Ficamos em silêncio por alguns segundos, estava em estado de choque e Taylor continuava a chorar desesperadamente.

– James… - Taylor murmurou e eu a puxei para um abraço apertado. Dei um beijo em sua cabeça e ficamos abraçamos até que finalmente vi que ela começou a se acalmar.

Segurei seus rostos com a minha mão, fazendo com que ela me olhasse.

– Taylor, ela te machucou? - Fiquei olhando em seus olhos, esperando pela sua resposta. Ela apenas fez que não com a cabeça. - Consegue andar? - Perguntei mais uma vez e Taylor assentiu.

Levantei e estendi minha mão para que ela tomasse impulso e se levantasse também e assim Taylor o fez.

– Vai ficar tudo bem, Taylor.

– Por que você não está surpreso, James? - Taylor perguntou, sua voz ainda falhava.

Respirei fundo.

– Por que eu sabia a um tempo que seres sobrenaturais existem.

– Seres sobrenaturais? Não são só os lobisomens? - Taylor perguntou, carregando aquela expressão de desespero no olhar novamente.

– É… Existem outros seres, sim. Vou te levar para minha casa, lá você toma um banho, relaxa e nós conversamos sobre isso. Ok?

– Ok.

– Vamos - Puxei a mão dela para que andasse rápido comigo.

E então, no meio do caminho, fui surpreendido.

Rick pulou em cima de mim e seu rosto estava com veias e seus olhos da mesma cor dos da Leana quando se transforma.

Ele, em cima de mim, mostrou-me seus caninos e Taylor começou a gritar e chorar novamente.

– Taylor, - Peguei minha chave que estava no bolso e joguei para ela. Por sorte, Taylor conseguiu agarrá-la. - vá para minha casa! Não abra a porta para ninguém, está me ouvindo? Nem se falarem que sou eu!

Taylor, assustada e tremendo, assentiu com a cabeça e saiu correndo pelas ruas.

– O que você quer? - Perguntei firme, olhando para Rick, me desviando de seus caninos.

– Eu não consegui te hipnotizar antes, por que? - Rick desviou seu olhar para meus dedos. - O que essa Verbena está fazendo no seu anel, hein?

Sorri de lado.

– Vai. Tente tirar. Você vai se queimar. - Provoquei, tomando impulso e jogando-o no chão.

Não sei como eu consegui fazer isso com um vampiro que é mil vezes mais forte que eu, mas eu gostei. A adrenalina estava correndo pelo meu sangue. Dei um soco em seu nariz.

– Isso é pelos pais de Leana. - Dei mais um soco. - Isso é por transformá-la em vampira.

Quando estava me preparando para dar mais um soco, aquela velha impressão de que está sendo observado tomou conta dos meus nervos.

Olhei para frente e avistei um lobo. Porém, aqueles olhos… Os olhos azuis e seu pelo um tanto… Ruivo.

Percebi então, que não era um lobo qualquer.

– Rick… - Sussurrei.

– O que foi, idiota? - Porém, ele gritou. O contive antes dele tentar me levantar.

– Não faça movimentos bruscos. - Sussurrei novamente, tentando manter a calma. - Um lobisomem… À nossa frente.

Desviei meu olhar de Cassie e parei em Rick. Ele estava apavorado.

Devagar, sai de cima dele e nós nos levantamos, olhando para o lobisomem parado em nossa frente.

– Uma mordida de lobisomem pode matar um vampiro, não é? - Perguntei, olhando firme nos olhos azuis do lobo.

– Sim. - Rick Sussurrou. - Corra.

– O que?

– Corra! - Agora Rick gritou, olhando em meus olhos. Ele estava com sua aparencia de vampiro novamente, mostrando seus olhos vermelhos e pretos, caninos e veias.

Obedeci e comecei a correr e, para minha surpresa, senti o lobisomem, mais conhecido por mim como Cassie, correr atrás de mim.

– Vem cá, lobinho. - Ouvi Rick chamar. - Eu sei que você prefere um vampiro como eu do que um mero mortal.

Olhei para trás por alguns segundos enquanto corria. Vi Cassie correr atras de Rick e ele começou a fugir, dando suas corridas super rápidas. Percebi então que lobisomens também são muito rápidos quando querem.

Olhei para frente novamente, sem ousar olhar para trás mais alguma vez e apressei meu passo.

Ao chegar na frente da minha casa, bufei e me encostei na porta, tentando recompor meu fôlego.

Fui em direção à uma das minhas jardineiras que lá havia e busquei, embaixo das rosas, minha chave.

Nenhum sinal de Taylor na sala nem na cozinha. Continuei andando e abri a porta do meu quarto, onde avistei uma Taylor segurando seus tornozelos, chorando e tremendo.

Cheguei mais perto da mesma com calma, sentei na cama e levei uma de minhas mãos até suas costas.

– Eu sei que é difícil. - Falei, tentando manter a voz firme, para passar conforto.

Taylor se deitou na cama, ainda chorando.

– Cassie é apenas três anos mais nova que eu. Eu a vi nascer. Como ela pode ser…

– É o que você falou para mim na biblioteca, Taylor.

– Cassie… Será que ela matou alguem?

Dei de ombros, fazendo carinho nos cabelos bagunçados de Taylor.

– Tome um banho. - Fui até meu armário e tirei uma toalha nova e uma camisa minha do Metallica. - Isso vai servir como um vestido para você.

Taylor deu uma risada de um segundo e eu sorri, por enfim tê-la feito esquecer um pouco.

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– James…

Ouvi uma voz vindo da porta da cozinha. Virei-me para trás e avistei Taylor com a minha camisa do Metallica. Dei um sorriso.

– Está mais relaxada?

– Sim… Mas… - Taylor parecia confusa. - Não caiu a ficha ainda.

Fechei a torneira e sequei minhas mãos, fui em direção à sala, passei por Taylor e sentei no sofá. Ela me seguiu.

– Pensei que você ia morrer… Quando aquela coisa te atacou.

Ri por um segundo.

– Aquela ”coisa” - Fiz aspas com a mão. - se chama Rick, e ele é um vampiro. E muito babaca, por sinal.

Taylor arregalou os olhos.

– É… Eu imaginei que fosse… - Ela botou a mão na cabeça. - Como essas coisas podem existir, James?

– Eu não sei.

Ficamos em silêncio por alguns segundos até que a minha campainha começou a tocar. Uma vez, duas, três. Parecia que havia alguém muito desesperado.

Fui até a porta e a abri, avistando um Rick suando frio e apavorado. Levantei uma de minhas sobrancelhas, olhando-o com desdém.

– James, você precisa me ajudar!

– Ham… Por que eu faria isso?

– Por que o lobisomem apenas não te comeu vivo por que eu corri, atraindo-o para mim, você me deve essa! - Rick gritou, rosnando. - E também por que, quando eu achei que não teria mais jeito para mim, quando o lobisomem estava prestes a me morder…

Olhei nos olhos de Rick.

– O que aconteceu? - Perguntei impaciente.

– Eu não sei… Leana costuma ficar escondida nas noites de lua cheia, porém… Dessa vez foi diferente.

Comecei a suar frio, por um momento achei que não saberia mais como respirar. Rick continuou:

– Acho que ela estava indo pra algum lugar. Leana deve ter me ouvido… Chegou bem na hora que o lobisomem ia me morder… E então ela me salvou, porém…

– Porém o que, porra?! - Gritei, impaciente. Taylor já estava ao meu lado. Olhei para ela, que estava apavorada, pois parecia ter reconhecido que Rick era o cara que havia me atacado à meia hora atrás.

Rick continuou:

– Leana foi mordida, James. Ela está deitada em uma floresta que tem por aqui. Você tem que me ajudar.

Parecia que meu coração ia saltar pela boca, tentei manter a voz firme, porém estava tremendo por dentro e por fora. Me virei para Taylor.

– Taylor, fica aqui. Só saia de manhã e não abra a porta pra ninguém. Eu vou voltar… Eu acho.

Ela assentiu com a cabeça, fechando a porta.

Engoli em seco e olhei para Rick.

– Vamos.

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Rick andava com passos normais, me guiando até onde eu, finalmente, avistei Leana caída no chão, com uma mordida em seu pulso direito.

Senti uma vontade imensa de chorar, mas me contive. Precisava ser forte. Rick a carregou no colo e o mesmo estava deixando lágrimas caírem. Mais uma vez levantei uma de minhas sobrancelhas, olhando-o naquela situação de desespero.

– Pensei que você havia desligado a humanidade.

Rick me lançou um olhar raivoso.

– Você não sabe como é. Nossa humanidade sempre está tentando voltar. Às vezes eu apenas deixo com que ela faça isso.

Cheguei mais perto de Rick, para visualizar Leana.

– Ela está…

– Não. Apenas desmaiada.

Assenti com a cabeça. Senti algumas lágrimas caírem.

– O que vamos fazer? Qual é a cura?

Rick riu ironicamente.

– Se nós, vampiros, soubessemos a cura, você acha que nós teríamos tanto medo assim de lobisomens?

Ficamos em silêncio por alguns segundos. E Rick continuou:

– Diz a lenda que não existe cure.

– Precisa ter! - Gritei, impaciente.

Então meus olhos se arregalaram. Conhecia alguém que poderia muito bem nos ajudar. Um sorriso começou a brotar em meu rosto.

– Vamos para minha casa. Sei alguém que pode ajudar.

– Vamos esperar que esse alguém queira ajudar um vampiro. - Rick disse, já se direcionando para minha casa. Sorri mais uma vez.

– Acredite, ele vai querer.