Esdrúxulo escrita por Glauber Oliveira


Capítulo 4
3. Edwin, Os Dullen e o jogo




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Mais tarde, naquela noite, quando eu estava em casa, resolvi procurar em revistas adolescentes, sobre garotos que vestem roupas estilosas, não pegam nenhuma garota e usam maquiagem. Para essa pergunta havia três respostas.

A) Ele é um Vampiro.

B) Ele é homossexual.

C) Ele é um membro da banda "Restart"!

Então finalmente descobri quem ele era. No dia seguinte, ao chegar na escola, Edwin estava no estacionamento. E ao me aproximar dele, fomos até a floresta. Chegando lá, parei de andar e Edwin se aproximava cada vez mais de mim, enquanto me ouvia falar.

– Você veste roupas da moda, não namora com ninguém e usa maquiagem. Além de não comer, pois diz que está fazendo dieta, você não sai no sol. Quantos anos você tem?

– 17. - disse, quando chegou bem perto de mim.

– Há quanto tempo tem 17 anos? - perguntei.

– Desde quando repeti o terceiro ano por mais de 90 vezes.

– Eu sei o que você é!

– Diga. Alto e claro! - esperando que eu dissesse logo - Diga!

– Homossexual!

– Não!Eu sou um vampiro! - disse Edwin indignado.

– Eu sabia que devia ter escolhido a alternativa "(A)"! - resmunguei.

– Então me faça a pergunta mais óbvia. O que nós comemos?- perguntou.

– Ração pra vampiros?!- respondi sem fazer a mínima idéia.

Então Edwin agarrou meu braço e começamos a andar.

– Pra onde vamos? - perguntei á ele, enquanto caminhávamos.

– Pro topo da montanha, onde não tem nuvens. Você tem que ver como eu sou na luz do sol.

E enquanto Edwin me carregava em suas costas e subia rapidamente a montanha, eu gritava: “Upa, upa cavalinho!”.

Ao chegarmos ao topo da montanha, ele tirou sua camisa e apareceu na luz do sol. Quando o raio solar refletiu em sua pele como se fosse um diamante, começou a queimar a retina dos meus olhos me deixando quase cega.

– Ah meu Deus, meus olhos estão ardendo! Edwin, por favor, vista sua camisa! - gritei, implorando á ele enquanto tampava meus olhos com as mãos e rolava no chão de um lado para o outro.

Em seguida Edwin vestiu sua camisa (Ainda bem!).

– Por isso não nos mostramos na luz do dia, as pessoas iriam saber que nós somos diferentes - Edwin explicou.

– Eu não ligo pra isso. - eu disse.

– Você não entende? - perguntou Edwin - Eu sou o predador mais perigoso do mundo!Eu quero te matar!

– Eu não me importo! - respondi. Então ele se afastou.

– Eu e minha família somos diferentes de outros da nossa espécie. Nós só caçamos animais, principalmente os veadinhos. Aprendemos a controlar nossa sede, mas eu não sei se conseguiria me controlar perto de você!

– Eu sei que você pode!- respondi, sabendo que isso era praticamente impossível!

– Eu não consigo ler sua mente!Você tem que me dizer o que está pensando!

– Agora eu estou com medo!- nesse mesmo momento Edwin se afastou de mim - Mas não estou com medo de você!Estou com medo de que vá embora e me deixe deprimida a ponto de eu sair correndo atrás de lobisomens homossexuais sem camisa!

– Você nem sabe o quanto eu te esperei!- disse ele, enquanto me olhava como se eu fosse sua única exceção – E o lobo se apaixonou pelo cordeiro.

– Um cordeiro completamente retardado!- respondi.

– Um lobo inteiramente maluco! – Edwin disse.

Então nos deitamos na grama e ficamos nos olhando. E a partir daquele momento, percebi que Edwin e eu estávamos oficialmente namorando (Uhuuu!).

E de três coisas eu estava certa. Primeira, Edwin era um vampiro - e o Professor de Biologia, um psicopata -. Segunda, havia uma parte dele - que eu não sabia qual era - que queria meu sangue e o CD da Lady Gaga. E terceira, estava perdidamente, incondicionalmente, irrevogavelmente, menstruadamente, e esdruxulamente apaixonada por ele.

Depois que começamos a namorar, Edwin resolveu me levar para conhecer sua família. Nesse dia, eu estava lavando a (maldita) picape laranja, - que pensei que seria minha - pra conseguir alguns trocados, para poder comprar meu vestido do baile de formatura - na verdade eu não queria ir ao baile, mas já que eu estava namorando o garoto mais lindo do colégio, eu resolvi ir só para fazer inveja às outras garotas.

Enquanto eu pensava nisso, Edwin apareceu inesperadamente.

– Vou te levar pra conhecer minha família amanhã. – ele disse.

– O quê?!- exclamei surpreendida - Eu nem cortei meus pêlos pubianos, raspei a axila ou depilei meu buço! Sua família não pode me ver desse jeito, eles vão me odiar! - eu sou tão pessimista.

– Você não está preocupada em ir numa casa cheia de vampiros, que a qualquer momento podem te destroçar, mas sim em te odiarem por não ter depilado seu bigode? - Edwin perguntou enquanto ria da minha cara.

– Que bom que eu te divirto! - respondi em um tom de voz irônico.

Edwin poderia namorar com qualquer garota do colégio, mas ele se apaixonou justo por mim. Acho que deve ser porque não sou nada feminina. E eu não sei o porquê, mas todo garoto bonitinho que eu conheço, fica atraído heteroafetivamente por mim. Sou uma de espécie imã que atrai rapazes esquisitos.

Então ele se despediu de mim, e foi embora. No dia seguinte Edwin me buscou, e fomos para sua casa. E ao chegarmos, entramos e nos deparamos com vários vampiros me olhando - Era a família Dullen -. A Sra. Lesme e o Dr. Carvalho Dullen eram os pais adotivos de Edwin e seus outros irmãos. Demmentt, Rose, Hasper e Alicia não eram irmãos biológicos. E por esse motivo que eles namoram e fazem coisas que irmãos biológicos nunca fariam.

Então Alicia veio em minha direção para me cumprimentar.

– Oi Betty, eu... - de repente ela ficou muda e começou a olhar para o nada - Eu vejo gente morta!

– Com que freqüência? – perguntei.

– Todo o tempo! – respondeu Alicia.

– Não se assuste Betty, Alicia consegue prever o futuro. Deve ser alguma de suas visões. – Edwin explicou.

– Não se preocupe Edwin, Betty e eu seremos grandes amigas! Eu irei emprestar para ela, minhas roupas, meus perfumes, e até mesmo meus absorventes usados! – Alicia disse, quando terminou suas previsões.

Após conhecer os Dullen, os pais de Edwin me convidaram para eu ir com eles a um jogo de baseball. Bom, eu aceitei, mas achei melhor não jogar, pois sempre que participo de algum esporte eu acabo me machucando. Então decidi ser a juíza - mas mesmo assim, isso não me impediu de me machucar. O jogo mal começou e "acidentalmente" Rose acertou o taco de baseball nas minhas costas, e cinco vezes a bola na minha cara.



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