A Wonderful Christmas escrita por hyunnie


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira OS de B1A4 o/ Muitas ainda virão. Espero que gostem!



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A sala de treino estava vazia, exceto por mim e Sandeul. Channie e os hyungs tinham agendado para aquela tarde a gravação de um programa de rádio, mas já haviam terminado e estavam algumas horas atrasados para o nosso ensaio.

– Eles estão demorando, né? - comentei assim que fizemos uma pausa para repor energia e hidratar nossos corpos.

Ao contrário de quando estávamos na presença dos outros garotos ou das câmeras, Sandeul e eu não costumávamos conversar ou brincar muito quando sozinhos. Havíamos trocado poucas palavras naquele dia, e a maioria delas relacionadas aos passos de dança ou letras das músicas que apresentaríamos em um dos especiais de Natal daquela semana.

– Verdade. – ele concordou após secar de uma única vez a sua garrafa de Gatorade.

Assisti à cena hipnotizado. Absolutamente tudo em Lee Junghwan estava me atraindo naquele momento. Desde o movimento que seu pomo-de-adão fazia enquanto bebia o líquido vermelho, até o bico que seus lábios formavam em torno da garrafa.

Sim. Eu cultivava um amor platônico por meu hyung e colega de grupo, e a tensão sexual que se formava em meu corpo quando estávamos sós era praticamente impossível de ser controlada. Meus olhos não puderam evitar estudar seu corpo inteiro enquanto ele se distraía comendo as frutas que haviam sido postas sobre a mesinha. Estava ainda mais lindo do que de costume com aquele gorro de lã e o conjunto moletom cinza, tão molhado de suor.

Teoricamente, nada nos impedia de ficar juntos. Ele era o único gay assumido do grupo, - apesar das fortes suspeitas que todos tínhamos com relação à sexualidade do maknae – e estava solteiro. Mas comigo era diferente. Por algum motivo eu tinha a necessidade de manter a minha imagem masculina, meu estilo bad boy. E também nunca havia sentido algo por outro garoto antes de Sandeul aparecer em minha vida. Talvez eu não fosse bem um gay completo, ou sei lá o que.

O fato era que eu o amava.

– Está nevando um pouco hoje. - retomou. – Devem estar presos em algum engarrafamento. Se não voltarem logo, nós dois montaremos a árvore de Natal sem eles!

– Ótimo! Aposto que não se importariam. – fiz que não com a cabeça. – Faltam só quatro dias para o Natal e ainda não temos árvore. Vamos?

– Eba, claro! – concordou.

Com um sorriso bobo e encantador, ele correu até a árvore, já posicionada no canto da sala e pronta para ser decorada. A caixa com os enfeites e demais itens natalinos estava ao lado dela, e ele não demorou a abri-la e explorar seu conteúdo com o entusiasmo de uma criança.

– Haha, olha! Um nariz de rena! – ele o pegou e colocou no meu nariz, fazendo meu rosto inteiro corar. – Agora você é Barolph!

– A rena predileta do Papai Deullie! – tirei da caixa uma toca de Papai Noel e o ajudei a colocá-la. – A dupla dinâmica do natal BANA!

– Hahahaha!

E quando finalmente começamos a nos divertir com todas aquelas luzes pisca-pisca, bolas douradas e laços, fomos interrompidos pela chegada dos outros membros.

– A-ha! Montando a árvore sem nós, seus cretinos?! – disse Shinwoo hyung, o primeiro a entrar pela porta, seguido por Jinyoung e Gongchan. Os três garotos vestiam roupas de inverno, levemente cobertas de neve, e traziam consigo diversas sacolas e pacotes, provavelmente de presentes.

Enfileiraram os presentes em frente à parede e sentaram-se junto a nós, nos ajudando a finalizar a decoração. Os três eram tão barulhentos que, por um momento, senti raiva por terem acabado com a minha paz.

– O que são essas sacolas? – perguntou Sandeul.

– Presentes das BANAs. – disse Jinyoung. – E as cartas semanais. Afinal, hoje é quinta-feira!

Quinta-feira.

O pior dia da semana para mim. Pelo menos desde os últimos dois meses, quando aquelas malditas cartas começaram a chegar para Sandeul. Ele as adorava, e eu, claro, detestava com todas as minhas forças. Aliás, não eram somente cartas. Cartões, pelúcias e chocolates também. Tudo isso enviado por um fanboy misterioso e atrevido, que dizia ser um hyung de 23 anos e assinava como “DeullieLover”. Tentei por diversas vezes descobrir quem era o remetente e obriga-lo a parar de perturbar, mas o cara era esperto. Usava o endereço da faculdade de Direito que dizia cursar. Tudo isso enchia os olhos de Sandeul, e me inflava de ciúmes.

Ciúmes.

Eu estava me tornando um especialista nesse tipo de sentimento. O que aquele cara tinha que eu não tinha? O que tanto ele escrevia para deixar o Deullie encantado daquele jeito? Precisava ter essas respostas.

Minha vontade era pegar todas aquelas cartas que Sandeul guardava no baú de sua cama e queimá-las até se reduzirem a pó.

– Quais dessas são as minhas? – perguntei, levantando-me e indo em direção às embalagens.

– As da ponta direita. – disse Jinyoung.

– E as minhas?! – Sandeul repetiu meu gesto, ainda mais ansioso.

– As do meio, mas espere. Vamos todos ver nossos presentes juntos!

Cada um de nós pegou seus respectivos presentes, e nos sentamos no centro da sala para desembrulharmos.

– Legal, ganhei o de sempre. – disse Channie.

– O que? – questionou Jinyoung.

– Tickets para restaurantes. Aish! Por que elas sempre pensam que eu não me alimento bem?! – indignou-se.

– Deixe-me pensar, humm.. Talvez seja por causa desse seu abs musculoso e essa sua aparência tão energética e disposta. – brinquei, e recebi do maknae um pequeno tapa no ombro.

– E você, hyung? – perguntou Gongchan a Shinwoo.

– Óculos e prendedores de cabelo, para variar um pouco. – ele nos mostrou e todos riram.

– E eu ganhei mais bonés personalizados. Agora são 135 na minha coleção, hehe.

– Os meus são produtos de beleza e algumas cartas que lerei depois. – disse Jinyoung. – Será que as pessoas pensam que eu sou tão feio assim?

– Pelo contrário, hyung! – Sandeul negou prontamente. – É para você ficar ainda mais bonito! Sem essa de ser modesto. Todos sabem que você é o membro que tem a melhor aparência.

– Eu não acho. – disse. Fui um pouco mais sério do que pretendia, e os quatro me olharam com uma expressão surpresa.

– Quem você acha que é o mais bonito então?!

– San... Quer dizer... Channie! O Channie sempre se sai melhor nos photoshoots, meu voto vai para ele! – consertei a tempo de não perceberem, mas uma pequena gota de suor se formou na minha testa. – Voltando aos presentes... - disfarcei - O que você ganhou, Sandeullie?

Tentei não parecer muito interessado, mas precisava saber se o tal hyung havia mandado uma nova carta.

– Hum, nada de mais. – disse em um tom triste e cabisbaixo. – Quem eu queria que tivesse mandado alguma coisa não mandou.

– Ah, que pena. – usei todo o meu poder de interpretação para consolá-lo, levando uma mão até seus cabelos e os afagando de leve. – Quem sabe ano que vem, né?

– É...

– Você que se engana! – disse Gongchan, levantando-se de repente e caminhando até a porta. – Tenho algo para você aqui fora, Sandie hyung!

Ele voltou alguns segundos depois e, para a minha total infelicidade, trazendo um enorme urso de pelúcia envolto em um laço vermelho e um envelope na mesma cor. Os olhos de Sandeul brilharam, e ele correu ao encontro do garoto. Agarrou o urso como se fosse a coisa mais preciosa do mundo e começou a gargalhar de felicidade.

Ao vê-lo tão alegre, uma chama de ciúme começou a crepitar em meu interior. Levantei-me e tomei, sem nenhuma cerimônia, o envelope das mãos de Gongchan. O abri e comecei a ler o cartão em alto e bom tom, forçando o sarcasmo em minha voz.

E a cada nova palavra o sorriso dele se alargava.

– “Querido, Deullie. Receber a sua resposta foi o melhor presente que eu poderia pedir! Queria avisá-lo que sim, eu irei ao fansign de vocês na noite de Natal. Estarei usando uma gravata-borboleta verde, assim será possível que você me identifique rapidamente. Bem, de qualquer forma você já viu a minha foto, keke. Vejo você lá! Ass: DeullieLover”

– Ah, que romântico!

Jinyoung bateu palmas. Gongchan e Shinwoo foram cumprimentar Sandeul. Todos pareciam estar torcendo pelo romance dos dois, e eu não consegui evitar explodir de raiva.

– Como assim você o respondeu?! – gritei a ponto de pequenas gotículas de saliva saíram de minha boca. – E que história é essa dele ir ao nosso fansign?! Você é idiota ou o que?

– Hã? – ele me encarou assustado, e eu continuei o meu ataque.

– E ele anda te mandando fotos? Essa putaria ficou tão explícita assim?

Rasguei o maldito cartão em mil pedacinhos, os chutando assim que tocavam o chão e os espalhando por toda a sala. Os quatro ficaram atônitos, assistindo a tudo como se eu fosse um monstro, um selvagem. Gongchan segurou Sandeul pelo braço enquanto lágrimas se formavam nos olhos do maior e o abraço à pelúcia se tornava ainda mais apertado.

Levei as mãos à minha cintura e comecei a dar voltas pela sala, bufando e arfando de ódio, tamanho o meu nervosismo.

E se o cara for um assassino?! Um sequestrador?! Um pedófilo?! Vocês não tem noção não?!

– Você está exagerando, Baro.

Shinwoo se aproximou e tocou meu ombro, e eu imediatamente o empurrei bruscamente para longe. Suas costas se chocaram contra a parede, e ele gemeu de dor.

– Que grosseria é essa, hein? – foi a vez de Jinyoung vir tomar satisfações. – Por acaso você está com ciúmes, Sunwoo?!

E para piorar ainda mais a minha situação, cometi o pior de todos os erros daquele dia.

– Eu com ciúmes?! Poupe-me! Olha pra mim e vê se eu tenho cara de viadinho!

Arrependi-me no mesmo instante em que pronunciei aquela frase, mas já era tarde. Não podia mais voltar atrás. O silêncio tomou conta do ambiente, e as expressões de choque no rosto de todos denunciavam o tamanho do estrago que eu havia feito.

Deixei a sala a passos firmes, não me esquecendo de bater a porta com toda a força que tinha quando passei por ela.

x

Os quatro dias que se seguiram à briga foram os piores de toda a minha vida. Os membros me tratavam com indiferença e censuravam toda vez que eu tentava me reaproximar de Sandeul. Pela primeira vez desde que nos conhecemos, senti-me realmente sozinho, abandonado. Sabia que estava sofrendo as devidas consequências pelas minhas ações, mas não podia deixar aquilo assim.

Ainda mais em plena noite de Natal.

Nunca fui um cara bom com as palavras, pelo contrário, e expressar meus verdadeiros sentimentos era difícil para mim. Parecia mais cômodo me esconder atrás daquela máscara típica dos homens type B.

E claro, dentro do armário.

Estávamos no camarim improvisado no prédio onde aconteceria o fansign especial de Natal. Apesar do frio e da pequena tempestade de neve que houve naquela tarde, centenas de fãs já aguardavam na fila. Limpei o vidro embaçado da janela com a minha jaqueta e estudei a fila lá fora na intenção de avistar algum cara de gravata verde, mas não consegui acha-lo em meio àquela multidão de jovens garotas.

O tal hyung foi o assunto do dia. Sandeul não escondia sua empolgação, apesar de ainda estar um pouco triste e abalado com o que aconteceu entre nós e a forma como o ofendi.

– Vamos abrir a porta de entrada em alguns minutos, meninos. – disse uma das noonas da organização ao entrar na sala. – Vocês já podem descer e tomar seus lugares.

– Ok! – respondemos em um uníssono.

Gongchan, Shinwoo e Jinyoung foram os primeiros a deixar o camarim. Sandeul terminava de ajeitar em frente ao espelho a tiara com orelhas de gato que geralmente usava para agradar as fãs. Aproveitei a oportunidade para tentar me desculpar.

– Sandeul hyung... – o chamei baixinho, e ele me olhou pelo espelho.

– Pois não.

– Eu... eu... bem. – respirei fundo. – Você sabe que eu não sou muito bom com esse tipo de coisa, mas queria pedir desculpas pela minha atitude. Sei que você está magoado comigo, mas eu me arrependo de verdade...

– Ei, já passou. – ele sorriu, e meu coração esquentou, reconfortado. – Você sabe que eu não guardo rancor de ninguém, né?

– Sim, eu sei... mas é que... fui muito estúpido com você. Eu não queria ter dito tudo aquilo.. eu só estava... só estava... preocupado. – desviei o olhar para o chão, constrangido. Jamais poderia admitir que o meu ciúme fora o verdadeiro responsável. Ou que eu o amava e me perturbava todas as noites saber que ele trocava cartas com outro.

– Agradeço a sua preocupação, Baro. Mas eu sei cuidar de mim mesmo. Agora vamos esquecer isso, né?

Ele sorriu mais uma vez e retirou-se.

O segui, ainda desanimado.

x

O evento foi um sucesso. Contabilizaram a presença de 1.300 fãs.

Porém, entre eles não havia nenhum hyung de gravata verde.

De volta à sala, Sandeul parecia arrasado. Deitado no colo de Gongchan em um pequeno sofá que havia por lá, ele chorava.

– Fica tranquilo, hyung. – o maknae tentou acalmá-lo. – Ele deve ter ficado preso no trânsito, algo assim. A neve não deu trégua hoje.

– Esse.. é.. o pior.. Natal.. de toda a minha vida. – resmungou aos prantos.

Partia meu coração vê-lo sofrendo daquele jeito, mas não podia negar: estava aliviado e contente por ter levado aquele cano. Sabia que o tal cara não era a pessoa certa para ele. Aliás, ninguém além de mim era.

Tentei animá-lo sugerindo que fôssemos todos a algum lugar comemorar as últimas horas do Natal, mas não havia mais clima. Concordamos então de voltarmos ao nosso dormitório.

Assim que chegamos ao condomínio e descemos do carro, fui surpreendido por Gongchan, que me chamou para conversar em particular ainda no estacionamento.

– Serei direto. – ele disse assim que os outros três sumiram pela porta do elevador. – Eu sei que você é apaixonado pelo Sandeul hyung.

Meu coração acelerou ao ouvir aquilo e eu pulei assustado, negando imediatamente, gesticulando e fingindo não saber do que ele estava falando.

– Fale baixo!

– Não se faça de bobo, hyung. Assuma para mim a verdade e eu te darei uma informação valiosa.

– C-como é? – gaguejei.

– Isso mesmo que você ouviu. Eu tenho algo pra te contar, mas antes quero que você assuma.

– Ok, ok. – inspirei e expirei profundamente pela boca, fazendo “fumaça” e apagando com a mão depois. – Digamos que isso seja verdade...

– Assuma de uma vez!

– Aish, como você sabe?!

– Um gay reconhece outro a quilômetros de distância.

Espantei-me com a revelação, apesar de já suspeitar há muito tempo.

– Então quer dizer que você....

– Sim, eu sou. Não é novidade para você, né? – fui obrigado a concordar com a cabeça. – Agora diga. Você é apaixonado pelo Sandie hyung sim ou sim? – ironizou.

– Está bem. Sim, eu sou! – sussurrei.

– Eu sabia! - exclamou dando um pequeno soco em sua palma da mão, triunfante.

– Aish, agora me fale o que você tem para contar!

– Certo. Em primeiro lugar, não me mate. Minha intenção sempre foi a melhor.

– Chega de suspense! – me aproximei mais dele e olhei para os lado, certificando-me que não havia mais ninguém por ali. – O que você tem pra dizer?

– Bem... o hyung universitário não existe.

– Como é? – franzi o cenho, completamente confuso.

– Isso mesmo. Ele não existe. Na verdade o cara da foto é um primo meu, mas quem escrevia as cartas e mandava os presentes era o Jinyoung hyung. Tudo porque o Sandeul hyung andava muito triste. Você não sabe, e ele disfarça bem, mas a verdade é que ele sofre há muito tempo por um amor não correspondido. – estremeci ao ouvir aquilo. – Só quis que ele acreditasse que alguém o amava, nunca quis magoá-lo.

– Um amor não correspondido?!

– Sim. Se bem que... hum... não. Eu achava que não era correspondido. Pelo menos até alguns dias atrás..

Meu coração bombardeou meu peito. Não podia ser o que eu estava imaginando. Eu estava fantasiando coisas, com certeza.

– Você quer dizer que a pessoa que ele ama...

– Exato. É você mesmo, Sunwoo hyung.

Senti como se milhões de fogos de artifício estivessem explodindo em meu interior.

– Não acredito! – ri como um bobo.

– Pois é, mas acho que você não o merece...

De repente todos os dilemas que me perturbaram durante anos sumiram, e uma flama de confiança surgiu em mim. Minha “reputação” já não me importava mais. Eu queria Lee Junghwan desde o primeiro momento em que o vi, e agora era a hora de deixar meu próprio preconceito de lado e buscar a verdadeira felicidade ao lado de quem sempre fez parte dos meus sonhos.

– Eu.. eu farei qualquer coisa! – exclamei. – Posso me assumir para os membros, não ligo mais. Quero fazê-lo feliz, Channie. Me ajude!

– Está mesmo disposto?

– Pode ter certeza que sim.

– Hum... certo. Então me escute com atenção que eu tenho um plano.

x

O que Gongchan fazia com uma fantasia de Papai Noel em seu armário eu não sabia, mas o plano parecia mesmo perfeito.

Após muitas lágrimas, Sandeul havia decidido dormir.

Estávamos os outros quatro em nosso quarto. A estratégia da ideia de Gongchan resumia a surpreendê-lo em seu quarto, entregando-o em seguida seu presente de Natal. Tudo isso antes do relógio marcar meia noite.

– Você está ótimo! – sussurrou Shinwoo hyung quando terminou de arrumar o elástico da minha barba postiça.

– Vocês acham que vai dar certo? – perguntei apreensivo e um pouco incomodado em pagar tamanho mico.

– Mas é claro que vai. – disse Gongchan. – Agora vamos lá.

Em silêncio e com muito cuidado, adentramos o quarto de Sandeul e acendemos a luz. Ele repousava como um anjo em sua cama, seus olhos ainda vermelhos e inchados.

– Certo. – falei baixinho para ainda não acordá-lo. – No 3!

– 1... 2... 3...

Cada um dos três garotos começou a tocar seus sinos natalinos, e ele acordou com um pulo. Depois começamos a cantar em coro a música que eu havia escolhido para a ocasião, All I Want For Christmas Is You.

A princípio Sandeul se assustou, mas aos poucos foi despertando e se dando conta do que estava acontecendo. Ele esfregou os olhos, e eu o ajudei a descer da cama.

– Errr. Por que você está vestido de Papai Noel? – Ele bocejou e perguntou quando terminamos de cantar, estranhando aquilo tudo. – Vai fazer alguma caridade hoje?

– Bem, já vamos indo. – disse Jinyoung hyung. – Agora é com você, Baro!

– Boa sorte, Baro!

– Baro hyung, fighting!

Os três deixaram o quarto, e eu suei frio. Havia chegado o momento, e eu era péssimo quando se tratava de romance. Mordi o lábio inferior e rezei em pensamento para tudo dar certo.

– Não, não é caridade, hyung tolo!

– Então o que...

– Eu vim trazer o seu presente. Ainda faltam 10 minutos para o fim do Natal, e eu quero que esse seja o melhor de toda a sua vida. Ho, ho, ho! - forcei minha imitação falhada de Papai Noel, ainda constrangido.

– Ah, obrigado. Haha! Não precisava se preocupar... Eu já estou bem melhor..

– Ai, toma. Abre logo.

Retirei do saco de Papai Noel que trouxera comigo um pequeno embrulho quadrado e o entreguei. Sandeul sorriu e sacudiu a caixa, e estranhou que nenhum som foi emitido de dentro dela. Fez uma careta estranha e rasgou o papel de presente. Quando a abriu, me encarou com uma expressão confusa.

– Err... Não tem nada aqui dentro.

– Pois é, não tem.

Ficou em silêncio por alguns segundos, girando a caixa e tentando achar algo nela que justificasse o fato de ser um presente.

– O que isso significa?

E eu quis me enfiar dentro de um buraco negro naquele momento. Estava morrendo de vergonha, mas busquei forças dentro de mim para fazer aquilo e seguir com o plano.

– Que o seu presente está bem na sua frente.

– Hã?

– Sou eu.

– O que?

– Seu presente sou eu.

Ele caiu na gargalhada.

– Ei, eu estou falando sério! Não ria! Não é fácil pra mim fazer isso! – reclamei e limpei o suor que acumulava na minha testa com a luva branca.

E ele ficou sério de repente.

Engoli seco.

Me aproximei mais e tomei suas duas mãos. Seus olhos me diziam que ele estava tão emocionado quanto eu.

– Eu amo você, Lee Junghwan. Sempre amei e sempre amarei.

– Eu também te amo, Cha Sunwoo... Noel.

– Hahaha, seu besta!

– Ei, besta é você!

– Nem sou, você que é!

– Eu não!

E foi assim que passei a melhor noite da minha vida.

Brincando com o meu namorado.

Exatamente como sempre fazíamos.

Mas agora ele era meu.

E eu dele.


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Notas finais do capítulo

Bônus http://media.tumblr.com/tumblr_lvr3gbUkZI1qihfgk.jpg
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reviews são bem-vindas :]