Viva A Vida escrita por Meris


Capítulo 14
Sangue


Notas iniciais do capítulo

Agora que tudo vai mudar. Não me matem.



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Eu me lembro como se fosse hoje, aquele dia que a gente se falou pela primeira vez, e quando você me beijou eu não imaginava que se tornaria tão importante pra mim, só hoje eu percebi que foi preciso saber como é te perder, para me dar conta do quão você se tornou parte do que sou e de como me sinto hoje.

Não sei da onde tirei esse texto :(

Eu já estava há duas semanas com banda em turnê. Eu e Lisa nós tornamos cada vez amigas, não era como minha amizade com Vick, mas viramos amigas e fizemos tantas compras juntas. Lisa parece sentir falta de convívio feminino na turnê.

_Chegou minha hora – Fechei minha enorme lotada mala de roupas que havia comprado.

_Você bem que podia ficar mais uns dias com a gente – Retrucou Tom apôs gentilmente colocar minha mala no chão.

_Eu tenho médico – Disse enquanto abrir a porta do nosso quarto.

Tom havia passado o dia anterior inteiro de mau humor comigo, depois de eu ter mostrado minha passagem de volta para Alemanha. Ele ficou o dia todo retrucando que eu podia marcar consultas em outros médicos, de que ele conhecia ótimos médicos. À tarde quando o sol de verão batia forte na nossa cabeça, tivemos nossa primeira briga. Entretanto à noite depois do show quando nós encontramos no quarto, Tom estava tão lindo e puto tomando aquele banho com a porta aberta, não resisti e fizemos o acordo. Ele não iria ficar bravo comigo e aceitou o fato do médico, depois fizemos amor. Pelo menos no sexo eu não tenho do que reclamar ou comentar, se divirtam com suas mentes férteis que nem diz a Vick.

Antes de sair do quarto sinto uma náusea enorme vinda do nada, caminho correndo até o banheiro e encosto a porta. Não vomito nada além de sangue, de repente meu nariz sai sangue também sem parar, tento engolir o sangue da boca antes que Tom entre, mas isso impossibilita minha respiração.

_Ambry. Vem vou te levar para o hospital, isso está parecendo uma bomba de sangue! - Afirmou ele e depois me pegou no colo me tirando daquele chão frio.

Tom desceu as escadas comigo correndo, me acomodou no carro dele e saiu acelerando firme. A caminho do hospital minha boca parou de sair sangue, mas do nariz eu não podia dizer o mesmo. Tom dirige imprudentemente nas ruas da capital belga atrás de um hospital.

_Espero não estar sujando seu carro – Disse enquanto pressionava o moletom dele contra meu nariz.

_Não me importo com o carro, só quero que você fique bem, depois eu troco os bancos novamente! – Afirmou ele sério segurando firme no volante, Tom estava nervoso.

Assim que chegamos ao hospital, me colocaram numa cadeira de rodas. Sou uma emergência, passo de pressa pela área da recepção com um enfermeiro empurrando rápido minha cadeira pelos corredores. Deixamos para trás as vitimas comuns de brigas de bar, drogas de má qualidade e violência domestica. Seguimos zunindo pelo corredor rumo a algum lugar mais importante. Acho os andares de um hospital estranhamente reconfortantes. É um mundo em duplicata, onde pessoas nascem e morrer, um mundo com suas próprias regras, e todos tem o seu lugar. No pronto-socorro haverá rapazes de carros velozes e freios ruins, motociclistas que fizeram uma curva fechada demais e pessoas que levaram tiros por não pagarem suas dívidas. Paramos em uma sala bege, a enfermeira logo colocou gazes nos meus narizes e depois se dirigiu ao Tom.

_Você é exatamente o que dela? – Pergunta a enfermeira.

_Sou o namorado dela! – Afirma ele de imediato.

Ele não devia ter falado isso, porque com certeza essa será a fofoca da manhã.

_Ela teve trombocitopenia antes de hoje? – Perguntou a enfermeira começando a anotar tudo.

_Hã? – Pergunta Tom como se ela estivesse falando árabe com ele.

_Ela andou tendo hematomas? Dores de cabeça?

Tenho marcas por todo corpo, porém a culpa e toda das minhas noites com ele.

_Nada que eu tenha percebido.

_Quando foi à última transfusão de plaqueta dela?

Tom olhou mais confuso para ela e depois olhou para mim.

_Há três semanas- Disse de imediato.

_Você não pode falar. Iremos cauterizar seu nariz, o médico já está a caminho.

Antes de a enfermeira anotar novamente algo, o médico surge me coloca na cama e começa encher de algodão cirúrgico no meu nariz. Tento me concentrar em Tom, mas não consigo, ele se afastou de mim, foi telefonar. A sensação que tive foi de ter engolido um absorvente íntimo, minha boca estava seca e era difícil respirar. Sinto aquele cheiro tão dele, mas é impossível ele estar ali naquele momento. Já devia estar louca ou é apenas esse líquido que eles estão colocando na minha veia. Mesmo sem querer minhas pálpebras se fecham e depois de tantos anos sonho com ele


Assim que abro os olhos novamente, vejo que o cheiro era real, mas tenho que fechar e abrir forte meus olhos duas vezes para acreditar que é realmente ele que está ali me sorrindo daquele jeito tão perfeito. Jason sorri para mim igual à primeira vez que nós beijamos. E tão bom ter ele tão perto de mim novamente que me esqueço de tudo e o abraço firme, então vejo meu pai sentado na poltrona do quarto apenas nós observando, me solto de Jason.

_Meu amor, minha vida, você não sabe como fiquei assim que te vi entrando no hospital. – Lágrimas quentes escorriam pelas aquelas tão macias bochechas dele, me sentei na cama.

_Jason o que você está fazendo aqui?

_Eu estou estagiando nesse hospital, mas isso não importa. O que importa é você é a sua saúde. Ambry me perdoa, por favor? – Pediu ele me olhando com aqueles como sempre protetores olhos verdes. Naquele momento me senti segura como se nada pudesse me atingir.

_Jason eu estou com...

_Por favor, meu anjo apenas me ouve, me deixa te fazer feliz de novo, me ouve – Ele respirou fundo, se endireitou na cadeira ao lado da cama, quando sua mão se entrelaçou na minha, me senti completa como não me sentia há muito tempo. Ele não precisava dizer nada, eu já sabia que como sempre acabaria o perdoando – Lembre-se que sempre haverá possibilidade das coisas voltarem a ser como antes. Sempre haverá possibilidade de consertar os erros. Eu assumo errei, mas como sempre como um servo peço seu perdão, peço para que me deixe fazer você feliz novamente. Só uma chance, uma nova chance para nós dois! Você se lembra? De como éramos perfeitos e feitos um para o outro? De como tudo era antes de nos perdemos, de tal maneira, que não consigo mais encontrar. Você é a única que me conhece. E sempre foi. A única que poderia me entender, a única que eu realmente, posso amar. Agora somos eu e você, e não mais “nós”. E isso a cada dia me faz sofrer mais que qualquer coisa. Ambry só te peço uma chance para você fazer nós poder ser real de novo, você me ama e não tem como negar. Me de uma chance, nós de uma chance de ser feliz, por favor?

As palavras dele fizeram lágrimas e mais lágrimas rolarem sem parar pela minha face, me impossibilitando de dizer algo, elas me calavam, então apenas fiz que sim com a cabeça. E mesmo que eu possuísse a maior força do mundo, ele sempre será meu ponto fraco. Eu sabia que precisaria viver com ele novamente para poder-me sentir completa. Ele sorriu para mim daquele jeito tão meu, tão nosso e meu beijou daquela forma. Do jeito que apenas os lábios dele sabem se encaixar aos meus.

_Filha, por favor, não – Pediu meu pai já de pé.

_Pai eu preciso dele, sempre precisei! – Afirmei depois de beijar Jason.



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Notas finais do capítulo

Continuo? Jason na area gente, o que ele vai aprontar?