Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 20
Danger line (parte 2 de 2)


Notas iniciais do capítulo

Oi, como vai você? L não morreu, oh! UAHEUAHEUHAUEHA pois é, eu não morri! (que pena né) UAEHAUAHEUA bem, finalmente, depois de sei lá quanto tempo, to postando de novo :B Perdi a conta de quantos anônimos foram no meu tumblr me pedir pra postar, mas nem no tumblr eu to entrando direito. Vocês não tem ideia, to estudando pra tantas provas no colégio, vestibular e tudo mais, velho, ta muito louco. Além de uns probleminhas aqui em casa, mas enfim. Vou parar de encher o saco de vocês e vou ao que interessa! Enjoy ♥



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- Eu não posso abandonar o John, mãe! – nessa hora senti o nó na minha garganta voltar. Senti minha vista ficar embaçada e ficou complicado até de respirar. Uma hora, as lágrimas começaram a sair. E eu pensei que eu não conseguia me lembrar quando tinha sido a última vez que eu chamei a Cassie de mãe.

- Você tem que ir – ela disse, dando ênfase no “tem”. Senti que ia chutar minha mãe se continuasse ali. Tirei a franja do olho, porque já estava me incomodando a um tempo e dei as costas à Cassie. Fui andando na direção da saída dos fundos do hospital. Eu nem sabia se o hospital tinha saída dos fundos, mas enfim. Achei uma placa que dizia “saída de emergência”, e passei por ela. Sim, essa era a saída dos fundos. Dava em um jardim muito bonito, e eu até teria parado pra reparar nas flores se eu não estivesse tão desesperada. Fiquei jogando a franja de um lado pro outro, mas parecia que quanto mais nervosa eu estava, mais ela caía no meu olho.

Comecei a chorar desesperadamente, e soube que não conseguiria parar, quando os meus soluços me impediam até de falar “Maria, pare com isso”. Sentei na grama, colocando o rosto entre as mãos tentando parar as lágrimas. Mesmo sabendo que elas não iriam parar. Mas que porra, por que tudo tem que dar errado pra mim?! Pior que a culpa do John ter piorado é minha. É, é minha, só pode ser. Só pode ser aquela porra de Mc Donald’s que eu trouxe pra ele, porra, como eu sou estúpida. O moleque acabou de sair do coma, e eu vou lá, dou a comida mais gordurosa do planeta pra ele. Não acredito que fiz isso, é inaceitável. Boa, Maria, muito boa mesmo. Matou teu irmão.

Não, não calma. Ele ainda não morreu – ainda. Caralho, por que eu tenho que ser tão pessimista? Se bem que não dá pra ficar muito otimista nessas horas né. Olhei pro céu, parecia que Deus tava olhando pra mim e falando “te fudi, garota”. Não, não. Idiotice minha isso. Na real, nem gosto muito de falar de Deus, então borá mudar de assunto? Aliás, nem sei com quem eu to falando. Deve ser a abstinência de nicotina, é isso. Peguei a carteira de cigarro dentro da jaqueta e tirei um. Isso ainda vai me matar, tenho certeza, mas quem liga, não é?

- Continua com esse hábito nojento?

Alguém falou atrás de mim. Girei o corpo, assustada pra ver quem era. Sim, isso mesmo, era Finn – meu pai – parado no batente da porta de emergência. Ele desencostou, deixando a porta bater e andou até mim, ficando parado ao meu lado, em pé. Bati na grama ao meu lado, pra que ele se sentasse. Ele olhou com um pouco de nojo, talvez pensando “ew, e sujar meu terno?” mas ele logo se sentou.

- Fazer o quê – respondi.

- Precisa parar com isso.

- Com o quê? Fumar?

- Não. Tem que parar de ser tão estressada.

Quantos anos de cadeia será que eu pego se eu espancar meu pai?

- Digo – ele se corrigiu, quando eu ia abrir a boca pra me defender – ansiosa. É, acho que você se precipita demais.

- Sobre o que você ta falando? É sobre o John?

- Sobre você e sua mãe. Achou que eu não estava vendo?

- Não sabia que estava ali. Você nunca está.

- Maria – ele disse, colocando a mão no meu ombro, mas encarando o chão – ah. Eu não quero falar sobre isso.

- Sobre o quê? Sobre você nunca estar presente? Ou sobre como você ignorou o fato de que seu filho estava em coma e sua filha tinha saído de casa? – tentei falar o mais baixo possível, mas minha voz se elevou em cada vírgula.

- Filha, se acalme, por favor. – ele disse, levantando o olhar pra mim. Seus olhos estavam vermelhos, muito vermelhos. Ele piscou várias vezes, talvez impedindo o choro. Eu nunca vi meu pai chorar. – Eu não quero brigar com você. Pelo menos, não por enquanto – ele disse, deixando escapar um riso pelo canto da boca. – Mas você precisa voltar para onde é sua casa agora. Este ambiente não é bom pra você. Vamos mandar notícias, eu prometo!

- Tsc.

Arranquei um pouco de grama com os dedos, enquanto sentia o pesado olhar de meu pai sobre mim.

- Eu te peço – ele disse, pegando minha mão – como seu pai. Como um cara que se preocupa com você.

Limpei as lágrimas com as costas da mão.

- Vou pensar. Eu juro.

Ele sorriu, antes de se levantar e ir na direção da porta.

- Ah – ele disse, antes de se virar – mas depois você vai me contar direitinho o que você anda fazendo com aquele seu amiguinho tatuado.

Impossível não rir. Era o meu pai, mas parecia que ele tinha voltado a uns dez anos atrás.

Fui fumando um cigarro atrás do outro. Não que eu ache isso bom ou legal, algum dia eu ainda morro por causa dessa merda. Mas o que vou fazer? Nem vou tentar parar, sei que não vou conseguir. Levantei, fumando o final do quarto ou quinto cigarro. Joguei a bituca no chão antes de entrar no hospital de volta, procurando por Billie.

Ele estava sentado no banco na frente do quarto de John, com os fones de ouvido. Sua expressão não estava das melhores.

- Tá tudo bem? – perguntei, com as sobrancelhas arqueadas, sentando ao seu lado.

- Não – ele disse, fazendo um bico – Katy termina o tratamento hoje e a mãe vai levá-la pra casa, em Wisconsin.

- Pelo menos ela tá bem agora né? Já que ela terminou o tratamento.

- É – ele disse, olhando para seus pés e deitando a cabeça no meu colo logo depois.

- Ei – falei, enquanto mexia em seu cabelo – que tal se a gente voltasse pra Oakland?

- Nossa, por quê? Já te disse, eu vou ficar aqui quanto tempo for necessário. Não ta querendo voltar por minha causa né?

- Na verdade não... Só acho melhor voltar mesmo. John piorou. Minha mãe e meu pai já foram falar comigo e pediram pra eu voltar...

Billie apenas assentiu.

- Billie – chamei, o mais docemente possível – eu realmente não queria que estivesse passando por isso. Não queria mesmo. Isso é coisa minha, coisa da minha família. Eu não reclamo que esteja aqui, não, longe disso. Só acho que deve ser um tanto chato pra você estar aqui então...

Quando percebi, Billie estava me beijando.

- Esse é um ótimo jeito de me fazer calar a boca – falei. Ele riu.

- Quando você quer ir?

- O mais rápido possível, eu não aguento mais ficar aqui – falei, deixando uma lágrima escorrer pela bochecha sem nem tentar impedir – machuca demais.

Billie levantou, me pegando pela mão e fomos até meus pais. Nos despedimos e tal, pegamos nossas mochilas, que estavam embaixo do banco e pedimos um táxi até o aeroporto – depois de minha mãe prometer que eu ia ligar todos os dias, e que eles mandariam notícias.

Já no aeroporto, pegamos o primeiro voo Los Angeles – San Francisco. Billie estava visivelmente cansado, e eu não o culpo. Ficamos apenas de mãos dadas sem falar nada até que o avião chegasse, dividindo os fones de ouvido do iPod de Billie, ouvindo Ramones. O voo também não foi grande coisa. Tirando que eu passei mal, de novo, mesmo sem turbulência. Ai, Maria, como você consegue ser tão fraca? E eu nem tinha bebido nada dessa vez. Aí tem coisa, ai, ai. Só me falta ter uma infecção estomacal.

Chegamos à San Francisco e eu quase beijei o chão quando aterrissamos. Viajar de avião é foda. Pedimos um táxi, e fiquei olhando a chuva cair batendo na janela enquanto cantarolava uma música do The Who. Quando chegamos em casa, Billie abriu a porta e entramos, em silêncio. Tré e Mike não estavam em casa. Billie seguiu para seu quarto, em silêncio.

Cogitei a ideia de ir até o quarto dele e perguntar o que tinha acontecido, mas a porta estava fechada e eu hesitava toda vez que tentava tocar na maçaneta. Achei melhor deixá-lo ali. Não sabia se estava com dor de cabeça, cansado, ou sei lá o que.

- Billie – falei, depois de um tempo, batendo na porta – vou sair um pouco ok? Volto mais tarde.

- Não, Maria, espera. Temos que conversar.

Ai meu Deus. Ai meu Deus. Ai meu bom Senhor, o que ele quer conversar? Pela voz dele, não é coisa boa.

- O... O que foi?

- Onde você vai?

- Não sei. Provavelmente a algum bar, ou a alguma loja de CDs.

- Maria... Ah, cara.

- Billie, fala!

- Sabe, eu já quero falar isso com você a um tempo. Não queria que fosse nesse momento, nessas circunstâncias, mas vai ter que ser. Você tem que parar de se comportar como uma adolescente, Maria! Você já é maior de idade, tem que cuidar da sua vida.

- O que quer dizer?! – falei, franzindo o cenho. Mas que porra?! Por que raios Billie decidiu falar aquilo naquele momento?

- Quero dizer que não tem como você ser tão irresponsável, já com 18 anos.

- Irresponsável?! Billie, você cheirou merda?! Ta falando igual ao meu pai, e por que veio me falar isso assim, do nada? Tsc.

“Tsc.” Sempre falo isso quando to com raiva. Cruzei os braços esperando uma explicação.

- Maria – Billie disse, passando a mão no cabelo – você sabe que eu te amo.

Impossível não amolecer.

- Mas – ele continuou, colocando as mãos nos meus ombros dessa vez – não tem como você sair por aí quando der na telha. Não é só ciúme meu, é preocupação mesmo. Lembra da festa na casa do Frank? Que você fumou maconha?

- Você ainda lembra dessa porra?! – falei, alterando o tom de voz e tirando as mãos dele dos meus ombros. Meu estresse já estava num nível bem alto por causa de John, e eu te recomendaria manter uma distância saudável de mim numa hora como essa – Billie, aquilo faz quase um mês! E, tudo bem, eu errei! Mas foi uma vez! – falei, mostrando o número “um” com o dedo – Uma só! Ah, vamos! Isso não é desculpa.

- Sabe, Maria. Eu não duvido que você ache alguém na rua assim que você sair que te ofereça maconha. Porque as coisas são assim. Eu quero te proteger. Eu já notei o quanto você é ansiosa, se estressa fácil, no mínimo você vai sair e fumar uns dez cigarros.

- E se eu fizer isso? – falei, estressada – Que te diz respeito? Você não é meu pai.

- Eu sou seu namorado – ele disse, gesticulando com as mãos – E pretendo ser teu marido.

Todo o sangue do meu rosto se concentrou nas minhas bochechas naquela hora. Que porra, Billie. Vem brigar comigo e no meio da briga vem falar de querer casar comigo.

- Não adianta, você não vai me deixar menos estressada ou me amolecer por causa desse comentário. – falei, com os dedos nas têmporas.

- Não interessa, Maria, eu não quero te amolecer. Só quero que tu te cuide.

- Isso me pareceu uma ameaça – falei, arqueando as sobrancelhas.

- Você – ele disse, apontando um dedo pra mim – vai te fuder muito se não me ouvir. Ta entendendo? Falo isso pro teu bem.

- Para com isso! Você não é o meu pai e tá falando igual a ele! Tsc. Eu sei me cuidar, tenho 18 anos!

- Já tive sua idade e fiz muita merda. Não quero que você faça igual. Me arrependo de muita coisa.

- Tsc.

Fiquei com os braços e encarando as paredes. Sentia pesadamente o olhar de Billie sobre mim, mas não pretendia dar o braço a torcer. Sou teimosa, sempre fui. Também, foda-se.

- Só me preocupo com você – ele disse. Ou melhor, gritou.

Olhei pra cima, buscando forças pra me acalmar.

Bem, eu não as encontrei.

- Pro inferno você e tua preocupação! – gritei e corri pra fora de casa, batendo a porta e ouvindo Billie gritar meu nome logo atrás. Vi o carro de Tré no fim da rua, mas nem me dei ao trabalho de parar pra falar com ele.

Ajeitei a blusa que estava usando, tentando amenizar o frio. A chuva começava a cair torrencialmente, e ia ser impossível acender um cigarro ali. Minha vontade era encontrar alguém vendendo maconha só pra mostrar pro babaca do Billie que eu sou teimosa mesmo e foda-se.

- Ah, claro, Maria. Como se você fosse achar um cara vendendo maconha em qualquer esquina de San Francisco – falei, sozinha, enquanto encostava embaixo de uma sacada e acendia um cigarro.

Joguei a bituca no chão e pisei com o coturno. Fiquei encostada na parede, pensando se ia pegar outro cigarro ou não.

- Tsc. Que feio – uma voz falou do meu lado.

- Quem é tu?

- Difícil fumar em dia de chuva né? – o menino disse, pegando um cigarro do bolso – Me empresta um isqueiro?

- Quem. É. Tu?

- Meu nome é Duff. Me empresta um isqueiro?

Emprestei o isqueiro pro guri, com as sobrancelhas arqueadas. Ele era moreno, tinha o cabelo arrumado num topete – com certeza era taxado de gay se estivesse na escola – e tinha alargador. Geralmente eu acho isso coisa de viado, mas nele ficou até bacana. Tinha tatuagem nos dedos, que nem eu, que dizia “Love” em uma mão e “Less” na outra. Irado. Tinha uma deathbat, de Avenged Sevenfold, na mão e mais outras pelo braço que não deu pra ver por causa do casaco da GAP que ele usava.

- Muito feio o que tu fez. Tsc – ele disse, estalando a língua.

- Que caralho, do que tu ta falando?

Ele apontou com a cabeça pra bituca que eu tinha jogado no chão.

- Foda-se, velho. – falei. Ele riu.

Puxei mais um cigarro da carteira. O menino tava começando a me incomodar. Ficou ali, parado, do meu lado, sem falar nada.

- Fuma só cigarro? – ele perguntou, depois de um tempo.

- Não. Gosto de fumar pirulito de vez em quando. – falei.

- Não, babaca. Quero dizer. Maconha, porra.

- Ah. Não. Só uma vez.

- Quer arrumar umas Marijuanas?

Sorte ou azar? Bem, eu tava procurando alguém que vendesse maconha numa esquina de Oakland, certo? Melhor deixar guiar pela sorte.

- Pode ser.

Ele acenou com a cabeça, pra eu segui-lo. Ele foi andando, sempre olhando pros lados, como se estivesse se escondendo de alguém.

- Ó, naquele beco ali – ele disse, apontando com o dedo. Será que eu devia confiar mesmo num estranho? Sei lá, acabei de conhecer o menino, e ele tinha uns olhos pequenos e uma baita cara de psicopata. Sei lá, vai que ele me estupra e me mata naquele beco?

Que isso, Maria. Tu anda vendo CSI demais.

- Relaxa, menina – ele disse, virando pra mim antes de entrar no beco – não vou te assaltar nem te estuprar. Só vou te arrumar um fumo, não é isso que tu quer?

Assenti e entramos no beco. Tinham uns adolescentes ali, cinco ao todo. Dois garotos e três meninas. Espera, eu conheço aquela ali cheia de tatuagens e cabelos pretos descoloridos.

- Kat?! – falei.

- Puta merda. – ela reclamou.

Quem diria que eu iria encontrar a minha tatuadora num beco fumando maconha.

- Que faz aqui, menina? – ela perguntou – Isso não é lugar pra você.

- Tsc.

Ando falando “tsc” demais hoje. Deve ser a raiva.

- Deixa eu te apresentar a galera – disse Duff – Alex – ele disse, apontando pro menino de cabelos castanhos meio bagunçados – Jesse – ele apontou pra um menino baixinho, devia ser o mais novo, de moicano – Kat, você já conhece. Lisa – uma menina de cabelos pretos, também em um moicano – e Elena – uma menina morena, de cabelos castanhos, presos numa bandana vermelha.

- Maria – falei, dando um meio sorriso.

- Veio fazer o que aqui? – perguntou Alex, com um sorriso maroto.

- O que você acha? – falei erguendo o cigarro e rindo logo em seguida. 


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Notas finais do capítulo

"Aí tem coisa, ai, ai. Só me falta ter uma infecção estomacal." INFECÇÃO ESTOMACAL, MARIA? PFVR, DEIXA DE SER LERDA ~se é que vocês me entendem~ UAHEUAHEUAHEUAUHE -okparei
Ah, eu me inspirei no Alex Turner pra fazer o Alex da gangue ta? awn :3
Gostaram?? O que acharam? O que vai acontecer com John? E Maria? E Billie? E os punks, Duff, Jesse, Kat, Elena e Alex? Não perca o próximo episódio de MWG - LOL
AUEHAUEHUA deixem reviews, hein? Caprichei nesse capítulo u.u
PS.: um anônimo foi no meu tumblr hoje e eu disse que até a meia-noite eu postava. Mas como eu sou muito rebelde, eu postei à meia-noite e quarenta e sete minutos ALK,MSCJDASMCNDKJ,MCL
amo vocês! vou tentar não sumir UAHEUAHE xoxo L