Inu-Yasha: A Saga após Kanketsu- Hen escrita por Jenifer Nogueira


Capítulo 5
A tristeza de Inu-Yasha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/184487/chapter/5

   ‒ Ele é um idiota! ‒ Shippou murmura no ouvido da Sango ‒ Ele não se importa com a Kagome.

   Sango ajeita arbusto para enxergar melhor entre as folhas.

   ‒ Você está errado Shippou. ‒ ela sussurra sem tirar os olhos do Inu-Yasha que observa sentado o poço come ossos ‒ Ele se importa muito. Afinal, o que ele estaria fazendo sentado ali?

   ‒ Mas... Toda vez que eu falo sobre a Kagome ele briga comigo.

   ‒ Você sabe como o Inu-Yasha é teimoso e orgulhoso... Porém ele é tímido pra essas coisas. Ele jamais daria o braço a torcer. Porém... Dessa vez, não foi culpa dele.

   ‒ Como assim, Sango? ‒ Shippou pisca os olhos varias vezes sem entender.

   ‒ A Kagome estava estranha... Como se estive pesando o relacionamento dela com o Inu-Yasha...

   ‒ Pesando?

   ‒ Sim, quando perguntei para ela como estavam às coisas entre o Inu-Yasha e ela, Kagome não soube me responder.

   ‒ Mas por que ela iria questionar o namoro dela com o Inu-Yasha agora? São apenas os dois agora e... Bom, o Inu-Yasha ficou péssimo quando ela voltou para a era dela há três anos. Isso significa que ele gosta dela, não é?

   ‒ Mas será que ela entendeu isso?

   ‒ O que vocês pensam que estão fazendo?

   Sango e Shippou são surpreendidos pelo Inu-Yasha que, apesar da seriedade na voz, transmite um olhar triste.

   ‒ Nada! Nada! ‒ sem graça e corados, os dois sorriem.

   Inu-Yasha não se contenta, mas evita brigar e se vira, distanciando-se dos dois.

   ‒ Ué, ele não vai me bater? ‒ com a mão na cabeça Shippou pergunta preparado para o pior.

   ‒ Ele está triste. Nunca vi o Inu-Yasha assim. ‒ Sango dá de ombros.

   ‒ Ele fica fazendo essa pose de durão ao invés de pedir ajudar, ai... Mas esse Inu-Yasha não tem jeito mesmo. ‒ Shippou balança a cabeça, mas fica atento para qualquer pancada.

   ‒ A Kagome é uma pessoa cheia de amor, principalmente pelo Inu-Yasha... ‒ Sango fala consigo mesma ‒ Não acho que ela iria embora por causa de algum problema bobo.

   ‒ Como você sabe que é bobo Sango?

   Surpresa por ter pensando alto, Sango olha para Shippou.

   ‒ Bom, até o Inu-Yasha que é cabeça dura não sabe o que aconteceu, se não ele já teria demonstrado a culpa estampada na cara, mas... Dessa vez, nem ele entende. Então a causa da Kagome ter partido é suspeita.

   ‒ Você tem algo em mente, Sango?

   Sango abaixa a cabeça e coloca o dedo na boca. Tenta pensar na causa das mudanças repentinas da Kagome.

   Kagome liga para as amigas e marca um passeio, mas antes de sair ela para diante do galpão onde fica o poço come ossos. Ela entra e olha do alto das escadas.

   Pra quê um poço no quintal de casa? Ela pensa. Kagome acha desnecessário aquele poço ali e pensa na possibilidade de pedir ao avô que o lacre. Ela fecha as portas do galpão e sai para o passeio.

   Mas ao chegar ao final da escadaria do templo, ela questiona o que acabara de pensar e fica paralisada no degrau.

   ‒ Lacrar... O poço? Mas... ‒ sua respiração acelerada lhe causa fraqueza ‒ Mas e o... O...

   Ela sabe que há alguém, sabe que há outra era, sabe que o poço é um portal, mas não lembra o nome do garoto por quem ela guarda um amor imensamente forte.

   Eu me esqueci do... Inu-Yasha! O nome lhe vem à cabeça como um baque.

   Kagome sobe a escadaria com rapidez, mas ao chegar ao topo ela ouve uma voz estranha ecoar na sua cabeça:

   Esqueça! Não há nada lá que seja importante. Esqueça. Esqueça.

   As lembranças do Inu-Yasha vão evaporando da sua mente como uma nevoa sem vida e sem sentindo, então a Kagome simplesmente esquece por que estava correndo. E dá risadas da sua atitude.

   ‒ Aiai... Estou ficando louca! ‒ ela volta a descer enquanto balança a cabeça.

   Kagome... Por quê? Por que você foi embora? A brisa toca suavemente os longos cabelos prateados do Inu-Yasha enquanto ele permanece imóvel, olhando a lua imensa que cobre o céu. Eu pensei que você jamais iria me abandonar... Que seria eternamente minha...

   A dor no peito do Inu-Yasha é imensa, assim como o buraco que nascera no seu coração. Somente ele sabia como foi duro ficar três anos sem ter uma noticia se quer da sua amada e depois que ela voltou, foi como se ele voltasse a saborear o gosto delicioso da vida.

   Mas agora, nada fazia sentido. Machucado e com uma imensa tristeza no peito, Inu-Yasha se sente pela primeira vez abandonado. Ele tenta conter a dor, mas ele sente como se a cada minuto aquilo se tornasse impossível.

   ‒ Kagome... ‒ ele sussurra ‒ Por quê? ‒ Inu-Yasha range os dentes e fecha os punhos ‒ Por quê?

   E então, toda a sua magoa é transformada em lagrimas. Ele cai ajoelhado no chão e soca várias vezes a grama, como se quisesse fazer um buraco ali mesmo e cair dentro dele.

   ‒ Você me abandonou... ‒ o meio-youkai procura por forças para não transparecer seu lado humano ‒ Também me deixou para viver sozinho.

   Alguns metros dali, Kaede observa o desespero do Inu-Yasha que sempre tentou parecer forte para todos, inclusive para os amigos. Mas no fundo, no fundo, não passa de um garoto meio-Youkai que foi rejeitado durante a vida inteira por nunca se encaixar em lugar nenhum. E agora, o amor da sua vida, tinha ido embora.

   ‒ Inu-Yasha! ‒ Kaede se aproxima ‒ Você está bem? ‒ ela sabe que a resposta é não.

   Surpreso, Inu-Yasha olha a velha pelo canto do olho e tenta enxugar as lagrimas discretamente.

   Maldição, eu estava tão alheio que mal percebi a aproximação da velhota. Inu-Yasha se ajeita no chão e se senta.

   ‒ O que você quer, velhota? Não está tarde para você estar fora da cama? ‒ Inu-Yasha diz seco.

   ‒ Bom, eu estava indo para casa quando o vi... Achei que você estivesse pensando na Kagome.

   Kaede sabe o que acontece, porém sempre espera que o Inu-Yasha fale ao contrário, pois ele nunca dá o braço a torcer.

   ‒ E estava velhota. ‒ ele sussurra com a cabeça baixa.

   Mas a velha sacerdotisa se surpreende com a resposta.

   ‒ Estava me perguntando por que a Kagome me abandonou. ‒ ele fala, sem tirar os olhos do chão.

   Sem palavras e com um aperto no coração, Kaede se senta ao lado do Inu-Yasha e passa a mão nas suas costas.

   ‒ Quando foi que você amadureceu tanto, Inu-Yasha? ‒ mais para si mesma do que para ele, Kaede pergunta.

   ‒ Eu... Sempre tive medo de perder a Kagome... ‒ ele seca as lagrimas que restaram e olha para a lua ‒ Assim como perdi a Kikyou por duas vezes. E sempre fiz de tudo para protegê-la. A Kagome me ensinou o verdadeiro significado da amizade e do... Amor. Mas...

   Ansiosa, Kaede fixa o olhar no Inu-Yasha.

   ‒ Mas agora nada mais faz sentido sem ela aqui do meu lado, velhota.

   ‒ Você realmente não sabe o que aconteceu com a Kagome, não é mesmo?

   Inu-Yasha balança a cabeça, evitando olhar para a Kaede.

   ‒ Sinto como se a minha vida não tivesse mais sentido, como se estivesse parada em um tempo só meu. Sem a Kagome eu...

   Inu-Yasha percebe o que estava prestes a dizer para a Kaede e se surpreende consigo mesmo.

   ‒ Inu-Yasha, se você a ama... Prove!

   Com as sobrancelhas arqueadas, Inu-Yasha olha para Kaede.

   ‒ Velhota... O poço não está funcionando.

   ‒ Isso só depende do seu verdadeiro desejo, Inu-Yasha.

   Ele pensa nas palavras da Kaede e descobre o verdadeiro significado do portal no poço.

   ‒ Fazia muito tempo que eu não me divertia tanto, mamãe. ‒ Kagome come enquanto conversa.

   Sua mãe parece preocupada. Kagome está mais pálida do que nunca e emagrece de uma forma extraordinariamente rápida.

   ‒ Kagome, você precisa ir ao médico.

   Kagome dá de ombros e fita a sua mãe por alguns instantes.

   ‒ Médico? Pra que? Estou bem mamãe.

   A mãe dela termina de enxugar a louça e se debruça sobre a mesa para medir a temperatura da filha.

   ‒ Você já se olhou no espelho? Está com uma expressão de doente, querida.

   Kagome suspira e revira os olhos, pegando mais um pouco de arroz.

  ‒ Estou comendo normalmente e sentindo apenas uma dorzinha chata de cabeça. O resto está perfeito.

   ‒ E o Inu-Yasha? Vocês brigaram?

   Kagome pisca os olhos varias vezes e tenta lembrar quem é Inu-Yasha. Um nome completamente estranho para ela.

   ‒ Quem? ‒ com a boca cheia de arroz ela pergunta.

   ‒ Inu-Yasha, querida.

   Sem reações, sem dores, sem tonturas, o nome não afeta a sua memória. Simplesmente é um nome estranho e esquisito.

   A mãe da Kagome coloca a mão no rosto e tenta descobrir o que está acontecendo com a filha. Ela tem certeza que a Kagome não seria capaz de fingir que o Inu-Yasha não existe por causa de qualquer briga. Isso seria radical demais e impossível para uma garota como ela.

   ‒ Xi, mamãe... A senhora está sonhando, é? Olhando-me dessa forma e falando que estou doente! Acho que é a senhora quem está. Tá até falando de uns nomes que eu nunca vi. ‒ Kagome ri da situação.

   Mas a sua mãe se preocupa.

   Depois do jantar, Kagome sobe a escada para ir ao quarto, mas no meio ela para e pensa no que está fazendo. Ela olha perdida ao redor e não reconhece a casa onde ela cresceu.

   ‒ Kagome?

   Surpresa ela olha para baixo e vê um velho gordo e baixinho a observando.

   ‒ Quem... Quem é... ‒ seus olhos estão arregalados e assustados.

   ‒ Kagome, você está bem? ‒ seu avô sobe lentamente a escada.

   Mas Kagome se vira e sobe de costas, o olhar fixo no senhor.

   ‒ Quem é você?

   ‒ Querida, mas o que é que você tem?

   Kagome olha para o topo da escada e vê a sua mãe, ela corre para os seus braços e se perde neles.

   ‒ Mamãe... Eu... Eu esqueci... ‒ ela se vira rapidamente e observa o espanto no rosto do seu avô ‒ Vovô por que está me olhando assim?

   Ele e a sua mãe se entreolham preocupados.

   Um imenso vazio arregaça o peito da Kagome, mas ela não sabe o motivo. A falta de algo machuca o seu coração abalado.

   Inu-Yasha olha para o chão. Nada aconteceu após ter pulado para dentro do poço.

   Maldição, o que falta para esse maldito funcionar? Nervoso e impaciente, ele pensa se sentindo encurralado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Inu-Yasha se sente abandonado por Kagome e tenta fazer o poço voltar a funcionar para leva-lo até o seu grande amor. Enquanto isso, no seu mundo, Kagome já não se lembra mais de quem é Inu-Yasha e aos poucos esquece também quem sãos as pessoas que a criaram. Será que esse apagão na sua memória só tem a piorar ou será que o Inu-Yasha chegará a tempo de faze-la lembrar dos bons momentos juntos e de seus eternos sentimentos? Não perca essas e muitas outras revelações que serão passadas nos próximos capitulos dessa incrivel série, Inu-Yasha.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inu-Yasha: A Saga após Kanketsu- Hen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.