Uma música começou a tocar de baixo do meu travesseiro, era meu celular despertando.

- Eu vou tacar essa coisa pela janela, antes de morrer! - resmunguei procurando aquela coisa cor de rosa que ganhei do meu avô.

Fiquei sentada na minha cama, encarando o nada, por uns dez minutos até voltar a realidade. Fiz minhas necessidades matinais, escovar os dentes, lavar o rosto, só não tomei banho, porque estou com preguiça e faz muito frio hoje, para isso existe perfume.

Vesti uma meia calça, uma legging e por cima a calça jeans, cinco blusas, um moletom e jaqueta, para finalizar cachecol, touca e luvas. Resultado final: fiquei que nem um pinguim com uma mochila nas costas.

- Tchau vô e vó. - berrei as escadas feito um macaco atrás de bananas.

- Luna você tem que se alimentar! - Alice gritou da cozinha.

- Eu passo em uma padaria no caminho.

- Te dou uma carona, só tenho que pegar algumas coisas lá em cima. - seu Joseph disse saindo da cozinha.

- Não é precisa vovô, pode terminar seu café. - falei e dei um beijo em seu rosto. - Até mais tarde.

Olhei no relógio em meu pulso, ainda havia tempo. Caminhei até a garagem para pegar minha bicicleta.

Diferente de todos os seres da face da terra que tem 17 anos, eu tenho uma bicicleta vermelha, com umas fitas penduradas e uma buzina. Já o resto da escola tem um carro, nem que seja um fusca, ao menos tem.

Segundo seu Joseph pessoas com 16 anos, são crianças e não poderiam tirar a carta de motorista. Deveriam aprender a dirigir só depois dos 21 anos, pois assim já seriam de maiores e teriam responsábilidade o suficiente.

Só que eu vou ganhar um carro, não sei quando ainda, talvez essa semana, é que eu fiz chatagem emocional. Mas quem liga, eu vou ganhar um carro e eu vou poder atropelar os vizinhos. Não, eu não vou atropelar os vizinhos, que maldade.

Abri a garagem e após derrubar metade das coisas lá dentro , finalmente consegui sair.

O legal de pedalar na neve é que você não consegue pedalar na neve, porque as rodas não se mexem. Era o que estava acontecendo comigo eu estava na metade do caminho e a minha bicicleta resolveu travar e não saiu da porcaria do lugar.

- Bicicleta idiota, eu te odeio. - respondi tentando empurrar aquela coisa, até a hora que me irritei e chutei ela. - Ai meu pé, merda! - falei fazendo uns movimentos estranhos.

- Você está bem? - uma moça perguntou se apróximando de mim.

- Pra falar a verdade não! - respondi tentando sorrir e ser simpática.

- Minha nossa! - ela disse com a boca aberta.

- O que foi? - perguntei meio surpresa e curiosa.

- Nada não, é que você me lembrou uma pessoa. - ela disse sorrindo.

- Você também me lembra alguém, só não sei quem. Acho que a mulher que fez um filme, que eu vi semana passada. - falei pensativa.

- Bom você parece que vai para o colégio, estou certa?

- Pois é. - respondi respirandando fundo.

- Aceita uma carona?

- Acho melhor não! - respondi sendo o mais educada possivel. - Olha só a minha bike começou a se mexer, melhor eu ir nessa antes que ela resolva parar de novo.

- Então tudo bem! - ela disse acenando para mim e eu peguei minha bicicleta e comecei a pedalar.

Cheguei finalmente a escola e guardava minha moto sem motor, quando alguém veio falar comigo.

- Oi Luna! - a pessoa falou colocando a mão no me ombro.

- Ai que susto Max, qual o seu problema?! - falei com a mão do coração, após um grande susto.

- Me desculpa, não foi minha intenção. - ele disse de cabeça baixa.

- Tá tranquilo mano, o que tu que comigo? - eu sou bem direta, eu sei.

- Bom, queria saber se você vai na festa de sexta-feira ? - ele perguntou todo empolgado.

- Até sexta-feira muita coisa pode acontecer, eu posso estar morta até lá.

- Nossa Luna você é tão...

- Realista? Eu sei. - falei terminando de bater o cadiado na minha bicicleta.

- Não, eu iria dizer negativa. - ele falou me encarando. - Mas tudo bem, eu espero te ver por lá. Eu tenho que ir agora, os rapazes estão me chamando.

- Então tá, a gente se encontra por ai. - falei acenando para ele, que se afastava.

Caminhei até meu armário e guardei alguns livros e peguei alguns também. Havia acabado de receber uma mensagem do Bill, é muito amor para apenas duas pessoas, e lia o que dizia. Minha cabeça estava quase dentro do armário e eu estava toda empolgada lendo as coisas fofas da mensagem, quando levei outro susto.

- Bom dia! - uma voz rouca falou do meu lado e abrindo outro armário.

- Ai minha cabeça! - falei com a mão no lugar onde eu havia acabado de bater, por causa do susto. - Qual o seu problema Anne Lizie?

- Além de eu odiar minha vida, meu cabelo está estranho, minha bunda estar doendo por causa do tombo que eu acabei de levar, minha mãe estar doidona por causa da teleivsão de sei lá quantas polegadas que eu quebrei com meu video-game e eu ainda tenho que frequentar a escola, fora isso nenhum problema! - ela respondeu fechando a porta do armário com tudo.

Definição sobre Anne Lizie Dobrev segundo o Aurélio:

Ela é a minha prima e não a perua da Anne Sontag, a qual tem cheiro de rosas vermelhas.

A Lizie, assim que eu chamo ela pra não confundir com a Sontag, tem o cabelo vermelho, é apaixonada por Paramore e desmaiou quando soube que eu namorava o Bill Kaulitz, do qual é o vocalista de uma das quinhentas bandas da qual ela é fã. Ela tem a minha idade e por sorte tem um carro, no qual todo mês tem uma multa nova e ela já atropelou o cachorro de uma vizinha dela.

- Nem é tão ruim assim! - disse fechando meu armário e saindo junto a ela, pelo corredor. - Agora me explica uma coisa, por que raios você ficou uma semana sem aparecer na escola?

- Err... eu fiquei muito doente. - ela disse fazendo uma falsa tosse.

- Que estranho, bem na semana das provas. - falei rindo dela.

- Muito estranho né?! Fiquei com uma dor de barriga horrivel. - ela debochou rindo junto comigo.

- Que história é essa de que você quebrou a televisão da sua mãe?

Lizie começou a contar a história emocionante de como ela quebrou a televisão 3D nova da mãe dela, quando eu esbarrei sem querer em alguém.

- Desculpa! - falei assim que esbarrei.

- Tinha que ser a Luna Dobrev! - Anne falou com a voz irônica de sempre e ao seu lado estavam as suas cadelas, quero dizer amigas, que me encaravam com indiferença.

- Eu já pedi desculpas! - falei revirando os olhos e respirando fundo.

- Eu não aceitei ainda e eu tenho um aviso para você, senhorita Dobrev! - ela disse se aproximando de mim e colocando o dedo sobre meu ombro e me cutacando. - Fique longe do meu irmão, escutou bem?! Não quero ter que repetir, ou você fica longe dele ou vai sofrer as consequências.

- Ele é só o meu amigo garota! - falei indignada.

- Já não basta conseguir namorar um cara famoso e rico? Ainda tem que ficar dando em cima do meu pobre irmão. - ela disse olhando para suas seguidoras.

- Olha aqui sua filha de uma... - Lizie disse tomando minhas dores e partindo para cima da Anne.

- Calma Lizie! - falei segurando ela. - Não gaste seu tempo com essa coisa cor de rosa.

- Além de ter que aturar a vesga da Luna, temos que aturar a prima cenoura ambulante dela! - como Anne consegue ser tão arrogante? - Vamos meninas? Cansei de ficar olhando essas aberrações. - ela disse rindo e saindo, seguida por suas amigas.

- Ela me chamou de cenoura ambulante? - Lizie perguntou de boca aberta e vendo elas se afastarem.

- Ela me chamou de vesga? - perguntei de boca aberta, assim como ela. - Eu sou vesga?

- Não! Eu pareço uma cenoura? - ela disse se virando para mim.

- Não, seu cabelo é lindo. - respondi sorrindo.

- Olá meninas, tudo bem? - Victória falou chegando perto da gente.

- Onde você estava? - eu e Anne perguntamos desconfiadas, já que Vic é sempre a primeira a chegar.

- Err... o sinal bateu, melhor a gente ir logo para a sala de aula! - Victória disse caminhando para a sala e eu e Lizie seguimos ela.