– Oh não! - sussurou inconsolavél – Será que eu as perdi?

 Pensava alto dialogando com si mesma, enquanto tratava de rastrear a bolsa com as mãos o mais rapido possivel, é nessas horas que a tiete do Trapnest percebia que não precisava exatamente de tudo aquilo pra ficar bonita. – Talvez eu deva deixar alguns batoms em casa - sussurou novamente quando ouviu o tilintar de algo metalico.

 – Que sorte ! Eu as achei ! - expressou-se aliviada.

 A Chave foi colocada na fechadura, Hacchi como preferiam, já havia esquecido seus pensamentos futeis sobre organizar a bolsa antes mesmo de terminar o rodar da tranca para libertar a fechadura.

 A garota tocou na maçaneta dourada e fria rompendo a porta alva lentamente, entretanto ela não sabia como dizer a Nana que deixaria seu emprego.

 E lá estava ele...

 Com os cotovelos apoiados no batente velho da porta, esperando-a maldosamente, com o seu olhar negro, penetrante como a penumbra da noite, como um lobo faminto, sem fechar as palpebras por sequer uma vez, seus lábios pronunciaram com uma malicia incomparavél;

– Seja Bem-Vinda, Nana-Chan ! - o timbre firme de sua voz, seu olhar fixo e temeroso, seus cabelos longos... ele poderia ser a personificação de algum sonho ?

Hachiko até tentou soltar uma palavra sofreguida, mais estava fora das possibilidades dizer qualquer coisa, suas pernas tremeram desprotegidas, seu corpo parecia ter sido banhado em lava escaldante e um frio na barriga se misturou ao estupor de seus pensamentos, ela sentiu algo como ansiedade ou coisa assim quem sabe... e em resposta seu corpo imediatamente travou, as lagrimas surgiram junto ao suor frio que encapava sua pele.

– AH! Que droga! - reclamou – Ei gente eu fiz ela chorar - Disse o baixista curvando o rosto para a mesa cheia de fumaça bebidas e jogos. Todos sem resalvas a nenhum gargalharam com a cena "encantadora" como diria Hacchi.

 Oozaki não sabia presentear ou elogiar, mais ela conseguiu. E esse foi o melhor presente da vida de Komatsu, mais também sua pior maldição.

– O Que foi? Não gostou da surpresa? - Indagou Takumi voltando o olhar para ela.

– Você é tão... bonitinha assim assustada - Terminou com uma voz carregada de segundas intenções.

 Os olhares se chocaram novamente, o coração acelerado da Nana mais ingenua se acalmou continuamente, e essa seria a experiencia de longe menos monstruosa e inesperada que ela teria com Takumi.

Ele não era o homem mais feliz do mundo, ele também não era o mais fiél...

Ele não era romântico ou sentimental... mais é isso o que fazia dele "ELE"