Viva A Vida escrita por Meris


Capítulo 19
Casamento


Notas iniciais do capítulo

Próximo é o último capítulo. Espero que gostem desse capítulo.



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Não se preocupe com qualquer coisa. Porque cada pequena coisa vai ficar bem. Não se preocupe com isso .Eu não me preocuparei!

Bob Maley.

À medida que o inverno ia chegando eu e minha orquídea íamos morrendo, pausadamente os ventos frios pareciam congelar meu interior. Eu sabia que dessa vez não teria mais volta, se eu entrasse num hospital nunca mais voltaria para minha casa, por esse motivo me recusei a ser internada novamente quando meu pai aos prantos me pediu. Nunca gostei de hospitais e última coisa que eu queria era acabar meus últimos dias dentro de um. Percebi que não teria mais volta depois de receber uma carta de incentivo das crianças do orfanato e a visita de algumas senhoras do asilo, antes disso eu não tinha parado para pensar quanto dias eu estava apenas conseguindo me levantar para ir ao banheiro.

Algumas semanas depois daquela visita meu quarto se tornou um próprio hospital com um adorável e acolhedor cheiro de amor e lar. Meu pai, Erick e Tom se revezavam com dor a tomar conta de mim, o médico havia proibido ficar mais de um visitante em meu quarto, então os três homens da minha vida pareciam querer de alguma forma ficar 24 horas do meu lado, porém a contra gosto dos três eles tiveram que se revezar.

Eu já havia perdido totalmente a noção de tempo quando abri os olhos, determinada a fazer a única coisa que devia a todos aqueles que sempre estiveram ao meu lado.

_Tom – Chamei-o, ele lia atentamente um enorme livro, estava lindo ali enrolado nas minhas cobertas na poltrona do meu quarto, uma visão muito bonita para um momento tão difícil.

_Você acordou, acordou, acordou – Disse ele com os olhos brilhando enquanto se aproximava da minha cama – Como esta se sentindo? Quer que eu chame sua enfermeira? Ela esta jantando com sua família.

_Não precisa, você podia pedir para Vick vir até aqui? – Pedi enquanto junto com ele me sentava na minha cama, novamente meu braço estava lotado com aqueles tubos, eu devia ter algum tipo de parada cárdica porque tinha um aparelho que mede batimentos cardíacos ao lado da cama, fazendo aquele barulho horrível, me lembrando de que ainda estava viva. Mas aquele barulho não demoraria muito para desaparecer.

_Por quê? – Perguntou ele enquanto colocava todos meus fios de cabelo solto atrás da orelha.

_Preciso me despedir dela. Me preciso começar a me despedir de todos.

Ele fechou os olhos mostrando dor, suas mãos se fecharam fortes nas minhas, eu as entrelacei, eu sabia por que ele estava fazendo aquilo. Assim como eu, ele queria abrir os olhos e ver outra realidade na sua frente, pousei meus lábios suavemente sobre os dele, ele retribuiu com tanta doçura, pareceu ter medo que uma maior pressão pudesse fazer meus lábios sumirem dali, desaparecerem.

_Por favor, não faz isso comigo, não me lembra disso. Não é justo está tão feliz em estar com você e tão triste em saber que posso te poder a qualquer minuto. Essa manhã eu pensei que nunca mais iria poder ouvir você chamar meu nome – Afirmou ele e lágrimas começaram a rolar pela face de Tom, mesmo estando mal eu precisei ser forte naquele momento. Sem chorar o puxei para um abraço forte, ele fechou com força as mãos nas minhas costas e continuou chorando, naquele momento eu sabia que não podia mostrar fraqueza, eu precisaria ser a pessoa forte. Fiz carinho em sua cabeça enquanto sentia suas lágrimas caindo sobre minha roupa, ele parecia uma criança amedrontada precisando de cuidados. Precisando de mim.

_Meu amor, não se preocupe vai ficar tudo bem.

_Não vai, não vai, dessa vez não vai! – Afirmou ele soluçando entre lágrimas, aquilo me destruía por dentro de uma forma que ninguém podia imaginar.

_Seja lá o que tiver acontecido essa manhã, eu não vou mais fazer você passar por isso. Que tal a gente não pensar mais nisso em? – Perguntei o ajudando a secar aquelas lágrimas.

_Vou ligar para Vick! – Afirmou ele saindo do quarto.

Estiquei meu pescoço e vi que o livro que ele havia deixado em cima da poltrona, era um livro sobre adoção e custodia de crianças, aquilo me deixou curiosa, entretanto eu não tinha ainda tanta força para me levantar.

Fiquei sentada na cama apenas observando as mudanças que meu quarto havia sofrido, haviam tirado todos os produtos da minha penteadeira e substituído por diversos potes de remédios, rotulados e postos em ordem crescente, com certeza meu pai havia feito isso tentando extravasar sua dor. A janela estava fechada devido ao frio e a orquídea ainda estava meio morta ali. A televisão por algum motivo também foi retirada. Foi então que minutos depois, minha porta se abriu novamente e minha melhor amiga entrou sorrindo, era daquele sorriso amigo e sincero que eu estava precisando.

_Olha só quem está aqui à namorada de Tom Kaulitz.

_Meu Deus a namorada de Gustav Shäfer está na minha frente, isso não pode ser real – Disse colocando as duas mãos na minha cabeça e há girando um pouco. Vick riu antes de fechar a porta.

_Na verdade noiva - Ela estendeu a mão me mostrando o anel, antes de me abraçar forte. Vick não iria chorar, ela sabia que eu não iria aquentar. Dei um grito alto de fã louca assim que ela se separou de mim, rimos novamente. – Você é uma tonta mesmo Ambry. Todos estão torcendo pela sua melhora, até aquelas fãs mais loucas dos meninos, você é mesmo uma gostosa né minha ruivinha?

_Te desejo toda felicidade do mundo na sua nova vida! – Afirmei sorrindo e então lágrimas começaram a rolar pelos nossos olhos. Eu sabia que iríamos chorar juntas no mesmo momento.

_Lembra quando a gente era pequena e você me falou que eu podia casar na casa da praia do seu pai na Espanha? – Perguntou ela chorando junto comigo, apenas fiz que sim com a cabeça. – Eu vou casar lá e você vai estar presente, porque você me prometeu. Vai ser semana que vem, tudo isso porque não posso me casar sem minha melhor amiga do meu lado. Quem mais poderia segurar meu buquê? A mãe do Gustav quis me matar.

_Eu vou estar lá Vick, eu te prometo. Vick eu preciso te agradecer por tudo que você sempre fez por mim, todos os momentos da minha vida você esteve presente me apoiando. Por algum motivo foi á única pessoa que sempre me entendeu...

_Pode parar com isso Ambry, eu não vou me despedir de você porque eu sei que você vai voltar, eu ainda vou te encontrar sorrindo nessa vida! – Afirmou ela secando as lágrimas do meu rosto com os dedos. Vick sempre foi uma católica, rastafári espírita, uma mistura muito boa de religiões. – Você não vai me deixar mal como o Tom estava.

_Eu não me despedi dele, eu não vou conseguir me despedir dele, não dele. Você me promete que vai escolher um vestido bem bonito para sua madrinha?

_Prometo – E ela me abraçou de novo.

Quando desembarcamos na Espanha na semana seguinte para o casamento de Vick e Gustav, foi como uma onda de vida tivesse invadido a mim e a minha orquídea, sim eu levei ela. Eu não precisei mais se ajuda para me levantar nem para mais nada, apenas continuei tomando regularmente meu remédio pelos 4 dias passados naquele paraíso. O primeiro dia apenas deixe todos supressos pela minha melhora tão repentina, no segundo dia depois de muita insistência eles todos finalmente me deixaram sair para viver minha vida. Eu, Tom passamos o dia inteiro brincando com Thor na praia, naquele mesmo dia dolorosamente me despedi de minha mãe, meu pai e meu irmão ao mesmo tempo, sofrido demais só de pensar em relembrar aquele momento já sinto uma vontade estranha de chorar. Entretanto não posso mais. O terceiro dia foi o dia da cerimônia, a mais linda e autentica que já presenciei.

_Você está linda – Disse Tom após entrar no quarto onde nós estávamos dormindo. Ele também estava lindo, com aquela blusa azul claro, short jeans bege e o chinelão no pé, tão naturalmente perfeito. Meu vestido era verde da cor do mar e longo, parecia um daqueles vestidos que as antigas deusas gregas usavam.

_Vamos? Os noivos devem estar nós esperando, o Thor está pronto para levar as alianças? – Perguntei enquanto fechava a porta do quarto – Eu não acredito que o Gustav e a Vick quiseram um cachorro para levar as alianças.

_Bill, Georg, Erick e Lisa estão treinando ele desde a semana passada! – Afirmou ele entrelaçando sua mão a minha enquanto saímos da casa. O casamento iria ser numa imensa tenda montada na praia, para poucos convidados. Vick não tinha nem chamado à família inteira dela.

Fomos caminhando de mãos dadas e conversando pela areia até a tenda, o sol era forte e me aquecia. Os meninos da banda haviam desembolsado uma enorme quantia em dinheiro para garantir que os fotógrafos não atrapalhasse aquele momento só nosso.

Assim que chegamos à tenda, havia uma pequena fila para tirar foto e Tom fez questão de mais uma foto nossa para guardar na carteira. Tiramos primeiro uma tradicional foto um do lado do outro sorrindo, na segunda foto Tom me pegou no colo como se eu fosse à noiva e rimos enquanto o fotografo a tirava.

_Última foto – Avisou o fotografo.

_Vamos tirar do nosso jeito? – Pedi em seguida dei um pequeno selinho em Tom, ele apenas sorriu feliz. Havia adorado a ideia.

_Adoro do nosso jeito! – Afirmou ele já me puxando para cima.

Entrelacei minhas pernas em torno na cintura dele, cruzei meus braços atrás do pescoço dele, ele colocou uma mão na minha bunda me segurando e a outra na minha nuca, me puxou para ele forte. Nós nos beijamos de um jeito que nem percebemos que o fotografo já havia tirado a foto, pois só nos separamos quando o casal de trás tossiu alto.

O local estava lindo, as cadeiras, as flores, o altar todo em branco, com um mestre de cerimônia um tanto exótico. Fiquei só do fundo observando, já que eu e Tom seriamos padrinho, só podíamos entrar quando fosse autorizado.

_Porque chamaram um rastafári para ser o chefe das cerimônias? – Perguntei olhando para os imensos dreads do suposto “padre”, as roupas dele eram leves e nada formais. Parecia vindo direto da Jamaica, eu não duvidava disso.

_Gustav não fez crisma então a Vick teve essa ideia e outras que você já vai ver. Sua amiga é um tanto quanto não presa a nenhum tipo de costume.

_Todos os casais em seus lugares? – Perguntou à organizadora depois que Gustav entrou acompanhando da mãe. Gustav estava lindo com aquela bermuda branca, chinelão e blusa branca no qual Georg colocou uma flor vermelha presa por grampeador.

Erick e a irmã de Gustav eram o primeiro casal de padrinhos, seguidos de Lisa e Georg, Eu e Tom e por último com Angélica, a irmã mais velha de Vick, junto com Benjamim seu marido.

Assim que Erick e Julia irmã de Gustav começaram a entrar, começou a tocar Love Generation, todos que como eu não sabia da loucura começaram a rir. Só Vick mesmo para fazer uma loucura dessas com o próprio casamento. Os dois primeiros casais entraram dançando, cada um do seu jeito único e peculiar, assim que chegou minha vez e de Tom acabei me rendendo ao momento e dancei com ele até o altar em passos e pulos só nossos, foi hilário ver os passos de reggae do Tom, ele pulou junto comigo e mostrou seu próprio estilo. Quando já estávamos todos no altar, Vick chegou junto com o pai dela, os olhos de Gustav brilharam naquele momento, sorri ao pensar em como ele iria fazer bem a minha amiga. Foi então que começou a tocar Three Little Birds do Bob Marley enquanto a mesma entrava com o pai, ela mesma começou a bater palmas e todos a acompanharam. Tudo tão único como minha amiga. Mas o momento mais fofo da noite foi quando Thor entrou trazendo as alianças.

A festa ocorreu ali mesmo, porque rapidamente a equipe de organização colocou mesas no local e apenas ajeitou as cadeiras onde as pessoas estavam sentadas. A pista de dança foi à própria areia da praia, tocou todos os tipos de música, mas nunca poderei me esquecer de mim e Erick dançando Could You Be Loved junto com nossos pais. Quando anoiteceu e os convidados estavam indo embora, resolvi dar uma volta, me aproximei do mar e fiquei ali de pé sentindo meus pés e a barra do vestido ser molhada.

Não demorou muito e senti os braços do meu homem me abraçando forte por trás me fazendo tirar os pés por poucos minutos da areia por conta do abraço forte e protetor.

_Porque você não vai se despedir de mim? – Perguntou ele chateado ainda me abraçando de costas. Respirei fundo, eu infelizmente precisava ainda fazer aquilo antes de ir embora.


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Notas finais do capítulo

Posto o fim?