Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 10
Na arena III


Notas iniciais do capítulo

Gente, vou demorar para postar os outros capítulos, eu vou viajar e vou estar fora até início de Janeiro. Espero que entendam e vou avisar no tumblr (katnissepeeta) quando postar os próximos. Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/184510/chapter/10

Acordo sobressaltada com o barulho que um pássaro fizera e logo me levanto para caçar. Consigo abater um esquilo e três peixes, que durariam ao menos para duas refeições. Sento-me sobre uma pedra em um laguinho e começo a comer. Peguei algumas cebolinhas selvagens e as coloquei junto da carne do peixe.

Não consegui me conter e comi tudo, eu estava faminta e a raiva me dava fome, mas eu poderia caçar mais depois. Após comer, ordeno os suprimentos, tenho duas facas, a da garota e a minha, a mochila de Álex, meu saco/mochila e o saco de dormir. Arrumo tudo dentro da mochila para não carregar muitas coisas.

– Dylan! – sussurrei seu nome. – Onde você está?

Sei que seria inútil. Eu estava sozinha. Leo morto. Álex morto. Dylan rompeu a aliança comigo. O que mais poderia me acontecer?

Saio caminhando sem rumo, pronta para matar qualquer um que se pusesse na minha frente. Eu vou vingar a morte de Leo e Álex.

Restaram apenas poucos tributos para matar. O garoto do dois, o do quatro, ambos do cinco, os dois do sete, o garoto do onze. Não vou matar Dylan, então restam sete para matar, estamos em nove. Esse dia será definitivamente sangrento.

Ouço um tiro de canhão e vejo ao longe um bando de esquilos cinzentos e enormes saindo de cima da garota do sete, ela já era, é erguida pelo aerodeslizador e vai embora para seu distrito, em uma caixa de madeira, em certos pontos eu a invejo. E assim restam apenas seis para serem mortos.

Continuo andando sem saber o que fazer, o barulho dos meus pés de encontro às folhas de pinheiro se tornavam bem audíveis. Haviam vestígios de sangue indo para a mata fechada, mas eu não segui, quero ficar no limpo, quero que me vejam.

E isso me faz perceber o quanto estou sedenta por sangue como os outros tributos. Querendo matar que se puder na minha frente. Pra que estou fazendo isso? Não sei. Talvez para que no final Dylan me mate? Assim ele volta sozinho e podre de rico. É bom para ele.

Ajeito as facas, uma em cada mão, então ouço metal batendo com metal na minha mochila, a abro e vejo que Dylan deixou a faca que eu dera pra ele e uma de suas flechas amarradas com a bandagem cheia de sangue da sua perna, de modo que as duas ficassem entrelaçadas.

– Juntos... – murmuro e saio correndo a procura dele.

Gritando seu nome, sem me importar com os outros. As facas na mão. Segurando o broche preso na jaqueta de medo que caísse.

Passo correndo perto de um enorme salgueiro e ouço risos vindo daquele lado. Paro instantaneamente e seguro firme as facas nas mãos.

– Procurando o namoradinho? – pede a voz de um garoto.

Viro a cabeça freneticamente tentando procurar o garoto, mas nada, apenas a floresta silenciosa e essa voz nos meus ouvidos.

– Você sabe que não vai ganhar. Sabe que eles são mais fortes que você. Você é fraca. Mal consegue ficar junto de alguém. O garoto do seis, o garoto do oito, mortos por sua causa. Você irá perder garotinha das facas. – fala a voz com algumas gargalhadas.

Então me lembro de outra versão dos jogos, onde soníferos minúsculos eram instalados pelos lugares, levando os tributos à loucura. Tapei meus ouvidos e me ajoelhei no chão. Começo a cantar as melodias do meu pai. O som desaparece aos poucos enquanto deixo minha voz sair em meio ao silêncio total da floresta. Pássaros calados. E as melodias somem da minha boca enquanto termino meu último verso de “Se essa rua fosse minha”.

Os pássaros voltaram a cantar. A cantar a minha música em meio aos seus assobios. Eu quase tive um ataque quando um tordo pousa na minha mão. Era uma criatura belíssima. Mas sou interrompida pelo garoto do sete que estava atrás de mim.

– Então você ainda não achou o namoradinho? – pede ele com um sorriso que indicava uma carnificina próxima. – Ele deve estar em sérios problemas.

– Onde está Dylan? – rosno pegando as facas.

Ele apenas ri e agarra um machado na mão. Então ele o joga na minha direção, mas desvio fácil, ele não era bom de mira. Então o machado volta em sua direção, cravando-se na sua barriga.

Um campo de força! Logo a cima! Isso está parecendo naquele ano em que o Haymitch ganhou.

O canhão do garoto soa e eu me afasto, até ver o aerodeslizador levar seu corpo embora, então um garoto com as mãos nos ouvidos e os olhos fora das órbitas passa correndo e gritando por mim, até se chocar com o campo de força, ele morre. Mais um canhão, mais um tributo, o garoto do cinco já era.

Ouço alguns barulhos estranhos de luta floresta a baixo e saio correndo na direção oposta, então eu ouço o grito de Dylan.

Volto correndo com as facas nas mãos. As mãos cheias de sangue, o rosto cheio de fuligem e poeira.

O vejo lutando com três tributos, a garota do cinco, o garoto do quatro e o do dois. Saio em disparada e até eu chegar lá, Dylan já havia matado o do quatro, que jazia numa poça de sangue no chão, seus olhos azuis abertos, mas em outro mundo, no mundo dos mortos.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ficou bom?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes - Parte Dois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.