Hope escrita por LuM


Capítulo 4
Capítulo 3




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03 - Completo

Três meses depois

– Sua velha burra! Se não consegue fazer o serviço direito deixe para alguma mulher mais nova o fazer! – Tanya gritava com uma das empregadas, que segundo a mesma não havia arrumado a cama do senhor Cullen de forma correta.

– Perdão senhora, não estou velha, eu consigo fazer... – a escrava se encontrava aos prantos temendo o que Tanya poderia fazer.

– Pare com essa ladainha! – Tanya grita enfurecida, ela estava prestes a continuar a gritaria com a pobre mulher, mas ela logo se cala quando escuta passos no corredor, eram passos firmes o que lhe levava a crer que era Edward.

Ela sabia que Edward brigaria com ela se a visse gritando com aquela senhora, ao contrário do pai, Edward tinha paciência com os escravos, e desde que ele chegara nenhum deles havia sofrido qualquer tipo de violência por não fazer o trabalho, ou por não o fazer bem feito.

Como Edward não tinha nenhuma esposa ou alguma pessoa para ser governanta da casa, Tanya ficara responsável por essa parte, ela mandava e desmandava nos escravos da casa, e por vezes ela sentia vontade de mandar um deles ao tronco. Mas se ela fizesse isso, certamente Edward a mandaria embora.

Os vizinhos de Edward o fizeram ganhar fama mole, diziam que ele não tinha o pulso firme e nem o vigor do pai. Mas Edward não se importava com as coisas que falavam dele. Não seria por meias palavras que os outros falavam sobre ele que o mesmo mudaria o seu comportamento. Ele odiava violência, e odiava pensar que aqueles escravos trabalhavam muito sem receber nenhuma forma de pagamento em troca, mas ele estava prestes a mudar essa situação.

Edward entra pelo quarto, fazendo com que Tanya instantaneamente se afastasse da mulher.

– Está acontecendo alguma coisa aqui? – Edward diz olhando para o rosto banhado em lágrimas da mulher.

– Não, claro que não senhor. – Tanya responde com uma voz exageradamente doce.

– Então por que Niara está chorando? – ele fala olhando sério para Tanya.

– É que ela estava me falando da sua vida e ai se recordou de algo e acabou chorando. – Tanya estava nervosa com as perguntas do seu senhor, mas sua voz tinha saído convincente, certamente Edward acreditaria.

– Isso é verdade Niara? – Edward vira-se para a escrava que mexia as mãos compulsivamente. Tanya olha para a mulher demonstrando que ela não deveria falar nada sobre o que ocorria a minutos atrás. Niara não precisava de aviso, ela sabia que se falasse algo que fizesse Edward brigar com Tanya a outra jovem agiria como louca para castigá-la devido ao fato de colocá-la contra o seu tão adorado senhor. Todos percebiam como Tanya olhava para Edward, era fácil imaginar que o motivo seja um despertar de uma paixão pelo tão bonito homem. Edward não parecia notar todos os olhares que Tanya lhe lançava, ou então ele fingia não notar.

– Sim, é verdade Senhor. – a escrava responde num sussurro, Edward a olhava desconfiado procurando qualquer sinal que demonstrasse que estava mentido. Edward não havia se convencido totalmente, ele não diz nada, apenas vai para o banheiro do quarto a fim de tomar o banho que lhe haviam preparado.

Quando o jovem sai do quarto Tanya respira normalmente, essa tinha sido por pouco. Ela não queria nem imaginar o que teria acontecido se Edward soubesse de suas intrigas com os escravos.

Edward não queria que ninguém destratasse ninguém, para ele ninguém era inferior ao outro, eram todos iguais.

~*~

Edward já tinha jantado e tomado o seu banho e agora ele iria dormir. Mas quando estava prestes a deitar naquela cama que parecia estar tão convidativa alguém bate na porta, na verdade mais parecia que queriam arrombá-la.

– Senhor Cullen! Senhor Cullen! – a voz feminina e afobada falava rapidamente enquanto batia na porta com força.

– O que foi? – Edward apenas diz, ele já estava com a sua roupa de dormir e não queria abrir a porta.

– É o senhor Denali! – Edward percebendo que era algo grave coloca rapidamente a roupa que vestira durante o dia e que ainda se encontrava jogada no chão de madeira do quarto. – Ele está no seu quarto, ele precisa de atendimento médico!

Segundos depois Edward abre a porta de seu quarto – já devidamente vestido – percebendo que quem o chamara era uma das escravas da casa. Edward coloca-se a correr durante todo o trajeto até a casa do administrador, onde Eleazar e sua filha viviam.

Logo que ele chega ao quarto do homem ele vê Tanya debruçada sobre o corpo do pai, ela não conseguia conter as suas lágrimas e nem os seus soluços.

– Tanya, por favor, me de licença. – a jovem com muito custo atende ao pedido do Cullen, mas mesmo assim ela se mantinha perto do pai.

Logo que Edward olhou para o homem soube que ele não podia fazer muita coisa, talvez nem mais pulso ele tivesse. Eleazar tinha uma grande quantidade de sangue banhando a sua camisa de botões, ele perdera muito sangue. Edward pega o pulso do ferido tentando achar a sua pulsação, mas logo que tocou o local percebeu que não tinha nada. Eleazar já estava sem vida, e a sua palidez anormal também comprovava isso.

– O que aconteceu com ele? – Edward pergunta para o capataz da fazenda que também se encontrava no quarto.

– Alguns homens o encontraram caído na estrada, com essa bala no peito, o reconheceram como administrador do senhor e o trouxeram pra cá. Ele estava sem os seus pertences, então ele deve ter sido assaltado e certamente os ladrões atiraram nele. – o capataz falava com o seu trejeito simples.

– Meu pai vai ficar bem não vai? – Tanya pergunta a Edward, ele não sabia como contar a ela. – Não vai?! – ela continua desesperada, talvez ela já tivesse percebido o que tinha acontecido. Edward respira fundo e resolve ser franco com a jovem.

– Tanya... Eu não tinha o que fazer. Ele já se encontrava sem vida quando eu cheguei, talvez o tivessem encontrado tarde demais, mas mesmo assim, ele perdeu muito sangue, sem estar num hospital se torna difícil salvar alguém nesse tipo de caso. – Edward observava atentamente Tanya. Como médico ele odiava dar esse tipo de notícia, certamente qualquer outro médico tivesse esse mesmo tipo de ódio.

– O que o senhor está tentando me dizer? Que meu pai está morto?! – Tanya rapidamente chegara perto de Edward, perto o suficiente para colocar as suas mãos no peito do rapaz e apertar o local na busca frenética que ele negasse o que havia dito.

– Eu sinto muito Tanya. – o tom triste e as palavras de Edward a levara crer que ele falava a verdade.

Seu pai estava morto. E agora ela estava sozinha. Todas essas verdades caíram como adagas no seu peito. Estava sozinha, como nunca esteve antes.

– Não, não! Você está mentindo! – ela chorava como nunca havia chorado antes.

– Eu sinto muito Tanya. – Edward repete as palavras de consolo. Mas ele sabia que não importava o quanto falasse para Tanya, ela continuaria sentindo aquela dor já tão conhecida por ele: a solidão.

Assim como Edward, Tanya havia perdido tudo. A sua mãe morrera no seu parto. Não tinha nenhum familiar próximo. E agora perdia o pai desta forma. Era tudo tão doloroso.

Tanya acreditava que a dor no seu peito seria capaz de rasgá-la ao meio de tão forte que era.

Num ato de solidariedade Edward puxa Tanya para os seus braços, e logo começa a afagar os cabelos vermelhos da jovem.

– Agora eu estou sozinha. Completamente só. – ela diz com a voz abafada por sua boca estar no peito do seu patrão. O choro de Tanya parecia aumentar a cada segundo e Edward sentia-se desesperado por não saber o que fazer para ajudá-la.

– Não está Tanya. – Edward diz afagando mais fortemente os cabelos da jovem.

– É claro que estou. Ninguém mais me sobrou... – mesmo não a vendo Edward podia apostar que ela revirava os seus olhos.

– Eu prometo que vou cuidar de você Tanya. E que você terá sempre um teto sobre a sua cabeça. – Edward jura a moça. Ele não jurava por pena, e sim por realmente gostar de Tanya, por ela sempre ajudar na casa e pelo seu pai ter sido tão bom e tão honesto como seu administrador. Mais do que algum dinheiro Edward devia a Eleazar a tarefa de cuidar da única filha do mesmo.

– Você promete? – com seus olhos vermelhos e inchados Tanya olha para Edward.

– Prometo, e não se preocupe com nada, eu vou cuidar do velório. – Edward continua.

Edward finalmente conseguira acalmar um pouco os ânimos de Tanya. Pelo menos agora ela não tinha o pensamento que estava perdida por não ter nem um teto sobre a sua cabeça. Mas é claro que a dor da perda estava ali, e talvez se perdurasse ali por muito tempo.

~*~

Fazia uma semana que o pobre Eleazar havia morrido. Apesar do pouco tempo de seu óbito todos tentavam levar a vida da forma como podiam.

Tanya ficara alguns dias trancada no seu quarto e agora, aos poucos, retomava o seu trabalho.

Edward continuava a cuidar da fazenda. Ele não descansava um minuto sequer, estava sempre vendo o gado, as plantações, cuidando do bem estar de seus escravos e também cuidando da sua outra fazenda que ficava a poucas horas dali.

Todos na fazenda ainda se lembravam de Eleazar, a cada dia que passava a sua ausência se tornava mais perceptível. Era estranho pensar que num minuto a pessoa estava ali, rindo, conversando ou trabalhando e no minuto seguinte ela se encontrava morta.

No momento Edward se preparava para ir até a cidade. Ele queria visitar um amigo muito querido: Jasper. Ele precisava pedir um favor a ele. Enquanto estiver na cidade Edward ficará numa grande casa que o seu pai possuía lá.

Na verdade, Jasper era mais que um amigo, ele era um irmão. Ele sempre esteve presente com Edward, mesmo quando ele vivia numa espelunca.

Jasper era advogado - e na opinião de Edward – um ótimo conselheiro também. O rapaz já sentia saudade do seu querido amigo.

– Suas malas já estão prontas, senhor. – Tanya fala depois de entrar no escritório, onde Edward estava. O jovem se assusta com a repentina presença da senhorita, talvez ela tivesse batido na porta, mas ele estava tão concentrado no documento que lia que nem percebera qualquer anuncio de aproximação.

– Eu já estou indo. O coche já está pronto? – Edward diz quando finalmente tira os seus olhos do documento.

– Sim, a sua condução já está pronta. Nesse momento estão levando as suas malas para o coche. – a moça fala com a sua postura sempre muito firme, ela tentava ao máximo não demonstrar que por dentro estava desmoronando.

– Ah sim, obrigado. – Edward volta seus olhos para a última frase que tinha lido no documento.

– Eu queria pedir uma coisa... – Tanya falava desconfortável, mas ela sabia que nas circunstâncias em que se encontrava o seu senhor não lhe negaria nada.

–Diga.

– Eu queria saber se eu poderia me mudar para a casa grande por que... – Tanya se encontrava muito envergonhada por pedir tal coisa a Edward. Ela não queria incomodá-lo e nem irritá-lo. Mas ela se sentia tão sozinha em sua casa. E também, no fundo, ela tinha esperança que tal aproximação despertasse algum sentimento de Edward por ela. Mas ela não queria admitir que sentia algo pelo seu patrão.

– Não precisa se explicar Tanya, eu deveria ter pedido para você se mudar para cá. A casa tem muitos quartos, pode escolher um de sua preferência. – Edward fala olhando atentamente para Tanya. Edward até se achava estúpido por não ter lembrado que Tanya estava tão sozinha na sua casa, ela era uma moça jovem, e certamente tinha medo de ficar na sua casa.

– Oh, muito obrigada senhor Edward. – Tanya diz com um sorriso. Edward guarda os papeis que antes lia, arruma um pouco a sua mesa e depois levanta-se e logo veste o seu casaco que estava pendurado na cadeira

– Eu já vou. Quero chegar à cidade antes do amanhecer. – Edward já andava para fora da casa, Tanya o seguia.

– Espero que faça boa viagem.

– Obrigado. E qualquer problema na fazenda me mande uma carta, ou mandem buscar-me.

– É claro senhor. – eles passam pela porta da entrada logo vendo o coche em frente à casa.

Edward entra na sua condução imediatamente se sentindo cansado por saber pelo longo caminho que teria em frente.

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– Aonde você vai menina?! – Isabella descia as escadas de sua casa apressada, sua tia Amélia a seguia.

– Vou visitar Alice, tia! – Bella responde a pergunta da tia.

– Não vá demorar muito! Você sabe que a sua mãe não gosta que você fique muito tempo fora de casa...

– Eu só vou visitar a Alice! – Bella falava num tom ofendido. Ultimamente sua mãe e sua tia estavam controlando todos os seus passos, talvez a tia só fizesse isso por receber tais ordens de Renée.

– Sei... – Bella sabia que a sua tia desconfiava que ela estava apaixonada, talvez ela só não imaginasse que ela não estava apenas apaixona como também se encontrava as escondidas com o seu amado. Certamente a tia pensava que eram simples galanteios e nada mais.

– Por que tanta desconfiança? Não estou mentindo! Eu vou à casa de Alice! – Bella não mentia, ela não iria se encontrar com Jacob, ela ia visitar a sua querida amiga.

– Tudo bem menina, não volte muito tarde. – a tia falava rendida.

– Eu sei tia. – a jovem dá um beijo na tia e logo já se encontrava nas ruas da cidade com Trisha em seu encalço. Trisha sempre a acompanhava para todos os lugares que ia, pois uma dama da sociedade nunca poderia andar em público sozinha, se isso acontecesse a pobre mulher seria motivo de muitos falatórios.

Depois de uma das escravas de Alice abrir a porta, Bella esperava a amiga na sala daquela bonita casa. Como de costume, Trisha esperava Bella na cozinha da casa.

– Bella! – a jovem Alice entra no ambiente. Alice era muito bonita, e por esse fato fora muito disputada pelos homens, todos queriam casar-se com a bela Alice cujo os cabelos escuros e lisos caiam delicadamente até a altura da sua cintura. A amiga de Bella era casada com Alec Volturi há um ano, ele era um homem um pouco mais velho que a esposa, e não possuía muita beleza, porém era muito rico. Os pais de Alice o julgaram bom o suficiente para casar-se com a sua filha.

A pobre moça era sempre apontada na rua por desde o dia do seu casamento não ter tido nenhum filho, todos diziam que ela era infértil. O que não era espantoso, pois naquela sociedade machista a culpa era sempre da mulher.

– Alice! – as duas se abraçam com carinho. – Como vai?

– Eu estou bem. E você? – a moça responde com um sorriso. Bella duvidava que a amiga fosse feliz, não era possível ser feliz com toda a culpa de não ter filhos nas suas costas. Bella imaginava que até mesmo o marido a culpasse.

– Estou bem. – Bella sorri.

– Venha, sente-se. – as duas sentam no belo sofá de cor clara. Pela expressão da amiga, Alice já imaginava que Bella queria algo. – Fale, fale logo o que você quer.

– Como você sabe? – Bella diz espantada com a rapidez da amiga, ela pensava que não fosse tão notável a expressão pidona no seu rosto.

– Você é como um livro aberto para mim, tão fácil de ser lido... – Alice diz como se fosse obvio, mas depois de tantos anos de amizade o resultado fora esse: uma sabia de tudo sobre a outra.

– Você tem razão. Eu queria que você me ajudasse com... Jacob. – Bella diz as palavras com certo receio, Alice não aprovava a situação da sua amiga, ela não gostava dessa história de encontros escondidos e nem de planos para o futuro.

– Diga. – Alice diz simplesmente.

– Eu queria que você permitisse que Jacob mandasse cartas para mim por você. – Bella fala calmamente.

– Não Bella! E se o meu marido descobrir? – a jovem diz nervosa.

– Por favor, Alice! Esse é o único modo de manter contato com Jake! Ele irá lutar em outro lugar e sendo assim não poderá me ver pessoalmente durante um tempo, e ele não pode enviar cartas para a minha casa porque a minha mãe iria ler! – Isabella coloca um tom apelativo na sua voz.

– Mas Bella... – para Alice era muito difícil negar algo para quem sempre a ajudou. – Eu não gosto dessa história! Você nunca pensou no que os seus pais fariam se descobrissem? Ele não tem nada! E além do mais, você deveria casar com quem sua família escolhesse! É o melhor para você.

– Não comece Alice, eu só irei casar por amor. E eu amo Jacob, se não for com ele não me casarei com mais ninguém! – a jovem fala brava.

– O amor vem depois Bella! Você terá muito tempo para conhecer o seu marido depois do casamento!

– Não Alice, o amor vem antes! – Bella retruca.

– Bella, a guerra já começou, e você precisa de um marido, de alguém que sempre a proteja!

– Alice, francamente, achei que por experiência própria você soubesse o quanto um casamento sem amor é vazio!

– Não Bella, eu aprendi a gostar de Alec! Antes eu tinha medo por ele ser mais velho, mas agora eu tenho carinho por ele.

– Carinho não é amor Alice. E é amor que eu sinto por Jacob. Eu sinto como se estivesse em chamas toda vez que ele me toca, sinto falta da sua voz quando estou longe dele, e não há um minuto que ele não esteja presente nos meus pensamentos! Isso é amor!

– Não há nada que eu diga que a faça mudar de ideia não é? – Alice fala derrotada.

– É. Eu o amo. E depois que ele chegar ele falará com o meu pai, me pedirá em casamento.

– Como você sabe que seu pai não irá negá-lo?

– Por que meu pai sempre me deixou livre para escolher com quem casar-me.

– Porque ele acredita que você escolha alguém da sua classe! Tudo bem, diga para o Black que ele poderá mandar as tais cartas.

– Obrigada Alice! – Bella sai imediatamente do seu assento e vai abraçar a amiga.

– De nada Bella. Eu tinha prometido que não iria mais ajudá-la nessa história! – Alice fala enquanto é abraçada pela amiga.

– Eu sei. Desculpe-me fazê-la quebrar a promessa. – Bella ri.

– Tudo bem. Já estou acostumada com você me fazendo quebrar promessas... – Alice finalmente solta um sorriso sincero, Bella já estava com saudade do belo sorriso da amiga. Apesar do sorriso os olhos de Alice não tinham brilho algum, e isso Bella percebera rapidamente. Bella queria tanto ajudar a amiga! Mas Alice pouco falava sobre o que a infringia.

– Alice, o que aconteceu? – Bella passa seus finos dedos sobre as olheiras que se encontravam no rosto delicado da amiga.

– Não aconteceu nada Bella. – Alice afasta-se das mãos de Bella.

– Não minta para mim...

– Não quero mandá-la embora, mas pelo que eu saiba sua mãe não quer que você fique por muito tempo fora de casa.

– Alice...

– Vou pedir que chamem Trisha. – Alice desvia do assunto. Bella não diz mais nada, apenas sai da casa da amiga, não queria chatear ainda mais Alice.

Durante o caminho Bella tinha a sensação de estar sendo observada, mas por estar tão envolta nos seus problemas internos ela nem procura os olhos que a espreitava, ela queria chegar rapidamente em casa e ver o seu pai.

Quando finalmente Bella chega a sua casa ela escuta uma conversa na sala e silenciosamente ela segue na direção da conversa.

– Renée, soube quem está na cidade? – era a voz de Amélia, e o seu tom soava como se estivesse contando um segredo.

– Quem? – Renée pergunta curiosa.

– Edward Cullen. – a outra responde simplesmente.

– Cullen?! Filho de Carlisle Cullen? – Renée novamente pergunta.

– Sim, sim. O pai morreu, e me parece que veio tratar de negócios na cidade. Dizem que é jovem e muito bem apessoado.

– Mas pelo que sei Carlisle perdeu toda a família com a cólera.

– Eu sei. Mas certamente este filho estava fora, ou então se casou novamente e teve esse filho. Mas que expressão é essa Renée? – Bella continuava a andar a passos silenciosos para sala, mas mesmo não estando muito perto ela conseguia ouvir perfeitamente o que as duas mulheres falavam.

– Você disse que ele é jovem e bonito, e sendo filho de Carlisle Cullen ele é muito rico e também tem um sobrenome muito importante...

– Não me diga que... – sem querer Bella acaba esbarrando na mesinha que ficava em outro cômodo perto da sala, fazendo com que a conversa das mulheres acabasse no mesmo momento que as duas escutaram o barulho que Bella fizera. Não tendo opção Bella vai até a sala, chegando lá se senta ao lado da tia.

– Bella você chegou! Seu pai está querendo te ver. – a mãe da menina diz.

– Não demorei tanto. Eu já estou indo vê-lo. – Bella levanta-se do sofá e logo vai em direção as escadas, no caminho ela apenas escuta a sua mãe dizer: “Não diga nada para Bella.”

Lentamente Bella abre a porta do quarto do pai, logo o vê deitado na cama

– Papai! – a menina se senta ao lado de Charlie na cama, o pai por sua vez procura as mãos delicadas da filha.

– Minha querida! Como está? – Charlie, apesar da enfermidade sorri para a filha, Bella era o seu tesouro, a luz de seus olhos, e nada o alegrava mais do que ver a sua pequena.

– Estou bem papai. E o senhor? – Bella aperta as mãos de seu pai.

– Também estou bem. Mas me diga, sua mãe anda lhe irritando, não é? – o pai pergunta com os seus olhos doces. Apesar de ser um militar, o General se tornava totalmente dócil com a filha.

– Não se preocupe comigo papai. Mas... Eu posso lhe fazer uma pergunta? – Bella instantaneamente fica nervosa, ela queria fazer uma pergunta delicada ao pai, e tinha medo que a resposta dele lhe desapontasse.

– Pergunte querida.

– Se por acaso eu me apaixonasse, por alguém nobre e bom, mas de uma classe inferior...

– O que você está tentando dizer? – Charlie interrompe a filha.

– Nada. Mas se esse homem nobre e bom, mas que não tem nenhuma riqueza me pedisse em casamento você permitiria o matrimonio? – Bella pergunta já criando expectativa com a resposta do pai.

– Você sabe que admiro as pessoas nobres e trabalhadoras, mas você não deve por os seus olhos em alguém de classe inferior a sua. Você deve se casar com um homem que tenha bons modos. – o pai fala com doçura.

– Eu sei papai, quero me casar com alguém que me respeite e que me trate com delicadeza, mas esse homem não precisa ser rico.

– Infelizmente minha querida, essas qualidades se encontram nas pessoas que tem certo poder aquisitivo.

– Eu sei papai, mas existem exceções.

– É claro que existem exceções, sempre há exceções. Mas é melhor mudarmos de assunto minha querida. – não querendo irritar o pai, Bella rapidamente puxa um outro assunto com ele, e assim eles começam a falar sobre outras amenidades.



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