O Acampamento e a Lenda do Baú de Nun escrita por BellaS2Books


Capítulo 26
Conhecendo um inimigo bem amigável


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo gente!!!;) Demorei um pouquinho para postar, por causa da escola, com provas e trabalhos... Mas agora vocês já têm um novo capítulo e espero que gostem! Agradeço a minha amiga emilybrito_dark que me deu uma inspiração para o capítulo e agradeço novamente os reviews! Continuem assim, cada vez eu me inspiro mais para postar, muito obrigada a todos os leitores novos e reviews novos! Agora aproveitem o capítulo!Bjs *-*,
BellaS2Books



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POV Sadie



Ambos passamos pelo portal, esqueci sobre a estranha sensação de que alguém nos observava. No momento seguinte eu já senti uma leve brisa que roçava meu rosto e fazia com que os meus cabelos flutuassem. Segurava as mãos de Anúbis. Meus olhos estavam fechados no momento. Então ele riu e eu os abri. O que conto agora não significa um terço do que eu havia visto. Estávamos em cima de uma rocha, e de longe víamos um templo gigantesco, era bem antigo, mas estava preservado. Possuía várias colunas em sua volta e na frente haviam dois grandes chacais meio humanos. Estava de noite e a lua e as estrelas iluminavam parcialmente a paisagem, dando um ar misterioso e de beleza.

Eu olhei para ele, e ele olhava tudo com um olhar de orgulho. Ele sorria.

–Que lugar é esse?-Perguntei ainda olhando para ele.

–Bem vinda a um dos meus templos. -Ele sorriu ainda olhando para a majestosa construção.

–É lindo... -Foram as únicas duas palavras que consegui utilizar para descrever o que via.

–Vem!-Ele disse sorrindo me puxando pela mão.

Nós descemos aquela rocha e andamos até o templo.

Nós subimos umas escadas em frente ao templo. Estávamos ao lado de uma das estátuas de chacais. Elas eram amedrontadoras. Pareciam que olhavam para mim, mas logo depois concluí que era apenas impressão.

–É tudo realmente incrível. -Eu disse.

–Construíram esse templo na época de glória do Egito. Antes de tudo desmoronar. Eu lembro-me do dia da inauguração como se fosse hoje. Eu o visitei pela primeira vez, as pessoas vinham aqui deixar oferendas, fazerem orações... Mas a vista de tudo é incrível, posso dizer que é o meu favorito particularmente. Agora... Quero te mostrar uma coisa.

Ele me puxou novamente pela mão e passamos pelas colunas, logo depois delas havia uma porta também muito alta. Era comprida, mas não muito larga, mas ainda a tornava imponente, como se o que estivesse lá dentro era guardado a muito tempo e muito precioso. Ela era toda dourada, mas o tom já era meio apagado, por conta dos milhares de anos que já haviam se passado.

Anúbis avançou devagar, encostou uma de suas mãos na porta e fechou os olhos. Ela se abriu vagarosamente, revelando o lado de dentro do templo que era totalmente escuro.

Eu espiei por dentro, mas não conseguia ver nada. Anúbis me chamou para que entrasse junta a ele. Então ambos entramos, mas a porta continuou aberta. Não enxergava nada com toda aquela escuridão, mas Anúbis logo disse algumas palavras em egípcio antigo e tochas que haviam nas paredes se acenderam revelando o aposento. Era enorme, as paredes eram todas escritas com hieróglifos e desenhos, no meio do salão havia outra estátua de chacal bem alta, mas não tanto quanto as da entrada. Mais a frente haviam duas portas fechadas. Eu olhei para tudo. Era incrivelmente bonito, toda aquela construção. Era de tirar o fôlego.

–O que achou?-Perguntou ele olhando e sorrindo para mim.

–Incrível!-Eu disse sorrindo e olhando para tudo.

–Faz milhares de anos que não venho aqui. Agora com você eu queria vir novamente matar a saudade e relembrar o tempo do Egito antigo. Eu tinha um lugar que adorava ficar. Quer ver?

–É claro que eu quero. -Respondi.

–Ficava bem aqui embaixo, espero que consigamos passar. -Ele disse se aproximando da grande estátua.

Eu o segui. E olhei para o grande chacal. A estátua era negra, mirava o horizonte vazio e segurava um enorme cajado, enfeitado com jóias. A seus pés havia um buraco vazio.

–Já faz tanto tempo... -Disse Anúbis se aproximando e escolhendo uma jóia simples. Não brilhava como as outras, pelo contrário, era uma pedra acinzentada e fosca. Ele a pegou, e ironicamente ela cabia exatamente no buraco que havia aos pés da estátua. Anúbis a encaixou. De repente a pedra cintilou e a estátua se moveu para o lado vagarosamente fazendo um pouco de barulho e levantando um pouco de poeira, revelando um imenso buraco no chão com uma escadaria que levava ao subsolo do templo. Era tudo escuro e eu não conseguia ver o fundo daquilo. Anúbis sorriu.

–Ainda está intacto... Venha Sadie.

Ele pegou minha mão animado e me puxou. Ambos descemos as escadas até o vazio. Anúbis não lançou a mesma magia que havia lançado no salão anterior. Ele pegou uma estaca de madeira em uma parede próxima e a acendeu em uma das pontas com um feitiço.

A sala se revelou pequena, era toda destruída, estávamos aparentemente em uma caverna. Ao nosso lado havia um corredor estreito e ainda escuro. Anúbis me puxou novamente. E nós passamos pelo estreito corredor. As paredes do corredor revelavam antigos hieróglifos e desenhos. Eu olhei atentamente. Vi um desenho de chacal, e abaixo havia um conjunto de sinais que eu rapidamente entendi como “a história do deus Inpu”, seu nome correto em Egípcio. Mais a frente eu consegui ler uma inscrição “deus dos funerais”. Enquanto seguíamos o corredor eu podia ver sobre a sua história.

Consegui ver um desenho de uma mulher que reconheci como Néftis que segurava um pequeno bebê com uma cabeça de chacal e mais a frente eu o via com seu pai, Set, onde ele já estava um pouco maior. Vi figuras em que Anúbis lutava contra monstros, figuras em que ele estava embalsamando um corpo. Tudo isso se passava como um corredor do tempo sobre o relato de sua vida, ele ainda continuava me conduzindo por esse túnel, até que chegamos em outra sala. Não muito grande. Ela era também toda decorada de hieróglifos. O que chamava a atenção nela era uma grande estante entalhada na pedra onde haviam vários objetos. Anúbis me chamou para vê-los. Tinham espadas khopesh, jóias, e artefatos.

–O que são todas essas coisas?-Perguntei.

–Elas bem... Eram minhas, mas após tudo, eu as guardei aqui. Eram objetos da minha infância...

–O que é isso?-Eu perguntei me aproximando de um Menhed (paleta de um escriba) Tinha umas inscrições em egípcio antigo. Eu tive um pouco de dificuldade no começo, mas consegui lê-las. Dizia, “época de nascimento de Impu, dia sete de Amshir, segundo de Peret.” Eu associei. Segundo de Peret fazia parte do calendário egípcio da agricultura que equivalia à época de cultivo dos grãos, mais especificamente o mês 6, junho... Dia 7 de junho... Eu contei em que mês estávamos. Junho... Fiz umas contas... OMG! Dia 7 de Junho era hoje. O que queria dizer que Anúbis havia nascido nesse dia, traduzindo: hoje era o aniversário de Anúbis!

–Ann! Hoje é seu aniversário!-Disse o abraçando. Ele enterrou o rosto em meus cabelos.

–É mesmo?-Disse ele perguntando indiferente. Mas eu ainda desconfiava que ele sabia que seu aniversário era hoje. Eu era uma idiota.

–Não acredito! Eu sou uma idiota!- disse me afastando e me virando de costas pra ele, enterrando meu rosto nas mãos, sem graça. Hoje era o dia do aniversário de meu namorado e eu não sabia! Que bela namorada eu era!

–Não amor! Por favor, nem eu me lembrava! -Disse ele me puxando para si.

–E eu não tenho nada para te dar!-Disse enterrando meu rosto em seu peito.

Ele riu me fazendo ficar mais sem-graça ainda.

–Sad... O melhor presente do mundo é ter você aqui comigo, ter você como minha... Eu amo você. -Ele disse acariciando meu rosto e olhando em meus olhos com os seus, chocolate derretido meio dourados. -Mas eu só quero uma coisa...

–O quê?-Perguntei bem próxima de seus lábios, quase sussurrando, os meus quase roçando nos dele.

–Isso. -Disse ele me beijando apaixonadamente, enquanto passava seus braços em minha cintura, fazendo que quase perdesse os sentidos. Ele logo me abraçou, beijando meu pescoço. -Eu te amo tanto... -Completou.

–Eu também. -Disse agora olhando para ele.

Nós ficamos por um tempo ali juntos, mas logo despertamos.

–Agora, vamos?-Perguntou.

–Vamos, é melhor irmos...

Então ele me pegou novamente pela mão e juntos saímos do salão e logo do subsolo, subindo novamente ao salão principal, o de cima.

Ele subiu primeiro e me deu a mão para me ajudar a subir. Qual foi a surpresa de quem encontramos lá. Walt! Eu não sabia se era ele mesmo quem eu estava vendo ou se estava louca! De novo aquele garoto ali? Como ele nos seguiu? Ele estava tentando abrir a maçaneta de uma das portas do salão. Estava de costas e não nos viu.

–Walt???-Gritei irritada e surpresa ao mesmo tempo.

Ele se virou assustado para nos olhar. Como se tivesse sido pego de surpresa.

–O que está fazendo aqui???-Perguntou Anúbis furioso.

–Er, oi... Eu só estava... Eu segui vocês...

–Como???Você está louco?-Perguntei.

–Eu vi vocês saindo do hotel e os segui ok? Estava preocupado com você, Sadie!

–Era você nos observando???Se você não percebeu, eu estou com Anúbis! -Disse levantando nossas mãos entrelaçadas.

–Você é completamente maluco! Não deveria vindo! E ainda tem a cara de pau de nos seguir depois de tudo???-Gritou Anúbis mais furioso do que antes.

Mas tudo foi interrompido com um barulho gigante. Eu quase me abaixei. Uma coluna de poeira se levantou do lugar onde estava a estátua. Então não vimos nada. Mas logo após, a estátua que se encontrava no centro do salão ganhou vida e surgiu de toda aquela fumaça. Ela soltou um rosnado altíssimo e eu me encolhi perto de Anúbis.

A estátua levantou o cetro e o girou em uma das mãos pronto para atacar Walt. Anúbis foi mai rápido.

–Amsu, Heh-sieh!Ha-tep, eu sou Impu! (Heh-sieh= para trás e ha-tep= ficar em paz)-Gritou ele em egício se colocando em frente à estátua que parou no minuto seguinte. Ela logo se ajoelhou e pousou o cajado no chão.

–Meu senhor! Mil desculpas! lady Kane mil desculpas!-Disse a figura que aparentemente seria Amsu.

–Por que você fez isso?-Gritou Anúbis o questionando.

–Mil desculpas, mas ele é um inimigo senhor, eu achei que...

Anúbis o interrompeu.

–Um minuto, o que você disse? Inimigo? De onde tirou essa ideia?

Eu olhei para Anúbis chocada. Como se Anúbis não odiasse Walt... Mas acho que Amsu se referia a uma coisa além de brigas pessoais...

–Nós não estamos ao lado da deusa? Pelo menos, ela informou a todos nós que o senhor Inpu trabalha para ela...

Dessa vez eu levei um choque e me afastei de Anúbis. Como assim ele estava do lado da deusa? Espera aí? Ele era o traidor? Não poderia ser! Não! Era mentira!

–Como assim Anúbis? Do que ele está falando?

–Sad, não é verdade... Eu não sei do que ele está falando... Eu juro! -Disse ele se aproximando e pegando minha mão.

Eu continuava perplexa.

–Eu não estou do lado da deusa Amsu! Ela disse isso? Todos nós estamos do mesmo lado, nós queremos salvar o Egito e não destruir!-Disse Anúbis.

–Eu não sabia senhor... Então ela mentiu! Deve ser mais um dos artifícios dela! Ela disse a todos os sabs (chacais) que você estava do lado dela, e que era para que nós eliminássemos todos que não estivessem do seu lado!

Logo eu relaxei. Anúbis não era traidor, como eu era idiota, ele nunca faria isso comigo... Era a deusa que mentia.

–Me desculpe meu amor!-Eu disse o abraçando.

Ele me abraçou de volta.

–Tudo bem!-Ele sussurrou. Então se voltou a Amsu. -Mas quem é a deusa?Quem é a causadora disso tudo? Vocês devem saber, Amsu!Me diga!

–Me desculpe senhor, mas a traiçoeira lançou um encantamento sobre nós para que nós não disséssemos seu nome, ela conhece nossos nomes verdadeiros!

–Aquela serpente! Nós vamos descobrir quem ela é! E ela vai pagar por tudo!-Disse Anúbis.

Eu olhei para Walt. Ele ainda estava caído. Então ele veio de mansinho em nossa direção, mas Amsu apontou o cajado para ele e Walt paralisou.

–Esse é o garoto chato que tenta roubar sua namorada?-Perguntou Amsu.

–Ele mesmo!-Disse Anúbis rindo.

–Walt, conheça Amsu, o chefe dos sabs!-Disse Anúbis rindo ainda mais.

Eu o cutuquei e me virei ao grande chacal.

–Amsu, Walt é um amigo! Ele não nos fará mal!-Eu disse a ele.

–É claro lady Kane!-Disse Amsu com uma reverência, mas ainda de olho em Walt.

–Cuidado garoto, estou de olho em você!

Walt estava morrendo de medo, principalmente da voz grave de Amsu. Anúbis não conseguia segurar a risada.

–Você sabe onde a deusa está agora Amsu?-Perguntou Anúbis.

–Ela esteve aqui um pouco antes do senhor e lady Kane, e partiu. Ela ainda procura o baú.

–Então ela está na frente... Provavelmente se aproxima de Heliópolis... -Disse Anúbis baixinho, pensando.

–Se tudo isso é verdade, precisamos nos apressar!-Eu disse a eles.

–Sim minha lady, não podem deixar que ela vença! Eu quero vingança, por ela ter nos humilhado!-Disse Amsu bravamente.

–Obrigado por nos deixar a par de tudo Amsu!-Disse Anúbis agradecendo.

–É claro senhor! Se precisar de nós e só nos chamar, aonde quer que esteja, meu senhor!-Disse Amsu a Anúbis.

–Até logo Amsu! E fique de olho em tudo, faça com que os sabs montem guarda em Assuit, não podemos deixar que aconteça mais nada por aqui!Nós vamos partir para Heliópolis pela manhã!Até logo!-Disse Anúbis se despedindo.

–Até logo meu senhor, lady Kane!Senhores do Duat!-Disse fazendo um reverência para nós.

–Até logo Amsu!-Eu disse acariciando sua cabeça de chacal enquanto ele estava ajoelhado.

Ele me olhou envergonhado. Eu sorri.

–Até, minha senhora!

Walt estava tentando sair de fininho atrás de nós. Amsu o chamou.

–Fique esperto garoto! Como seguidor de Impu, você ainda tem muito o que aprender, como por exemplo, acima de tudo me temer. E eu ficarei de olho em cada passo seu!

Walt estava petrificado. Amsu riu. E acenou enquanto saíamos.

Nós três saímos do templo. Eu olhei para trás, mas Amsu já tinha voltado à forma de estátua. Sentiria sua falta. Naquele dia havia feito um amigo, quando pensei que era nosso inimigo.

Então eu saí de mãos dadas com Anúbis e Walt nos seguia atrás olhando Anúbis com cara feia. Nós três passamos por um portal que Anúbis havia aberto, até o hotel.

Encontrei Zia e Sarah dormindo quando cheguei. Mas não vi Melanie, isso me deu um ar de desconfiança, mas logo desviei os pensamentos. Dormi parcialmente bem aquela noite. Amanhã partiríamos para Heliópolis. A noite havia sido cheia. A única coisa que pensava era o que nos aguardava amanhã. Então caí no sono e tive um sonho.

Estava em uma floresta escura e olhava ao meu redor. Quando ouvi vozes. Eu espiei por entre as folhagens. Duas pessoas conversavam.

–Estamos cada vez mais próximos do baú. -Disse uma das pessoas.

–Foi ótimo o seu plano de incriminar Anúbis, mas acho que eles já descobriram tudo... -Disse a outra pessoa.

–Cale a sua boca! Que se dane se eles descobriram. Pouco me importa agora que estamos na frente do grupo de trouxas, a única coisa que me interessa é eliminá-los e pegar o baú antes deles. Agora saia da minha frente! Desapareça!

Eu ouvi tudo! Uma das pessoas era o traidor. Eu tentei reconhecer as vozes, mas meu esforço foi inútil. Eu tentei ir embora, mas rapidamente, sem querer espirrei e me xinguei mentalmente.

Tudo se silenciou.

–Tem mais alguém aqui?-Perguntou uma das pessoas assustada.

–Quieta idiota! Acho que é uma das criancinhas enxeridas...

Eu me assustei e logo acordei do sonho.

Eu relaxei, inspirei fundo três vezes e voltei a dormir, pensando nas duas pessoas, uma delas deveria ser a deusa e a outra era o traidor... Nós iríamos descobrir quem era a pessoa que estava nos traindo. Se não, não me chamaria Sadie Kane.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Mandem reviews e agora falo sério, se pelo menos 5 pessoas não mandarem reviews nesse capítulo eu fico um mês sem postar! Eu tenho 17 leitores! Dêem pelo menos um oi aí gente!
Bjs ;),
BellaS2Books