Aquele barulho estridente do maldito despertador soava no meu ouvido, indicando que eu deveria me levantar, antes que minha mãe fizesse esse favor a mim. Ela iria jogar na minha cara feia que eu poderia estar no dormitório da UCLA, acordando com um estranho na cama e uma ressaca. Que foi? Sua mãe não falaria isso? Pois bem, a minha amada mãe, vulgo Mary Smith falaria.

Você deve está se perguntando, quem é você? Eu sou um bolinho de arroz... Mentira, os bolinhos de arroz são mais bonitos do que eu. Eu me chamo Hanna Smith, tenho dezoito anos e estou acordando cedo em uma bela manhã de primavera ou verão -quando se mora em Los angeles não consegui decifrar direito as estações, ou, eu sou burra demais para isso- , para o primeiro dia de mais um terceiro ano infernal. Isso mesmo que está pensando, repite o terceiro por faltas, pelo menos agora estou na mesma classe que a minha estimada e patricinha amiga Megan Clark.

Apresentações feitas, voltando a rotina.

Espreguicei-me da cama, e acabei caindo da mesma, havia esquecido que estava na beirada.

– Merda - reclamei me levantando e indo até o banheiro de meu quarto.

Claro antes eu tinha que tropeçar na montanha de roupas jogadas em pontos estratégicos de meu quarto

– Merda ao quadrado, quem coloca roupas no chão? Ah eu. - resmungei continuando com a minha caminhada árida até o banheiro.

Tomei um banho demorado para melhorar minha feiura externa e escovei meu dentes para tirar o amarelho dos mesmos. Depois de toda o ritual da manhã, fui até meu guarda-roupas em busca de uma peça de roupa limpa. Missão impossível baby.

– Vamos ver... Essa blusa aqui - peguei uma dobrada de qualquer jeito. Mas antes dei uma cheirada nela - Dá pra usar - joguei ela na cama e depois peguei uma calça jeans preta e meu amado All Stars preto.

Devidamente vestida e com a minha habitual maquiagem forte, era hora do lanchinho. Peguei minha mochila que estava arrumada desde ontem, muita emoção não?

Desci o único lance de escadas da minha casa como uma criança serelepe.

– Melequinha aí está você! - berrou minha mãe me assustando fazendo-me tropeçar no último degrau.

– Auch mãe - resmungei massageando minha bunda. Que foi? E bunda mesmo - Poderia não me chamar disso

– Mas você vivia tirando meleca do nariz quando era criança - argumentou.

Mas ninguém precisa saber.

– Tá mãe, mas me chame assim só quando estiver em casa - falei pegando minha bolsa e jogando-a no sofá da sala - Tem comida? - Perguntei com os olhos brilhando, certeza.

– Vem - falou se dirigindo a cozinha e eu acompanhei - Tem panquecas.

Santo Deus, eu amo mais panquecas que a Josefina, minha bateria. Eu não tive infãncia, okay dude.

– Hanna tem como aparecer em casa para o jantar? - perguntou mamis enquanto eu estava comendo como uma animal famito.

– Claro, mais porque? - questionei com a boca cheia.

–Quero te apresentar meu novo namorado - respondeu suspirando.

Ave maria, outro? Minha mãe arranja mais namorado que eu. Sacanagem.

A campainha tocou, só significa uma coisa, a CIA me achou. Dei um tchau para minha mãe que estava sonhando acordada, peguei minha mochila que estava no sofá e abri a porta.

– Pode me prender, eu me rendo - falei

– Tá louca garota? - Meg falou me olhando assustada.

Apenas ri e fechei a porta atrás de mim.

– Eu ainda me pergunto o porque de você não ter um carro - falou Meg me fuzilando.

Compra você folgada, ela tem carteira de motorista. Eu comprei algo útil para a humanidade.

– Pelo fato de que eu queria a Josefina - respondi como se fosse óbvio.

O High School Gerald White ficava apenas três quadras de nossas casas, então seria desperdício de gasolina, que causa o efeito estufa e consequentemente o degelo. Okay, parei.

Chegando na fachada da escola pública eu até senti um friozinho na barriga. Talvez fosse efeito das várias panquecas que comi, mas não, eu tinha repitido de ano e como não sou a pessoa mais descolada ou popular desse mini portal do inferno, era na certa que teria que aguentar tipo de brincadeiras.

– Gostou tanto do terceiro ano né Smith - não disse!

Hilarry Folws a capitã das líderes de torcida fez a questão de me pertubar como sempre. Loira, oxigenada e com bronzeado mais artificial do que suas amigas, ela era da mesma sala que Meg ano passado. Agora seria da nossa sala.

– Vai ver se eu estou na esquina - respondi sem paciência - Honey não se preocupe, não vou roubar seu ponto tá? - terminei sorrindo falsa.

Ela só bufou irritada saindo com as suas outras hienas oxigenadas.

– Belo dia não? - comentou Meg olhando por onde a Hilarry havia passado.

– Melhor impossível - respondi.

O resto da manhã na escola foi suportável. Nas três primeiras aulas fiquei dormindo e nas outras com o meu Ipod me deliciando com Avenged Sevenfold. Eu já sabia das matérias, seria perda de tempo prestar atenção.

Depois de tocar o sinal da última aula me despedi da Meg, e fui até uma loja comprar uma camiseta do Kiss que eu estava namorando a séculos.

Fiquei o resto da tarde enrolando em uma lanchonte, com um misero Milk-Shake, até que meu cérebro capitou uma mensagem lúnatica. Sem exageros vai, eu apenas recebi uma mensagem da minha mãe falando do tal jantar.

Voltei para casa correndo mais que os jogadores de futebol americano. Quando cheguei minha mãe estava arrumada, com um vestido preto básico, é ela estava bonita.

– Vai tomar banho - esbravejou ela.

Eita, ela está nervosa.

Tomei um banho na velocidade da luz e vesti um short e a minha camiseta nova e calcei meus All Stars e me maquiei mais leve, para não assustar o novo namoradinho. Quando estava terminando de passar o lápis de olho minha mãe de chamou.

Desci o lance de escadas correndo, olhando para os degrais para não tropeçar.

– Cheguei mãe - falei descendo o último degrau.

– Até que enfim - minha mãe comentou sorrindo.

Levantei meu rosto e vi que ao lado dela estava um homem de meia idade, bonito por sinal.

– Olá - comprimentei acenando a cabeça

– Olá Hanna, sua mãe comentou que você era linda, mas eu não sabia que era tanto - comentou sorrindo. Okay esse cara precisa de um óculos - Vou ficar de olho no Jake, a próposito meu nome é Thomas.. - ele não terminou, pois a porta da sala se abriu e passou por ela quem eu nunca pensei que viria na minha vida tirana.

– Pai poderia ter me esperado - disse indignado.

Jake Pitts estava na minha sala me olhando como se fosse um pedaço de carne.