Noite De Natal escrita por Lety Paixão


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Não estou acostumada a escrever historias assim, mas bem é Natal, a noite em que devemos lembrar que apesar de vivermos em um mundo com tanta coisa ruim, sonhos e felicidades ainda existe.
Espero que gostem.



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 A menina acordou mais cedo do que o normal, seu quarto ainda estava escuro, mas seus pequenos pés passaram calmamente pelo cômodo sem tropeçar em nada. Uma de suas mãos coçavam seus olhos cansados, mas ansiosos, a outra pousou levemente na maçaneta a virando e abrindo a porta num pequeno espaço por onde ela passou se espremendo e sem fazer qualquer barulho.

  Com os olhos mais dispersos e criança olhou para o quarto de seus pais, só havia o silencio, com um sorriso ela avançou calmamente contente por não ouvir nada nem dela e nem deles. Apesar de esta acostumada com os gritos e ameaças que cercavam a casa em qualquer hora do dia, naquele momento em especial ela só queria sentir um pouquinho de paz, algo diferente em um dia diferente.

 E assim a menina desceu as escadas, segurando a vontade de correr, e localizou a pequena árvore decorada no canto da sala. Não era uma arvore grande como de sua amiga, mas era a sua árvore, e o tamanho pouco importava dentro do coração dela. Sem mais conseguir segura, a doce criança correu em direção à única caixa enfeitava que jazia em baixo da árvore. Se ajoelhando na frente do embrulho ela leu sem dificuldade o único nome que tinha escrito: Sara.

 Com um sorriso ainda maior no rosto pequeno, ela abriu com pressa o embrulho querendo sabe os segredos que continha. Quando o papel vermelho que cobria seu presente estava em pedaços no chão à menina, agora com muito cuidado, pegou levando a sua altura o que havia ganhado, que tinha junto um pequeno lembrete.

Agora você pode sonhar com o som das estrelas.

  De seu amigo, Papel Noel.

   Ps: Feliz natal Sara.

 Uma lágrima de felicidade escapou de suas olhos, seu pai havia gritado na noite anterior que ninguém ia lhe dar presente, que Papai Noel não existia, e que ela não merecia nada. Mas sem sua mãe lhe disser nada, ela sabia que não era verdade. Ela era sim uma boa menina, já sabia ler, ajudava a mãe e tinha algo que ninguém poderia lhe tirar: Seus sonhos.

 Se sentido vitoriosa ela deu corda na caixa de musica, uma anjinha começou a girar conforme a melodia calma que tocava, e um pequeno espelho sob a anja dançava a imagem de uma menina que não sabia da triste vida que levava sorria mostrando a inocência da infância.

 Se a magia de natal existia podia ser representada através daquele doce criança, daquela menina que não viveria o mesmo sonho no próximo natal. Aquele era seu ultimo sonho de infância, antes de sua vida virar de cabeça para baixo, antes de ela conhecer o medo.

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 -Finalmente acabamos. –O jovem investigador exclamou arrumando todos os papeis em cima da mesa.

-Já estava na hora. –Sara disse forçando um sorriso. Mas para ela trabalhar um pouco mais no caso que tinham fechado não era problema nenhum.

-Nem fale, bem eu vou indo, minha família não pode começar sem mim, afinal eu sou o astro.

-Só porque é véspera de natal não vou abaixa essa sua onda toda. –Ela disse não falando toda a verdade, para ela véspera de natal ou natal não tinha nada de diferente dos outros dias, porem vendo a animação do seu amigo, não havia porque demonstra tal fato.

-Eu agradeço, você sabe onde os outros estão?

-Não sei, todos foram ver a família eu acho. –Ela respondeu desinteressada, ai estava o ponto. Enquanto todos pegavam a estrada, reencontrava parentes distantes, trocavam historias e presentes ela permanecia em casa, vendo um filme ou dormindo. Não havia família para ver, não havia presentes para dar ou receber, não havia ninguém alem dela mesma. E tudo se resumia a mais um dia comum focada no trabalho que distraia sua mente.

-E o que você vai fazer? –A pergunta a pegou de surpresa, mas ela disfarçou e disse com convicção:

-Ver uns amigos, vamos celebrar.

-Não sabia que tinha amigos em Las Vegas.

-São de São Francisco, da faculdade, eles vieram para cá e eu vou aproveita a oportunidade. –Sara respondeu rápido.

-Que bom, ninguém merece passar o natal sozinho. –A investigadora apenas concordou com a cabeça suspirando por sua mentira ter sido aceita como verdade. –Bem vou indo, feliz natal Sara.

-Feliz natal Greg. –Ela respondeu antes dele ir.

 Sem ter mais trabalho para fazer, a mulher reuniu as coisas delas e seguiu para seu carro. Todos em seu trabalho já haviam ido comemorar a noite de natal. Até mesmo o Grissom. Ela pensou suspirando, tudo ano ela dizia para si mesma que o natal era só a lembrança do que havia sido tirado dela, porém, mesmo sem querer, ela em alguém momento da noite desejava esta perto de alguém, levantar as taças e brindar por anos melhores.

 -Besteira. –Ela disse para ela mesma andando mais rápido para a garagem. Assim que chegou ao destino, jogou as coisas para o banco e trás e deu a partido indo em direção a noite chuvosa de Las Vegas, mas antes que pudesse andar cem metros seu carro começou a parar.

-O que ouve? –Sua pergunta foi respondida com um estouro. Ela abriu a janela deixando algumas gotas a molharem e vendo seu pneu estourado, rapidamente ela encostou o carro antes de não poder mais andar.

-Era o que faltava. –Resmungou descendo do carro e vendo que não teria mais como voltar para casa no veiculo. Mas antes de pensar em chamar um taxi uma voz familiar a chamou.

-Sara! O que houve? –Ela se virou e viu seu chefe dentro de seu carro.

-Meu pneu estourou, estou sem o reserva, passa taxa no natal?

-Não vale à pena fica aqui para descobrir, venha eu te dou uma carona. –Sara ficou aliviada pelo convite, afinal estava começando a ficar com frio por esta toda molhada, porém era natal e não queria atrapalhar os planos de ninguém.

-Não precisa, eu me viro, obrigado. –Ela disse amaldiçoando seu azar, a quanto tempo ela vem o chamando para sair, para conseguir uma chance sozinha com ele fora do trabalho e quando ele, por acaso, dar a ela essa chance é noite de natal e ela se vê obrigada a negar a oportunidade.

-Não seja teimosa, eu não tenho planos para a noite. –Ele disse como se tivesse lendo sua mente.

-Nesse caso eu aceito. –Ela disse pegando suas coisas em seu carro e indo para o dele. –Desculpe estou molhando seu carro todo.

-Não se desculpe, tome você pode ficar doente. –Ele disse lhe passando seu casaco, ela estiou em aceita, realmente estava com frio, mas assusta pela atitude dele. Sara sabia que Grissom não era insensível, ele só não via o quanto as pessoas se importavam com ele, como ela por exemplo.

-Pegue, é só um casaco eu seco depois.

  -Obrigado. –Ela disse antes de pegar o casaco e passar pelo seu corpo. O cheiro dele lhe invadiu a aquecendo. Deus como ela amava seu cheiro! Ou melhor, como ela o amava.

 Nenhum dos dois tentou desenvolver uma conversa, não era necessário. O silencio reconfortava ambos que estavam mergulhados em seus pensamentos. Alem do mais, não tinha motivo para estragar um pequeno momento onde estavam juntos.

 -Esse não é o caminho para minha casa. –Sara falou minutos depois que começou a perceber que estavam indo na direção errada.

-Achei que não ia notar. Eu sei, é o caminho da minha casa. –Ele disse a surpreendendo.

-Porque esta me levando para sua casa?

-Porque achei que ia querer, quer disser nos dois sabemos que você não vai fazer nada essa noite e eu também não, e como é véspera de natal...

-Não era mais fácil me pergunta se eu queria passar o natal com você? –Ela perguntou o interrompendo, por um breve momento percebeu um sorriso nervoso no rosto dele.

-Você podia disser que não, e tem motivos para isso.

-Mas para sua informação, eu diria que sim, eu quero passar o natal com você Gil. –Ela lhe disse sem pensar, mas do que havia de se arrepender? Ela estava sozinha em plena noite de natal, o homem que ama finalmente tomou iniciativa. Não tinha porque perde a oportunidade, talvez seu natal não fosse tão ruim quanto imaginou que seria.

-Neste caso, bem vinda a minha casa Sara Sidle. –Ele disse parando o carro. –Espere aqui.

 Ela esperou quando ele saiu correndo entrando em casa, não demorou muito e voltou com um guarda-chuva apesar de naquele instante os dois já estarem molhados. Ele abriu a porta dela e juntos se protegeram da chuva pelo pequeno percurso ate a porta.

-Vou procura alguma blusa comprida para você pelo menos tirar a sua, é melhor do que pegar um resfriado. Sinta-se à-vontade. –Dito isso Grissom subiu as escadas a deixando sozinha olhando ao redor de onde estava.

 Não tinha come negar que a casa era grande, bem arrumada para alguém que mora sozinho. A lareira na sala estava acessa e a aquecendo, porém Sara se recusou a tirar o casaco que lhe foi emprestado.

-Espero que isso sirva, tem um banheiro naquela porta, vou pegar algo quente para você tomar. –Antes que ela pudesse agradecer ele foi em direção a cozinha. Rapidamente ela tirou sua blusa e o casaco encharcados e colocou por cima a que lhe foi dada, e que sem duvida era de Grissom. Levantou um pouco a calça que também estava molhada e foi ao seu encontro.

-Onde coloca as roupas molhadas? –Ela perguntou, mas sem lhe responder ele as tomou de sua mão dizendo que cuidava disto, e no lugar lhe deu uma xícara de chocolate quente. Sara sorriu com o gesto, mas não pode negar que seu cavalheirismo nunca tinha parecido antes.

-Você tem uma bela casa. –Ela comentou.

-Obrigado, é uma pena não ter feito a decoração de natal, eu costumo e ver minha mãe, mas este ano não foi possível. Só conseguir colocar esta pequena árvore. –Ela olhou para a árvore que ele se referia e realmente viu que ela era pequena, e só enfeitava a mesa de jantar.

-Não importa o tamanho, todas passam o mesmo significado, só cabe a no ver.

-Não sabia que entendia de natal.

-Não entendo, minha mãe me disse isso no meu natal de seis anos. –Ela disse tristemente com as lembranças de seu ultimo natal lhe invadindo.

-Você não precisa passar o natal sozinha, você tem amigos, todos eles iriam adorar te convidar para alguma coisa.

-Eu sei, mas todos tem família, planos, eu fiquei com vergonha. –Ela confessou, sempre se sentia bem falando o que jamais diria a ninguém com Grissom.

-Mas você esta me dizendo, quer disser que não sou seu amigo? –Um pouco mais que isso, ela pensou, mas não disse, não sabia o que disser. Para sua sorte ele a chamou para comer algo, mas a pergunta ainda não havia sido esquecida.

  Ao contrario da viagem no carro, o jantar não havia sido silencioso, eles se puseram a conversa sobre tudo, menos trabalho. E para surpresa de ambos, as palavras surgiam e eram ditas como se sempre fizessem isso.

 As horas se passaram e invés de se despedirem resolveram ver um filme, porém ele mal havia começado Sara  foi vencida pelo cansaço dia, e deixou que seus olhos fechassem e sua cabeça se apoiasse nos ombros do homem que ao seu lado sorriu com a cena. Ele não a acordou, seus olhos azuis admiravam a mulher a seu lado.

 Era verdade que ela demonstrava muito mais emoção que ela, afinal foi Sara que todas às vezes o chamou para sair, tentou ter esperanças de que talvez ele se rendesse um pouco para que ela mostrasse o quando o amava. Mas isso não o colocava atrás. Ele gostava dela, e sabia disso, principalmente a tendo tão perto, era possível sentir o calor que ela provocava em seu corpo. Perto dela ele agia diferente, experimentava sensações desconhecidas, e se sentia mais feliz do que nunca. Mas ele ate agora nada disso havia sido demonstrado, e tudo por medo.

 Medo de que se cansassem, de que vissem que tudo não passou de atração, de que ela percebesse enfim de que tinha muito pela frente para ficar com alguém como ele. Medo da rejeição. Mas naquela noite ele havia percebido que não podia continua assim, que se não quisesse a perde novamente teria que arriscar, ambos estavam sozinhos, vivendo por si mesmos, sobrevivendo apenas para o trabalho. Era hora de mudar, era hora de aproveitar a noite de natal como nunca mais tinham feito.

 E com este pensamento e sem perceber o que fazia, Grissom deixou que seus lábios tocassem a testa da mulher adormecida, que acordou levemente com seu toque.

-Você é linda. –Ele sussurrou acreditando que ela ainda dormia.

-Você não sabe o quanto já sonhei com isso, de que você sussurra palavras assim para mim sem medo. –Ela disse calmamente não querendo o assustar.

-Como sabe que tenho medo?

-Não sabia ate agora. –Ela respondeu, ainda sem se olharem.

-Você tem medo?

-Tenho, mas a tempo resolvi o deixar de lado, sabe ouvir mais o coração e menos a razão.

-Pode funcionar.

-Ouvi o coração ou nós?

-Existe um nós? –Ele perguntou com receio do que suas palavras podiam fazer.

-Me diga você Gil, existe um nós? –Ela devolveu a pergunta se levantando e o encarando.

-Como eu disse pode funcionar. –Grissom respondeu sorrindo e antes que ela pudesse fazer o mesmo seus lábios a tomaram em uma mistura de calma e ansiedade, tudo o medo havia ido embora com o gesto tão esperando pelos dois e que naquele momento se concretizava e que a cada segundo ficava mais urgente.

 O relógio da sala sou a balada da meia noite, o casal, que agora estavam mais pertos, se separaram por um breve instante me busca de oxigênio.

-Feliz natal Sara. –Ele disse acariciando o rosto da amada que deixou uma lagrima escorrer de seus olhos, como havia feito antes, em uma noite de natal.

-Feliz natal Gil, a propósito, onde é seu quarto? –Eles riram, porém Grissom estava disposto a responder a pergunta, levantou tomando a mão dela a guiando pela casa que tinha como únicos lembretes do dia especial que estavam era a pequena arvore na mesa e a felicidade deles.

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  O sol mal tinha nascido quando a mulher acordou mais cedo que o normal, o quarto ainda estava escuro, sua mão correu pela cama e ela viu que estava sozinha. Num impulso ela se levou tomando cuidado para não tropeçar em nada. Com uma mão em seus olhos e outra na maçaneta, ela abriu a porta devagar sem querer fazer qualquer barulho. Satisfeita com o silencio do lado de fora do quarto, ela foi devagar para a escada.

  As lembranças da noite passada estava gravadas em sua mente, e com elas um sorriso se espalhou pelo seu rosto, quando no meio da escada a confirmação de que tudo tinha sido real se encontrava no sofá a olhando com seus olhos azuis que lembravam o céu.

 E naquele momento, dia de natal, Sara Sidle pode ouvir mais uma vez o som das estrelas.


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Notas finais do capítulo

Feliz Natal!!!!!
Muita felicidade para tods vocês *-*
E que todo dia seja natal!
Obrigada por lerem,
E quem gosta de NCIS *o que duvido muito ter, so conheço uma pessoa aqui que gosta, mas bem é natal kkkk* to com uma nova fic com a serie.
https://www.fanfiction.com.br/historia/181533/Lembrancas_Vivas
Obrigado.
bjs
Letícia Paixão