23- Acordar.

Kendall P.O.V.:

Eu era um idiota! Justin estava pertíssimo da morte por causa de mim! E, ele ainda se chamou de fraco, quando eu pedi a ele para resistir. Quando eu disse a ele que ele não era fraco, ele respondeu que eu mesmo havia dito a ele que ele era fraco. Aquilo me matou por dentro. E então Justin desmaiou. E eu entrei em pânico. Comecei a sacudi-lo violentamente, na tentativa de acordá-lo, em vão, até Selena conseguir sair do choque e me parar. Selena pediu ajuda, ligando para Mirage, e logo Justin estava indo para a emergência. Eu e ela fomos para o FBI de Miami, depois fomos para o hospital que Justin estava sendo cuidado, na verdade, ele estava em cirurgia, para remover as balas e corrigir os estragos que os tiros que ele recebeu haviam feito. Os tiros que deviam ter sido meus. Ele me derrubou para me salvar. Ele estava praticamente morrendo por mim.

Os dias passaram, e eu ficava cada vez pior. Justin estava em estado gravíssimo, em coma, e, durante quase uma semana, ele quase fez meus pais e eu termos um ataque cardíaco. Assim que eu o vi deitado naquela cama, com sondas entrando nele pelo nariz, máscara de oxigênio para que ele respirasse, soro, agulhas, as duas pernas engessadas, e outras coisas, eu descobri que ele ia de mal a pior. Justin parecia dormir, mas eu sabia que não era tão simples assim. A cada dia, ele ficava na mesma posição. Não movia um músculo sequer. Eu pensei que ele estivesse morto ali, mas as máquinas conectadas a ele mostravam que ainda havia vida nele.

No sexto dia de internação, me disseram o que eu queria ouvir fazia um tempo: Ele estava estável. Podia me ouvir, só que ainda não tinha acordado. E eu aproveitei aquela notícia. Quando eu fiquei sozinho com Justin, meus pais haviam saído para resolver coisas normais, e eu havia dito a Selena para ficar no hotel por um tempo, para o próprio bem dela, senão ela teria um colapso nervoso, eu conversei com Justin. Assim que eu me vi sozinho com Justin em coma, eu me sentei numa cadeira perto de sua cama, e coloquei minha mão direita no cobertor branco.

- Oi, Justin. – Falei. – Eu sei que você está me ouvindo, e sei que não quer me ouvir. – Eu suspirei. – Eu... Quero pedir desculpas. Por todo mal que eu fiz você passar durante o tempo que você passou com a gente. Pelo que eu disse, que te fez voltar pra casa, e ser raptado... Eu sinto muito, muito mesmo... Você não é frouxo... Não é fraco... – Dei uma pausa. Já estava soluçando, segurando sua mão direita. – Você não é nada do que eu sempre disse que você era. Não acredite em nada do que eu disse. Nunca acredite naquelas idiotices, Justin.

Eu baixei a cabeça, e comecei a chorar. Não lembrava a última vez que havia chorado. Por Justin, então, eu nunca havia chorado. Nem percebi que Justin estava acordando. Eu comecei a dizer que era um idiota, e pedir perdão a Justin por ter sido o canalha que fui.

- Você... – Murmurei. – Você pode ser pequeno, mas é...

- Corajoso? – Uma voz rouca perguntou. Eu não percebi, mas a voz era de Justin. No mesmo segundo, Selena apareceu na porta.

- Sim, e... – Eu gaguejei.

- Que nem o Brad Pitt, só que mais novo? – Justin perguntou de novo.

- Talvez, mas... Eu não quero perder você, Justin. – Completei.

- Não vai. – Ele disse, abrindo os olhos e se erguendo. Selena arregalou os olhos e foi até Justin, e eu me levantei.

- Você está bem! – Falei, abraçando-o, rindo de surpresa. Ele recebeu o abraço com um sorriso fraco, e Selena se juntou a nós dois. Ela começou a lhe dar beijos na bochecha, e quando eu me soltei de Justin, ela começou a beijá-lo nos lábios. Eu não deixei de me surpreender, mesmo sabendo que Justin tinha um caso com Selena, era estranho. Mas eu não fiz nada, só sorri, ao ver Selena com lágrimas nos olhos, com a mão direita no rosto de Justin, sorrindo.

- É muito bom te ver vivo. – Ela disse, antes de selar seus lábios novamente.

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Selena P.O.V.:

Eu não acreditei quando vi Kendall chorando, com a cabeça jogada no cobertor da cama de Justin. Não acreditei quando Justin começou a falar, também. Quando ele abriu os olhos e se ergueu, então, eu pirei. Fui até ele, enquanto Kendall o abraçava, e me juntei a eles. Eu lhe beijei na bochecha, e, quando Kendall o soltou, o beijei normalmente. Era espontâneo. As lágrimas e os risos nos intervalos dos beijos, eu acariciava o rosto de Justin, enquanto ele segurava minha mão livre.

- É muito bom te ver vivo. – Falei, antes de beijá-lo mais uma vez. Daquela vez, Steve e Kate, os pais de Kendall e Justin, apareceram. Me flagraram beijando o caçula deles, mas, por incrível que pareça, eles nem se preocuparam. Eu me separei de Justin, e ele foi abraçado por seus pais. Pude perceber que ele não tinha tanta animação ao vê-los, mas eu até podia saber o motivo.

Flashback On:

-P-por quê? – Perguntei a Kendall. – Por que ele fez isso? Você sabe? Ele deixou algum recado?

-Não, não deixou nada... – Eu respondi. – Por quê? Eu acho que... Que ele não agüentou mais.

-Aguentou o quê? – Insisti. Ele suspiro.,

-Meus pais. – Kendall me respondeu. – Eles... Estavam meio que deixando ele de lado, por causa... Por causa de mim.

-Como assim? Por que?

-Eu resolvi seguir o caminho do meu pai, ser piloto de T-180, e eu virei o xodó da família. – Kendall disse. – Eles ficavam cada vez mais distantes de Justin.

Eu abri a boca.

-Por que você acha que ele passou a ficar no computador o dia todo? – Kendall perguntou. – Ele procurou alguma coisa para afogar as mágoas.

Joguei meu corpo para trás, e coloquei a mão na testa.

-Como você sabe disso? – Eu perguntei a Kendall.

-Eu li. Ele tem uma espécie de diário no computador. – Ele disse. – Uma noite, eu abri esse arquivo, e li tudo. Tudo o que ele dizia, que as coisas estavam péssimas, que ele sentia falta do meu pai e da minha mãe, por minha causa.

-Você tem mesmo essa mania de ver as coisas dos outros, não é mesmo? – Eu disse. Ele riu.

Flashback Off;

Eu nem me imaginava passando por tudo aquilo que Justin passou.