Perfect Promise Parte II escrita por Lucy


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oiiii *U*
Aqui está o quarto capítulo. E como será que Hathaway se sairá?? hum hum?
Contem tudo que vocês acharem desse capítulo.
Mil beijos e uma Boa leitura O/



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-Então crianças... Ãh, vocês sabem... Vocês vieram para a St. Vladimir por conta do ataque de Strigois que teve na corte, e que agora está meio que ameaçada por um novo ataque. Mas só porque chegaram para a academia, não significa que vão ficar sem fazer nada. A rotina será a mesma que a que vocês tinham na corte, só que para os mais velhos será um pouco mais puxada – Nesse momento escutei várias pessoas bufando. Esse era o papel que eu estava fazendo, Dimitri arrumou alguma desculpa para descer do avião antes, para checar qualquer coisa, enquanto eu ficava com a parte difícil. Explicar para as crianças o que elas estavam fazendo ali, e o que fariam a partir de agora. – Quando descermos vocês serão divididos pela idade e seguirão para seus quartos, ok? Nada de agitação. – Apesar de pequenos eles eram bastante quietos para a idade. Lembro-me do quanto eu era histérica. – Vocês estão prontos, por favor, podem sair – Eu disse, e com a maior calma do mundo eles desceram do avião. Num todo eram vinte e seis. Dez entre doze e treze anos. Dez entre catorze e dezesseis, e seis com dezessete anos. Vinte e sete com o pequeno Diego, que agora estava acordado, sentado onde eu estava sentada me encarando. – Vamos lá Diego – Disse pegando-o no colo. Os funcionários do pequeno aeroporto da St. Vladimir já tinham descarregado todas as malas, então eu estava livre de carregar coisas, quando eu estava descendo Dimitri subia e colidi com ele.

-Opa, desculpe-me, vim ver se precisava de ajuda – Disse ele acariciando o queixo do Diego, um sorriso brotou em seus lábios. E a cena perfeita se formava diante de nossos olhos, eu, ele e o nosso filho, se eu pudesse dar a ele um.

-Não, estamos bem. Vamos, temos muito que fazer – Disse descendo as escadas. Todos estavam enfileirados e prontos para irem. Sonya, Kirova e uma mulher que devia ter na faixa dos vinte e cinco anos, estavam nos esperando. Andei apressadamente até onde Sonya estava e a abracei – Quanto tempo! Acho que você estava esperando esse pequeno aqui – Falei entregando-lhe Diego.

-Claro, como ele veio? Chateou muito?

-Que nada, veio dormindo, acordou há pouco tempo. Como vai Kirova? – Cumprimentei-a apertando sua mão.

-Bem Rose, e você também aparenta estar bem – Falou ela sorrindo. Lembro-me o quanto eu odiava aquela mulher.

-Não muito, mas isso é irrelevante. Aqui estão suas crianças, acho melhor leva-las logo para a academia e mostrar-lhes os aposentos, estão exaustas, além de tudo o que aconteceu...

-Claro, vamos leva-los, mas antes preciso que vocês conheçam Taissa, ela está ajudando Alberta com os guardiões daqui – Disse Kirova, fiquei surpresa por Alberta ainda estar aqui.

-Prazer guardiã Hathaway, guardião Belikov – Falou ela apertando nossas mãos. Notei que demorou um pouco mais na mão de Dimitri. – Vamos crianças, por aqui – Disse ela, e as crianças saíram organizadas atrás dela, rumo à academia. Dimitri estava conversando com Kirova andando em direção aos prédios da Academia, Sonya estava ao meu lado.

-Aconteceu alguma coisa Rose? – Perguntou ela enquanto andava para seus aposentos, eu estava carregando a bolsa de Diego.

-Não, está tudo bem Sonya, por quê? Não parece que estou bem? – Perguntei olhando para ela.

-Eu não sei ao certo, há algo diferente entre você e Dimitri. A aura de vocês dois. – Lembro-me quando ela disse que nossas auras eram tão brilhantes juntas que era capaz de cegar alguém, isso significava que nos amávamos e pertencíamos um ao outro.

-Não brilha mais? – O desespero em minha voz era notável, se não brilhava mais como antes, significava que um dos lados não amava mais, e com certeza não era o meu.

-Não. Elas brilham tão intensamente quanto antes, mas o brilho está fosco, como se escondido, entende? – Balancei a cabeça em concordância – Quer conversar? – Ela me olhou pelo canto do olho.

-Não agora, talvez mais tarde, eu adoraria – Falei e ela concordou, encerando o assunto até chegarmos ao seu quarto, deixei as coisas de Diego na cadeira e saí rumo ao meu antigo quarto. Tudo estava igual desde a última vez que estive aqui. Os corredores, os jardins, tudo mesmo, estava intacto. Abri a porta e o quarto se encontrava limpo, minha mala sobre a cama. Desarrumei tudo, e coloquei as roupas no armário, a manhã estava calma e quente. Todos deviam estar dormindo pelo silêncio, às coisas começariam a ficar mais intensas na parte da tardinha. Deitei na cama, agora o corpo necessitando de um pouco de descanso, mas a mente continuou ativa, pensando em tudo o que tinha acontecido, e o que poderá acontecer se não contornarmos a situação com cuidado.

Quando acordei o sol já estava baixo, indicando que a hora de treinamento estava para chegar. Tomei um banho rápido e me arrumei, indo para o centro de treinamento da academia. Era uma enorme quadra, com equipamentos de todos os tipos, de musculação a alongamentos. Quando cheguei os seis adolescentes já estavam a postos em um grupo, descontraídos conversando. Dimitri também já estava lá sentado, a cabeça entre as mãos.

-Podemos dar início? – Entrei perguntando, todos ficaram atentos e formaram uma fileira em minha frente. Dimitri me olhou e veio ao meu encontro – Quer começar Belikov? – Perguntei e ele me virou-se para me encarar. Nunca tinha o chamado de Belikov, não seriamente.

-Claro. Então vocês sabem que aqui não estamos de brincadeira. É um treinamento sério, vocês se formarão como guardiões de vidas daqui a poucos meses, então não quero brincadeiras nos treinamentos, nem eu, nem a Ros... A guardiã Hathaway irá perdoar brincadeiras e falta de atenção. Entendidos? – Perguntou Dimitri, sua voz soava séria. Todos concordaram com um aceno de cabeça. – Então vamos à primeira das lições. – Disse ele, andando de um lado para o outro, na frente das “crianças”. Todos permaneceram calados. – Não sabem? Pois bem, irei dizer, e da próxima vez que eu perguntar quero respostas. A primeira lição de todas em um confronto com Strigois é nunca hesitar. Mesmo se alguém que você conheça tenha se tornado uma criatura da noite, você não poderá parar, a natureza daquela pessoa mudou completamente, e se você hesitar será executado. Estou certo guardiã Hathaway? – Perguntou Dimitri para mim. Cerrei meus olhos para ele e concordei com a cabeça. – Então, qual é a primeira lição?

-Nunca hesitar – Responderam em uníssono.

-Ótimo. Agora vamos para a prática. Rose, por favor – Disse ele, pedindo-me para tomar a frente. Encarei os rostos em minha frente. As caras de despreparados estavam em maioria, um ou dois tinham uma face de quem estavam ali para realmente aprender. Não seria fácil.

-Bem, uma das principais partes práticas, é bastante simples, alguém sabe qual é?

-Partir para o ataque claro – Disse um garoto. Era alto, os cabelos loiros com algumas mechas castanhas. Andei e parei à sua frente.

-E o que você precisaria para partir para o ataque? – Perguntei para ele, nossos olhos se conectando. Suas palavras saíram trôpegas.

-Uma... Estaca de prata – Gaguejou ele.

-Onde você iria empalá-lo? – Perguntei.

-No coração obviamente – Falou ele, sua voz era debochada.

-Ok. No coração. Partir diretamente para o ataque. Quero que você pegue isso aqui – Disse entregando-lhe uma das estacas de treinamento que estava em meu cinto. Ele pegou relutante – E mostre-me onde fica o coração – Dimitri me encarou um sorriso debochado no rosto. Deveria estar de lembrando do que me fez passar para encontrar um coração. Idiota. - Como é o seu nome garoto? – Perguntei enquanto ele se afastava, e ia em direção ao boneco.

-Mike.

-Certo Mike. Mostre-me onde fica o coração – Andei até onde ele estava pedindo para o resto do grupinho me acompanhar. Ele me mostrou o óbvio, o lado esquerdo do peito. – Sinto lhe dizer, mas não é aí. E se você fosse estacar ele aí, o máximo que conseguiria era aborrecê-lo. – Peguei a estaca de sua mão, e virei-me para o resto do grupo, puxando Mike comigo. – Você disse que precisamos tem um combate direto com um Strigoi. Ataque-me. Finja que sou um Strigoi. – Disse calmamente para ele que arregalou os olhos – Vamos lá, estou prestes a drenar o sangue do seu corpo – Falei e ele partiu para cima de mim, mas não teve chances, puxei seu braço para trás sem grandes esforços, dando uma chave nele. Minha perna passou pela sua, também o imobilizando. – Acha mesmo que é assim, que vai me matar? – Soltei-o e empurrei-o devagar para onde estavam os outros. – Vocês não são treinados ainda, e mesmo quem é treinado o mais correto, nunca é partir para o ataque direto, é perigoso demais. Eles são mais fortes, mais rápidos. Vocês tem que esquematizar rapidamente o que fazer em suas mentes, e pensar como eles. Pensar da forma que eles pensam, e aí sim partir para o ataque traiçoeiro. E como Belikov disse nunca hesitar, sua vida vale isso.  – Falei olhando para Dimitri que estava encostado em uma das pilastras – Muito bem, vamos começar correndo um pouco.

-Correr? Do que isso serve para nosso treinamento? – Perguntou uma garota, ela tinha mais ou menos meu tamanho, os cabelos eram curtos e espetados.

-Quando você está em perigo qual a primeira coisa que você pensa em fazer? – Perguntou Dimitri vindo se postar ao meu lado. Ela pareceu perceber o óbvio e respondeu o rosto em chamas.

-Correr.

-Qual seu nome? – Perguntei

-Lennie.

-Voltando, eu sou um Strigoi, me vejam com olhos vermelhos, pele extremamente pálida, uma ameaça. Fatal, sugadora de sangue, rápida e forte. – Falei, afastando-me deles – Imaginaram-me assim?

-Sim – Responderam de imediato.

-Ótimo. – Eu já estava a uma distância considerável deles – Vocês tem todo o perímetro da quadra para correr – Falei e comecei a correr atrás deles. Poucos se ligaram e saíram em disparada pela enorme quadra. Eram seis, capturei três, que já estavam arfando pelo pouco que correram. – Ok, juntem-se aqui, por favor, não sou mais uma ameaça – Falei e os outros se aproximaram. –Vocês tem um dever por agora. – Eles olharam-se entre si – Vou deixa-los aqui no centro de treinamento e quero que se exercitem o máximo que puderem os músculos, corre nas esteiras, alongar, façam o que quiserem vocês tem uma hora inteira até fazerem isso. Encontro vocês no portão da academia, daqui à uma hora. – Falei e me afastei, eles rapidamente levantaram-se e foram buscar onde se exercitar.

-Você foi ótima - Olhei para Dimitri que estava apoiado novamente na pilastra.

-Tive o melhor treinador, sabe disso – Falei, mal encarando seu olhar sob mim.

-Rose... Chega disso, sinto sua falta, chega a doer em mim – Falou ele, saindo de onde estava e vindo ao meu encontro. Eu estava mexendo nas pastas sobre a mesa, onde estavam as fichas das crianças. Sua mão apertou minha cintura, e senti minhas pernas tremerem. Respirei fundo, mantendo o controle.

-Dimitri, você prometeu que ia respeitar meu espaço, ainda não me resolvi – Virei-me e encarei seu olhar. Saudade, amor, dor, desejo, e infinitas emoções passavam em seus olhos castanhos, aqueles olhos que me prendem tanto. Suas mãos permaneceram na minha cintura, apertando-a. – Por favor, não faz assim – Fechei meus olhos, sentindo suas mãos em meu corpo, apesar de ser apenas em minha cintura, mas sua pegada forte poderia levar à loucura. Com muito esforço, levei minhas mãos até as suas e desfiz seu aperto em minha cintura, segurei suas mãos nas minhas – Me deixa pensar só mais alguns dias?  Está tudo ainda mais confuso em minha mente, entende isso.

-Disse para você esquecer aquilo. Fui um inconsequente em falar aquilo para você – Falou ele rapidamente, desesperado. Sacudi a cabeça negativamente.

-Não poderia ocultar aquilo de mim Dimitri. Não se preocupe, mais uns dias para eu poder me estabilizar, você será o primeiro, a saber, da minha decisão, prometo – Falei séria, e ele suspirou. Olhei para o lado e vi que as garotas estavam nos encarando – Depois discutimos isso, trabalho não é lugar de discutir relacionamento. Somos guardiões agora, não companheiros em crise – Falei, e ele sorriu.

-Vou ajuda-los – Disse ele e se virou para ajudar alguns que estavam meio enrolados com os aparelhos. Voltei para as fichas que estavam em minha mesa. Esses seis eram exceções, os outros alunos dampiros da academia, tinham seus horários normais de aula, já estavam bastante adiantados pelo que pude ver. Os dampiros na corte ficam muitos na folga, poucos se interessam em ser guardiões, por isso essa moleza toda no treinamento, aqui eles estavam para passar os dampiros da academia. Eu tinha que conseguir isso. Comecei a ler as fichas. Tínhamos quatro garotos e duas garotas, todos com dezessete anos. Lennie, Rue, Mike, Peter, Eric e Ron. Seria difícil, pelo histórico deles, nenhum tinha realmente entrado num treinamento intensivo para ser guardião, só estavam no colégio, aprenderam apenas o básico do básico, e pelo visto só sabiam dos Strigois pela boca-boca. Mas nada era impossível para Rose Hathaway. Enquanto eles treinavam e se alongavam para o que os esperavam saí da quadra sendo seguida pelo olhar de Dimitri, antes de sair da quadra vire-me para onde ele estava me encarando, e apontei para o relógio em meu pulso, ele acenou concordando e saí da quadra, rumo à sala onde estava Sonya.

Quando entrei nos corredores, encontrei-me com Taissa, a nova guardiã.

-Olá Rose! – Disse ela aproximando-se de mim, seu passo acompanhando o meu – Já ouvi falar bastante de você por aqui – Sorriu ela. Sorri para ela. Era uma bela dampira, “rara” como eu, ela tinha corpo, não era a famosa “seca” no mundo dos dampiros. Seus cabelos eram longos, e estavam presos num rabo de cavalo.

-Sou famosa por aí, mas não me acho – Disse apressando o passo. Ela acompanhou – Faz tempo que você está por aqui? – Perguntei encarando seus olhos eram de uma tonalidade estranha, um castanho avermelhado. Rapidamente vasculhei seu corpo, como tinha observado ela tinha curvas, suas roupas eram as comuns de guardião, mas um estranho amuleto estava pendurado em seu pescoço.

-Não, na realidade cheguei à semana passada – Disse ele, me encarando. Percebeu que eu estava a olhando minunciosamente, imagino. Inventou uma desculpa – Tenho que me encontrar com Kirova, e mandar as crianças para o treinamento.

-Não agora, ainda está na hora do pessoal da corte. Belikov ainda está lá – Falei parando para falar com ela, que entrava numa das curvas que dava para outro corredor. Ela concordou com a cabeça, um sorriso brotando em seu rosto. Estreitei meus olhos diante seu corpo que se afastava de onde eu estava. Muito suspeita...

Andei pelos corredores em passos largos, e logo cheguei à sala onde Sonya estava. Não estava dando aula e sim paquerando a pequena criança que estava em um carrinho à sua frente.

-Arrumou um novo namorado? Onde está Mikhail? – Sorri, aproximando-me deles, apoiei-me na mesa.

-Muito bem, obrigado. Só vou ficar paquerando esse aqui, já estou num relacionamento sério – Sorriu ela – Como está indo o treinamento?

-Intenso, eles não sabem de nada, nadinha. Dimitri ficou com eles num alongamento, vamos fazer uma corridinha para eles conhecerem a professora que terão – Falei, com um olhar maligno. Sonya riu de minha expressão.

-Fiquei sabendo que você quase abria um inquérito, para não vir para a St. Vladimir, e está se saindo tão bem como professora.

-É apenas o primeiro dia, e só estou passando o que aprendi – A voz começou a falhar, meus dedos faziam círculos em minha perna.

-Está acontecendo alguma coisa entre você e Dimitri, posso ver isso. Não só por causa das auras. Vocês estão afastados um do outro, estão frios – Falou ela, aproximando-se de mim. Segurou minhas mãos inquietas e encarou meus olhos – Sabe que pode falar comigo o que quiser. Mas se ainda não se sente preparada para discutir isso, eu entendo só saiba que estou aqui para o que precisar.

-Eu sei Sonya, e agradeço imensamente. A realidade é que eu e Dimitri demos um tempo, precisávamos desse tempo. E isso está me matando, mas eu sei que preciso disso, entende?

-Posso entender, se você me contar os motivos – Falou ela, sua mão apertou meu nariz, e sorri com seu ato. Olhei para o relógio e faltavam apenas cinco minutos para o treinamento.

-Eu conto, mas depois. Tenho que correr agora – Disse abraçando-a – Mais tarde te procuro ok? – Falei pelas costas enquanto corria até o portão da academia, onde eles já estavam me esperando. Todos estavam alongando as pernas, os braços, e dando corridinhas no lugar. Sorri pelo entusiasmo deles – Desculpem-me pelo atraso, fui resolver umas coisas, preparados?

-Acho que sim – Respondeu Rue sorrindo.

-Vamos ver se vocês conseguem alcançar a mim e Dimitri – Disse começando a correr, Dimitri do meu lado, num ritmo mais calmo, para ver se eles mantinham. Estavam indo bem, pelos trinta minutos seguidos, o ritmo estava lento, então, aumentei a velocidade, Dimitri acompanhando-me um sorriso em seu rosto, provavelmente se lembrando do que me fez passar, na minha época de treinamento. Entramos pela floresta que cercava a academia, mantendo o ritmo acelerado.

-Guardiã Hathaway... Vamos... Descansar... Um pouco... – Arfou Ron, já caindo na folhagem seca da floresta. Sorri e parei. – Obrigado.

Todos eles sentaram, esticando as pernas e alongando um pouco. Dimitri fez o mesmo, mas permaneceu em pé. Olhei ao redor e o ar faltou em meus pulmões ao perceber o lugar onde estávamos. Quando olhei em minha direita, há mais ou menos dez metros estava à cabana. A cabana onde tudo aconteceu, onde o amor entre eu e Dimitri finalmente cedeu a tudo e a todos.

-Se lembrando de algo? – Perguntou ele vindo até onde eu estava, alongando seus braços musculosos, um sorriso cínico em seus lábios. Olhei para ele, uma careta de desgosto em meu rosto.

-Engraçadinho. – Disse e me afastei dele, deixando-o sorrindo à toa. Voltamos por um percurso maior para a academia. Quando chegamos ao centro de treinamento as crianças desabaram no chão. A turma da academia já estava treinando. Alberta estava lá, e acenou rapidamente para nós. Taissa do seu lado. – Então pessoal, por hoje é só.

-Só? Estou morto, vou cair na cama e só acordar amanhã – Disse Eric. Em suas fichas tinham suas fotos, já estava familiarizada com todas as faces.

-Como assim cair na cama? Vocês ainda têm aula – Falou Dimitri, e os gemidos e reclamações começaram.

-Não dá para adiar? Pelo menos por hoje Guardião Belikov – Implorou Lennie.

-Claro que não, se eu for adiar, nunca vão se familiarizar com o novo calendário de vocês, então corram para seus quartos e se arrumem, não quero atrasos em aulas nas fichas de vocês. – Disse ele sério e todos se levantaram e foram se arrastando para os prédios onde estavam hospedados.

-Por hoje é só então, até depois – Eu disse, também virando as costas para ele, que agarrou meu braço – Pode me soltar, por favor?

-Acho que agora podemos conversar.

-Já disse que meu assunto com você, eu resolvo depois. Por ora não temos nada para conversar – Falei encarando seus olhos castanhos. Tão penetrantes. O aperto de sua mão em meu braço ficou mais forte e fui praticamente arrastada para fora do centro de treinamento – Dá para me soltar? – Falei alto, e para me calar sua boca se chocou contra a minha. Eram selvagens seus lábios contra os meus, sua língua se infiltrou em minha boca. Eu não devia, eu queria lutar contra, mas era inevitável. Retribuí o beijo, deixando nossas línguas se enroscarem, numa dança minimamente erótica. Seus lábios prenderam meu lábio inferior e o puxou delicadamente. Um gemido brotou em meus lábios. Nossas respirações descompassadas, as testas coladas uma na outra. Agi por instinto.

Minha mão voou de encontro com o lado direito de seu rosto. Uma tapa certeira. Sua boca se abriu em um “O” e suas mãos esfregaram a face avermelhada, enquanto eu saía com passos furiosos para longe dele.

-Eu sei que você gostou – Gritou ele. Virei-me e fiz a coisa mais infantil do mundo. Mostrei meu dedo do meio para ele, que ficou sorrindo que nem um idiota. Idiota esse que eu amava, era incontrolável.


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