Então É Natal escrita por Tenteitudo


Capítulo 1
24.12.11


Notas iniciais do capítulo

N/A: Oi, sei que vcs querem novos começos e eu atualizarei antes do ano novo provavelmente mais de uma vez, não se preocupem. Estou passando o Natal no hospital com a minha vó e no intuito de escrever novos começos, isso acabou saindo. São dois capítulos do diário da Quinn, esse ela escreve no dia 24 e o próximo no dia 25. Mesmo que o 2º já esteja pronto, só postarei amanha se vocês quiserem que eu poste...
Bem, espero que vocês gostem... É uma historia bem tranquila, sem grandes emoções, mas eu acho que é assim que o amor acontece na realidade, ele só acontece...
FELIZ NATAL PARA TODOS VOCÊS!
Abraços, A



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Diário da Quinn

24.12.11

Então é Natal...

E é totalmente deprimente. Na realidade, hoje ainda é dia 24, o Natal mesmo é só amanhã, porém, é uma tradição familiar iniciar as festividades na véspera. Sinceramente, não sei como essa tradição ainda vigora, considerando-se que a minha família se desintegrou totalmente nos últimos anos. Lembro de natais em que a casa estava lotada, noites em que a felicidade deixava de ser apenas fingimento para se tornar algo real e compartilhado por todos.

Não importava o que acontecesse, brigas durante o ano, crises durante o dia, tudo era perdoado, por que é isso o que se faz no Natal, não é mesmo? É tempo de perdoar.

Sim, sim...

Vou te contar uma coisa, isso é tudo bobagem. Uma mentira, o espirito natalino não passa de uma ilusão, uma fachada, como tudo na minha família. Eles perdoaram meu primo Benny quando ele voltou do centro de reabilitação e o tio Robert quando ele finalmente saiu da prisão. Até mesmo o meu pai foi perdoado por ter cometido adultério e se divorciado da minha mãe. Aposto que agora eles estão todos em volta da lareira da casa dos meus avós, bebendo como se não houvesse amanha e fingindo que está tudo bem.

Por que realmente, é socialmente aceitável perdoar um menino que quase morreu de overdose e vendeu metade dos pertences de seus pais para comprar drogas, ou o cara que foi preso por desvio de verbas publicas para comparar mais um barco, e o homem que expulsou sua filha gravida de casa enquanto traia sua esposa com uma mulher 20 anos mais nova.

Mas e quanto a menina que teve um bebê aos 16 e foi forçada a entregar sua filha a adoção, é natural ignorá-la, já que dar a vida a alguém é um pecado tão imperdoável. O que mais me incomoda é que eles excluíram minha irmã também. Fran nunca fez nada, não é exatamente justo com ela. Sem contar que sou eu que tenho que aturá-la reclamando o tempo inteiro sobre como a nova casa é pequena e que esse ano teremos que cozinhar nossa própria comida.

Ok, a parte da comida meio que é compreensível, já que Judy nunca teve o dom da cozinha e a julgar pelo jantar de ação de graças, o peru de hoje vai estar igualmente intragável. Mas ainda assim, ela poderia pelo menos tentar esconder sua decepção para comigo, Fran, não Judy. Minha mãe vem tentado se redimir excessivamente nesse ultimo ano. Acho que isso é bom.

Enfim, estava enlouquecendo lá embaixo, ouvindo minha mãe cantarolar Jingle Bells incessantemente enquanto minha irmã contava as historias de Natais passados para seu novo namorado, Enzo, um cara que ela conheceu enquanto estava fazendo intercambio na Itália e conseguiu arrastar de volta para os Estados Unidos. Ele parece legal, mas tem um sotaque forte pra caramba e eu consigo entender uma de cada cinco palavras que ele diz.

Depois de uma hora e meia de tortura, resolvi subir e esperar pela hora do jantar (vulgo envenenamento) no meu quarto. Está calmo aqui e eu estou sentada no beiral da minha janela enquanto escrevo, assim posso ver a neve cair lentamente enquanto observo os poucos corajosos que se aventuram a sair do calor de suas casas hoje. Os filhos do vizinho estão fazendo bonecos de neve no quintal e parecem estar se divertindo. Será que seria estranho se eu fosse me juntar a eles?

Um filhote de labrador preto acabou de passar correndo desgovernado com uma guia verde solta atrás dele. As crianças pararam para olhar e agora estão tentando capturar o coitado. Ele obviamente fugiu de seu dono e não tem nenhum pai supervisionando os meninos. Eu deveria descer antes que eles matem o pobre bichinho a apertões...

Volto daqui a pouco.

====/====

Voltei!

Você não vai acreditar nisso, sabe quem é a dona do Tony? O labrador desgovernado? Ninguém mais ninguém menos do que Rachel Berry. Eu achei muito estranho quando vi uma mini pessoa usando um casaco azul marinho gigante correndo em minha direção, a principio, achei que fosse uma criança, por que sinceramente, ela não é muito maior que os filhos do vizinho, mas então ela tirou o capuz e eu reconheci os cabelos castanhos e os grandes olhos negros. As bochechas dela estavam cor de rosa e o nariz completamente vermelho, o cachorro praticamente a derrubou no chão quando a reconheceu. Não consegui não rir enquanto testemunhava o filhote babar todo o seu rosto, o que é meio nojento, mas de certa forma bonitinho ao mesmo tempo.

Ta, voltando ao que eu queria dizer, achei estranho ela estar na cidade e ter um cachorro, da última vez que conversamos ela estava tagarelando com Brittany sobre seus planos para o recesso escolar e como ela e os pais estavam planejando visitar NYADA e passar as festas em Nova York. E o cachorro, bem, ele não existia da ultima vez em que fui para a casa dela naquela festa ano passado. Mas ele é totalmente adorável e bobão.

Eu a convidei para entrar, mas ela não quis trazer o Tony para dentro por que, de acordo com ela, ele pode ser uma arma de destruição em massa quando em lugares desconhecidos e eu realmente não acho que minha mãe apreciaria uma companhia canina urinando em nossa arvore de Natal, então lhe ofereci um chocolate quente, mesmo sabendo que ela não toma leite. Eu não queria que ela fosse embora por que esse Natal está sendo deprimente o suficiente e, bem, é legal ter alguém com quem conversar. E nós somos amigas agora, sem armações e truques dessa vez.

Acabamos sentadas nos balanços que ficam no pátio dos fundos, tomando chá de hortelã e conversando enquanto os filhos do vizinho brincavam com o cachorro. Ela me explicou que a mãe de seu pai, Hiram, tinha ficado doente e ele tivera que viajar na terça para ficar com ela. Seu outro pai, Leroy, que é medico, foi sorteado para ficar de plantão durante o feriado e a viajem deles acabou sendo adiada para o próximo feriado que surgir. Ela parecia desapontada, mas conseguiu soar animada com a ideia de ficar em Lima mesmo assim.

Os Berry lhe deram um filhote de labrador de presente como um pedido de desculpas pela mudança de planos e para que ela não tivesse que passar o Natal/Hanukkah sozinha. Acho que isso é legal da parte deles. Ela estava levando o Tony passear quando escorregou e soltou a coleira, foi assim que ele veio parar aqui de todos os lugares, o que é uma enorme coincidência por que ela mora a oito quadras de distancia.

Sabe, eu até que gosto da Rachel, ela não é tão ruim quanto eu costumava pensar. Na verdade, ela é muito legal e eu gosto de conversar com ela, parece impossível ficar sem assunto, talvez por que ela realmente goste de falar, ou talvez por que ela sempre parece interessada quando eu falo. Os olhos dela são tão calorosos e receptivos, é... não sei, hipnótico. Não conseguia desviar meus olhos dos dela enquanto conversávamos e ela também parecia presa em mim. É como se, de uma hora para a outra, houvéssemos nos tornado incrivelmente próximas.

Sério.

A ponto de ela fazer uma piada sobre o desastre que é o suéter que eu estou usando (tentativa frustrada da minha mãe de tricotar) e sair viva para contar a historia. Eu até ri com ela, por que sério, essa coisa é horrível. Eu nem gosto de verde e coça em todos os lugares, mesmo que eu esteja usando uma blusa de mangas compridas por baixo.

Acho melhor tirar ele agora que Judy já me viu usando-o para sair e pareceu contente o suficiente com o fato.

...

Pronto, monstruosidade verde no fundo do armário, casaco cinza e apresentável em meu corpo.

Me sinto livre!

Haha, ok, sem exageros.

De volta a minha conversa com a Rachel. Tive que convidar a menina para passar o Natal com a minha família, mesmo que a comida seja ruim e minha irmã esteja passando por uma fase de humor detestável no momento, é melhor do que ficar sozinha em casa com um cachorro. Por mais fofinho que esse cachorro possa ser.

Ela declinou educadamente dizendo que as nove horas iria passar no hospital, comer sanduiches de tofu com seu pai e trocar presentes antes de ir para a casa do Puck que, aparentemente, vai dar uma festa para os membros abandonados do Glee Club que seriam a Rach, o Sam e o Rory, sem contar com ele mesmo. Os planos envolvem filmes Natalinos, álcool, pipoca, tequila, biscoitos de Natal, whine coolers e passar trotes para o pessoal que está viajando (Finn sendo o alvo principal, já que ele é o único bobo o bastante para acreditar em qualquer coisa que lhe digam por telefone. – Palavras da própria Rachel que não parecia nem um pouco triste com o fato de seu amado namorado estar em Washington com a família).

Por algum motivo, acabei me auto convidando para o evento e agora, talvez, minha noite não seja mais tão deprimente. As onze ela vai passar aqui para irmos juntas, já que moro entre a casa dela e a do Puck.

Nunca imaginei que fosse dizer isso, mas talvez, Rachel Berry seja a salvadora do meu Natal...

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Notas finais do capítulo

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