Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 10
Ativação


Notas iniciais do capítulo

Não sei se ficou bom, serinho. Me desculpem caso hajam erros ortográficos, ou palavras a mais ou a menos, ou palavras trocadas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183842/chapter/10

— Uma organização nova — disse Hayato prontamente, após a última palavra da mulher. Ela se espantou. — São contra a ativação da transfiguração, provavelmente ilegal ou coisa do tipo. Ótimo, eliminou mais de cinquenta organizações da minha lista de suspeitos.

— Sei, já ouvimos sobre você — falou a mulher, cujo nome era Janice, enquanto muitas outras pessoas chegavam. — O jovem prodigio que virou mercenário aos cinco anos, não é?

"Prodígio?", pensou Akita, confuso. "Cinco anos? Está falando sério?" Ele levantou os olhos para ao albino, que era mais ou menos vinte centímetros mais alto, mas não disse nada. Hayato parecia tão imerso em pensamentos que era óbvio que arquitetava com pressa um plano de fuga. Fugir? Akita se perguntou o motivo. Será que era por sua causa? Sabia que era um peso morto, mas...

— Foi muito difícil achar vocês no meio daquela gente toda — falou um homem, que carregava sem pressa um revólver ridiculamente grande, bala por bala. — Sorte que seus cheiros são marcantes, o Billy aqui os rastreou em minutos, depois de saírem da multidão do calçadão.

Um cara ao canto, de boné vermelho, deu um aceno de cabeça.

— Alterou seu corpo? — perguntou Hayato diretamente à Billy. — Aposto que os efeitos colaterais já apareceram.

— Ele perdeu a voz no processo — respondeu Janice. — Mas em compensação seu olfato é melhor que o de um cachorro. Mas eu só não esperava que a Selected Child de gelo fosse uma garotinha de vestido.

Akita corou quando ouviu as palavras dela.

— Eu... — começou ele, prestes a protestar em voz alta. Mas um aceno quase imperceptível por parte de Hayato o fez ficar quieto.

— Chefinha — disse um cara de meia idade, barbudo, que ainda estava de pé do galho de uma árvore. — Temos um probleminha aqui, um de meus princípios é não bater em garotas.

Um murmúrio de concordância correu pelos outros homens, que já se sentiam desanimados a eliminá-los. "Então é por isso que não me deixou falar", pensou Akita, a vontade de socar Hayato voltando.

— Se é assim, deviam deixá-la ir embora, não? — disse o albino. — Sem mim a transformação é impossível.

Akita congelou, a irritação indo embora. Ele levantou o rosto para os olhos safira, abrindo a boca para protestar, mas Janice o interrompeu antes mesmo de começar:

— Infelizmente não podemos fazer isso. Nosso trabalho é acabar com os dois, e se não o fizermos terá punição.

— Punição? — repetiu Hayato, para logo depois abrir um sorrisinho de lado. — Interessante.

Depois dessa palavra as coisas aconteceram em pouquíssimo tempo, embora os detalhes sejam muitos. A única coisa que Akita ouviu foi um som alto de tiro, momentos antes de Hayato bloquear a bala, que ia na direção certeira de sua cabeça. Logo após isso o albino voltou a esconder o menor atrás de suas costas, enquanto desviava balas que vinham de todos os lados. Mas até para ele isso era demais. Uma das balas atingiu em cheio seu ombro, mas Hayato não deixou escapar uma única exclamação.

Os olhos de Akita se arregalaram quando viu sangue escorrendo pela blusa branca do colégio. Com certeza doía. Antes que pudesse reagir, Hayato levantou-o no colo, como faria com uma princesa adormecida, e deu um alto salto, pousando com habilidade na copa de uma árvore. Mas assim que o fez, avistou mais atiradores à espera. Pulou de novo, caindo em um galho mais baixo. Sentiu os cabelos raspando nas balas.

— Esconda o rosto — instruiu Hayato, segurando com delicadeza os cabelos negros do menor.

Akita sabia que atrapalharia mais ainda se não fizesse o que foi mandado, então obedeceu, afundando o rosto na camisa do albino. Hayato segurou a parte de trás de sua cabeça com a mão esquerda, saltando levemente de galho em galho. O som das outras muitas pessoas os seguindo era claro.

Hayato enfurnou-se em um monte de folhas particularmente repolhudas, escutando o som dos perseguidores se aproximando. Sua cabeça trabalhava a mil, pensando em um plano cabível.

— O que eu posso fazer? — perguntou Akita, afastando o rosto e o levantando, mirando o do albino. — Não quero ser um peso!

O sorriso que recebeu de resposta foi tranquilizador, que dizia claramente que não ia ser um empecilho.

— O parque de diversões está fechado a essa hora — disse Hayato em voz baixa. — Devem estar reformando os brinquedos, ainda bem que não decidimos ir lá hoje, íamos dar de cara com portões trancados. Ele fica aqui pertinho, logo ao lado do parque onde estamos. Escute, quero que vá até lá, em segurança, o mais rápido que puder.

Akita levantou-se assentindo.

— Com certeza terá gente atrás de você, então não morra, ok? — continuou Hayato, espiando em volta e constatando que estavam perto de serem alcançados. — Nos encontramos na frente da montanha-russa, a maior que tiver.

— Certo.

— É por ali.

E com isso, Akita pulou do ramo de folhas, pousando em um galho mais baixo e disparando para a direção apontada por Hayato. Quando ele foi embora, ouviu vozes gritando: "A garota foi por ali! Atrás dela!", então concluiu que Akita continuaria vivo até que chegasse no parque.

— Não posso me atrasar — disse o albino para si mesmo, também saindo do ramo e pondo-se de pé ao lado. — Posso começar?

Seus olhos deixaram o ar pensativo, assumindo o tom doentio que só atingiam quando estava sozinho.


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


"Ainda bem que dentro da sacola, Hayato colocou um shorts de malha", pensou Akita, agradecido. O vestido já era constrangedor o suficiente, a última coisa que queria era mostrar a roupa de baixo.

— Achei ela! Está indo para a entrada norte do parque!

Ao ouvir aquilo, seu coração perdeu um compasso, mas seu ritmo não diminuiu, pelo contrário: Akita acelerou mais. Não era só nas árvores que tinham perseguidores, no chão também tinha muita gente. Mas uma coisa que o pequeno não deixou de notar foi que nenhum deles carregavam armas de fogo, apenas bestas, cujas munições iam mais devagar que armas.

Mal pensou nisso e já foi disparado um dardo em sua direção, e assim se seguiu sucessivamente, por muitos metros. Os tiros vinham de trás e por baixo, e Akita desviava-se com destreza, dando pulos e giros. "Desde quando eu sei fazer esse tipo de coisa?", pensou ele, surpreso consigo mesmo. "Muito louco."

Porém, foi menos de um segundo de distração, e um dardo inesperado veio de cima. Akita se desviou por pouco, um arranhão grande apareceu em seu rosto. Mas no segundo em que se esquivou, do chão veio mais um tiro, que acertou em cheio na perna. Akita não era como Hayato, então deixou escapar uma exclamação de dor. Com a perna boa, deu um pulo alto, com o máximo de impulso que conseguiu reunir. Com isso, ele até passou das copas das árvores, surpreendendo os atiradores.

Como o salto havia sido para frente, ele não ia parar no mesmo lugar de antes. Quando voltou para baixo dos galhos mais altos, deu um giro, tendo como peso principal a coluna. Se foi por querer ou não, isso eu nunca soube, mas ele se desviou de dois ou três dardos ao fazer isso. Por causa do giro, ele foi bem mais para a frente, despistando momentâneamente os perseguidores. Decidiu ignorar a dor, saltando de galho em galho da mesma maneira que antes, apenas um pensamento o impulsionando: "Estou perto..."


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


Enquanto Akita chegava perto do parque, Hayato já havia terminado o serviço. Corpos, mais precisamente falando: cadáveres, jaziam no chão, pendurados nas árvores, e alguns até sem um braço ou decapitados. E o único de pé era Hayato, que estava com raspões de balas, e uma mancha de sangue no rosto que não era seu.

Quando caiu a ficha que não tinha mais ninguém ali, seu rosto desanuviou, e ele sumiu, como sempre, com um borrão. Vez ou outra, em alguns galhos, dava para ver relances de seus cabelos prateados.


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


— Estou vendo — murmurou Akita, quando avistou uma barra vermelha, pertencente obviamente a um portão.

Ele espiou por cima do ombro, mas estranhou quando viu menos gente que antes. Talvez tivessem... sei lá, batido de cara em uma árvore? Não sei como ele não notou que os que ainda o perseguiam estavam ofegantes e quase caindo. Evidente que mais da metade tinha desistido de alcançá-lo, e agora murmuravam uns para os outros: "Como... ela... tem tanto... fôlego?". E o outro respondia: "Cale... a boca..."

Estava quase alcançando o portão, quando, para seu horror, ouviu um tiro alto ecoando. Com uma dor aguda, uma bala atingiu bem na sua perna boa, na qual apoiava quase todo o peso. Inevitavelmente acabou perdendo o equilíbrio e caindo. Já cheio de arranhões, bateu com força no chão, protegendo a cabeça.

— Babacas — ouviu-se a voz de Janice, meio entredentes por causa do cigarro. Ela ajeitou a arma para mais um tiro. — Pegando leve só porque é uma garotinha... Sabem o que acontece com nossos pescoços se deixarmos eles vivos? Sorte que fiquei esperando ela chegar e não fui atrás do outro, todos lá morreram...

Ela mirou novamente, preparando mais um tiro. Akita se levantou aos tropeços. O vestido amarelo já estava manchado de sangue. As sapatilhas incomodavam, embora a disposição ou o tempo para tirá-las fossem mínimos. Ele não soube como, mas cruzou o portão e entrou no parque. Se era por sorte ou não, deu de cara com uma montanha-russa enorme, com um nome estranho em neon... a maior montanha-russa do parque.

Akita correu desajeitadamente e mancando para perto do brinquedo, para que assim Hayato o enxergasse mais facilmente. Mas no meio do caminho, uma das pernas cedeu. Ele fechou os olhos, esperando a queda. Mas o que sentiu foram mãos delicadas e quentes o envolvendo. Quando abriu os olhos viu apenas cabelos compridos e prateados lhe tapando a visão.

— Assim como prometido, você não morreu — disse Hayato, com alívio visível na voz.

— Mas vão morrer agora! — Janice entrou pelo portão, carregando a arma. — Não precisam nem sair daí, a artilharia dá conta de vocês assim.

Só aí que notaram que havia muita gente escondida nos brinquedos à volta, e agora saíam e se mostravam. Os olhos de Akita se arregalaram. "Foi no momento que descobriram para onde eu ia!", pensou ele. "Uma emboscada!"

— Fiquem quietinhos — disse Janice. — Não vai demorar nada. Ou melhor, vocês estão nos dando trabalho demais, esperemos um pouquinho para ver se morrem com isso.

Algo rolou para perto dos dois. Era...

— Uma granada? — exclamou Hayato. — Só pode estar tirando uma com a minha cara! — E empurrou Akita para um lado, saltando para o outro.

Só não se livrara dela porque era um tipo que também reagia ao toque. Se sequer seu sapato encostasse, explodiria na hora. Eles saíram bem na hora, pois a granada detonou no momento em que se afastaram, jogando-os mais para longe. Automaticamente ambos protegeram o rosto, caindo de costas no chão.

Akita levantou o tronco, trêmulo. Sangue aos montes manchava o lado esquerdo de seu rosto, seu olho formigava muito. Estava mais machucado que antes, obviamente. Hayato também não estava melhor, mas era sua marca no ombro que formigava.

Era horrível a sensação de estar indo embora, mas sem sentir suas pernas se movendo. Sera que aquilo era...

— AKITA! — gritou Hayato, sobressaltando a todos, inclusive o pequeno, interrompendo seus pensamentos depressivos. — VENHA AQUI!

O próprio albino tornou a se levantar, as pernas meio fracas, mas correndo o máximo que podia na direção de Akita, que estava longe.

— Parem-os! — disse Janice em voz alta, para que todos a ouvissem. — Vão ativar! RÁPIDO!

Akita entendeu o que era para fazer no meio do primeiro grito de Janice, levantando-se com dificuldade e indo na direção de Hayato também. Incrível como suas pernas colaboravam perfeitamente bem nesses momentos. Embora machucadas, moviam-se.

Quando os atiradores se deram conta, ambos já estavam a menos de dois metros.

— ATIREM! — ordenou Janice, mirando também.

Os dois não tinham mais espaço de distância, seus dedos se enlaçaram, as gotas de sangue de cada um, respectivamente, misturando-se em harmonia. Não houve clarão, muito menos estrondo. Houve apenas a transformação.

E com apenas isso o resultado estava claramente decidido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso ai! Perdoem-me se a cena de luta ficou chata, mas é o único jeito que sei descrevê-la. O próximo capítulo vou colocar quando colocar. Mas com certeza antes do dia 6/02, ok? Kissuss!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aki No Ame (DESCONTINUADA)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.