Perfect Promise Parte II escrita por Lucy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então gente, olha quem voltou!!! Aqui está depois de tantos pedidos Perfect Promise Parte II!!!
Espero que gostem dessa história tanto quanto gostaram da primeira!
Um beijo e uma boa leitura.
Se gostarem deixem um comentário,ok?



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Estávamos os dois. Eu e Dimitri deitados em nossa cama, num dos quartos da corte. Nossos membros entrelaçados num abraço apertado e aconchegante. Tinha se passado um mês desde que nós não nos víamos. Depois daquelas mínimas férias dadas a nós dois, voltamos arduamente ao trabalho, completamente sem tempo para nós dois. Dimitri com Christian, eu com Lissa, ele lá e eu cá. Quando tínhamos tempo, passávamos o mais perto possível um do outro. Mas ele estava frio, indiferente e distante.

Passei meus dedos carinhosamente por seu peito nu, percebi o leve arrepio formando-se em sua pele. Sorri a sensação que eu causava nele era bastante perceptível. Mas isso durou segundos até ele afastar minha mão e se levantar da cama, já procurando suas roupas.

-Está saindo? – Perguntei enrolando-me no lençol e me sentando.               

-É. Vou fazer um turno hoje. – Disse ele vestindo as calças e abotoando a camisa branca com rapidez, sem olhar em meus olhos.

-Dimitri, passamos praticamente mais de um mês, sem nos ver, e quando você volta tem que fazer turno? Essa corte está cheia de guardiões, podem ficar sem você por três dias. – Eu disse levantando-me e indo de encontro ao seu corpo, que estava próximo a janela, de costas para mim. – Tem alguma coisa errada? – Toquei em suas costas, na curva de sua cintura, mas ele não se virou.

-Não Rose. Nada está errado. Agora eu tenho realmente que ir. – Disse ele e se virou, mas segurei seu punho e o fiz virar para mim, para poder encará-lo. Segurei seu rosto em minhas mãos, e seus olhos, ah seu infinito castanho pela primeira vez na noite estavam me encarando como eu precisava.

-Sabe como eu estou me sentindo? – Perguntei ainda segurando seu rosto. Um leve balançar negativo veio de sua parte. – Uma prostituta. Porque é assim que você está me tratando. – Disse e soltei seu rosto.

Agora tinha sido sua vez de segurar meu punho. Ele parecia em agonia. Puxou-me para o seu peito, abraçando-me com força.

-Desculpe-me amor. Estou em conflito comigo mesmo, não deveria estar descontando em você. Não se sinta assim.

-Pensei que além de mantermos um relacionamento sério, fôssemos amigos. Contássemos tudo um para o outro. O que te incomoda?

-Tudo. Ficar longe de você... E outra coisa também. – Falou ele puxando-me para a cama, me fazendo sentar de frente para ele.

-Sabíamos que ia ser difícil. Mas pelo menos é melhor do que sermos guardiões da mesma pessoa. Nós sabíamos Dimitri. Mas qual é a outra coisa que te incomoda? – Perguntei passando a mão pelo seu rosto. Sua barba começava a crescer, e pinicou a pele de minha mão.

Ele pareceu pensar bastante antes de me falar qualquer coisa. Ponderou, gaguejou, mas finalmente as palavras saíram de sua boca.

-Eu queria poder ter um... Filho. – Sua voz estava carregada de arrependimento. Pelo menos era o que parecia. E eu sabia o porquê do medo de ele contar isso para mim. Eu sabia a relutância dele para com esse assunto. Ele tinha medo da minha reação. E sabíamos o porquê. Eu não podia dar o que ele queria. Fiquei sem fala com o que pareceu horas, mas foram apenas segundos.

-Um filho? – Perguntei mais para mim mesma, do que para ele. Instantaneamente as lágrimas começaram a cair pelo meu rosto. Seus longos dedos interromperam o espaço que estava entre nós, e tocaram minha face, apagando as lágrimas que ali estiveram.

-Roza... Não se martirize por isso – Falou ele, como se aquele pedido fosse pequeno.

-Não se martirize? Se você fosse mulher, e não pudesse dar um filho para o homem que você ama você acha que ficaria feliz, saltitando por aí Dimitri? Isso dói tanto em mim, como em você, eu queria ser capaz de fazer isso. – Falei a cabeça, tão baixa, que minha vontade era de sentar no chão e me cobrir com o tapete. Ou talvez cavar um buraco e nunca mais sair. Dimitri acariciou minhas costas, mas afastei sua mão, me levantando e andando pelo quarto. – Está arrependido?

-Arrependido? De que?  - Perguntou ele, seu olhar acompanhando meus passos.

-De ter ficado comigo.

-Do que você está falando? Rose – Falou levantando-se e pondo suas mãos entre as minhas, nossos dedos se entrelaçando. – Eu te amo, é claro que não me arrependo de nada que vivi com você, nada mesmo.

-Nem de ter aberto mão de um filho? Logo esse que você tanto quer agora. Não preferiria ter ficado com a Tasha? Ela poderia te dar o que você quer agora.

-Não comece – Disse ele visivelmente chateado por eu ter tocado no assunto. O final de Tasha foi bem infeliz, por ter traído a corte matando a rainha, ela foi executada. E há um tempo ela tinha feito uma proposta a Dimitri, de querer viver com ele, mas ele negou, pois o coração dele estava comigo. Dimitri deu um suspiro alto e olhou novamente para mim, mas eu não queria começar novamente uma discussão. Troquei-me rapidamente e já estava prestes a sair pela porta, quando ele me para. – Vai sair?

-Vou. Agora você pode fazer seu turno em paz. – Disse e saí daquele quarto. Eu precisava muito de um tempo sozinha. Vaguei pelos corredores da corte, o sol estava se pondo, sinal de que daqui a algumas horas o mundo Moroi iria retomar-se. Andei, andei e andei, até que fui parar no condomínio ao lado da corte, onde Abe e Janine moravam, ela tinha voltado de uma missão e deveria estar descansando, mas eu precisava muito dela. Desde que abandonei o quarto, as lágrimas brotam de meus olhos, mas a brisa fria teimava em secá-las antes de elas escorrerem por minha face. Bati na porta da casa e uma Janine com uma cara cansada, não de trabalho, mas sim de uma “noite ativa”, apareceu para me receber apenas de roupão.

-Rose? Isso são horas de estar de pé? Ainda mais na folga? – Perguntou ela, mas logo percebeu que meu estado era além do trabalho, me puxou para um abraço apertado que era o que eu estava precisando. Retribuí o abraço tão quão apertado ela tinha me dado – O que houve meu amor? – Funguei em seu peito e mais choro veio à tona.

-As mulheres da minha vida não querem entrar? – Disse Abe se postando atrás de mamãe, olhou um pouco para frente e percebeu meu estado de espírito. – O que aconteceu Rose? Foi Belikov? Vou matar ele. – Falou ele sério demais. Levantei a cabeça rapidamente, limpando as lágrimas e falei aos tropeços entrando na casa.

-Não pai. Quer dizer, em parte sim, em parte não – Sentei no sofá e cruzei as pernas – É complicado.

-Então fale quem sabe juntos nós possamos resolver isso – Disse mamãe olhando para Abe que concordou. Sentaram ao meu redor e contei o que Dimitri tinha pedido o que ele desejava.

-É nesse caso é realmente complicado. Você sabe que a genética dampira é completamente diferente – Falou Abe sério, e tive que concordar, ele estava completamente certo.

-E a questão, é que eu acho que ele se arrepende de ter ficado comigo, eu não sei. Eu estou confusa, muito confusa. – Desabafei, colocando a cabeça entre as mãos. As lágrimas já tinham se esgotado e me forcei a não chorar mais.

-Filha se você está assim, em conflito, o melhor a fazer é dar um tempo no relacionamento de vocês. Vai ver que é disso que vocês precisam um tempo, para colocar tudo em ordem, até porque é muita pressão em cima de vocês, o trabalho com Lissa e Christian, à distância, tudo isso influencia. Pense nisso, ok? – Disse ela levantando-se e dando um beijo em minha testa. – Agora vá, preciso me arrumar e ir para meu turno. – Levantei-me e quando saí já vi que estava escuro. O movimento na corte era perceptível.

Lissa deveria estar ocupada. Ou com seus assuntos, ou com Christian. Não iria interromper, então segui andando até sentar em um dos vastos jardins, estava escuro o suficiente para ninguém me interromper, para ninguém me atrapalhar em meu encontro com eu mesma. Eu só voltaria a trabalhar daqui a três dias. A corte tinha recebido muitos guardiões, dando assim turnos para cada um de até três dias, fazendo outros ficarem de folga. Mas eu precisava de alguma coisa para ocupar minha mente. Abracei meus joelhos e encostei minha cabeça nos mesmos, deixando o vento frio chicotear minha pele desprotegida, a blusa de manga curta não fazia um trabalho muito bom na questão de proteger do frio. Mas eu poderia ficar ainda mais fria? Acho que não, e para melhorar a situação começou uma garoa que em poucos minutos se transformou em uma grande tempestade, as gotas grossas da chuva batiam em mim com tal violência que pareciam perfurar minha pele, mas a sensação era boa, então permaneci parada, na mesma posição deixando a água me ensopar. Dava para escutar os passos das pessoas correndo em busca de um abrigo, buscando escapar da chuva. Dava para ouvir as crianças brincando na lama dos jardins alagados e os gritos das mães.

Estava tão absorta nos barulhos ao meu redor, e na sensação das gotas batendo em minha pele, que não percebi as mãos quentes apesar de molhadas provavelmente, tocarem meu ombro.

-Não está meio frio aqui fora? – Falou Dimitri em meu ouvido, mas neguei com a cabeça. – É melhor você sair dessa chuva, se não pode ficar doente. – Suas mãos esfregaram minhas costas suavemente numa tentativa falha de esquentar meu corpo. Neguei novamente com a cabeça, que permanecia apoiada no joelho – Rose, por favor.

-Me deixa Dimitri, por favor – Falei baixo, acho que não ele não escutou, ou fingiu que não tinha escutado, porque permaneceu ao meu lado dava para ver a leve sombra que seu corpo causava pela luz fraca. Algum tempo se passou e estava tão silencioso se não fosse pelo som da chuva e de alguns trovões que eu diria que estava sozinha novamente, mas eu estaria enganada. Braços fortes me ergueram do banco e andaram rapidamente para dentro do prédio de aposentos da corte. Nada falei apenas me apertei contra o corpo que me carregava. Aquele corpo tão quente apesar de molhado, aquele corpo que eu conhecia tão bem. Meus braços estavam apertados ao redor de seu pescoço, minha respiração acelerada batendo em sua nuca. Em poucos minutos estávamos em nosso quarto, ele logo me levou para o banheiro e me colocou sentada na borda da banheira. – Você pode sair agora – Sussurrei, parecia que a vida tinha se esvaído do meu corpo. Eu tinha ficado doente. Não por causa da chuva. Minha doença era puramente emocional. Minha doença era ser uma inútil geneticamente.

Mas ele me ignorou, mais uma vez, ele me ignorou. Parecia que sabia do meu estado, tão perceptível. Suas mãos trabalharam rapidamente tirando minhas roupas molhadas, e quando eu estava finalmente nua em sua frente, meus braços se fecharam em torno de meus seios, um abraço para eu tentar ignorar o que eu era. Dimitri os pegou e desfez o nó que eles faziam em torno de mim. Beijou, ambos meus ombros e levemente encostou seus lábios nos meus. Não retribuí. Sentia nojo de mim, raiva, repulsa. De seus lábios saíram um suspiro pesado, e novamente ele me carregou, colocando-me na banheira com água morna. Banhou meu corpo parcialmente inerte, e logo após me enxugou, colocou qualquer roupa em mim e carregou-me outra vez, em direção à cama. Meus braços tinham se prendido ao redor de seu pescoço, fazendo com que ele deitasse comigo, sua cabeça em meu peito. Suas mãos faziam uma carícia em meu braço, e eu pensei que as lágrimas tinham acabado, mas não elas retornaram para os meus olhos, me fazendo molhar os castanhos e longos cabelos de Dimitri.

-Me faz mal te ver assim Roza – Sussurrou ele levantando a cabeça e olhando para mim, limpando minhas lágrimas com os lábios. – Não quero que você fique assim, por aquilo que te falei mais cedo, por favor. Esquece aquilo, eu escolhi você, você é minha. Como eu sou seu, prometi cuidar de você não foi? – Perguntou ele. Olhei em seus olhos e percebi que ele também chorava.

-Sim, como eu também prometi cuidar de você. – Respondi acariciando seus cabelos.

-Então, aquelas palavras não foram vãs, elas tiveram valor, muito valor Rose. – Então eu relembrei àquela noite. À noite em que nos perdemos no corpo um do outro, aquela noite na cabana onde pela primeira vez ele me teve como mulher. Lembranças que doíam de felicidade em meu peito, mas agora doem de outra forma, pelo o que eu vou fazer.

-Dimitri, eu preciso de um tempo.

O silêncio assolou o quarto. Nem respirações eram possíveis de se escutar. Eu não ouvia mais a chuva.


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