, que por estar uma noite fria, não havia quase ninguém andando nela, mas tinha alguns viciados e bêbados, um ou outro mendigo.

- Nossa você vem por aqui para pensar?

- É...

- É?

- Aham

Ela apertou meu braço. Então, começamos a subir uma pequena elevação até chegarmos à frente de um portão velho e enferrujado. Era um casarão que tinha a índole de ser mal assombrado, aquele lugar me atraí a uma semana atrás, quando eu estava de cabeça quente ainda, desci a rua e fui andando, no meio da madrugada e acabei topando com esse casarão. Decidi naquele momento que aqui seria o lugar perfeito para acabar com ela e sem ninguém saber. Afinal de contas, era um lugar mal assombrado e qualquer coisa que ouvissem, poderia ser o fantasma do antigo dono ou de sua esposa ou sei lá qual é a história desse lugar, mas sei que nada iria impedir  de fazer o que eu deveria ter feito já algum tempo atrás.

-Vamos? – Segurei pela mão dela e a levei até a fresta que tinha no portão.

Pude ver o medo estampado na cara dela e aquilo me deu uma certa insegurança e me deixou de pé atrás. Ela me encarou e respirou fundo:

- Vamos.  – Ela apertou a minha mãe e pude sentir uma leve chama em seus olhos, talvez fosse coragem.

Chegamos a porta do casarão, ela estava entre aberta por causa da ultima vez que eu estive lá, mas a Vitória não sabia que eu havia estado lá, então ela segurou forte na minha mão e recuou, o medo voltara aos seus olhos.

- O que foi? – Senti que eu estava meio fora do ar, parecia alguém que acabara de fumar muita maconha.

-E-e-e-eu to com medo.

- De que?

- Sei lá, estou com um mau pressentimento. – Ela estava horrorizada e aquilo estava me deixando realmente e assustadoramente feliz.

- Venha comigo, segure na minha mão e não precisa ter medo. – Eu estava quase me dando um Oscar e um buquê de flores, nunca menti tanto na minha vida. – Vem comigo.

Ela segurou na minha mão e sorriu meio torto.

Seguimos pela casa, estava bem escuro, afinal era antiga e tudo mais, mas eu, como já estava preparado para tudo, havia feito uma surpresa para ela. Ao subirmos as escadas, velhas e ranhetas, Vitória tropeçou algumas vezes:

- Está muito escuro aqui,

- Espere aí. – Soltei a mão dela, o que foi um alivio já que ela ensopou a minha mão, ela estava com tanto medo que estava suando frio.

Me abaixe e voilá, a surpresa. Acendi várias luzes de natal que coloquei em volta das escadas e deu até um clima romântico, ela me olhou e sorriu carinhosamente, começamos aos beijos, ela me empurrou para o quarto que havia atrás de nós, era para onde as luzes estavam indicando.

- O que será que tem aqui atrás? – Ela disse, enquanto me conduzia para lá.

- Não sei... – Disse ironicamente.

Havia um colchão e velas apagadas em volta, acendi todas ela, o quarto ficou com cheiro de morangos e rosas, nos deitamos e começamos a nos beijar novamente, a coisa foi esquentando, então o que eu estava reservando para ela nessa mágica noite, tinha uma adaga embaixo do colchão. Uma adaga de ouro que consegui naquela tarde, abençoada por um padre e água benta [viva!]. Aconteceu que, naquela tarde eu realmente estava decidido a falar com alguém, mas não sabia quem, havia conseguido a .38 com um viciado em heroína que ia lá para a cena, mas não sabia o que ia acontecer depois. Eu estava atordoado demais e precisava desabafar, então acabei indo para um lugar que pensei que só iria ir depois de morrer, a Igreja. Fiquei sentado no último banco daquela pequena igreja a tarde inteira, assisti a missa que teve naquela tarde, caiu a noite e teve a missa da noite também, assisti essa também. O padre não parava de me olhar. Então, quando já estava na hora de trancar as portas, eu ainda estava lá, sentado e sem me mexer.

- Meu filho, você não tem que ir para a sua casa? Está muito tarde e tem um assassino solto por aí. – Era o padre que falava comigo.

Levantei os olhos para ele, havia chorado por causa de tudo que estava me acontecendo e como estava atordoado, garanto que isso é normal.

- Padre, não se preocupe comigo e nem com o assassino, isso vai acabar logo.

- Parece que você não esta bem, quer se confessar comigo?

- Eu não sei bem como isso funciona, mas eu não devo pecar primeiro e depois confessar?

- Não. Se você se sente aflito e quer falar, mas não confia em ninguém, poderá ir à igreja apenas para conversar com o padre, não tem problema nisso. Sua confissão estará entre nós três.

- Perdão, três?

- Entre você, eu e Deus. - Assim, claro. Por que eu não suspeitei antes?

Então fomos até o confessionário e lhe contei tudo, desabafei. Mas houve um enorme silêncio do outro lado, então achei que ele talvez tivesse dormido. Levantei-me e ele estava atordoado, apavorado.

- Não sabia que ela ainda estava por aí, achei que o frade tivesse finalizado com ela a muito tempo atrás. Ele trouxe a cabeça de uma mulher e finalizamos com ela, mas nunca acharia que ele estivesse enganado a igreja.

- Bem, mas dessa vez o trabalho será finalizado.

Ele se levantou e foi até o altar e pegou uma caixa e um pouco de água benta, abriu a caixa e era uma adaga feita de ouro.

- Pater noster qui es in caelis; sanctificetur nomen tuum; adveniat regnum tuum; fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie; et dimitte nobis debita nostra, sicut et nos dimittimus debitoribus nostris, et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen. – Ele me entregou a adaga. – Finalize com ela, por favor.

- Está bem, padre.

E foi assim que consegui a adaga, que estava agora embaixo do colchão, com a minha mão envolta de seu cabo. Aquela história toda iria acabar ali, eu ia acabar com ela e satisfazer a minha vingança. Ela parou de beijar e me olhou carinhosamente.

- Acabou. – Eu disse sorrindo para ela.

- Eu sei. – Ela respondeu, também sorrindo.

Senti uma coisa quente em cima do meu peito, uma falta de ar enorme, um frio que me arrepiou a espinha. Ela tinha me estripado e deixado os órgão do meu peito a mostra, eu estava morto. Olhava atônito para ela e ela sorria, com seus olhos vermelhos e suas mãos completamente ensangüentadas.

- Sua alma é minha agora.

- Ainda não.

Ela parecia surpresa ao ver o Alex atrás dela com a sua enorme bengala que agora atravessava

- Por que Alex?

- Você estava fora de controle, alguém deveria te dar um basta!

Então, ela simplesmente começou a derreter como se fosse um Gremilin encharcado. Eu, mal respirava, a minha visão estava ficando turva demais, mas ainda pude ver e ouvir o Alex.

- Bom trabalho garoto. Te vejo no inferno. – Ele pegou a sua bengala e me acenou com seu sorriso sinistro.

Pude sentir que sorria do mesmo jeito que ele, sinistramente.

Então, tudo ficou escuro.


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