Inu-Yasha: A Saga após Kanketsu- Hen escrita por Jenifer Nogueira
‒ Ele é um idiota! ‒ Shippou murmura no ouvido da Sango ‒ Ele não se importa com a Kagome.
Sango ajeita arbusto para enxergar melhor entre as folhas.
‒ Você está errado Shippou. ‒ ela sussurra sem tirar os olhos do Inu-Yasha que observa sentado o poço come ossos ‒ Ele se importa muito. Afinal, o que ele estaria fazendo sentado ali?
‒ Mas... Toda vez que eu falo sobre a Kagome ele briga comigo.
‒ Você sabe como o Inu-Yasha é teimoso e orgulhoso... Porém ele é tímido pra essas coisas. Ele jamais daria o braço a torcer. Porém... Dessa vez, não foi culpa dele.
‒ Como assim, Sango? ‒ Shippou pisca os olhos varias vezes sem entender.
‒ A Kagome estava estranha... Como se estive pesando o relacionamento dela com o Inu-Yasha...
‒ Pesando?
‒ Sim, quando perguntei para ela como estavam às coisas entre o Inu-Yasha e ela, Kagome não soube me responder.
‒ Mas por que ela iria questionar o namoro dela com o Inu-Yasha agora? São apenas os dois agora e... Bom, o Inu-Yasha ficou péssimo quando ela voltou para a era dela há três anos. Isso significa que ele gosta dela, não é?
‒ Mas será que ela entendeu isso?
‒ O que vocês pensam que estão fazendo?
Sango e Shippou são surpreendidos pelo Inu-Yasha que, apesar da seriedade na voz, transmite um olhar triste.
‒ Nada! Nada! ‒ sem graça e corados, os dois sorriem.
Inu-Yasha não se contenta, mas evita brigar e se vira, distanciando-se dos dois.
‒ Ué, ele não vai me bater? ‒ com a mão na cabeça Shippou pergunta preparado para o pior.
‒ Ele está triste. Nunca vi o Inu-Yasha assim. ‒ Sango dá de ombros.
‒ Ele fica fazendo essa pose de durão ao invés de pedir ajudar, ai... Mas esse Inu-Yasha não tem jeito mesmo. ‒ Shippou balança a cabeça, mas fica atento para qualquer pancada.
‒ A Kagome é uma pessoa cheia de amor, principalmente pelo Inu-Yasha... ‒ Sango fala consigo mesma ‒ Não acho que ela iria embora por causa de algum problema bobo.
‒ Como você sabe que é bobo Sango?
Surpresa por ter pensando alto, Sango olha para Shippou.
‒ Bom, até o Inu-Yasha que é cabeça dura não sabe o que aconteceu, se não ele já teria demonstrado a culpa estampada na cara, mas... Dessa vez, nem ele entende. Então a causa da Kagome ter partido é suspeita.
‒ Você tem algo em mente, Sango?
Sango abaixa a cabeça e coloca o dedo na boca. Tenta pensar na causa das mudanças repentinas da Kagome.
Kagome liga para as amigas e marca um passeio, mas antes de sair ela para diante do galpão onde fica o poço come ossos. Ela entra e olha do alto das escadas.
Pra quê um poço no quintal de casa? Ela pensa. Kagome acha desnecessário aquele poço ali e pensa na possibilidade de pedir ao avô que o lacre. Ela fecha as portas do galpão e sai para o passeio.
Mas ao chegar ao final da escadaria do templo, ela questiona o que acabara de pensar e fica paralisada no degrau.
‒ Lacrar... O poço? Mas... ‒ sua respiração acelerada lhe causa fraqueza ‒ Mas e o... O...
Ela sabe que há alguém, sabe que há outra era, sabe que o poço é um portal, mas não lembra o nome do garoto por quem ela guarda um amor imensamente forte.
Eu me esqueci do... Inu-Yasha! O nome lhe vem à cabeça como um baque.
Kagome sobe a escadaria com rapidez, mas ao chegar ao topo ela ouve uma voz estranha ecoar na sua cabeça:
Esqueça! Não há nada lá que seja importante. Esqueça. Esqueça.
As lembranças do Inu-Yasha vão evaporando da sua mente como uma nevoa sem vida e sem sentindo, então a Kagome simplesmente esquece por que estava correndo. E dá risadas da sua atitude.
‒ Aiai... Estou ficando louca! ‒ ela volta a descer enquanto balança a cabeça.
Kagome... Por quê? Por que você foi embora? A brisa toca suavemente os longos cabelos prateados do Inu-Yasha enquanto ele permanece imóvel, olhando a lua imensa que cobre o céu. Eu pensei que você jamais iria me abandonar... Que seria eternamente minha...
A dor no peito do Inu-Yasha é imensa, assim como o buraco que nascera no seu coração. Somente ele sabia como foi duro ficar três anos sem ter uma noticia se quer da sua amada e depois que ela voltou, foi como se ele voltasse a saborear o gosto delicioso da vida.
Mas agora, nada fazia sentido. Machucado e com uma imensa tristeza no peito, Inu-Yasha se sente pela primeira vez abandonado. Ele tenta conter a dor, mas ele sente como se a cada minuto aquilo se tornasse impossível.
‒ Kagome... ‒ ele sussurra ‒ Por quê? ‒ Inu-Yasha range os dentes e fecha os punhos ‒ Por quê?
E então, toda a sua magoa é transformada em lagrimas. Ele cai ajoelhado no chão e soca várias vezes a grama, como se quisesse fazer um buraco ali mesmo e cair dentro dele.
‒ Você me abandonou... ‒ o meio-youkai procura por forças para não transparecer seu lado humano ‒ Também me deixou para viver sozinho.
Alguns metros dali, Kaede observa o desespero do Inu-Yasha que sempre tentou parecer forte para todos, inclusive para os amigos. Mas no fundo, no fundo, não passa de um garoto meio-Youkai que foi rejeitado durante a vida inteira por nunca se encaixar em lugar nenhum. E agora, o amor da sua vida, tinha ido embora.
‒ Inu-Yasha! ‒ Kaede se aproxima ‒ Você está bem? ‒ ela sabe que a resposta é não.
Surpreso, Inu-Yasha olha a velha pelo canto do olho e tenta enxugar as lagrimas discretamente.
Maldição, eu estava tão alheio que mal percebi a aproximação da velhota. Inu-Yasha se ajeita no chão e se senta.
‒ O que você quer, velhota? Não está tarde para você estar fora da cama? ‒ Inu-Yasha diz seco.
‒ Bom, eu estava indo para casa quando o vi... Achei que você estivesse pensando na Kagome.
Kaede sabe o que acontece, porém sempre espera que o Inu-Yasha fale ao contrário, pois ele nunca dá o braço a torcer.
‒ E estava velhota. ‒ ele sussurra com a cabeça baixa.
Mas a velha sacerdotisa se surpreende com a resposta.
‒ Estava me perguntando por que a Kagome me abandonou. ‒ ele fala, sem tirar os olhos do chão.
Sem palavras e com um aperto no coração, Kaede se senta ao lado do Inu-Yasha e passa a mão nas suas costas.
‒ Quando foi que você amadureceu tanto, Inu-Yasha? ‒ mais para si mesma do que para ele, Kaede pergunta.
‒ Eu... Sempre tive medo de perder a Kagome... ‒ ele seca as lagrimas que restaram e olha para a lua ‒ Assim como perdi a Kikyou por duas vezes. E sempre fiz de tudo para protegê-la. A Kagome me ensinou o verdadeiro significado da amizade e do... Amor. Mas...
Ansiosa, Kaede fixa o olhar no Inu-Yasha.
‒ Mas agora nada mais faz sentido sem ela aqui do meu lado, velhota.
‒ Você realmente não sabe o que aconteceu com a Kagome, não é mesmo?
Inu-Yasha balança a cabeça, evitando olhar para a Kaede.
‒ Sinto como se a minha vida não tivesse mais sentido, como se estivesse parada em um tempo só meu. Sem a Kagome eu...
Inu-Yasha percebe o que estava prestes a dizer para a Kaede e se surpreende consigo mesmo.
‒ Inu-Yasha, se você a ama... Prove!
Com as sobrancelhas arqueadas, Inu-Yasha olha para Kaede.
‒ Velhota... O poço não está funcionando.
‒ Isso só depende do seu verdadeiro desejo, Inu-Yasha.
Ele pensa nas palavras da Kaede e descobre o verdadeiro significado do portal no poço.
‒ Fazia muito tempo que eu não me divertia tanto, mamãe. ‒ Kagome come enquanto conversa.
Sua mãe parece preocupada. Kagome está mais pálida do que nunca e emagrece de uma forma extraordinariamente rápida.
‒ Kagome, você precisa ir ao médico.
Kagome dá de ombros e fita a sua mãe por alguns instantes.
‒ Médico? Pra que? Estou bem mamãe.
A mãe dela termina de enxugar a louça e se debruça sobre a mesa para medir a temperatura da filha.
‒ Você já se olhou no espelho? Está com uma expressão de doente, querida.
Kagome suspira e revira os olhos, pegando mais um pouco de arroz.
‒ Estou comendo normalmente e sentindo apenas uma dorzinha chata de cabeça. O resto está perfeito.
‒ E o Inu-Yasha? Vocês brigaram?
Kagome pisca os olhos varias vezes e tenta lembrar quem é Inu-Yasha. Um nome completamente estranho para ela.
‒ Quem? ‒ com a boca cheia de arroz ela pergunta.
‒ Inu-Yasha, querida.
Sem reações, sem dores, sem tonturas, o nome não afeta a sua memória. Simplesmente é um nome estranho e esquisito.
A mãe da Kagome coloca a mão no rosto e tenta descobrir o que está acontecendo com a filha. Ela tem certeza que a Kagome não seria capaz de fingir que o Inu-Yasha não existe por causa de qualquer briga. Isso seria radical demais e impossível para uma garota como ela.
‒ Xi, mamãe... A senhora está sonhando, é? Olhando-me dessa forma e falando que estou doente! Acho que é a senhora quem está. Tá até falando de uns nomes que eu nunca vi. ‒ Kagome ri da situação.
Mas a sua mãe se preocupa.
Depois do jantar, Kagome sobe a escada para ir ao quarto, mas no meio ela para e pensa no que está fazendo. Ela olha perdida ao redor e não reconhece a casa onde ela cresceu.
‒ Kagome?
Surpresa ela olha para baixo e vê um velho gordo e baixinho a observando.
‒ Quem... Quem é... ‒ seus olhos estão arregalados e assustados.
‒ Kagome, você está bem? ‒ seu avô sobe lentamente a escada.
Mas Kagome se vira e sobe de costas, o olhar fixo no senhor.
‒ Quem é você?
‒ Querida, mas o que é que você tem?
Kagome olha para o topo da escada e vê a sua mãe, ela corre para os seus braços e se perde neles.
‒ Mamãe... Eu... Eu esqueci... ‒ ela se vira rapidamente e observa o espanto no rosto do seu avô ‒ Vovô por que está me olhando assim?
Ele e a sua mãe se entreolham preocupados.
Um imenso vazio arregaça o peito da Kagome, mas ela não sabe o motivo. A falta de algo machuca o seu coração abalado.
Inu-Yasha olha para o chão. Nada aconteceu após ter pulado para dentro do poço.
Maldição, o que falta para esse maldito funcionar? Nervoso e impaciente, ele pensa se sentindo encurralado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Inu-Yasha se sente abandonado por Kagome e tenta fazer o poço voltar a funcionar para leva-lo até o seu grande amor. Enquanto isso, no seu mundo, Kagome já não se lembra mais de quem é Inu-Yasha e aos poucos esquece também quem sãos as pessoas que a criaram. Será que esse apagão na sua memória só tem a piorar ou será que o Inu-Yasha chegará a tempo de faze-la lembrar dos bons momentos juntos e de seus eternos sentimentos? Não perca essas e muitas outras revelações que serão passadas nos próximos capitulos dessa incrivel série, Inu-Yasha.