Cuidado Com O Que Você Deseja escrita por Katie Anderson


Capítulo 9
Capítulo 9




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Capítulo 9

   A parte interna da casa de Danny muito legal. Fomos até a cozinha e comemos um pedaço de torta de chocolate, enquanto conversávamos.

   – Cath, o que foi aquilo no almoço hoje? – No almoço? Mas eu nem almocei com ele hoje! – Sabe, o quarterback foi lá falar com você e...

   – Ah, o negócio com William. Ah, nada importante.

   – Como assim? Ele é o maior atleta da escola! Por que ele estava indo falar com você? Você nem faz parte dos atletas!

   – Não faço, você tem razão. Foi, sabe, naquela noite que fomos à festa de Kelly.

   – Não me lembro de ter visto ele lá.

   – Não, idiota. Não foi lá. Quando você estava me deixando em casa, eu havia percebido que eu não tinha levado a chave.

   – Mas...

   – Não me interrompa! Ele estava fazendo sua corrida-das-três-da-manhã, não me viu e esbarrou em mim. Aí agente conversou um pouco e ele me deu uma idéia de entrar em casa, só isso. Viu? Não era nada importante.

   – Por que ele estaria fazendo uma corrida às três da manhã?

   – Sei lá, deve ser coisa de atleta! E, como você disse, eu não faço parte dos atletas.

   – Bem, ok. Então, o que você pretende fazer em relação à Katie? – Pude sentir um certo nervosismo em sua voz. Acho que ele não está acostumado a ouvir confissões de uma adolescente. Que pena! Mas ele é um ótimo ouvinte! Mesmo assim, prossegui.

   – A culpa da discussão não foi minha. Eu sempre vou atrás dela. Agora, está na hora dela começar a agir de um jeito diferente. –Fui interrompida pelo meu celular. Não fazia idéia de quem iria me ligar numa hora daquele, mas atendi.

   – Alô?

   – Ei, quando você pretende voltar pra casa? Mamãe tá tendo um chilique e disse que vai me dar a coisa que ela trouxe pra você se você não chegar nos próximos 5 minutos. – Reconheci a voz de Annie.

   – Ah, fala sério Ann, ela não disse isso.

   – Você é boa. É, ela não disse, mas ela teve mesmo um chilique porque você deveria ter chegado há uma três horas.

   – O quê? Mas eu não estou na casa de Dan... quero dizer, não fiquei fora por tanto tempo assim! – Consultei meu relógio. Eu tinha mesmo ficado fora por cerca de três horas.

   – Sério, Cath. Volte pra casa. Mamãe está muito estranha. Tipo, ela está brava com você, e ao mesmo tempo não está. Isso é assustador. O que você fez? – Putz! Até Annie percebeu! Eu definitivamente tenho que fazer alguma coisa a respeito disso.

   – Olhe, tente acalmar a mamãe. Eu chego em dez minutos. E eu não fiz nada!

   Desligue e encarei um Danny totalmente confuso.

   – Aconteceu alguma coisa?

   – Na verdade, era a minha irmã. Minha mãe está... meio preocupada. – Tentei parece convincente. Não tinha dito nada sobre Jeff. E agora não havia mais tempo. Eu tinha que ir embora. – Olhe, eu tenho mesmo que ir embora. Te vejo amanhã na escola?

   – Ok, até amanhã. – Ele parecia meio desapontado. Mas eu não podia ficar mais tempo.

   Então voltei pra casa.

   Chegando lá, vi que Ann estava falando a verdade. Mamãe estava paranóica. Ela dizia: "Catherine você vai ficar de castigo!" e ao mesmo tempo "Cath, estou tão feliz em te ver!" e não era como uma mãe dizendo isso aliviada, ela só estava feliz e brava ao mesmo tempo. Acho que esse negócio de enfeitiçar alguém pode ser meio perigoso. Ainda bem que eu não fiz isso com mais ninguém.

   Não estava nem um pouco a fim de ver aquilo, então segui direto para o meu quarto (o que era de Ann, mas agora é meu, MUAHAHAHA!)

   – AAHHH! – Ao olhar pra minha cama, tive o maior susto da minha vida. Jeff estava deitado nela. Acho que vou demorar um pouco para me acostumar com um cara morando no meu quarto, saindo e entrando de seu palmtop na hora que quer. – Jeff! Eu já pedi para você não me assustar desse jeito!

   – Foi mal, pensei que você já tivesse se acostumado! E o seu quarto é bem mais confortável do que o meu humilde aparelho eletrônico onde eu fico o dia inteiro! Afinal, o que houve com você? Está com uma cara horrível!

   – Acredite em mim, você não vai querer saber. Acredite em mim, você não vai entender.

   – Acredite em mim, talvez eu queira saber. – Disse ele. Nossa, ele estava lindo com aquela calça jeans e com aquela camisa pólo. Calma Cath. Um garoto de cada vez. – Experimente me contar.

   – Nada de mais, minha melhor amiga me odeia porque ela pensa que eu gosto do namorado dela.

   – Já tentou dizer a ela que você não gosta dele?

   – Na verdade, eu gosto dele.

   – E você queria que ela fizesse o quê? É o namorado dela!

   – Jeff! É pra você me apoiar, não ficar me julgando desse jeito!

   – Você tem razão. Eu definitivamente não consigo entender isso. Vocês, adolescentes, são tão complicadas!

   – Jeff, se não quer ajudar, não atrapalhe!

   – Ok, vou ficar calado. Mas mantenho a minha opinião.

   – É que é uma situação delicada pra mim. Eu só que queria que Chad gostasse de mim. Tornaria tudo isso bem mais fácil.

   Então Jeff concordou com a cabeça e desapareceu.

   O dia seguinte começou completamente normal. Tinha panquecas para o café da manhã, a água do banho estava quente, peguei o ônibus para ir pra escola... tudo estava perfeito até eu chegar lá. Eu faço a maioria das aulas com Katie, e ela nem sequer olhava pra mim. Mas a culpa não é minha se ela é intrometida daquele jeito. Ela está líder de torcida demais para o meu gosto. Eu devia ter mais amigas além dela.

   Ash continua falando comigo, mas como ela é mais amiga de Katie, ela se mantém um pouco afastada. E, devido ao acontecido, Danny agora é o meu parceiro de química, já que a minha ex-parceira me odeia.

   Eu gosto de Danny, mas eu preciso de uma amiga. Alguém com que eu possa falar sobre assuntos delicados, como o fato de eu conhecer Will (e ele ser muito gato). E eu quero muito contar a Danny sobre o negócio de Jeff, mas não tenho tempo e nenhum lugar adequado para isso. Só se eu levasse-o para minha casa, mas minha mãe surtaria se algum menino aparecesse lá em casa. É isso! Minha mãe está hipnotizada, não vai ligar! Acho que está na hora de algumas coisas interessantes acontecerem lá em casa.

   Eu não queria fazer isso.

   Mas, para conseguir o que eu quero, eu tinha que fazer.

   No fim do almoço, enquanto eu comia, e a vi em uma mesa, sentada ao lado de Ash e Fred, eu fui falar com Katie. Eu não queria fazer isso, mas como eu tinha total liberdade agora, por que não fazer uma coisa que a Catherine de duas semanas atrás não faria?

   Outro motivo pelo qual eu não queria falar com Katie, era o fato de ela estar parcialmente certa. Eu gostava mesmo de Chad, mesmo ele sendo namorado dela deve ter uma lei ou alguma coisa do tipo que diz: "Não roube o namorado da sua melhor amiga mesmo que você esteja perdidamente apaixonada.".

   Enfim, cheguei à mesa dela, e quando a vi, estava totalmente perplexa.

   – Katie? Posso falar com você? – Perguntei, com o meu melhor olhar de falsas desculpas.

   – O que você quer? – Perguntou, a simpatia em pessoa. – Pensei que tinha deixado claro quando disse que não queria mais ver você.

   – Em particular.

   Fred e Ash saíram da mesa.

   – Sério, o que você quer? Estou ocupada.

   – Serei rápida.

   – Que bom. Agora, o que você quer?

   Sério que eu fui melhor amiga dela durante anos e nunca notei que ela ficava insuportável quando contrariada?

   – Olha, aquele negocio com Chad, não foi bem o que você acha que...

   – Eu sei muito bem o que eu vi. E eu também sei que...

   – Agora NÃO é hora dos seus discursos inspirados, Katie! Eu vim aqui pedir desculpas e você...

   – Você veio pedir desculpas? – Perguntou, incrédula. – Acha que, depois do que você fez, eu aceitarei suas desculpas?

   – Bem, eu...

   – Isso já foi demorado demais. Agora, dê-me licença, por favor, para que eu possa voltar a comer em paz.

   Enquanto me levantava, pude ver Fred e Ash olhando pra mim.

   Não.

   Aquilo já havia passado dos limites. Katie não podia ser mais insuportável. O pior é que Ashley ainda falava comigo, quando Katie não estava olhando, mas falava. Freddie? Nem se dava ao trabalho de olhar para mim. Gostaria de saber o que Katie disse a ele.

   Enquanto andava em direção à mesa de Danny, esbarrei numas das últimas pessoas que eu queria ver no momento.

   – Ai! – Disse Will. – Nossa, parece que na maioria das vezes que a gente se vê alguém se machuca. Catherine, não é? Estava querendo falar com você.

   – Cath. – Suspirei, cansada. Acho que vou ter que mudar de nome. – Sim, claro. Diga.

   – Sabe... bem. – Hesitou. – Posso falar com você em particular?

   Calma.

   Will Henderson quer falar comigo e sozinho?

   Bem, não vou perder essa oportunidade.

   Mas acabei perdendo.



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