Lembranças escrita por tsubasataty


Capítulo 11
Capítulo 10




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Marcelo apareceu na garagem e veio em nossa direção. Lorenza disse novamente o que tinha acontecido e os dois correram para dentro de casa, me deixando sozinho na entrada.

Escutei os passos e as vozes dos dois ecoando pela casa.

Eu não era útil ali.

Respirei fundo e caminhei até a rua, me sentando na calçada. Eu continuava gostando de Lorenza e era da mesma sala que ela, no entanto, nem para isso ela precisava da minha ajuda.

Fiquei perdido em lembranças vagas enquanto o tempo passava. Quando escutei passos vindos próximos da garagem foi que me levantei e, sem olhar para trás, corri pela rua até alcançar a esquina.

Eu só queria agora um momento sem ninguém por perto.

Fiquei andando sem rumo e só voltei para casa quando o sol sumiu completamente do céu. Observei a escuridão acima de mim. Não vi nenhuma estrela, e a própria lua estava escondida pelas sombras.

Não sei como, mas isso me entristeceu ainda mais.

Parei em frente à minha casa e levei meu dedo à campainha, deixando que ele congelasse um instante no ar antes de finalmente tocá-la. Fiquei assim até que a luz da garagem foi acesa e eu vi meu pai acenando para mim.

Entrei em casa sem dizer nada e segui para o banheiro.

Mergulhei minha cabeça embaixo do chuveiro e fechei os olhos, deixando que toda a água cobrisse meu corpo. Mesmo sendo um gesto simples e comum, era reconfortante ser aquecido por um banho.

Sem querer pensar em nada, só continuei ali, debaixo da água.

Quando retornei ao meu quarto, vesti a primeira roupa que vi, mas logo que busquei pelo meu par de tênis, não o achei em lugar nenhum. Saí para o corredor sem olhar para os lados e acabei esbarrando em Marcelo.

-Lince,olha por onde anda hein.

-Ah, foi mal.

Mesmo não estando a fim de papo, nem sei porque perguntei o que perguntei:

-E o diário,acharam?

-Não, nem sinal.

Meu irmão continuou em frente até que sua sombra desapareceu no corredor.Voltei minha atenção ao tênis e pensei num lugar em que ele talvez poderia estar: no quarto de Marcelo.

Segui para o cômodo ao lado e abri a porta.

Verifiquei embaixo da cama, no guarda-roupa e jogado num canto; em nenhum desses lugares o encontrei. Dei uma olhada ao redor e meus olhos pararam num espaço entre o criado-mudo e a parede. Fui até lá e não o encontrei também. Minha atenção se fixou foi na ponta de um objeto escondido embaixo no móvel e, sem fugir da curiosidade, quando arrastei o criado-mudo para frente, arregalei os olhos descobrindo o que era.

Diante de mim, a poucos centímetros de distância, estava o diário de Lorenza.


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