Meu Amigo Secreto escrita por Nandah Lautner


Capítulo 1
Meu Amigo Secreto


Notas iniciais do capítulo

Hi babys =D
Bem, essa Fic até agora é a maior que eu já escrevi e eu amei escrevê-la!!
Espero que gostem dela tanto quanto eu gostei =)
Feliz Natal e Feliz Ano Novo =^.^=



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Manias fascinantes,

Linguajar divertido,

Mas você não consegue me enganar

Você tem um amor escondido.

E por mais que ele não seja eu

Eu fico feliz por isso

E espero que ele seja um cara que te mereça.

Que te estenda a mão sem pensar nas conseqüências,

Te console sem pudor,

Te diga a verdade quando preciso

E te ame talvez tanto quanto eu te amo.

Mas te imploro para nunca se esquecer de mim,

Apenas isso, tão fácil assim...


Fechei meu armário e fui para o estacionamento enquanto me despedia de todos. Então entrei no meu carro e dirigi para casa observando de vez em quando meu tão adorado bilhete. É assim todos os dias. Pra falar a verdade já se tornou rotina, mas uma rotina que agradeço por existir.

Isso começou já fazem duas semanas...


#FLASHBACK ON#

– Amiga você vai fazer o que hoje? – Jess perguntou se encostando no armário ao lado do meu.

– Nada Jess – eu disse sorrindo e apoiando os livros no braço pra poder colocar a combinação do meu cadeado.

– Eu, Angie, Jenny, Lauren e Rose vamos ao shopping assistir algum filme e torrar nossa mesada.

– Sua prima e minha irmã no mesmo local que eu? – eu disse levantando uma sobrancelha e olhando pra ela.

– Elas prometeram se comportar – ela disse.

– Igual da ultima vez? Não valeu, demorou pra mim achar um bom cabeleleiro que conseguisse esconder a bagunça que elas fizeram no meu cabelo e também que tivesse uma boa mão e fizesse meu cabelo crescer mais rápido que o normal.

De repente Mike chegou e prensou Jess no armário.

– Oi gata – Mike chegou perto dela e deu desentupidor de pia daqueles – Hey Bella.

– Oi Mike.

– Então... Você não vai mesmo? – ela perguntou fazendo a típica carinha da sua irmã.

– Jess você não é a Allie e não, eu não vou – eu respondi.

– Okay Bella. Até amanhã então miga… – ela disse saindo com Mike arrastando ela.

Eu sorri e me voltei pro meu armário e assim que abri ele um quadradinho amarelo caiu. Me abaixei e peguei-o começando a ler.

Seus olhos me iluminam,

Seus sorrisos me aquecem,

Suas palavras me inspiram

E todos por você suspiram.

O jeito que anda pode ser desajeitado

E como seu cabelo balança ao vento é engraçado,

Mas eu sempre estarei aqui

E no meu coração seu nome está cravado.

Pisquei algumas vezes ainda olhando para o papel e depois olhei para o corredor vendo se tinha alguém, mas estava totalmente vazio. Suspirei e olhei novamente para o quadrado.

Quem me mandaria algo assim?

Eu ainda fiquei alguns minutos parada e tentando pensar em alguém, mas todos os meninos que conheço são tão idiotas que nunca na vida deles que eles vão escrever isso pra alguma garota. Eles não gostam nem de escrever as redações que temos e que são obrigatórias. Quem dirá escrever algo que exponha seus sentimentos.


#FLASHBACK OFF#


E desde desse dia eu recebo todos os dias um quadrado de cor diferente. Sempre expressando meu humor – sendo da cor predominante da minha roupa – e me fazendo ficar sempre feliz, surpresa e curiosa.

Até hoje eu ainda não sei quem me manda esses bilhetes e não tenho nem ideia de quem seja também. Mas o que eu tenho total certeza é que não é nenhum dos garotos que eu conheço. Nenhum deles tem tanta paixão dentro de si e tanto talento – que não seja para jogos brutais.

Finalmente cheguei em casa e como sempre: tudo silencioso. Como sempre minha irmã não está em casa, mas provavelmente ou está na casa de Lauren – aquela piranha que ama roubar namorados – ou está de amasso com seu namorado sem cérebro.

Suspirei e fui para o meu quarto. E depois de jogar minhas coisas em cima da cama fui tomar meu merecido banho. E depois que saí do banho só coloquei meu blusão e me joguei na cama agradecendo pelo pouco de paz que tenho.

(...)


– ISABEEELLAAA!!! – eu ouvi alguém me gritando então eu fui jogada no chão e percebi Rose em cima de mim.

– O QUE FOI CARALHO?!?! – eu perguntei tentando me soltar.

Nem curtir meu tempo de paz eu posso mais e antes que ela começasse a gritar de novo olhei rapidamente para o meu despertador e estava marcado 17:20hs.

– O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA BLUSA?!?! – ela gritou na minha cara.

– Que blusa?!?! – eu perguntei tentando me soltar e consegui, fazendo Rose cair de bunda no chão.

– A minha blusa vermelha da Armani!!! – ela gritou um pouco mais baixo se levantando.

– E lá vou eu saber da sua blusa da Armani? – eu disse indo para o banheiro escovar meus dentes.

– Foi você que usou ela por ultimo – ela me acusou e eu parei automaticamente.

– E quem te disse isso posso saber? – eu perguntei, mas já tinha em mente quem foi.

– A Lauren. Ela disse que veio aqui uns dias atrás e viu você usando a blusa, e agora eu preciso dela porque vou conhecer os pais do meu Little Monkey e eu preciso estar fabulosa.

– A Lauren é uma puta invejosa e pra que eu vou pegar suas roupas sendo que além de não gostar do seu estilo não gosto de você também Rose? Então faça o favor de se retirar do meu quarto antes que eu mesma te pegue pelos cabelos e te arraste até lá fora – eu disse para Rose que me olhou perplexa e depois de dar um gritinho ridículo saiu do meu quarto. Eu apenas revirei os olhos e fui para o banheiro.

Eu escovei meus dentes, lavei o rosto e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo, só coloquei um short jeans e desci para a cozinha. Como eu esperava estava vazia. Rose estava no seu banho de beleza – como se ela precisasse disse –, meus pais deviam estar por aí em algum restaurante chique ou em algum motel se fudendo.

Comecei a preparar um sanduíche e um pouco depois a campanhia tocou. Fui atender correndo afinal poderia ser meu premio da promoção que me inscrevi há dois meses atrás; e meu premio é um livro de minha escolha que lá eu escrevi, The Host. Mas infelizmente quando abri a porta não tinha nada, então olhei pra baixo e tinha um lindo vaso preto com detalhes em branco e cheio de orquídeas e lírios – minhas flores preferidas.

Olhei para fora, mas realmente não tinha ninguém ali então apenas dei de ombros e entrei em casa com o vazo nos braços. Será que é pra mim ou Rose?Pensei. Porque por mais que essas sejam minhas flores preferidas, hoje Rose vai a um evento importante para toda garota e talvez Emmett esteja querendo agradá-la. Então procurei por um cartão e quando o achei um sorriso mais do que bobo surgiu no meu rosto. Como ele conseguiu meu endereço?

De repente ouvi os barulhos altos e finos dos saltos de Rose descendo pela escada e foi impossível esconder o vaso com as flores. Primeiro: eu não queria; segundo: eu precisava, mas não tinha um lugar em que ele não fosse ficar visível.

– Oh my God!!! – Rose desceu a escada correndo – o quanto conseguia – e pegou o vaso da minha mão – O Emm é tão lindo e fofo. Ele me mandou isso e... – mas eu logo a cortei.

– Rose essas flores são pra mim, não pra você – e ela me olhou com a maior cara de tacho.

– Pra você?! – ela disse apontando pra mim com nojo – E quem iria mandar flores pras você – então ela me devolveu o vaso olhando com nojo para suas mãos e eu apenas revirei os olhos.

– Alguém que realmente gosta de mim – eu disse toda boba e foi a vez de Rose revirar os olhos.

– Como se alguém gostasse de você Isabella – ela disse e a já ia subindo para seu quarto, mas eu já estou cansada disso.

Rose sempre tenta me derrubar e muitas vezes consegue, mas hoje não!

– Rosalie porque você não vai se fuder?! – eu disse e ela rapidamente se virou pra mim.

– Como?!

– É isso mesmo que você ouviu: Vai.Se.Fuder – eu disse devagar pra mente loira dela entender – Você sempre tenta me derrubar e até hoje eu não sei qual é o seu problema comigo. Por mais que irmãs briguem, elas não se odeiam, mas você me o-de-i-a – eu disse pontuando cada silaba – E eu realmente não sei porque!!! Nunca fiz nada de mal pra você antes de você começar a me importunar e eu tive que tomar algumas atitudes, mas quer saber de uma coisa? Pra mim chega! Não preciso de você nem dos filhos da puta dos nossos pais!!! – então eu fui subir a escada, mas antes parei na frente de Rosalie que me olhava atônita – E tanto na escola quanto em qualquer outro lugar eu tenho amigos de verdade, já você só tem cobras ao seu lado e eu duvido que se hoje você perdesse sua casa e dinheiro que eles iriam te ajudar. Sabe o que eles iriam fazer? – e antes que ela me respondesse eu mesma respondi: – Eles iriam pisar em você – e eu subi a escada com meu vaso e cartão na mão, porque depois dessa eu perdi até o apetite.

Eu entrei no meu quarto e tranquei a porta colocando a chave no bolso do short. Me sentei na cama me sentindo mais leve e o sorriso bobo voltou ao meu rosto quando voltei a admirar as flores. Me ajeitei melhor na cama e peguei o cartão e comecei a ler.


Não existe ser no mundo que se compare a você

E não existe alguém que vá fazer eu me esquecer de ti.

Você está comigo aonde quer que eu vá,

Aqui, em casa ou em qualquer outro lugar.

E eu espero que você me leve sempre contigo.

Posso não ser a melhor parte do seu dia,

Mas espero ser a mais agradável,

E aquela a qual você não esquece tão facilmente.

Assim, espero ser aquele que lhe coloca um sorriso no rosto,

Uma esperança a cada dia

E uma felicidade sem igual,

Mas se não for assim não tem problema.

Apenas saiba que você faz tudo isso comigo em um olhar.


– Você também – eu sussurrei alisando o cartão.

A verdade é que eu estou irremediavelmente apaixonada por ele. E por mais que eu não saiba como ele é ou quem é – isso não importa – eu estou apaixonada. Porque eu não preciso saber qual é a aparência dele pra saber que é ele quem eu quero. Apenas pelos simples e apaixonantes bilhetes deixados todos os dias no meu armário, eu sei quem ele é. E ele incrível.

O jeito com que os bilhetes me fazem sentir e como em cada um mostra um lado dele que eu nunca imaginei poder existir em um garoto. E sim, já passou pela minha cabeça que talvez fosse uma garota, mas do jeito que ele escreve... Ah... é de um jeito que só um garoto conseguiria. Ele deixa tudo de um jeito tão apaixonado, mas ainda assim firme, nada meloso.

Eu sei que ele forte, seguro de si, inteligente, fofo, gentil; lindo. Não sei por fora, mas por dentro... Ele é a pessoa mais maravilhosa que eu já tive a sorte de conhecer. E foi pensando nisso que eu tomei minha decisão final: é hora de eu ter a minha vida.

Rapidamente eu deixei o bilhete em cima da cama e coloquei o vaso no criado-mudo. Me abaixei e peguei minhas malas embaixo da cama. São apenas três: uma grande, uma de tamanho médio e uma não muito pequena – apenas para eu guardar objetos íntimos.

Fui até meu guarda-roupa – que não é muito grande – e comecei a tirar as roupas que estavam no cabide. Essas eu apenas dobrei no meio e fui colocando na mala grande. Nessa sobrou um espaço pequeno onde eu coloquei uma sapatilha e uma sandália com o salto não muito alto. E aproveitei para deixar meu All Star já do lado de fora. Depois eu peguei das roupas que estavam dobradas só minhas preferidas e fui colocando-as cuidadosamente na mala média – tentando aproveitar cada espaço que tinha ali – e eu até que consegui colocar uma boa quantidade na mala, e antes que eu a fechasse tirei a roupa que eu estava e já coloquei na mala – aproveitando que as peças estavam limpas – e fui tomar um banho.

Eu tentei aproveitar ao máximo, mas sem demorar muito, afinal eu não sei quando terei água assim novamente. E quando saí passei creme no corpo, perfume, enchi meu tênis de talco – não sei por quanto tempo irei andar – e finalmente coloquei minha roupa: uma calça jeans, regata e casaco com o All Star no pé. Deixei meu cabelo solto para aproveitar o vento da liberdade no rosto. Então guardei meus objetos íntimos na menor mala e eu estava quase saindo do quarto quando me lembrei de uma coisa: eu vou seguir minha vida e não largar os estudos. Então peguei minha mochila que estava com meu fichário dentro – eu arranjo livros depois – e coloquei todos os bilhetes na mochila e peguei uma orquídea e um lírio e saí daquela casa o mais rápido que pude – e sem ter Rose e meus pais em casa essa tarefa se tornou fácil.

O começo da minha caminhada foi difícil porque andar arrastando uma mala grande ainda tendo uma pendurada em um braço e segurando outra na outra mão, não é nada fácil – ainda mais pra mim. Mas depois de algum tempo, meus músculos estavam um tanto que adormecidos e isso se tornou tão fácil quanto andar de bicicleta. E como já era noite logo eu tive de arrumar um lugar para passar a noite.

Bem longe de casa eu encontrei um bar. Não era muito bonito – como se bares fossem bonitos –, mas não parecia ser daqueles perigosos, então entrei. Os homens dentro do bar aparentavam ser ou cornos afogando as magoas, ou um cara cansado do trabalho ou apostadores. Já as mulheres ou daquelas desocupadas ou daquelas que só querem sair de casa. Bem... esse bar não é muito diferente da onde eu vivia.

Eu fui calmamente até o balcão e quando um senhor que parece ter uns 50 anos parou perto de mim eu chamei sua atenção.

– Senhor, você pode me dizer onde exatamente é aqui? – eu perguntei a ele que rapidamente me mediu de cima a baixo.

– Aqui é o começo de Bell Hill* – ele disse e eu abri um pouco minha boca.

– A cidade Bell Hill? – eu perguntei só pra confirmar e ele assentiu – Okay... e aqui é um pouco longe da rodovia de Forks?

– Não muito – ele respondeu e olhou para uma mulher que parece ter uns 30 anos que estava com a mão levantada – Se for pedir alguma coisa chame pelo Tom – ele disse e foi atender a moça enquanto eu apenas assenti e me sentei em um banco na frente do balcão.

Depois que tinha se passado alguns minutos e o senhor não voltou e nem estava à vista eu vi que tinha um cara que parece ser só um pouco mais velho que eu secando um copo. Então eu chamei ele que rapidamente parou na minha frente.

– Você pode chamar o Tom pra mim, por favor? – eu pedi e ele sorriu de canto.

Tom sou eu. O que você vai querer? – ele disse se encostando no balcão.

– Bem... Qual é a hospedagem mais próxima daqui?

– Quanto você tem? – ele perguntou gentilmente.

– Não muito – eu respondi colocando automaticamente a mão no bolso do casaco.

Eu até poderia ter pego meu cartão, mas ele está no meio das coisas dos meus pais e eu não queria passar nem mais um segundo naquela casa além de que talvez meus pais poderiam chegar ou Rosalie voltar porque esqueceu alguma coisa – o que é a cara dela.

– Você vai pra onde? – ele perguntou começando a fazer uma bebida para um senhor sentado do meu lado.

– Forks – eu respondi e ele parou na hora de fazer a bebida.

– É sério? – ele perguntou e eu apenas assenti – Se você quiser, eu posso te levar. Eu vou passar esse Natal na casa do meu primo – então acabou de fazer a bebidas e entregou para o senhor que saiu dali – Você tem horas? – ele perguntou se apoiando no balcão novamente.

– Hum... – eu disse tirando meu celular do bolso da calça – São 20:20hs – tem alguém pensando em mim, completei no pensamento.

– Então já acabou meu turno. Me espera aqui que eu já volto – foi atrás acho que do senhor que me atendeu antes.

E sim, eu sei que estou parecendo uma louca, afinal o que tem na cabeça de alguém que pega carona com um cara que conhece a menos de 10 minutos? Mas eu realmente preciso voltar. Não porque me arrependi, mas sim pra pegar meu cartão e o que mais que seja realmente meu que esteja naquela casa. Darei um basta com meus pais, aproveitando que já fiz isso com Rose e finalmente eu serei livre.

Logo Tom voltou e eu fui com ele até um Ashton Martin – eu acho – preto.

– Sei que essa pergunta é um tanto idiota, mas você não é um assassino, não é? – eu perguntei me encolhendo um pouco.

– Pode ficar tranqüila...

– Bella – eu disse.

– Pode ficar tranqüila Bella. eu não sou um assassino, só quero ser gentil – então ele sorriu e entrou no carro.

Pelo lado de dentro ele abriu a porta do carona pra mim e um porta de trás. E na parte de trás eu coloquei minhas três malas mais a minha mochila. E fui me sentar no banco do carona.

– Só por conhecimento da área: qual o nome do seu primo? – eu perguntei a ele antes que ele desce a partida.

– Emmett Cullen.

– Ah... que maravilha... – eu murmurei.

Espero que ele não seja tão bobo quanto o primo é.

(...)


– TOM!!! – Emmett gritou, saindo de dentro da sua casa e abraçando o primo.

Durante toda a viajem Tom foi um cara muito legal.

No começo ele não falou muito, apenas ligou o radio e por sorte a musica que passava era minha preferida e assim que comentei isso começamos a conversar sobre qualquer outra coisa que viesse a nossa mente. Não que a viajem tenha sido muito longa, demorou um pouco, mas sei que um pouco mais do que deveria.

Bem... Tom não é nada parecido com Emmett – na personalidade – e se fosse para escolher – o que na verdade é –, eu prefiro Tom.

– Bella? O que você tá fazendo aqui? – Emmett perguntou assim que se soltou de Tom, me olhando com um cara de panaca – novidade...

– Bem Emm... eu acabei dando uma carona pra Bella quando nos encontramos no bar de Bell Hill – Tom explicou sorrindo – E eu também queria saber se ela não pode passar o Natal com a gente...

– Mas ela...

– Não precisa – eu disse antes do Emmett dizer alguma asneira – Eu moro na cidade mesmo e eu dou um jeito.

– Mas você não quer ficar em casa Bella. Eu sei disso – Tom disse e pisquei surpresa.

– Mas como...?

– Não é todo dia que uma garota chega lá no bar, cheia de malas – ele disse dando uma piscada.

– Você pode ficar – Emmett disse olhando pra mim sorrindo. E novamente eu estava surpresa.

– Emmett, eu... – eu comecei a dizer, mas ele logo me cortou.

– Eu sei como é conviver na sua casa. Bem... todo mundo sabe – ele disse dando de ombros – Por mim não tem problema.

– Obrigado – eu disse sinceramente, sorrindo e corando um pouco.

– Então Emm, me ajuda aqui com as malas da Bella? – Tom perguntou apoiado na porta de trás.

– Claro primo – Emmett respondeu então antes de ir ajudá-lo se virou pra mim – Minha mãe está na cozinha e meu irmão no sofá, eu acho.

– Rose não está aí, está? – perguntei sentindo uma raiva repentina, mas sem deixar transparecer.

– Não – ele disse e eu quase soltei um suspiro de alivio. Quase.

Então Emmett foi ajudar Tom e como eu sei que eles não vão me deixar ajudá-los de qualquer jeito, entrei na casa vagarosamente, mas como eu sou eu; bem... eu tinha que trombar em alguma coisa e dessa vez o alvo foi homem muito bonito. Loiro, não muito alto e com lindos olhos azuis. E pelo o que eu posso deduzir, esse deve ser o pai do Emmett; Carlisle, se eu não me engano.

– Hum... oi – ele disse sorrindo.

– Oi – eu disse sentindo corar muito. Que vergonha! Ele deve estar achando que sou uma ladra – meu nome é Isabella e Tom me deu uma carona. Emmett disse que eu posso dormir porque eu realmente não posso voltar pra casa. E eu...

– Tudo bem querida. Respire – ele disse calmamente com um sorriso atencioso no rosto.

Eu nem tinha percebido que tinha começado a falar tão rápido. E fiz o que ele me pediu.

– Carl o que está... ? – uma mulher disse vindo de um outro cômodo da casa.

Com cabelos presos em um coque, de lindos olhos verdes e um pano na mão ela parou me olhando.

– Quem é ela? – ela perguntou para Carlisle tão baixo que se eu não estivesse tão perto, não teria escutado.

– Essa é Isabella amor. Ela é amiga de Emmett e Tom. E bem... podemos deixá-la dormir aqui hoje? – ele perguntou gentilmente a ela que sorriu na minha direção.

– É claro que você pode dormir aqui querida – ela disse direto para mim e acabou me abraçando.

Surpresa e envergonhada – pela terceira vez em menos de 15 minutos – eu abracei a doce mulher que no final me olhou de cima a baixo – apenas constando se tudo estava bem comigo – e disse:

– Por que não toma um banho? Você parece estar muito cansada – é, nem me diga...

– Mãe! – Emmett disse entrando na casa com Tom logo atrás dele – A Bella é a irmã da Rose se lembra? – ele disse olhando de um jeito sugestivo pra ela que eu quase não percebi.

– Ah... bem... então sinta-se em casa – ela disse sorrindo então apontou para a grande escada – Suba a escada e siga o corredor. A porta que vai estar de frente pra você é o banheiro e eu vou deixar suas coisas na porta da direita – então ela foi para algum lugar enquanto eu ainda impressionada pela hospitalidade, subi a escada.

Vi algumas portas de ambos os lados e a ultima lá do fundo e de frente pra mim me pareceu tão convidativa que eu fui até lá quase correndo. Quando abri a porta sorri para o grande banheiro, coincidentemente parecido com o meu antigo. E eu já me sentia a vontade, e por sorte, antes que eu começasse a me despir alguém bateu na porta e quando abri vi que ela tinha uma toalha na mão.

– Obrigado...

– Esme – ela disse sorrindo.

– Obrigado Esme – eu disse sorrindo e ela apenas assentiu com aquele sorriso gentil no rosto.

Eu tranquei a porta e me despi, rapidamente entrei debaixo do chuveiro, e alguns minutos depois eu já estava saindo. Eu não quis me demorar muito, afinal a casa não é minha e a qualquer minuto eles podem me colocar pra fora daqui, mas estou admirada pela confiança deles em uma estranha – por mais que eu ache que pra eles eu não seja tão estranha assim.

Eu saí cuidadosamente do banheiro tendo certeza de que não tinha ninguém ali e fui para a porta que Esme me disse. Abri a mesma e vi o lindo quarto com minhas coisas em cima da cama. Tranquei a porta e me troquei também rapidamente, colocando uma calça de moletom, uma regata rosa e uma blusa bem quente por cima. Achei uma meia jogada entre as coisas que eu trouxe e vi que tinha um chinelinho quase debaixo da cama. Dei de ombros olhando para ele e o calçando. Se tiver algum problema, eu tiro, pensei saindo do quarto.

Fui andando calmamente até a sala e vi que todos estavam lá. Tom parecia ter tomado banho também e com seus cabelos meio molhados eu percebi que é MUITO gato. Me bati internamente por pensar assim de uma pessoa que conheço não faz nem 24 horas – por mais que não tenha nenhuma regra para isso –, mas agora meu foco é arranjar algum lugar permanente par eu ficar.

– Oi Bella – ele disse acenando e os outros fizeram o mesmo, menos uma pessoa.

Ainda meio acanhada eu me sentei no sofá entre Tom e Esme e pelo canto do olho observei o quieto garoto que estava na poltrona. Ele olhava para a televisão, mas parecia não vê-la. Ele estava vestido como qualquer outro garoto normal e eu estranhei nunca ter visto ele na escola – porque é mais do que óbvio que é lá que ele estuda; é a única escola de Forks.

Balancei a cabeça rapidamente e chamando a atenção de Tom que me olhou e eu apenas sorri, então ele se virou para a televisão novamente. Aos poucos eu fui me desligando de todos e quando notei, já não ouvia ou via mais nada.

(...)


Acordei com alguma coisa em minha mão e a claridade em meu rosto. Vagarosamente abri os olhos e percebi que estava em um quarto, e rapidamente as lembranças de ontem vieram átona em minha mente. Então agora eu me considero corajosa. E sorri me levantando sentindo que ainda tinha algo em minhas mãos. Percebi que era um papel, mas não um papel qualquer; aquele tipo de papel.

Meus olhos se arregalaram ao mesmo tempo em que um sorriso bobo nascia em meus lábios. Ele é inacreditável! Ele único! Ele é meu...

Suspirei tolamente e li absorvendo cada palavra do quadrado de papel cinza com alguns detalhes em rosa.


É inacreditável como o possível, sempre se torna possível.

Como o dia rapidamente vira noite,

Como a noite rapidamente vira dia,

E como você às vezes inconstante.

Sorri e rapidamente está triste.

Cora enquanto pensa em algo ao qual você não deveria estar corando.

Deve estar se perguntando como consegui isso,

Mas apenas abra os olhos e você verá quem sou;

Sem bilhetes,

Sem armários para me esconder,

Sem pessoas para me encobrir.

Apenas eu.

Acabei de ler e me surpreendi por desta vez ele ter realmente se aberto comigo e pedido para que eu descobrisse quem ele é. E dessa vez eu me sentia confiante para tentar. Confiante para encontrá-lo cara a cara e dizer o meu bobo “eu te amo”, beijá-lo e me sentir nas nuvens. E por mais farytale que isso pareça, é o que eu mais preciso na minha vida nesse momento.

Me espreguicei e li novamente o bilhete ganhando mais confiança e finalmente levantando da cama.

Eu fui até minha mala que eu deixei do lado de um closet e a abri, pegando uma calça jeans, uma camiseta e depois peguei minha pequena bolsa e a deixei em cima cama. E quando acabei de me trocar só ajeitando o cadarço do tênis eu fui para o banheiro. Lá eu escovei meus dentes calmamente pensando em uma boba musica de amor. Eu lavei meu rosto em seguida e dei uma meia penteada prendendo meu cabelo logo em seguida.

Saí do banheiro e trombei em alguém. Eu quase caí no chão se ele não tivesse me segurado pela cintura. E a primeira coisa que vi quando olhei para ele foram seus olhos. Tão lindos; tão verdes.

– Er... me desculpe – eu disse assim que ele me soltou, o que internamente eu não queria que tivesse acontecido.

– Não foi... não foi nada – ele disse dando um sorriso de canto.

– Sou Bella – eu disse estendendo a mão educadamente.

– Edward – ele disse baixo e estendeu a mão também.

O contato da sua pele com a minha, fazia-me ficar quente no mesmo instante e minha pele toda se arrepiar. Um pequeno – e gostoso – formigamento se encontrava na palma da minha mão e estranhamente, acho que na dele também.

Segundos depois desfizemos o contato e olhamos um para o outro.

– Eu preciso.

– Eu preciso entrar.

Acabamos dizendo juntos e seguindo nossos instintos do momento, eu entrei no “meu” quarto e ele no banheiro. Assim que fechei a porta encostei-me nela. Ele é lindo e é tão... conhecido pra mim, eu pensei olhando para a cama onde o bilhete permanecia. E de repente uma louca vontade de ler os outros bilhetes me bateu que eu corri até minha jaqueta e tirei de lá os bilhetes – tendo alguns um pouco amassados.

Eu comecei a marcar a data de quando ganhei cada um e comecei pelo primeiro.


Seus olhos me iluminam,

Seus sorrisos me aquecem,

Suas palavras me inspiram

E todos por você suspiram.

O jeito que anda pode ser desajeitado

E como seu cabelo balança ao vento é engraçado,

Mas eu sempre estarei aqui

E no meu coração seu nome está cravado.

Rapidamente passei para o terceiro:


Talvez você não tenha reparado,

Mas hoje o sol brilhou como nunca

E a beleza que ele exibiu é a que eu vejo sempre em você.

É única, é verdadeira, é apaixonante.

Hipnotiza, encanta e faz meu coração acelerar

E é por isso que durmo tranqüilo porque sei que no outro dia,

Você sempre estará lá.

Pisquei rapidamente me lembrando de um bilhete em especial. Olhei desesperada para os bilhetes e quando estava achando que iria ter um ataque achei meu tão amado bilhete. Ele, eu recebi no dia seguinte que decidi fazer uma única pergunta desde que ele começou a me mandar os bilhetes. Perguntei como ele era e do jeito mais doce, meigo e inacreditável possível, ele se descreveu. Exclusivamente para mim.


Olhos verdes se iluminam ao ver o doce chocolate encarar o vazio.

Pele alva se arrepia quando um simples olhar lhe é lançado.

Mesmo que por mera coincidência. Por um mero segundo.

E estando em casa me sinto vazio, frio.

Sem sua aura de calor perto de mim,

Sem bagunçar meus cabelos por vergonha.

E eu nunca paro de pensar como seria te ter pra mim.

Mas fica apenas nisso; um pensamento.

Um pensamento sem fim.

Ganho coragem à noite e me sacrifico de dia.

Tendo arrependimentos,

Tendo puros sentimentos.

Tendo medo tudo

E medo nada.

Sorrindo igual a uma boba eu encarava o bilhete, mas quando a porta rangeu, eu pulei de susto e rápido e desajeitadamente tentei cobrir os bilhetes.

– Bom dia Bella – Tom disse.

– Bom dia Tom – eu disse sorrindo – Algum problema?

– É que estranhamos estar demorando já que Edward falou que você provavelmente estaria descendo – ele explicou dando de ombros e encostando-se no batente da porta.

– Ah... bem, eu já desço. Vou só guardar minhas coisas – eu sorri tentando convencê-lo e por mais que eu ache que ele não acreditou muito, ele apenas assentiu sorrindo e se foi.

Suspirei aliviada e mais do que rápido guardei os bilhetes de volta na jaqueta deixando ela dentro da mala maior com o bolso virando para baixo. Peguei minha pequena bolsa e nela guardei minha escova de cabelo, destes e o creme dental. Em seguida olhei para quarto que continuava arrumadinho, então desci encontrando todo mundo na cozinha – que fica um pouco distante da sala.

– Bom dia – eu disse calmamente a eles que me responderam em coro.

Assim que me sentei, Esme me ofereceu pãezinhos e eu peguei um feliz e acabei por passar requeijão. Eu também tomei um suco de morango e depois um pouco do de laranja. Acabei comendo mais um pãozinho e eu fiquei na mesa enrolando até todos saírem e ajudei Esme a limpar tudo. No começo ela me disse que não precisava, que eu sou visita e mais algumas coisas, mas eu somente ignorei. Posso até ser visita, mas sou uma visita bem chata, afinal não era para eu estar aqui – e prefiro ser só um pouco chata do que folgada também. E Esme acabou cedendo e enquanto eu a ajudava com a cozinha, ela me contou algumas histórias sobre ela e Carlisle.

– Eu acabei te chateando não é querida? – ela perguntou secando as mãos.

– Não se importe com isso. Eu realmente gostei de escutar suas histórias. São tão apaixonantes; mágicas. Você fala com tanto amor que até u posso sentir – eu respondi sorrindo e ela sorriu de orelha a orelha.

– Você é muito especial Bella – ela disse e então beijou minha testa e saiu da cozinha.

Aquele pequeno – e estranho, porem bom – momento me fez sorrir. Nunca tive um momento mãe e filha com a minha mãe, e incrivelmente eu acabei de ter um com um mulher que conheço em menos de um dia.

E me tirando do transe a campanhia tocou. Vi Emmett correndo igual a uma criança para atender. Eu sorri. Bem... Emmett não é tão mal quanto eu achava. Ele pode ser tapado, mas é um bom cara. E meu sangue gelou assim que escutei a voz de Rose, e no segundo seguinte ele ferveu.

Respirei fundo e tentei sorrir, mas acho que acabei fazendo um careta e tomando uma incrível coragem fui para a sala. E assim que Rose me viu ficou parada olhando pra mim com fúria nos olhos.

– O que ela está fazendo aqui?!?! – ela gritou apontando pra mim.

– Eu deixei ela dormir aqui. Meu primo trouxe ela ontem de noite e eu não podia deixar ela na rua né Ursinha – ele explicou.

– Ela tem casa Emmett – ela o respondeu olhando pra mim.

– Eu não tenho casa Rosalie. Na verdade, aquela nunca foi minha casa e nem nunca será – eu disse a ela.

– Você não pode sair de casa!

– É claro que posso loira retardada! Tenho 18 anos e dinheiro suficiente pra pagar um aluguel em algum lugar por um tempo até arranjar um trabalho. Então cuide da sua vida e pare de se intrometer na minha. Eu disse sério ontem Rose. Pra mim chega! – e dizendo isso, deixando todos da sala me olhando um tanto que impressionados, eu subi a escada e fui para o quarto.

Eu fiquei uma hora dentro do quarto e nesse tempo duas vezes bateram na minha porta. Na primeira vez foi Emmett. Ele queria que eu saísse do quarto e disse que Rose prometeu ficar na dela e eu o ignorei. Na segunda foi Tom. Ele implorou para que eu saísse do quarto e eu apenas cobri meus ouvidos com o travesseiro.

Agora pela terceira vez eu estou sendo importunada. Quem quer que seja que está batendo já está assim há cinco minutos e essas batidas estão começando a me deixar louca. E dois minutos depois eu bufei e abri a porta violentamente.

– Fala!!! – gritei e percebi que era Edward – Me desculpe – eu disse respirando fundo e olhando em seus lindos olhos verdes que incrivelmente, me acalmaram – Fala.

– Eu só... – ele disse mexendo no cabelo parecendo estar com vergonha – Bem... nós vamos sortear agora o amigo secreto.

– Eu...

– Por favor... – ele disse me olhando de um jeito que... Meu Deus! Meus joelhos chegaram a tremer – Esme realmente gostou de você. E ela quer muito que você participe.

– Tudo bem – eu suspirei e fechei a porta atrás de mim seguindo um Edward sorridente.

Quando cheguei na sala recebi olhares felizes e um nem tão feliz assim.

– Vamos começar – Esme disse e balançou bastante o saquinho vermelho que estava na sua mão.

Assim que ela havia mexido bastante, ela pegou seu papel e guardou no bolso da calça começando a passar o saquinho por nós. Cada um foi pegando seu papelzinho e lendo. Quando chegou na minha vez, eu fechei os olhos e mexi bem minha mão lá dentro. No final peguei um papel e Esme sorriu gentilmente pra mim indo para Tom do meu lado.

Eu dei um passo para trás e abri meu papel quase o rasgando em seguida. Em uma linda e graciosa letra estava escrito Rosalie. Bufei baixinho e a imagem do presente para ela veio a minha mente. Sim, eu serei petulante o bastante para dar a Rosalie uma blusa vermelha da Armani.

– Agora, vamos às compras – Esme disse sorrindo enquanto todos comemoravam.

Eu subi a escada rapidamente e fui para o “meu” quarto. Tranquei a porta e peguei meu dinheiro dentro da mala. Peguei minha jaqueta e coloquei-a. Joguei minha carteira dentro do bolso e coloquei a mãos nos mesmos, saindo do quarto e esperando os outros descerem.

Quando todos estavam na sala novamente, Nós fomos até a garagem e eu fiquei pensando se realmente deveria ir. Já estou abusando demais da hospitalidade deles. O máximo que eu deveria ter feito foi ter tomado café, arrumado tudo sozinha e ter saído daqui. Suspirei vendo que não tinha mais volta. Não irei sair do amigo secreto e estragar a felicidade deles, e de Esme. Estou a vendo como uma mãe e por mais idiota que pareça, quero que ela se orgulhe de mim. Nem que seja só por hoje, afinal não a verei mais.

Suspirei e entrei em um dos carros onde Edward estava no volante, Jess no banco da frente e eu e a pequena Alice no banco de trás.

Nós duas fomos o caminho todo até Seattle conversando. Edward apenas escutava o que falávamos e a musica enquanto Jess tentava puxar papo com ele, mas ele estava meio desligado ou simplesmente é assim então ela logo desistiu.

Quando chegamos, nos espalhamos e cada um foi comprar o que acha melhor para o seu amigo secreto. E sem ninguém ver, eu fui até a loja Giorgio Armani e assim que vi a blusa – que eu acho que é igual a outra – chamei uma vendedora e ela prontamente pegou a blusa. Eu paguei e logo depois fui em uma loja de doce perto. Comprei alguns doces e perguntei se eles não podiam me dar uma sacola media, e assim que eles me deram a sacola – eu agradeci por ser lilás, até que bonita e não mostrar o que tem dentro.

Um tempo depois eu percebi que eles ainda iam demorar, então fui para a praça de alimentação. Lá eu fiquei por mais ou menos 2 horas até que eu vi a pequena Alice passar junto da Jess e fui até elas. As duas já estavam indo para o carro e eu fui junto. E poucos minutos depois, todos já estavam dentro de cada carro e voltando para a casa de Emmett.

O caminho de volta foi igual ao da ida, bem... a não ser pelo pequeno detalhe: eu tinha alguém em minha mente que não parava de me surpreender.

(...)


Deitada na cama olhando para o teto. É, é assim que estou agora.

Quando nós chegamos aqui eu ainda passei alguns minutos com eles lá embaixo. Talvez meia hora, mas eu realmente precisava pensar. E pensar muito.

Fiquei meio que a tarde a inteira para me convencer de que finalmente eu o encontrei. Nunca pensei que ele fosse. Por mais que eu já tivesse pensado em sua aparência por causo do poema, mas ele é tão... mais bonito do que eu poderia pensar. E mesmo assim ele parece ser tão deslocado.

Suspirei e me virei para a janela. Olhei a neve caindo calma lá fora e com os minutos eu fui me sentindo mais leve e mais leve até...

De repente um pequeno guincho da porta me fez voltar a abri meus que já se encontravam fechados. Pensei em me virar, mas senti um papel sendo colocado debaixo travesseiro igual o de hoje de manhã e antes que ele tirasse sua mão dali, eu a segurei.

Senti ele totalmente parando e então tentou puxar a mão calmamente pensando que eu estou dormindo. Sorri com isso e me virei para ele que arregalou os olhos. Não sei se de surpresa, medo, ou talvez os dois. Me sentei levemente e continuei a olhá-lo.

– Oi Edward – eu disse e minha voz não passou de um sussurro.

– Bella, eu... – ele começou a dizer, mas com minha mão livre coloquei meu dedo indicador m seus lábios o fazendo ficar quieto.

Ele me olhava atentamente e por instinto – em tão pouco tempo e meu corpo já sabe que é dele que precisa – eu comecei a me inclinar e vagarosamente, ele também. Nossos olhos estavam conectados. Esmeralda com chocolate. E a um centímetro de distancia Edward suspirou e isso foi o bastante para me fazer perder o controle com seu cheiro exoticamente mentolado.

Colei meus lábios aos dele de um jeito desesperador – como se eu tivesse esperado por isso durante toda a minha vida – e Edward correspondeu igualmente.

Nos primeiros segundos foram apenas nossos lábios desfrutando a textura um do outro, mas sem agüentar por mais eu entreabri meus lábios dando total passagem para Edward que de um jeito voluptuoso agarrou minha cintura e sentou-me direito na cama, ficando do meu lado.

Nossas línguas foram conhecendo uma a boca do outro. Com ele apertando minha cintura e minhas mãos em seus cabelos revoltos, o beijo foi se acalmando e logo se transformou em pequenos e singelos selinhos, com direito a uma fraca mordida minha em seu lábio inferior para finalizar.

Ficamos ainda alguns minutos em silencio. Eu com a cabeça na curvatura de seu pescoço e ele com o rosto enterrado em meus cabelos. Estávamos imóveis apenas aproveitando o momento. E nossos corações que durante o beijo se aceleraram, agora estavam tão calmos que eu quase não sentia o meu e nem a leve pulsação no pescoço de Edward.

Um barulho no andar debaixo nos despertou e nos separamos calmamente. Então nos encaramos e como se fossemos um só, demos um selinho e ele saiu do quarto vagarosamente sem quebrar o contato visual comigo e eu fiz mesmo, mas assim que ele saiu do quarto eu voltei a olhar a neve e me lembrando de com quem eu estava há um segundo atrás, eu me senti no céu.

(...)


– Bella? – Tom disse entrando no quarto vagarosamente.

– Fala – eu disse sorrindo.

– Nós já vamos jantar. Você vem?

– Estou descendo – eu disse e ele assentiu saindo do quarto.

Bem... agora eu só tenho que olhar para Edward e controlar o impulso de ir ao seu lado e lhe beijar.

Respirei fundo e me levantei da cama indo para a cozinha. A mesa estava tão farta quanto na hora do café da manhã. Eu sorri para todos que sorriram de volta e Edward sorriu pra mim de um jeito que fez meu coração se acelerar.

Deus! Como eu posso gostar dele tanto assim?!

Eu me sentei vagarosamente na cadeira que por coincidência estava de frente para ele. Ele sorriu novamente para mim e eu apenas abaixei a cabeça sentindo meu rosto corar de um jeito absurdo. Não sei se alguém percebeu, mas se acabou percebendo, não comentou nada. E logo jantamos entre risos e olhadas discretas de Edward para mim.

Assim que todos acabaram de comer, eu ajudei Esme igual de manhã, com a única diferença é que dessa vez ela não fez nenhuma objeção, apenas continuou a me contar suas histórias. Histórias que encheram minha mente e meu coração, me fazendo desejar ter uma história tão linda e apaixonante quanto a dela.

Depois que acabei de arrumar a cozinha junto com Esme, nós duas fomos para a sala, onde todos estavam assistindo a um filme que passava na TV. Nós duas nos sentamos uma do lado da outra e começamos a assistir junto deles e uma hora e pouco depois – quando o filme acabou – eu subi para o meu quarto enquanto Emmett e Tom ainda ficaram na sala. No meu quarto eu me joguei na cama e fechei os olhos tendo minha mente totalmente dominada pelos hipnotizantes olhos verdes de Edward. E foi com ele que eu sonhei. Um lindo sonho onde ficávamos juntos.

(...)


De manhã eu não tive vontade de me levantar. Estava com o corpo totalmente descansado, mas minha vontade era ir até Edward e acho que isso não é uma boa idéia – por enquanto. Então eu fiquei na cama alegando estar um pouco indisposta e com um sorriso meigo no rosto, Esme me falou para descansar mais um pouco e fingindo uma careta de dor eu apenas assenti e me virei para o outro lado conseguindo cochilar um pouco.

Logo que eu acordei percebi que estava nevando lá fora e foi direto para frente da janela. Fiquei alguns minutos admirando a graciosa neve e então tomei coragem para descer.

O andar debaixo estava totalmente irreconhecível. Com uma grande arvore de Natal totalmente enfeitada, alguns ... espalhados pela sala e um cheiro muito bom vindo da cozinha. Fui rapidamente até lá e Esme com um avental verde quadriculado fazia uma deliciosa comida. Olhei para o relógio na parede da cozinha e vi que já eram 15:00hs da tarde. Arregalei os olhos e logo pedi para ajudar Esme.

Passei o resto da tarde ajudando ela com os doces e depois com a ceia. E assim que acabamos, deixamos os doces na geladeira, o pernil no forno e a comida em cima da mesa totalmente tampada.

Eu subi para me arrumar porque logo Rosalie, Jess e a pequena Alice chegariam. Nós comeríamos algo e começaríamos com o amigo secreto, e depois iríamos para a ceia. E quando cheguei ao meu quarto tinha mais um bilhete em cima da minha cama. Tranquei a porta, peguei minha roupa para essa noite e antes de ir tomar meu banho li o lindo bilhete.


Um dia maravilhoso se resume a estar com quem ama.

Meus dias podem não ser sempre maravilhosos

Pois não estou sempre com você,

Mas a partir de hoje sim.

A partir de hoje você será oficialmente minha.

Você sempre foi e sempre será.

Até o dia em que meu coração para de bater.


Sorri igual a uma boba quando acabei de ler e sim. Ele também sempre será meu. Até o dia em que meu coração para de bater. E suspirando sem prestar atenção em muita coisa, eu fui tomar banho.

Meu banho foi um pouco demorado por eu estar tão distraída depois do bilhete, mas tudo correu muito bem. Eu consegui me trocar sem me machucar ou coisa do tipo. E no final eu realmente estava bonita e com o presente de Rosalie na mão eu desci a escada e o coloquei embaixo da arvore.

– Está bonita Bella – Edward disse parando ao meu lado e me fazendo corar levemente.

E é incrível como ele faz isso comigo com apenas meras palavras.

– Você também Edward – eu disse sorrindo e ele retribuiu.

Alguns minutos depois Jess e Alice chegaram e nós comemos um pouco da torta que Esme fez. Eu tomei minha tão amiga Coca e ficamos conversando. Então meia hora depois Rosalie chegou e junto dela estavam meus pais.

Eu respirei fundo e sabia que aquela era hora. Os encarei e falei para me seguirem. Fomos até o andar de cima e eu pare os encarando.

– Isabella, por que você saiu de casa? – meu pai perguntou.

– Porque eu não agüento mais morar naquela casa, então não adianta o que vocês digam: eu não vou voltar – eu disse olhando confiante para eles.

– Você é menor de idade – Renée disse achando que assim iria me impedir.

– Você é tão boa mãe que não sabe nem a idade da própria filha. Fiz 18 anos em setembro sua desnaturada, então eu faço o que eu quiser da minha vida – eu disse um pouco mais alto.

– Isabella! Não fale assim com a sua mãe – Charlie disse me olhando duramente.

– Por que vocês não me esquecem? – perguntei.

– Porque nós somos...

– Não complete essa frase. Sei muito bem o que você vai falar e não é verdade. Então façam um favor a mim? Esqueçam que eu existo – então eu desci e tentei curtir.

Eu até consegui e melhorou quando os dois foram embora. Aí um lindo sorriso veio ao meu rosto e eu me senti finalmente livre. Agora eu sou uma pessoa completa. Bem... talvez não tanto. Olhei para Edward que ria junto de Emmett e Alice. E me despertando do transe, Tom me balançou avisando que o amigo secreto ia começar.

Eu sorri e me sentei na poltrona ao lado do sofá. Todos se acomodaram e nós decidimos quem iria começar. O escolhido foi Emmett, então ele se levantou e foi para a frente da arvore, pegou seu presente e se virou para nós.

– Bem... meu amigo secreto é um a pessoa que eu considero muito apesar de não conversar muito com ela – ele disse e Jess levantou a mão sorrindo.

Emmett assentiu e Jess foi até ele. Os dois se abraçaram então foi a vez de Jess. Ela ganhou um vestido rosa muito bonito e seu amigo secreto foi o carlisle que acabou ganhando um estetoscópio. Carlisle tirou Esme e ela ganhou uma ilha! Isso mesmo, uma ilha! E com lagrimas de emoção nos olhos Esme disse que seu amigo secreto foi Edward. E ele ganhou um Kit de química que me pareceu ser muito caro, e foda. Então quando Edward começou a falar eu comecei a corar e todos começaram a me olhar.

– É você Bella – ele disse estendendo a linda caixa. Ela é toda colorida e tem um lindo e delicado laço rosado.

Eu me levantei e peguei a caixa. Quando a abri meus olhos brilharam de felicidade já que dentro da caixa se encontrava uma linda flor feita dos papeis coloridos e no centro uma pequena caixinha preta.

Calmamente Edward pegou a caixinha e se virou pra mim, abrindo-a e me mostrando o lindo anel.

– Bella, eu sei que visualmente você me conhece a pouco tempo, mas sei que sabe tanto de mim quanto eu sei de você, então você aceita ser minha namorada – ele perguntou com mos olhos brilhando.

Nos abraçamos fortemente e no final ele colocou o anel no meu dedo e me mostrou o que já estava no dele. Demos um pequeno selinho e todos aplaudiram. E com o coração transbordando de felicidade eu comecei a falar do meu amigo secreto que logo se manifestou.

Rosalie surpresa por eu ter tirado ela, mas sorriu mesmo assim e aceitou meu presente, e quando viu que era uma blusa vermelha da Armani sorriu e deu uma pequena risada logo começando a falar do seu amigo secreto. Rosalie tirou a pequena Alice que recebeu uma linda e grande casa de bonecas. E Alice tirou Emmett que ganhou um DVD infantil. Todos riram com isso e fomos para a mesa comer a ceia.

A ceia estava realmente maravilhosa e de mãos de vez ou outra eu segurava a mão de Edward. E quando menos esperávamos – pois estávamos muito distraídos conversando uns com os outros – bateu o sino do relógio antigo dos Cullen e já era Natal.

Nos abraçamos e eu deixei Edward por ultimo, dando um digno beijo de cinema. E no final colamos nossas testas e acabamos dizendo juntos:

– Eu te amo – e sorrimos.

Eu fiquei o resto da madrugada abraçada ou apenas de mãos dadas com Edward porque agora que estamos juntos nada irá nos separar. E com um repentino pensamento eu sorri. É graças a Edward que agora, eu sou tão feliz assim.

Começou com os pequenos bilhetes, então esses pequenos bilhetes me deram força para fazer o que eu mais queria, e precisava. E foi graças a isso que eu encontrei Tom e vim para aqui com os Cullen. Conheci Edward e descobri que realmente o amo.

Bem... foi assim que eu descobri quem era Meu Amigo Secreto.



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Notas finais do capítulo

Comentem!! Não custa nada e ainda enche meu coração de alegria =^.^=
Bjinhuus; Nandah