All I Want For Christmas Is You escrita por Polaris


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Esta fic é baseada no filme If Only. Não resisti e escrevi, Vi o filme hoje e chorei demais. Espero que gostem e sorry por ser triste :B



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Não tão querido Papai Noel,

Época linda a do natal, não é mesmo? As luzes multicoloridas por toda a cidade, os enfeites por toda a rua, em todas as casas e igrejas. Bela data que faz todos se lembrarem do próximo, bela data para se ver aquela pessoa que há muito tempo você não encontra.

Crianças amam essa data e devo admitir, eu amava também, quando eu era apenas um menino. Os presentes me fascinavam, ao menos os brinquedos. Roupas? Não me alegravam definitivamente e sempre achei estúpido aqueles adultos chatos dando camisas e calças para um simples criança. Isso não era presente!

Lembro-me de que eu costumava acreditar no espírito natalino, eu esperava Dezembro avidamente. O ano inteiro era chato. Férias e um natal legal eram tudo o que esperava. Lembro-me de que eu acreditava em renas e num velhinho viajando num trenó, esse mesmo velhinho iria percorrer o mundo numa só noite e iria presentear a todas as crianças. Não parece surreal? Quero dizer, quem em sã consciência acreditaria nisso? Uma criança apenas. Eu era essa criança. Era um menino que sonhava em encontrá-lo um dia, quem sabe espiá-lo numa de suas visitas.

Nunca fui um garoto exemplar, nunca fui de obedecer a regras, mas diga-me: fui uma pessoa tão má assim? Eu realmente merecia me decepcionar?

25 anos e ainda tenho o espírito de uma criança.

25 anos e sinto-me também como se tivesse vivido 80.

Eu realmente merecia o pior?

Natal sempre foi minha época preferida, mas hoje afirmo que a odeio.

Um velhinho de barba branca hoje para mim parece estupidez, essa carta toda já é idiota o suficiente. Nem ao menos sei por qual razão a escrevo, talvez seja para desabafar todos os meus problemas, talvez porque isso tudo, o natal, as festas, os presentes, me lembrem dela.

Ela! Por Deus! Como eu queria tê-la aqui, mas ops, ela me foi tirada, exatamente no dia mais perfeito de todos. Pareço amargo? Não se assuste. Há um ano eu vivia intensamente, não porque eu queria, mas sim porque o gênio impulsivo dela me impelia a isso.

Ah! Dias gloriosos aqueles. Eu vi neve pela primeira vez na vida, ela me acertou uma bola bem na face e eu odiei isso, mas logo me vi numa verdadeira guerra, neve voava para todo lado e ela apenas dava gargalhadas. Eu amava o som dela rindo. Lembro-me de sair pela rua e ficar repetindo So this is Christmas para todos! Natal, a melhor data! E Agora a pior.

Eu tive um sonho, vi ela gritar e chamar meu nome. É sempre assim, a mesma rua, as mesmas pessoas e a mesma chuva torrencial. Ela sorrindo e me beijando num minuto e no outro nós dois sangrando, quase mortos. Parece macabro, pois digo que é exatamente esse o pensamento que define esse sonho. E sabe por quê? Por que não é apenas um sonho!

Lembro do carro vindo na contra mão, lembro de tentar frear e dos pneus deslizarem no asfalto molhado. Tudo o que eu queria para o Natal era uma comemoração e alegria, apenas isso! E o que ganho? O final da minha vida. Ainda existo, isso é fato, estou aqui lhe escrevendo, não é mesmo? Mas outra coisa é certa: também morri naquela noite, com ela.

Lembro-me apenas de vagas lembranças. O branco monótono do hospital, o cheiro de remédios e a prata dos instrumentos cirúrgicos. Hospitais nunca são um ambiente de alívio, não é mesmo, velhote? O branco é paz, mas eu queria saber quem foi o gênio que inventou de colocar essa cor num hospital. Pintasse logo de preto, morte, dor, sofrimento, aflição. Não seria mais fácil? Pois lhe digo: Eu adoraria comprar uma lata de tinta e jogar numa parede. E aqui estou eu, perdendo-me novamente nessas linhas e divagações.

Sabe o que é achar a jóia mais preciosa em todo o mundo? A mais bela, a mais linda e desejada? E logo em seguida alguém pega um martelo e simplesmente a quebra em mil pedaços? Ela era essa jóia. E eu me vi perdido depois disso. Num minuto eu a contemplava, ela estava em meus braços! No outro segundo, estava morta.

Não parece aqueles malditos filmes românticos e dramáticos? Tudo está bem, o casal feliz e se amando e sempre, MAS SEMPRE MESMO, algo ou alguém acaba com toda a felicidade do mundo. Mundo hipócrita esse, diz que devemos procurar fazer sempre o bem para próximo, mas a verdade é apenas uma: ninguém liga para isso. Os outros podem sim estar felizes, a menos que a felicidade deles seja menor do que a nossa. Ironia da vida ou não, é assim que vejo as coisas. Sou egoísta, mas completamente medroso. Tenho medo de findar minha própria existência. Mas desejo secretamente a morte.

Eu estava falando do natal e já me embrenhei em assuntos suicidas. Parei. Voltemos ao natal. A verdade é que essa época já não é a minha preferida. Nenhuma mais o é.  

Mas aqui estou eu, escrevendo uma carta para um velhote que não existe. Esse ano fui não um menino, mas um homem mal, cruel e amargo. Eu não mereço presente algum, talvez um sermão ou dois. Mas ainda assim, fui bom durante um longo tempo. Sempre tive uma personalidade bipolar, ando entre o bem e o mal, não consigo decidir por qual caminho andar. Estou me perdendo novamente nas palavras, desculpe-me, não costumo escrever. No entanto, há uma razão para todas essas palavras, eu poderia ficar a noite inteira aqui descrevendo os cabelos dela, os olhos doces ou o sorriso... ah, seu belo sorriso! Lembro-me das manchas em sua pele pálida, de cicatrizes obtidas na infância. Lembro-me dela toda, é como se fosse uma doença, estou louco, não estou? Por ela, pelo passado, por nossa suposta e curta felicidade.

Não quero lembrar-me mais, é difícil escrever quando se ama tanto alguém que já partiu. Quero e não quero esquecer-me dos detalhes, desejo e não desejo que tudo se dissipe de minha mente. Bela pessoa indecisa sou eu. Um bom presente, velhote, seria esquecer-se de tudo, poderia você dar isso a mim? Não mereço o mínimo de misericórdia? Por que diabos estou aqui e não ela? Por que eu não morri, mas ela sim? Isso é o que chamam de justiça? Deve haver um significado por trás disso, ou não. Não sei, nem tudo tem um significado, não é mesmo? Eu enlouqueceria mais se esperasse por um sinal dos céus para justificar minha existência. Não sei de onde vim ou para onde vou. Sei apenas que continuo aqui, sem ela, sem vida, sem função ou algo que seja útil para o mundo. Sou um desperdício, um desperdício que só sabe resmungar sobre o que é justo e o que deveria ter acontecido.

Pois então, velhinho, eu fiz meu pedido. Fui tão mal que não mereço a isso? Esquecer seria ótimo, mas eu gostaria de outra coisa, do presente perfeito, mas me contive, sei que fui uma pessoa... mas que se ferre isso! Eu não quero esquecer, risque isso da lista! Eu quero é o sorriso dela, seus cabelos, os olhos e cicatrizes, quero ela inteira, quero ela porque é minha e me foi tirada. Poderia devolver o que me pertence? Não é um presente, não é um pedido, é meu por direito! Pode dá-la a mim?  


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Notas finais do capítulo

reviews? *_*



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