Tentei acreditar em suas palavras. Acredite eu tentei.

Vi que com o passar dos dias Nico realmente se esforçou. Ele tentou aprender a trocar fraudas. Depois de um tempo, até pegou o jeito.

Nosso dia se resumia a: Correr atrás de nossa bebê, que montava na sra.O’Leary; Trocar 10 fraudas por dia; Alimenta-lá umas 20 vezes por dia.

Era até divertido. Pelo menos eu me divertia.

Ayla ficava maior e mais gordinha e cada dia. Para minha surpresa, ela começou a andar com 1 e 1 mês!

Ela corria com Sebastian e com a sra. O’Leary pela floresta

                                           //

-Ayla! –gritava eu enquanto a perseguia.

-Mamãe! –gritava ela em resposta, por estar correndo montada em minha cadela infernal.

Ela parou e eu a peguei, mesmo estando muito ofegante.

-Quer me matar de susto minha bebê?

Ela riu em resposta e estendeu os braços para mim. Eu a abraçei e dei um beijo em sua testa.Troquei sua frauda rapidamente e a soltei. Ela saiu correndo atás de Sebastian.

Voltei andando para o acampamento. Tinha brinquedos e mamadeiras no chão espalhadas. Nico estava sentado no chão, olhando para baixo.

Fui até ele e me sentei a seu lado.

-Está tudo bem...?

-Sim. Só estou cansado.

-Sei que está sendo dificil amor... Mas é só por um tempo.

Eu o beijei na bochecha e fui recolher a bagunça. Ele se levantou e pegou sua mochila.

-Já volto... Vou procurar alguma coisa para comer.

-Tá...

E saiu.

Depois que recolhi toda a bagunça, me sentei abaixo de uma árvore. Respirei fundo e fechei meus olhos. Voltei a abri-los e olhei para o céu. Fazia calor e não havia nuvens no céu.

-Mamãe, mamãe!

Ayla me mostrou um pequeno galho com uma florzinha negra.

-Onde achou isso Ayla?

Ela saiu correndo e rindo com a pequena flor em sua mão. Fui atrás dela. A peguei e a segurei. Ela ria feliz.

Peguei a flor da mão dela e a olhei. Não era uma flor qualquer. Mas sim a preferida de Perséfone.

O que aquela bruxa queria com minha filha? Minha linda Ayla... Estaria realmente em perigo?

Eu tinha que protege-lá.

                                      //

Não contei nada a Nico. Ele tentou me ajudar mesmo, como prometeu.

Todas as noites eu chorava de desespero. Ninguém poderia me ajudar. Não sei se meu namorado lutaria com sua vida para proteger nossa filha. Então eu me decidi.

Lutarei por ela não importa o que aconteça.

                        //

Pedi a Nico que cuidasse de nossa filha enquanto eu me ausentava de minha vida como mãe por 1 hora. Ele tentou-se mostrar feliz mas acho que não teve muito sucesso.

Andei um pouco, me afastando do acampamento. Começei a tentar usar minha força, sem destruir tudo o que vejo pela frente. Realmente não é fácil.

Foi quando eu ouvi um choro. Parecia o choro de minha filha. Só podia ser. Não havia outras crianças nesta floresta.

Corri desesperadamente até o acampamento e vi que tudo havia sido destruido.

-Ayla!? Nico?! –gritei.

Fui tomara por um medo e aflição que não consigo explicar.

Oni-chan! Socorro!

Sebastian pulava em meu pé enquanto tentava falar.

Estávamos brincando e apareceu aquilo... Vem!

Corri atrás dele, ouvindo choro de bebê que ficava mais alto e quando cheguei mais perto, vi minha Ayla chorando encostada em uma árvore e a sua frente estava a sra.O’Leary rosnando e mostrando os dentes para uma fúria.

-A criança vem comigo!

Ouvi a fúria rosnar enquanto tentava se aproximar de minha filha que chorava freneticamente. Onde estaria Nico quando preciso?

Fui até atrás da árvore onde estaria minha filha e me preparei. Sra.O’Leary tentava protege-lá mas ficava cada vez mais difícil.

Foi quando ouvi um barulho estranho. Olhei novamente e vi que a fúria havia sumido. Nico estava na frente da sra.O’Leary que havia parado de rosnar.

-O que aconteceu? –falei enquanto pegava Ayla no colo e a fazia parar de chorar.

-Aquela fúria queria a criança. Não sei o motivo. –falava Nico enquanto guardava sua espada depois de ter destruido a fúria.

Me sentei e depois de fazer Ayla parar de chorar, sra.O’Leary e Sebastian se aproximavam, afim de olhar como estava minha bebê. Ainda haviam lágrimas em seu rosto mas ela parecia mais tranquila.

-Ela está bem...? –perguntou Nico meio sem jeito.

-Vai ficar. –falei enquanto limpava as lágrimas do rosto de Ayla.

-Desculpe. –falou Nico enquanto se aproximava de mim e se ajoelhava do lado da sra.O’Leary, a fazendo carinhos na orelha.

-Pelo o que...? –perguntei confusa.

-Por não dar muita atenção a ela. Sinto muito.

Passei uma de minhas mãos pelo rosto dele e fiz com que ele olhasse para mim.

-Está tudo bem...

Sorri de canto e voltei a olhar para Ayla, que agora brincava com Sebastian. Me levantei, coloquei Ayla no chão e peguei em uma de suas mãos, enquanto Sebastian subia em seu cabelo loiro.

-Posso pegar na mão dela...? –perguntou Nico sem jeito.

Olhei para trás e sorri carinhosamente para ele.

-Claro amor...

Ayla soltou minha mão e andou até ele, o abraçando nas pernas, sorrindo feliz.

 Notei que ele ficou meio vermelho e pegou uma de suas mãos e eu peguei a outra. Andamos até o nosso acampamento e adimito que fiquei muito surpresa. Ainda vi que ele estava vermelho mas parecia feliz.

-Estou orgulhosa de você sabia...

-Pelo o que...? –vi que ele estava um pouco mais vermelho.

-Por protegê-la... Eu não sabia se você faria isso.

-Ela é nossa filha agora não é?

Fiquei vermelha e meio sem jeito.

-É. –falei rindo.

Ayla riu também. Talvez ela tivesse entendido a conversa. Nico a olhou carinhosamente e voltou a me encarar.

-Ela parece estar em perigo não acha? –ele perguntou.

-Sim. Estou meio preocupada.

-Não se preocupe. Nós a protegeremos.

-Promete?

-Prometo.

Ele chegou perto de mim, tomou Ayla no colo e me beijou na bochecha. Sorri de canto e o abraçei. 

Acho que finalmente éramos uma família feliz.

Ou quase.

---------//-----------------//---------------------//-------------------//-------------