... Fica. escrita por NatiL


Capítulo 4
A proposta




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Olhei pra ela, procurando entender algo pela sua expressão. Leah sempre muito fechada, não demonstrara nada. Simplesmente virou as costas, e deu a entender que era pra eu segui-la.

Caminhamos por um bom tempo. As vezes eu tinha vontade de conversar, mas sobre o quê? O que iria falar com ela, se tudo que eu receberia era uma resposta seca? É difícil pensar em lidar com ela..

Finalmente consegui enxergar luzes. Já era noite, Leah abria caminho para mim. As vezes ela parecia dar a entender que queria me cuidar, pois separava alguns galhos do caminho, e olhava pra tras constantemente. Seguimos em silêncio até sua casa, que ficava perto da mata. Entrei sorrateiramente, sempre atrás de Leah.

– Sente-se, eu já volto. - Falou, com uma aparência um pouco cansada.

Sentei em um sofá aconchegante, e esperei. Vi que ela foi em direção a cozinha, e percebi que estava demorando demais para voltar. Eu estava começando a ficar inquieta, então me levantei. Esfreguei as mãos, estralei os dedos, e nada de Leah. Então, vagarosamente, fui caminhando em direção ao corredor que dava pra cozinha.

– Leah? Leah você está aí? - Falei, cuidadosamente, como sempre que tinha que falar com ela.

Como não obtive resposta alguma, adentrei para a cozinha. Na bancada havia uma pilha de pratos sujos, e um copo d'água pela metade. Contornei a bancada, cuidadosamente e encontrei Leah caída no chão. Primeiro fiquei pasma. Paralisei e fiquei mirando-a, sem saber exatamente o que fazer. Depois me agachei, chequei seu pulso, uma das poucas coisas que consegui absorver do curso de primeiros socorros em que Edward se empenhou tanto pra me ensinar. Estava viva.

– Leah? Leah, por favor. Vamos, acorde! - Comecei a me desesperar ao ver a palidez tomando conta de seu corpo, do seu rosto.

Não podia deixá-la sozinha. De jeito nenhum. Mas não poderia deixar ela daquele jeito. Então peguei o copo de água e joguei em seu rosto, molhando os pulsos e a parte de trás do pescoço. Ela abriu ligeiramente os olhos, e logo os fechou de novo.

Apoiei sua cabeça em meu colo, e fiquei abanando-a, molhando seus pulsos com a agua gelada e checando sua pulsação. Aos poucos, ela foi recuperando a consciência. Olhou atordoada pra mim, como se tivesse em dúvida se eu estava ali para ajudá-la ou para matá-la pelas costas. Deve fazer parte da sua parte de lobo, desconfiar de todos que se dão bem com vampiros.

– Ei, ei.. Está tudo bem, não vou machucá-la...O que está sentindo? - Perguntei.

Então, ela ligeiramente levantou com um salto. Eu fiquei ali, ajoelhada, sem entender nada. Logo sua expressão fria retornou ao rosto pálido. Me levantei, e a olhei de perto.

– Leah, me conte o que está sentindo?

– Não estou sentindo nada Bella. Foi só uma tontura.

– Mas ainda está pálida. Por favor, confie em mim! - Falei em tom suplicante.

– Vamos falar sobre você, é a única coisa que importa para... todos, não é? - Sorriu, fraca.

– Porque não baixa a guarda um minuto? Estamos sozinhas aqui. Não há porque se proteger de mim. Eu sou totalmente inofensiva Leah! E eu quero saber o que está acontecendo com você sim. - Falei, começando a sentir o sangue subir pela minha cabeça e esquentar todo o meu rosto.

– Não importa para você. Você é a única que não deveria se importar! Sei que me odeia garota. E o que eu sinto por você não é muito diferente. Olha, o Jake virá pra casa para vocês conversarem. Chega no máximo até amanhã de manhã. Ficou meio preocupado. - Falou, desviando o assunto.

– Deveria deixar as pessoas cuidarem de você. Obrigado. Mesmo. - falei, saindo.

– De nada, abelha rainha.- Murmurou uma Leah meia desprotegida.

Dirigi abaixo de chuva, como era normal naquela região. Leah não saiu do meu pensamento por um minuto. O que estava acontecendo com ela? E porque eu deveria estar tão preocupada, considerando que nenhuma de nós duas era louca uma pela outra? Mas ela parecia tão frágil, inofensiva e doente ali, caída em meus braços. Não posso negar que fiquei preocupada. Agora, com Sue longe, eu não sei o que seria de Leah. Sempre tão isolada, triste e amarga. Leah é teimosa demais para aceitar viver longe dali com sua mãe. Mas tem amor demais por Sue, e por isso, aprovou seu casamento com um fotógrafo que estava a trabalho por ali.

Desde então, vive sozinha com Seth. E está mais amarga que nunca. Nunca tinha notado muito ela, mas ela não era nada feia. Alice deixaria ela uma princesa, pensei.

Cheguei em casa ansiosa. Jake estava fora faria uma semana no dia seguinte, e eu estava realmente com saudades do meu lobinho. Eu esperaria ele com suas frutas favoritas e um café da manhã regado a refrigerante, batatas fritas e hamburguers. Típico de criança, pensei, sorrindo.

Fui deitar cedo aquele dia. Depois de um cochilo assistindo um filme aleatório da TV, acordei com o telefone tocando:

– Bella? - Falou a voz sempre animada de Ali.

– Ali, minha amiga. - Falei, sorrindo.

– E então? Já estou reformando o quarto de hóspedes, está ficando a sua cara! Coloquei um papel de parede lindo, Esme aprovou, mas Jasper achou que você não iria gostar. Então me concentrei em você não consegui ver muita coisa. Andou com cachorros hoje? Vi que encontrou com Rose e Emmet, e deu alguma briga. O que aconteceu? Está tudo bem? Sabe... - Alice continuava. Ainda bem que vampiros não precisam respirar. Pobre de mim, simples mortal.

- Ali, calma por favor. Hum, ainda não falei com o Jake. Imagino que tenha acertado mesmo no quarto, espero que não tenha feito muitos exageros, você me conhece. Sim, eu fui falar com Leah para ela falar com o Jake para eu poder falar com ele. - Expliquei, rindo.

- Entendi. Acha que até a semana que vem já está tudo pronto? Quero comprar as passagens para você. E vou te buscar no aeroporto com aquelas plaquinhas, a sua vai ser decorada! E o que aconteceu entre você, Rose e Emmet? Está tudo bem? - Perguntou, um pouco aflita.

- Então, deu uma briga entre Emmet e Leah, mas foi tranquilo. Rose está magoada por causa de Edward ainda, então não vou considerar as palavras que ela me disse. Aliás, ela nunca foi com a minha cara, não sei se vai me aguentar muito tempo aí sem arrancar minha cabeça fora. - Suspirei.

- Está tudo bem, nós te amamos Bels. Ela vai ter que te aturar. - Brincou Alice.

Bocejei do outro lado da linha. Estava com um pouco de sono.

- Ali, vou desligar, tudo bem pra você? Amanhã logo depois de falar com Jake eu ligo pra você, informando se vou ou não. Não, tudo bem. Confirmando Ali. Risos

- Ok Bels, as vezes me esqueço que você é mortal e tem que viver dormindo. - Debochou Alice.

- HÁ HÁ HÁ. Engraçadinha. Beijos. Tchau. - Despedi-me, rapidamente.

- Beijos reles mortal. - Ali desligou.

Dormi rapidamente. Não tive sonhos. Foi um sono pesado. Acordei só com a música do despertador gritando. Levantei-me, e preparei tudo, esperando Jake. Sentei-me em frente a televisão, peguei o controle remoto e fiquei viajando pelos unicos três canais que pegavam na região. Felizmente achei um desenho animado que eu adorava: Bob Esponja. Me entreti olhando, quando alguém bate na porta.

Dou um salto do sofá, em direção a porta. O caminho é curto, nossa casa é realmente pequena. Mas eu não me importo. É tudo bem organizado e limpo. Jake me ajuda nas tarefas de casa. É engraçado ver aquele homenzarrão com um avental cozinhando em uma panela que fica mínima perto dele.

Abri a porta, e fui abraçada por um gigante. Que saudade daquele abraço, meu Deus. Eu nunca imaginara que sentiria tanta falta do Jake. Ele parecia mais forte, e mais cansado. E.. sujo!

- Jake, meu amor. - Falei, um pouco sufocada.

- Minha pequeninha! - Sorria ele, enquanto apertava cada vez mais o abraço.

- Jake, estou perdendo o ar. - Falei, o mais alto que pude.

Ele me soltou rapidamente. Colocou-me no chão, pegou meus rostos com as duas mãos e começou a me analisar, para ver como eu estava. Foi uma luta fazer com que ele fosse com os meninos. Eles sempre fazem isso, de sair, e Jake nunca vai para não me deixar sozinha. Dessa vez convenci ele de que cuidaria para não deixar nenhuma boca do fogão ligada, cuidaria pra não tropeçar, dirigiria com cuidado, essas coisas.

- Ei, ei, eu estou bem. - Falei, sorrindo e ao mesmo tempo roubando um selinho.

- Ainda bem minha pequena, ainda bem. - Falando isso, me beijou. Um beijo quente, com saudades, amor, mais saudades e nada de cuidado.

Sentamos na mesa para ele tomar café. Ele me obrigou a comer uma pêra. Comi demoradamente, para ele não me forçar a comer mais nada. Enquanto isso, ele devorava tudo que tinha na mesa, contando sobre o que viram na viajem. Então, finalmente chegou no ponto em que eu estava ansiosa para discutir: minha ida à casa dos Cullen.

- Então, apurei para chegar mais rápido porque Leah mandou um recado dizendo que queria conversar comigo. É algo sério? Parece que está tudo normal por aqui. - Falou, olhando em volta, e depois pro meu rosto.

Respirei fundo.

- Sabe que eu ainda tenho contato com Alice, não é?

Suas sobrancelhas arquearam imeditamente e sua testa enrrugou.

- Sim, sei. O que tem isso?

- Então, ela me fez um convite. - Falei, analisando sua expressão.

- Convite? Convite de que?

- Para passar uma temporada com os Cullen..

- COMO ASSIM? VOCÊ ESTÁ LOUCA, SÓ PODE! - Falou, já tremendo.

(continua)


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