The Hare And The Swan escrita por TheRainCloud


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic escrita em dezembro de 2010
Espero que gostem ^^
Fábula que o Mestre Ancião contou pro Shiryu e que ele conta pro Seiya...
Tinha um viajante faminto no caminho, aí vieram três animais ajudar ele: um urso, que era forte, trouxe um peixe; uma raposa, habilidosa, trouxe uvas; mas tinha também uma lebre. Só que ela não tinha força, nem habilidade. Por isso ela se sacrificou no fogo pra alimentar o viajante.



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PoV do Shun

Não foi fácil ver Shiryu e Seiya correrem para fora da casa de Libra sem poder ir junto.

Shun escolhera ficar cuidando Hyoga até que ele acordasse. Quando não conseguia mais ver os outros dois, voltou o olhar para baixo, para o rosto do moço loiro deitado à sua frente.

Hyoga era tão belo. E a aparente morte só fazia realçar sua beleza. Os cabelos dourados cintilavam com os pequenos cristais de gelo que ainda restavam da prisão que o envolvera minutos antes. A pele, muito pálida agora, provocava arrepios ao simples toque: todo o calor se lhe escapara havia muito. Mesmo o chão de pedra onde Shun estava sentado parecia mais quente. Os olhos fechados inspiravam o medo de que nunca mais exibissem o lindo azul que continham...

Por quê? Por que Camus decidira matá-lo? Seu mestre... Que frieza, que abdicação de sentimentos... Shun não conseguia entender como um professor seria capaz de matar um aluno tão esforçado.

O menino mais novo pensava num meio de evitar que o amigo partisse definitivamente, mas o medo o privava de raciocinar direito. Ele acariciava gentilmente os cabelos e o rosto de Hyoga, chamando seu nome, tentando despertá-lo, mas parecia que era em vão. O corpo dele só continuava gelado, como se não conseguisse mais reagir para retornar à vida.

Shun se sentia aflito. Não conseguiria aceitar se Hyoga morresse. Jamais se perdoaria se o permitisse. Mas o que faria para salvá-lo? O desespero de não saber como proceder afogava-lhe a alma.

Não havia mais ninguém ali. Ninguém mais podia vê-los. Estaria tudo bem se Shun se rendesse à desolação que o possuía naquele momento. E foi o que ele fez.

Quando não conseguiu mais impedir que as lágrimas caíssem, entregou-se ao desespero e chorou alto, debruçado sobre o rosto do outro. Seus soluços ecoavam nas paredes do salão, sem surtir efeito algum nos ouvidos do cavaleiro de Cisne, cuja face agora se banhava no sal do pranto de Andrômeda.

– Não, Hyoga, não morra... – Shun pediu, em meio aos arquejos convulsos de seu peito. No desatino do desejo de acordar Hyoga, deitara a cabeça sobre a armadura branca só para senti-la tão fria como sempre fora – Não morra... Nós precisamos de você... O que eu posso fazer pra trazê-lo de volta? Me diga, Hyoga! Me diga...

A armadura de Cisne... Tão branca e tão linda... Viera da Sibéria e era feita de...

Gelo!

O susto foi tão grande que Shun até parou de chorar e se ergueu, olhando para a armadura que protegia o corpo inerte do amigo caído. Precisava tirar aquilo dele, logo!

Delicadamente, quase vexado, Shun removeu cada parte da armadura de Hyoga. Depois despiu a sua própria também, pondo as duas de lado.

Seiya dissera que o coração de Hyoga estava batendo muito devagar. Shun estava com medo demais para tentar ouvir. Suas lágrimas voltaram a correr quando ele pensou nisso, mas dessa vez conseguiu ficar em silêncio.

Puxou Hyoga para perto de si, para poder recostar-se a um pilar próximo. Deitou-o no colo, abraçando-o forte. Secou o rosto dele e repousou-lhe a cabeça no próprio ombro, de modo que não havia espaço entre os dois.

Shun perdeu o fôlego quando o peito de Hyoga encontrou o seu. Estava muito frio. Talvez apenas o calor de seu corpo físico não fosse suficiente. Mesmo assim, estreitou o abraço, desejando ser capaz de salvar o amigo.

– Hyoga, acorde – sussurrou, passando os dedos por entre os cabelos dele e fechando os olhos. – Acorde, por favor... Eu não vou aguentar se você morrer nos meus braços... Vai ser minha culpa, Hyoga!

Só havia um caminho. E Shun decidiu que iria por ele. Não lhe seria possível aquecer todo o corpo de Hyoga de uma só vez, precisaria usar o poder de seu cosmo. E precisaria usá-lo todo, tamanho fora o poder que o gelo exercera sobre o Cisne.

Mas Shun estava decidido. Se era necessário, não importava que sua vida se consumisse para salvar um amigo amado. Queimaria seu cosmo até o limite. Tudo o que mais queria era que Hyoga abrisse os olhos...

A casa de Libra estava muito quieta. O silêncio trazia o horror da quietude de um túmulo. Um suspiro mais forte já produzia ecos amedrontadores.

Concentrando-se, agora que tentava elevar seu cosmo, Shun podia sentir o cosmo de Hyoga também. Muito fraco, mas sereno e constante. Isso trouxe um pouco de esperança ao coração do menino assustado. Ele trouxe as mãos do cavaleiro de gelo até seu colo, para que ficassem protegidas também, e dobrou as pernas, para aconchegá-lo melhor.

A energia de Shun se expandiu e envolveu os dois, e não se passou muito tempo até que ele começasse a sentir-se sonolento. Queria ver aqueles olhos azuis outra vez antes de se deixar levar pelos delírios dos sonhos ou da morte... Mas perdeu essa esperança antes. Sua cabeça inclinou-se e recostou-se na de Hyoga, e seus olhos chorosos voltaram a se fechar, derramando mais algumas lágrimas sobre os cabelos cor de ouro.

Quando Shun estava no limiar da inconsciência, algo o sobressaltou, mas ele já não conseguiria mais voltar.

– Sh-

Hyoga! Estava acordando! Seu cosmo estava se fortalecendo... Na mesma medida em que o de Shun enfraquecia...

Hyoga, que bom que está se recuperando... Só é uma pena que eu não possa mais lutar junto com você e os outros. Mas se entregar-lhe minha vida tiver sido o suficiente, espero que guarde um pouco do meu cosmo sempre com você, pra nunca nos separarmos assim novamente...

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PoV do Hyoga

– Shun...

Hyoga podia sentir a energia de Shun, tão quente e intensa que chegava a assustá-lo. O abraço dele o envolvia fortemente, protegendo-o.

Hyoga perguntou-se o que poderia estar acontecendo. A última coisa de que se lembrava era uma luta com Camus de Aquário... oh, não, Shun!

O Esquife de Gelo... Não podia ser. Eles conseguiram quebrá-lo... Agora Shun oferecia sua vida em troca da de Hyoga, para que não morresse de frio.

O menino loiro tentou mover-se, mas ainda estava muito fraco. Por enquanto teria que esperar. Mas não queria! Shun morreria se ele não fizesse algo logo. Queria pedir-lhe que parasse de forçar seu cosmo além do que podia suportar.

De olhos fechados, podia concentrar-se nos outros sentidos, e percebia que o cheiro dos cabelos de Shun era gostoso, que ele se preocupara em deixá-lo confortável, que a mão dele estivera acarinhando sua cabeça, e que sua respiração estava muito suave, quase inaudível.

Shun... O mais gentil e puro de todos os cinco, estava se sacrificando. Isso provava que ele era também muito forte. Hyoga recobrava suas forças graças a ele. Não queria que Andrômeda morresse por sua causa. Isso o fez chorar ali escondido no ombro dele.

Não demorou tanto até Hyoga sentir-se revigorado o suficiente para erguer-se do colo de Shun para ver seu rosto. Mas manteve-se próximo o bastante para falar baixinho com ele.

– Shun? Shun, se puder me ouvir... – sua voz saía muito chorosa – faça qualquer coisa pra me mostrar que está bem... Por favor, Shun.

Os olhos fechados de Shun responderam apertando-se brevemente.

– Hn, Hyh... – ele tentou levantar-se também, mas acabou caindo por cima de Hyoga, que o abraçou.

– Shun, não precisa dizer nada. Pode ficar tranquilo, eu estou bem. Melhore você agora, amigo. Muito obrigado por preocupar-se tanto comigo. Eu sinto seu cosmo dentro de mim, Shun. – Hyoga segurou a mão pequena de Shun sobre o peito para que sentisse seu pulso – Está vendo? Meu coração estava congelado, Shun. Mas você o trouxe à vida novamente. Por isso agora é seu também, já que contém uma parte de seu cosmo. Obrigado. – Beijou os cabelos dele, acariciando-os. – Descanse.

A energia emanada pelo cosmo de Shun diminuiu muito rápido, até quase extinguir-se, e ele desmaiou.

Hyoga continuou ali por um momento, abraçando Shun como que ainda agradecendo-lhe. Secou as lágrimas dele e derramou as suas próprias, de apreço pelo que o amigo lhe fizera. Andrômeda ofertara sua vida, como se fosse menos importante... Mas não teria se sacrificado em vão. Não. O cavaleiro de Cisne não permitiria isso. Ainda daria um jeito de salvá-lo também.

Limpou o rosto e levantou-se, deitando o corpo de Shun no chão devagar. Vestiu sua armadura e pôs a de Shun de volta nele também. Depois o pegou no colo e dirigiu-se para a saída da casa de Libra.


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Notas finais do capítulo

Ok, era isso, gente.. Eu ia postar uma fic de natal, já que é amanhã, mas não tem o Sugar (visual kei japonês) nas categorias, e eu duvido que alguém conheça eles, também, então vai a de CdZ que eu escrevi faz um tempão, pra ver qual é a reação do pessoal.
Espero que tenha sido divertido pra vocês ler como foi pra mim escrever ^^
Feliz natal x)



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