Viva A Vida escrita por Meris


Capítulo 8
A Outra Face


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo rapido, ainda bem que você percebeu carooól o outro lado do tom. Sem tempo ainda tenho que estudar. Dois caítulos em um só porque prometi que vai ter apenas 20 torturantes capítulos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183059/chapter/8


Ficamos todos conversando por várias horas a fio, todos nós trocamos telefonemas e com nossos celulares ali mesmo adicionamos um ao outro no facebook. O nome que os meninos usam, para poder terem um facebook tranquilo, são tão engraçados que Vick ficou rindo por um bom tempo do nome de Gustav. Georg e Lisa foram os primeiros a irem embora, até porque os dois deviam ter algo muito melhor a fazer do que ficar conversando a noite inteira. Assim que Vick decidiu ir embora, por conta de ter aula no dia seguinte, eu também resolvi ir para casa.

Enquanto caminhávamos todos junto com Vick até o carro dela, Tom e eu ficamos alguns passos atrás da festa que Bill e Vick estavam fazendo pela rua, Gustav apenas ia ao lado deles rindo baixo. Depois de muitas reclamações dos meninos, Vick demorou, porém foi embora buzinando seu carro até o final da rua, foi então que a janela da sala da minha casa se ascendeu, meu pai devia estar acordado me esperando para me dar aquele sermão por ter saído de noite novamente. Acho que ele sempre me tratará como sua filha caçula de 14 anos.

_To fudida – Disse mais para mim mesma do que para os outros, já que os meninos estavam vendo o carro virar a rua.

_O que você disse? – Perguntou Tom voltando sua atenção para mim.

_Nada não! Meninos eu preciso ir para casa, foi muito bom o fundue. Boa noite! – Afirmei depois de dar um beijo na bochecha de cada um deles, quando fui me virar para ir caminhando para casa uma mão se prendeu forte ao meu braço me impossibilitando de continuar, eu nem ao mesmo precisava virar para saber quem era.

_Vou deixar a Ambry em casa – Disse Tom e depois soltou meu braço.

_Gostei de você! – Afirmou Bill antes de entrar em casa com Gustav que apenas acenou levemente com a mão para mim.

Enquanto caminhávamos em silêncio até a minha casa, o braço de Tom encostava a todo o momento em meu braço.

_Então qual vai ser a loucura de manhã? – Perguntou ele assim que paramos na porta da frente da minha casa.

_Talvez amanhã eu tente burlar a lei de alguma forma ou talvez passe o dia todo em um hospital e você?

_Acho que vou jantar com uma moça – Disse ele sorrindo, o sorriso dele me provocou de uma forma, que me controlei para não meter um tapa na cara dele naquele exato momento.

Não que eu esteja apaixonada por Tom, mas odeio toda vez que ele me trata desse jeito cuidadoso, como no fundue, e logo em seguida me trata como uma qualquer, essa bipolaridade dele me irrita. Se não me quer, porque não dá logo um chute na minha bunda e me deixa morrer sozinha? Afinal pra que ficou o caminho todo encostando o braço no meu?

Sim sou uma menina sonhadora e morrei sendo, gosto de amores idealizados, namoros onde os beijos que demoram para serem conquistados, adoro aquele tipo de namoro onde as pessoas trocam indiretas, lutam uma para ter finalmente a outra, amores impossíveis, porque na minha cabeça infantil sempre será assim. Na minha singela opinião quando mais difícil melhor. Eu e Jason mesmo ficamos meses a fio flertando para finalmente acontecer algo, tudo bem que tínhamos 17 anos, entretanto são esses amores completamente impossíveis que sempre me seduziram. Não gosto de amores fáceis.

A única coisa que me pode me destacar do resto das mulheres que morrem por Tom Kaulitz, e fato de eu poder morrer a qualquer momento, em minha opinião não acho que isso seja um motivo para seduzir qualquer tipo de homem. Como sou anta em ficar idealizando algo entre mim e ele, qual é ele é Tom Kaulitz. 10.000 mil vezes anta!

_Bem então bom jantar amanhã, boa noite e brigado por tudo – Disse sorrindo para ele, tentando não mostrar o quanto estava puta comigo mesma por ser tão anta.

_Quer jantar comigo? – Perguntou ele olhando para baixo meio sem jeito. Que porra é essa?

_Mas é aquela moça? – Perguntei e como sempre logo me arrependi, realmente parece que ser pouco lesada não serve para mim.

_É você! Então janta comigo?

Ele colocou as duas mãos na minha cintura e uniu nossos corpos, meus olhos desviaram dos olhos dele e olharam para mãos que me seguravam firmes, em seguida voltei a encarar a face dele que mantinha um sorriso maroto, do tipo quero te comer. Posso estar mudada, mas não vou de jeito nenhum fazer sexo com Tom amanhã após sair apenas pela segunda vez com o mesmo, se ele me quer vai ter que sofrer um pouco mais para me conseguir. Aproximamos juntos os nossos rostos um do outro, comecei ao encarar e o mesmo mantinha aquele olhar penetrante, nossos narizes começaram a se roçar e nossos lábios passaram diversas vezes extremamente próximos um do outro, senti as tranças dele pousarem em meu ombro quando o mesmo abaixou mais ainda sua cabeça. As mãos dele foram subindo calmamente pelo meu corpo, acariciando toda região pelo qual passavam. Eu sabia que meu pai deveria estar nós observando por de trás da cortina, como se eu tivesse 14 anos e estivesse voltando da formatura do colégio. Mas naquele momento eu não estava disposta a beijar Tom Kaulitz, se com as outras mulheres é fácil ele conseguir o que quer, e bom ele saber que comigo o trem anda bem mais devagar. Vick sempre disse que meu trem na verdade é um daqueles velhos bondes turísticos que andam por Berlim, a viagem chega a se tornar entediante de tão lerda.

_A gente se vê amanhã! – Afirmei dando um beijo na bochecha dele e me afastando com força e muita dor daqueles braços, sorri para ele antes de entrar em casa, apôs fechar a porta me sentei no chão e fiquei sorrindo igual a uma abobada. Como sou infantil.

_Não quero saber de namoros escondidos nessa casa! – Afirmou meu pai antes de subir as escadas me olhando seriamente.



Assim que acordei no dia seguinte descobri que tinha uma consulta médica marcada, como sempre meu pai queria ir comigo, mas dessa vez consegui o dispensar.

O consultório do Dr. John nunca mudou em nada desde a 2 anos atrás quando comecei meu tratamento, a única diferença é que a cada mês que passa o mesmo coloca mais fotos de animais mortos nas caçadas dele, se Dr. John não fosse tão bom aposto que nenhum louco entraria nesse consultório que mais tem cara de um imenso matadouro. Em todas as fotos Dr. John sorri ao segurar sua caça morta, vão de pequenos pássaros até imensos veados. Todos os pacientes estão sentados fingindo ler aquelas típicas revistas, no fundo fica um encarando a roupa do outro medindo de cima abaixo. Andrea a linda secretaria, que vive dando em cima dos maridos da paciente, me autoriza a entrar na sala dele.

A sala de Dr. John não tem cara de matadouro, mas ali dentro você se sente totalmente dentro da fazenda que o mesmo tem na Holanda. São diversas fotos dele andando de cavalo e da enorme propriedade, foto dele com os bois, Dr. John com certeza devia morar no Texas. Meu pai só começou a me levar no Dr. John porque meu irmão garantiu que ele é melhor especialista de câncer do país e um dos dez melhores do mundo. Dr. John é realmente um médico diferente. Me sentei e ele fez as típicas perguntas.

_Ambry, infelizmente não eu tenho boas notícias para você! Os últimos exames mostraram que o câncer já se espalhou de uma forma incontrolável pelo seu corpo, um caso bem raro para falar a verdade porque ele parece já ter atingido seu sistema nervoso, entretanto você não esta apresentando nenhum dos sintomas.

_Isso é ruim? – Perguntei ironicamente, eu sabia qual era a resposta, aliás, toda vez que venho aqui eu já sei todas as respostas.

_Sim é muito pior do que eu estava esperando, está tudo progredindo muito mais rápido, entretanto você parece não estar sentindo as enormes mudanças fisicamente. – Disse ele ignorando totalmente meu tom irônico na pergunta. – Vou ter que te encaminhar a mais um batalhão de exames.

_Estou correndo pela primeira vez na minha vida, se eu fosse um cavalo o senhor apostaria em mim? – Perguntei irônica novamente, a última coisa que queria naquele momento era começar a me levar a sério quando estou tão perto da morte.

_Você tem andado muito cansada? Desmaiando a toa? Dores intensas nas articulações? – Perguntou ele e apenas fiz que sim com a cabeça, cansada de tentar irritar Dr. John, que sempre me tratou super bem e se dedicou totalmente ao meu tratamento – Eu vou passar então alguns remédios a mais, quatros semanas de consumo diário e metotrexato e hidrocortisona. Se tivermos sucesso os sintomas podem melhoras e poderemos continuar com um programa de manutenção.

Dr. John continuou falando sobre minha medicação extra, mas voltei a me perder nós meus pensamentos idealizados sobre a noite que teria com Tom.

Quanto mais tempo irei conseguir adiar minha morte? Tempo suficiente para poder viver algo com Tom? Tempo suficiente para ver meu irmão se casar? Bem provável que não. Tenho duas escolhas a fazer ou vivo uma vida mais curta ao lado dos meus poucos amigos e familiares, ou volto a ficar enfiada naquelas cobertas tomando todos os remédios possíveis e viver mais tempo vegetando. Bem pelo menos essa noite, já tenho algo para fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continuo?