A sala era grande, os móveis antigos, as prateleiras encostadas na parede lotada de livros. Atrás de uma mesa grande de mogno, uma garota de cabelos rubros estava sentada, em uma grande cadeira de couro com os braços cruzados.

Sentada sobre um dos armários de registros, estava uma garota de cabelos castanhos avermelhados, e olhos castanhos perigosos. As mãos apoiadas ao lado das coxas, com as unhas compridas pintadas de preto, combinando perfeitamente com suas roupas escuras.

Ao seu lado, encostado no armário, com um rosto quase tão emburrado quanto o da garota, um garoto alto. Ele tinha a mesma cor de cabelo e olhos da garota. Seus músculos faziam pressão contra a camiseta preta que usava, enquanto seus braços estavam cruzados no peito.

Do outro lado da sala, Megan e Leah estavam encostadas uma ao lado da outra, perto da janela. Ansiando que pudessem esquecer que tinham recebido aquela missão e saltar do parapeito para que pudessem voltar a sua cidade, era impressionante o quanto elas odiavam Houston naquele momento.

A sala e a casa pertenciam à família Corbel, constituída da mulher Jennifer, seu marido Dominic, e a filha Sophia.

Eles seriam uma família muito feliz se Dominic não fosse um fabricantes de armas, e se sua ultima invenção não tivesse chamado tanta atenção de uma gangue perigosa pelo país. Ao contrario do que a organização previu, a gangue era coordenada por um homem conhecido apenas como Raavi, tanto é que a gangue seguia o mesmo nome dele.

Raavi era o principal vendedor das armas que chegavam ao mercado negro de Nova York e principalmente de Los Angeles. Por isso era de vital importância as missões de Megan e a de Sean. A missão da morena parecia no começo bem simples.

Ela tinha que ser babá de Sophia Corbel, junto do casal de irmãos e de Leah. Parecia muito para uma garota só, mas Sophia era uma garota rebelde e que não tinha um pingo de juízo na cabeça.

Por isso os 5 estavam confinados na casa de campo dos Corbel, até que Jennifer fosse liberada pelos guardas e pudesse retornar a casa, ou que Dominic fosse achado, já que o próprio tinha sido raptado pela gangue.

Sophia era o próximo alvo, então a chefe dos irmãos, Elliot e Amber, os tinha deixado ali junto da garota para que conseguissem protegê-la.

- Então, vocês estão aqui como meus guarda-costas? – perguntou Sophia, sentada na cadeira com os braços cruzados, sentindo o poder que seu pai tinha ao usar aquele escritório.

- Sim, mas com a simples diferença de que se você sair demais dos limites nós te apagamos. – Amber disse.

- Quer dizer que vocês me matariam? – a ruiva disse.

- Não, se matássemos você a missão não serviria de nada. – Megan disse. – Nós só vamos nos certificar de que você fique dormindo até que seus pais cheguem e que não precisem mais de nossos serviços.

- Eu quero sair. – Sophia disse.

- Você é surda? Não podemos sair daqui. – Elliot disse.

- Se vocês estiverem do meu lado eu posso, e é melhor que eu saia com meus seguranças do que sair sozinha. – disse Sophia, teimosa como sempre.

- Ela tem razão. – Leah disse.

- Eu não quero nem saber se ela tem razão, ninguém vai sair daqui até segundas ordens. – Megan disse, perdendo sua paciência.

- E quem te fez líder dessa missão, filhinha de papai? – Amber perguntou.

- Sua mãe quem sabe, porque se você e seu irmão não fosse tão emprestáveis talvez nem precisássemos estar aqui. – Megan disse.

- Quem você pensa que é para dizer isso? – a garota disse, saltando de onde estava e indo em direção a Megan.

A morena já estava prestes a pegar sua arma, quando Leah apareceu entre as duas.

- Já chega, ninguém vai sair dessa casa e vocês duas vão ficar separadas até que estejam dispostas a trabalhar sem brigar. – Leah mandou.

As duas pareceram ficar tão surpresas com a resposta da loira, que se calaram. Elliot saiu de seu lugar e se aproximou dos outros.

- Chequem todas as janelas, tranquem com cadeados e escondam às chaves, ninguém sairá daqui até que seja seguro. – o garoto disse. As jovens concordaram. – Amber, você poderia ficar com a garota?

Amber pareceu querer responder, até abriu a boca para dizer algo, mas o olhar perfurante de seu irmão a calou.

- Claro. – ela disse, entre dentes, sem muito sucesso ao tentar parecer doce.

Os jovens saíram da sala, deixando a garota para trás, encarando a ruiva como se ela pudesse ser a fonte de todos os seus problemas.

Ao contrario de Amber, Sophia estava adorando aquela situação. Como filha de um fabricante de armas, ela sabia todas as estratégias de seu pai. A ruiva era uma garota muito Inteligente, apesar de ser mimada e metida à riquinha.

O problema mesmo é que ela era ambiciosa e conseguia tudo o que queria quando queria. Por isso naquele momento ela já tecia um plano, uma oportunidade de fugir, boa o bastante para distrair todos aqueles jovens e burlar o sistema dos agentes.

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Os dois amigos deixaram o escritório naquela tarde, estralando os dedos e fazendo movimentos de relaxamento com os pescoços. Eles caminharam tranquilamente até uma cafeteria próxima ao prédio.

Os amigos pediram dois cappuccinos e se sentaram em uma das mesas, esperando suas bebidas chegarem.

- Então, o que achou dos negócios? – Sean perguntou.

- Acho agora que é uma ótima ideia, só temos que esperar nossas modelos voltarem para então fazermos a propaganda. – o ruivo disse.

- Essa deve ter sido a coisa mais responsável e séria que já fizemos. – o moreno disse, fazendo o amigo rir.

- Você tem razão nisso. – Ryan disse.

Os dois esperaram que a garçonete lhes trouxesse suas bebidas e saísse para que continuassem sua conversa.

- Como você acha que elas estão se saindo na missão? – o ruivo perguntou, tomando um longo gole do cappuccino.

- Megan provavelmente deve estar perdendo a cabeça. – o moreno disse, sorrindo marotamente. – Você ouviu os boatos sobre a missão delas?

- Esta se referindo a Amber e Elliot estarem envolvidos e eles serem duas babás? Sim eu fiquei sabendo.

- Nunca nos mandaram reforços em uma missão... – o moreno comentou pensativo.

- Acho que porque somos violentos demais para meter mais alguém no meio e correr o risco de ser morto... – o ruivo disse, seguindo a linha de raciocínio do amigo.

- Quando vamos começar com nossa parte do trabalho?

- Amanhã parece um bom dia para procurar por Raavi e Dominic.

- Comecemos amanhã então. – Sean disse, decidido.