A Infância de Inu Yasha escrita por Kaoru Higurashi


Capítulo 3
Capítulo 3: Um novo amigo?


Notas iniciais do capítulo

Inu Yasha não me pertence (mas um dia ele será meu)



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Mais um fatídico dia de outono.... as folhas secas das árvores caíam devagar seguindo o caminho da brisa suave, formando um belo tapete no meio da grama, esta, ainda tenra e verde...

Em meio a esse cenário, um pequeno hanyou muito entediado, fitava o céu azul, enfronhado em seus pensamentos... Já fazia algumas semanas desde o incidente com o pai de sua amiga Haru, mas aquelas palavras de desprezo nunca saíam de sua memória. Ele o havia chamado de ‘hanyou’:  “Mas o que será que é isso...?” Pensava Inu Yasha, não que já não tivesse ouvido as pessoas comentando aos cochichos enquanto o olhavam de esguelha, falavam alguma coisa como: monstro, hanyou, perigoso (entre outras coisas que seria melhor nem lembrar); mas agora pensava mais seriamente sobre o assunto. Seria o momento de perguntar à sua mãe?

O pequeno hanyou não sabia o por quê, mas sentia que sua mãe não lhe responderia, havia muitas coisas que ela não lhe contava, talvez por ele ainda ser muito jovem ou simplesmente por não ser a hora ainda.

- Detesto ser pequeno! - disse aos quatro ventos sem se importar se alguém ouvisse.

Resolveu, então, dar uma volta por aí pra ver se distraía a mente. Aproximou-se da floresta, a tal floresta que sua mãe lhe pedia para não adentrar, sempre ouvia dizer que era um local perigoso. Parou um pouco e pensou se deveria entrar...:

- Bah! Nada de mal vai acontecer! - disse confiante

Foi adentrando a floresta escura, cada vez que avança as árvores iam ficando cada vez mais altas, e suas densas copas quase bloqueavam a luz do sol. Começou a se sentir meio estanho, com um pouco de receio do que pudesse acontecer, mas também com um misto de curiosidade e vontade de prosseguir. O que poderia acontecer? Que tipo de criaturas viveriam ali? Quais suas intenções? - essas e outras perguntas apareciam sem parar na cabeça do pequeno hanyou que continuava a adentrar mais na floresta escura...

De repente sentiu algo em seu pescoço, uma picada de inseto; instintivamente esmagou o ‘inimigo’ com a mão. Uma minúscula criatura caiu levemente em sua palma estendida:

- Uma pulga? - pergunta Inu Yasha olhando com mais atenção, ao ver que a pulga usava roupas.

- Oh! Desculpe, esqueci de me apresentar - disse a pulga recompondo-se - Meu nome é Myouga. Você deve ser o senhor Inu Yasha!

- Senhor?! - estranhou Inu Yasha - E como você sabe meu nome?

- Ah! Eu era um grande amigo do seu pai!

- Meu pai? - era estranho como aquilo soava. Estava tão acostumado a não ter um pai, que lhe parecia absurda a idéia de que realmente tivera um.

- Oh sim! Seu pai era um poderoso youkai... - mas antes que Myouga pudesse terminar, Inu Yasha interferiu:

- Um youkai!? Meu pai era um youkai...?

 Myouga estava perdendo a paciência; será que o pequeno não sabia nem o que era um youkai?

- Claro que sim! Por quê você acha que é um hanyou?

- Hanyou! Então você sabe o que é isso? Me explique! - pergunta ele impaciente

- Oras! Então sua mãe não lhe contou? - diante do silêncio do pequeno, ele então prosseguiu - Sua mãe é humana, e seu pai era um youkai. Da união desses dois seres nasce um ser híbrido, um meio-youkai, chamado também de hanyou. É isso que o senhor é amo Inu Yasha.

Inu Yasha não sabia o que dizer, estava tão chocado com a notícia que acabara de receber, nem a tinha digerido ainda... Ele era meio youkai e meio humano? Então era por isso que ele era tão diferente das demais crianças do vilarejo... Aí se lembrou de outro detalhe que gostaria de perguntar:

- E meu pai? Onde ele está? – perguntou impaciente

- Er... bem... – Myouga não sabia por onde começar, como diria para ele que o pai que nem chegou a conhecer estava morto, e que ele nunca o conheceria? 

- Anda! Desembucha!

- É que... seu pai... ele....No dia em que o senhor nasceu... ele... bem...ele estava muito ferido, e... teve que lutar com um inimigo para proteger sua mãe... então ele...

- Fala logo! Estou ficando sem paciência! – Insistiu o hanyou nervoso

- Seu pai morreu nesse dia, Inu Yasha-sama, no dia em que o senhor nasceu...

O jovem hanyou parecia meio decepcionado, mas não triste. Afinal, como poderia ficar triste por alguém que ele nem conheceu? Mas ele era seu pai, e nunca iria conhecê-lo, saber como ele era, brincar com ele, ouvir sua voz...

- Então ele morreu....

- Anime-se Inu Yasha-sama! Seu pai morreu contente em proteger o senhor e sua mãe, ele ia querer que fosse feliz.

“Ser feliz..!?” - Pensava com ironia. Como um hanyou poderia ser feliz, sendo rejeitado por tudo e por todos? -“Se pelo menos ele estivesse aqui...”

Afastou esses pensamentos e foi se levantando para ir embora, mas parou de repente ao ouvir um barulho vindo da floresta:

- Quem está aí!? – gritou preparando as pequenas garras; mas sua confiança não era muita, nunca tinha enfrentado alguém, muito menos um monstro...

Um breve silêncio tomou conta do lugar, um momento que pareceu uma eternidade para o jovem hanyou...    

Mas o que ele temia aconteceu...Um enorme oni surge do meio das árvores, derrubando-as e tudo mais que tivesse pela frente. O hanyou ficou sem reação, nunca tinha visto tal criatura, já havia ouvido falar, claro; havia dias em que o único assunto de todos do vilarejo eram os youkai e como eles haviam destruído determinada aldeia...  

Mas agora era diferente, ele estava frente a frente à uma dessas criaturas. E agora, o que fazer?. Felizmente Myouga o tira desses devaneios:

- Inu Yasha-sama, corra! O senhor não pode contra ele!

‘Acordando’ então, o hanyou se põe a correr com a máxima velocidade que suas curtas pernas lhe permitiam. O oni o persegue com uma velocidade incrível, e por onde ele passa só restam destroços e árvores caídas. Após um dos ataques do youkai passarem de raspão pela cabeça de Inu Yasha, Myouga percebendo o perigo pulou do ombro do hanyou e foi para outra direção:

- Velho Myouga! Velho Myouga! – chamou sem efeito - “Que covarde!”

Ele já estava ficando cansado, quando finalmente avista as muralhas do castelo...Quando está mais ou menos a dez metros da muralha, ele pára de correr e volta seu olhar para trás. O oni não mais o perseguia, apenas o fitava da floresta, não se atreveria a invadir um castelo humano, correndo o risco de ser atacado com lanças e flechas, e acabar sendo morto por causa de um hanyou. O oni se virou e foi embora, sumindo na densa e escura floresta.

Agora o híbrido retomava o fôlego, seu coração ainda batia forte, suas pernas ainda estavam meio bambas, nunca havia chegado tão perto da morte. Passou pelos guardas e adentrou o castelo, chegando na sala de estar, sentou-se no chão e ficou ali, estático, ainda em choque. Izayoi adentra o aposento e após encarar seu filho pergunta:

- O que houve?

- Não... foi nada! – respondeu com a voz meio embargada

- Você não me engana. Aconteceu alguma coisa.... – ao vê-lo tremendo ela percebe que havia algo errado – Você não foi à floresta, foi? – indaga preocupada, já adivinhando a resposta.

- Eu.... – não agüentando mais o hanyou desabou no choro enquanto abraçava sua mãe – Desculpe mãe! Eu te desobedeci!

- Tudo bem meu filho! Está tudo bem agora! – diz a jovem princesa abraçando-o ternamente – Agora me diga o que aconteceu. – sua voz era terna,e não repreensiva.

- Um youkai! Um youkai me atacou...eu consegui fugir... Eu senti tanto medo! – disse o hanyou aos soluços. Sua mãe era a única com quem se abria, a única em quem podia confiar...

- Calma, calma. Está tudo bem agora. – disse com a voz doce – Você tem que ser forte. Vai encontrar muitos desafios nessa vida, e você tem que enfrentá-los. Por isso tem que ser forte. – ela lha afaga as mechas prateadas – Porém vai me prometer que não vai me desobedecer de novo.

O hanyou levantou a cabeça fitando-a. Izayoi enxugou uma lágrima do rosto do filho com uma das mangas de seu comprido kimono, e olhou-o com o olhar tão sereno que ela sempre tinha, aquele olhar que parecia poder acalmar tempestades, ou parar a mais poderosa das feras.

- Eu prometo – disse lhe abraçando novamente.

- Não se preocupe. Eu estou aqui meu querido, eu sempre estarei aqui quando você precisar. – nada nem ninguém o acalmava mais do que aquelas palavras vindas de sua genitora.

Ela o envolveu mais ainda em seus braços. Ele foi se acalmando e fechou lentamente os olhos, sendo embalado por sua genitora para um sono tranquilo e sossegado. Sim, ali estava protegido, nada o poderia ferir ou assustar enquanto estivesse com sua tão amada mãe...


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