Minhas Férias By Gisella Weisheit escrita por AutomaticLove


Capítulo 9
Segunda... quer um dia pior?


Notas iniciais do capítulo

maaaais um capitulo novo!! boa leitura :D



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Acordei com meu despertador tocando alto no meu ouvido. Desliguei e me levantei meio sonolenta ainda. Me lembrei que não tinha tirado a maquiagem do dia anterior, então deveria estar um horror agora. Entrei no banheiro para tirar a maquiagem. Enchi a pia de água e enfiei o rosto dentro, prendendo a respiração por uns 20 segundos. Tirei meu rosto da água e meu rímel escorreu todo pelo meu rosto. Me sentia um lixo, aquela visão do Mark com aquela Barbie siliconada me fez desacreditar mais ainda nos homens. Tornei a enfiar meu rosto na água, agora 30 segundos. Levantei e minha franja colou na minha testa. Passei a mão pelo rosto para secar da água que escorria pelo meu cabelo. Será que eu não era tão boa quanto ela? E eu achando que tinha encontrado o cara certo.

- Sou uma idiota mesmo – falei e ri sem humor

Eu parecia um panda, com as marcas negras dos olhos escorridas ate metade da bochecha. Entrei no box e abri o chuveiro no gelado, precisava acordar de vez. Entrei na água de pijama e tudo. Olhei para cima e vi uma Gilette próxima ao meu shampoo, estiquei meu braço a alcançando. Fiquei brincando com ela nas minhas mãos por um momento, encarando como ela parecia reluzir, enquanto pensava sobre o que tinha visto. Acabei por sentir minhas costas baterem contra a parede, respirei fundo, logo tendo meu corpo escorregando para baixo, até eu chegar ao chão. Ergui meu rosto por alguns instantes sentindo a água bater nele, logo fui tomada por uma dor insignificante em meus dedos, aparentemente havia apertado a Gillette com certa força contra eles. Mas, o mais incrível era que aquilo me trazia... Conforto.

 Comecei a sentir meu rosto esquentar, e mordi meu próprio lábio, pegando a lâmina com a mão que não estava machucada, a posicionei sobre meu pulso, tomando fôlego em seguida. A apertando sobre o mesmo, logo vendo uma fina linha escarlate escorrer pelo meu braço, junto das lágrimas que insistiam em cair de meus olhos, continuei por alguns instantes com a lâmina parada no mesmo local, para depois a puxar para o lado, formando uma linha fina e vermelha, não me senti satisfeita, sentia raiva, ódio... dor. Continuei repetindo o mesmo movimento várias vezes, até acabar por ter meu braço completamente ensangüentado, e vários pequenos cortes sobre meu pulso.

A água lavava o sangue, o levando ate o ralo e deixando os cortes à mostra. Fiquei mais não sei quanto tempo lá, vendo parte de mim ser levada embora e me sentindo mais leve. Comecei a sentir uma leve tontura e apoiei a cabeça na parede, me lembrando que não tinha comido nada ainda. Ouvi um barulho vindo do meu quarto e em seguida a porta do banheiro se abrindo.

- Gisella? Ah, você ta ocupada, desculpe – a voz de Bill veio até mim, parecia distante. Eu estava sem forças para responde-lo, acho que ele estranhou isso e entrou no banheiro – oh mein Gott! Gisella, o que você ta fazendo? – ele tinha me visto no box, provavelmente nunca tinha visto sangue na vida, pelo modo como ele ficou assustado. Ele abriu a porta e fechou o chuveiro. Se abaixou e me pegou pelos braços, fazendo arder os cortes, dei um gemido de dor. – mas o que...? – e viu os milhares de cortinhos que tinha feito e me olhou mais espantado ainda. Ele me sentou na tampa da bacia. – O que significa isso Gisella? – ele disse segurando com força meus braços, assim fazendo sangrar mais ainda e pingar no tapete. Senti meus olhos arderem e percebi que lagrimas queriam cair, droga! Abaixei a cabeça para ele não ver isso. - fique aqui, não faça nada, vou buscar a caixa de primeiros-socorros

E saiu. Eu não queria que ele tivesse visto isso, em um momento tão intimo. Não era sempre que eu fazia isso, mas em ocasiões como essa, não conseguia encontrar outra saída. Me veio uma preocupação agora, ele vai contar para Tom, que iria fazer um escândalo.

Pouco depois ele voltou segurando uma caixinha branca.

- Estique seus braços – ele disse já calmo e fiz o que ele pediu. Ele abriu a caixa, tirou uma faixa branca, um pedaço de algodão e um vidrinho com um liquido marrom de dentro. Ele colocou um pouco do liquido no algodão – talvez arda um pouco – e passou nos cortes. Realmente ardeu, e muito. Fiz uma careta de dor. Ele não viu e continuou no outro braço. Depois que ele enfaixou meus dois braços, ele se levantou e me lançou um olhar de censura, abaixei o olhar novamente. – você vai me explicar o que aconteceu aqui ou vou ter que contar para o Tom?

Isso não era justo, ele estava me chantageando! Balancei lentamente a cabeça em sinal negativo. Ouvi ele suspirar e logo em seguida sair do banheiro. Continuei por lá mais uns minutos, juntando forças para conseguir me levantar, seguir ate meu quarto e me largar na cama. Consegui, com muito esforço, mas consegui. Tinha acabado de deitar na cama e fechado os olhos quando ouço uma gritaria vinda do corredor. Bill contou para Tom.

Juntei um pouco mais de força e tranquei a porta, não queria ninguém gritando no meu ouvido agora. Mal tinha me deitado novamente quando a porta foi bombardeada de socos por um Tom provavelmente muito furioso.

- GISELLA JULIET WEISHEIT ABRA ESSA PORTA AGORA OU EU VOU ARREBENTÁ-LA A FORÇA! – Tom gritava do outro lado

- Não! – tentei gritar para ele em resposta a mais socos, mas minha voz falhou e não sei se ele pode ouvir

- GISELLA ABRA-ESSA-PORTA-AGORA!! – ele dizia dando um soco a cada palavra. Agradeci mentalmente meus tios terem comprado portas tão boas assim.

- NÃO! ME DEIXA EM PAZ!! – gritei com toda minha força e os socos pararam

- Ella, abra por favor, eu quero falar com você – Tom tentou dizer mais calmo, sem muito sucesso – ABRA ESSA PORCARIA DE PORTA!

- Não, Tom! Eu quero um pouco de privacidade! – falei

- Privacidade pra que? Para se cortar novamente? Bill me contou como ele te encontrou hoje cedo no banheiro – ele disse

- Ah contou foi? Que bom! – falei o mais sarcástica possível – então da próxima vez compra um gato pra ele ter sete vidas pra cuidar e deixar a minha em paz!!

- O que? Gisella abre essa porta, preciso conversar com você!

- Não! Já falei e não quero repetir mais uma vez! – falei e me virei de costas para a porta

Ele deve ter desistido, porque os socos pararam e ele não disse mais nada. Fiquei deitada olhando pela janela por não sei quanto tempo, ate que adormeci, com o pijama molhando minha cama.

Quando acordei novamente, o sol estava se pondo. Senti um aperto no estomago, eu não tomei café, nem almocei e provavelmente se sair do quarto pra jantar Tom me pega pelo pescoço. Muito bom Gisella! Isso que dá não trancar a porta ANTES de fazer qualquer coisa, e não DEPOIS.

Me chutando mentalmente por essa burrice, eu me levantei e fui ate a porta. Coloquei o ouvido nela pra ouvir o corredor antes de sair. Parecia que não tinha ninguém. Destravei lentamente a fechadura e abri minimamente a porta. Não vi nada nem ninguém pela extensão do corredor. Abri mais um pouco e sai sem fazer barulho. Olhei pela escada a sala embaixo, não tinha ninguém também. Desci e fui ate a cozinha, abri a geladeira e peguei um pedaço de torta de caramelo. Me virei para pegar um garfo e me deparei com Andreas me encarando do outro lado do balcão.

- ahn... oi – falei tentando não deixar a vista os curativos, o que era bem impossível, já que eu estava com uma camiseta de mangas curtas. – Você... você ainda está aqui? Pensei que tinha ido embora ontem...

- Passei a noite por aqui. – ele disse calmo – ouvi Tom fazendo escândalo hoje cedo... – ele olhou meus braços – o que você fez aí?

- Nada – falei rapidamente me virando e abrindo uma gaveta alheia a procura dos garfos – onde meus primos foram? Não tem ninguém em casa...

- “Nada” não faz Tom ficar nervoso daquele jeito – ele disse as minhas costas – Eles estão nos quartos, cansaram de esperar você sair do seu esconderijo. Os garfos ficam na da direita.

Abri a gaveta do lado e encontrei garfos brilhando pra mim, peguei um e dei uma garfada na torta, estava deliciosa.

- Cuidado com o açúcar, faz a circulação sanguínea acelerar, aumentando um possível sangramento em regiões onde alguma camada da pele foi comprometida. – Andreas disse e saiu da cozinha me deixando sozinha com meu jantar doce. 


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Notas finais do capítulo

OO: Tom ficou realmente alterado...
creditos a MartiniCherry, minha amiga que escreveu a parte da automutilação
nao consigo escrever esse tipo de cena -.-
até semana que vem! :3



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