Cuidado Com O Que Você Deseja escrita por Katie Anderson


Capítulo 2
Capítulo 2




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Capítulo 2

   Sabe, pode parecer estranho quando o clone da garota mais popular e insuportável da escola te convida pra uma festa sem segundas intenções. Mas, de qualquer jeito não importava, eu não ia fazer nada nessa festa mesmo. Decidi que deveria seguir o conselho de Kat. Mas qual? Falsificar ou não falsificar? Fiquei dividida de novo. Por que isso sempre acontece comigo? Acho que vou ter que falsificar, porque senão não vou poder ir à festa. Mas também...

   – CATHERINE! – Chamou minha mãe, e pelo visto, furiosa – Venha até a cozinha agora!

   – Tá bom. Já to indo. O que foi? – Perguntei ao chegar à cozinha.

   – Quando você esperava me contar? – Ela perguntou.

   – Contar o que? – Comecei a entrar em desespero.

   – Contar que você... – Ela pegou ar.

   – Sim? – Eu estava ferrada.

   – Que você foi eleita a melhor aluna dá série! – Ah, isso! Eu estava com uma sorte incrível naquele dia – Estou tão orgulhosa querida, tenho que te comprar um presente.

   – Obrigada, mãe. Mas não precisa e você sabe disso.

   – Mas tem que ter algo que eu possa fazer para compensar o seu esforço!

   – É mãe, é que Kelly vai dar uma festa no sábado e...

   – É aquele clone daquela menina insuportável da sua escola?

   – É. Mas como você sabe disso?

   – Li o seu diário.

   – Como você... ? Deixa pra lá. Então? Posso ir à festa de sábado?

   – Claro, querida. Pelo seu bom rendimento, você merece.

   – Ok, obrigada. Vou voltar pro meu quarto, então. Ah, e aquilo não era um diário. Era um caderno de anotações!

   – Onde você colocou tudo o que se passa na sua vida e todos os seus sentimentos pelas coisas e pelas pessoas, sei. Vá logo pro seu quarto.

Chegando ao meu quarto novamente, resolvi que ia falsificar a assinatura dela. Não tinha como contar pra ela depois do que ela disse. Esperava que tudo isso acabasse de uma maneira fácil. Pena que não tinha chance de isso acontecer.

Enfim, sexta-feira. Isso significava que uma coisa boa e algumas coisas ruins iriam acontecer. A coisa boa é que só faltava um dia para a festa. As coisas ruins eram: detenção depois da aula, entregar a notificação (eu não estava muito certa sobre se isso era uma coisa boa ou ruim, então decidi colocar como ruim).

   Mas o que mais me apavorava, era a detenção. Não o fato de ter que ficar depois da aula, mas se a diretoria ligar pra meus pais. Minha mãe com certeza ia me matar. Meu pai, nem tanto. Ele era tão despreocupado que provavelmente só diria assim: “Detenção? Ok. Cuide-se, e não chegue atrasada para o jantar.”. Mas de uma coisa eu estava certa, eles não iriam me pegar. De qualquer jeito, não tinha como ficar pior.

   Tinha.

   E ficou.

  Chegando à diretoria, entreguei a carta.

   – Trouxa a advertência, Srtª. Stewart? – Perguntou o Sr. Warkback.

   Passei o resto das aulas pensando em como falar com o Rick. Com aquele jeito arrogante dele, era possível que ele dissesse não.

   – Ei, gatinho. – Chamei ao me aproximar dele.

   – Diga, amor. – Ele parecia meio tenso.

   – Quer ir à festa da Kelly amanha à noite?

   – Vou claro. Esteja linda. – Brincou ele.

   – Vou estar, prometo. Que horas a gente se encontra lá?

   – Que horas começa a festa?

   – Às nove.

   – Nos vemos às nove e meia, ok? Não se atrase, hein? Odeio quando você se atrasa. Mas não é minha culpa, você que tem que prestar atenção nas coisas. – Esperei para ver se aquilo era brincadeira, mas ele estava falando sério.

Sinceramente, não sei por que o povo tem tanto medo de detenção. É tão ridículo! É só você ficar sentado quieto olhando pro nada, enquanto o professor (que hoje foi Derek, de Estudos Sociais. Um dos professores Patéticos). Resultado: fiquei escutando música com meu fone de ouvido, no meu iPod, e mandando mensagens para umas pessoas que eu encontrei lá, que faziam Biologia e Física comigo (Brian, Brittany e Daniel). Mas Daniel também faz Química e Literatura Mundial comigo.

   O que você está fazendo aqui? Mandaram Daniel e Brittany.

   É, Cath. É por causa daquele negócio ridículo da prova? Mandou Brian.

   É. Cara, como eu odeio o diretor. Isso é tão chato! Mandei para os três.

   Com o tempo você se acostuma. Brincou Brian.

   Ei, gata, pelo menos olhe pelo lado bom. Mandou Daniel.

   Qual? Perguntei.

   Já que você falsificou a nota do povo, os professores não têm como ver o que a gente realmente colocou. Mandou Daniel.

   E como eles não têm tempo para fazer outra prova para anular essa... Mandou Brian.

   ... Vai ficar a nota que você deu pra galera. Ou seja: apenas notas boas. Completou Brittany.

   Valeu, gente. Vocês vão à festa de Kelly amanhã? Perguntei para os três.

   Com certeza. Mandou Brian.

   Claro. Mandou Brittany.

   Por que eu perderia? Brincou Daniel.

   Confesso que fiquei feliz. Não por estar em detenção, mas por ter feito algo bom no final das contas. E meio transtornada por Daniel ter me chamado de gata no dialogo acima. Fala sério! Ninguém me chama assim além de Luke, Fred, Rick, Annie, Katie e Ashley.

   Bem, pelo menos eu não estaria sozinha na festa. Kat com certeza ficaria grudada em Chad e em suas amiguinhas líderes de torcida. Rick, com seus amigos imbecis. E Ash, bem, ela é imprevisível.

Chegando em casa, tive uma surpresa terrível.

   – AAAAAAAAAHHH! – Gritei ao ver meu quarto – O QUE FOI QUE ACONTECEU AQUI??????

   Meu quarto estava rosa! ROSA! Rosa! A cor mais idiota do planeta! E não era qualquer rosa! Era aquele rosa bem forte, tipo marca-texto!

   – Gostou? – Perguntou minha mãe, com uma cara bem maligna e um sorriso, digamos, nada amigável.

   – Não! Claro que não! O que estava passando pela sua cabeça mãe? Como você fez uma coisa dessas comigo?

   – Eu é que pergunto. Catherine Stewart, por que você não me disse que tinha ficado em detenção e tinha sido notificada? – Perguntou suuuper dramática.

   – O que você queria que eu dissesse? “Mãe, boas notícias! Fiquei em detenção e fui notificada!”? Você odeia tanto ouvir isso do mesmo jeito que eu odeio dizer.

   – Me ligaram da diretoria hoje de manhã. – Ela me interrompeu – Me perguntaram se eu tinha realmente assinado o documento. E eu fui obrigada a dizer que sim.

   Eu fiquei encarando ela, como se esperasse o porquê da resposta anterior.

    – Acorda, Catherine! Se eu tivesse dito que não você provavelmente seria expulsa!

   – Ah, é. Então, pintar o meu quarto de rosa foi minha punição?

   – Não, claro que não! Pintei seu quarto porque ele era feio mesmo.

   – Nossa mãe, obrigada. Adolescentes adoram elogios sobre seus quartos. E você sabe que eu odeio rosa!

   – Que besteira Catherine. Rosa é uma cor tão chique, tão imponente...

   – Beleza, eu vou dormir no sofá e morar na sala de estar então.

   – Você vai dormir e morar no seu quarto, mocinha.

   – Se toca mãe! Como eu posso dormir no meu quarto? É impossível. É só olhar as paredes dele! Aposto que, mesmo muito escuro aquilo ainda chama muita atenção!

   – Eu já falei que você vai continuar vivendo no seu quarto, Catherine.

   – Insensível! Injusta! Cruel! – Revoltei-me.

   – Não diga nada, nem cheguei ao seu castigo ainda – Ela me apavorou.

   – Tá bom. Digo as ofensas depois. Mas diga logo o que eu NÃO vou poder fazer.

   – Você vai ficar de castigo.

   – Sim, isso eu já sei. Sou esperta o bastante para deduzir isso sozinha.

   – Se você é tão esperta quanto diz, deveria saber qual é o motivo de estar de castigo.

   – Levar uma detenção e uma advertência, dãã. O que mais seria?

   – Não. Vai ficar de castigo por mentir. Mentir para Ryan. Mentir para o diretor, o Sr. Warkback e, o mais importante, para mim.

   – Fala sério, mãe. Você não é a pessoa mais importante do planeta. Que atitude mais narcisista!

   – Não foi nesse sentido que eu falei, Catherine Stewart.

   – Ah, não?

   – Eu quis dizer que como sou sua mãe, é super errado mentir pra mim. É como um crime! 

   – Putz, mãe. Você exagera muito nas coisas! Quer dizer que eu não posso mentir pra você? Em hipótese alguma?

   – Não.

   – E mentir para os outros já que, segundo você, são menos importantes? Isso tudo bem né?

   – Claro.

   – Sério? Ebaaa!

   Ficamos em silencio até ela se dar conta do que disse.

   – Não! Claro que não! Você não deve mentir para ninguém, filha!

   – Mas você disse que...

   – Apaga o que eu disse! Deleta, pra falar a sua língua.

   – Ok. – Eu tinha conseguido distrair ela o bastante para esquecer o castigo! Três vivas para mim!

   – Espera, a gente tava falando do seu castigo! – Ah, essa mulher tem uma memória de elefante. Esquece os meus vivas.

   – E...

   – E que você vai ficar em casa por dois meses. – Falou ela, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

   – O QUÊ?

   – E isso inclui festas, reuniões de trabalho, estudar com as amigas...

   – Mas...

   – Calma, eu ainda não terminei.

   – Como você se atreve a dizer para eu ficar calma se...

   – Nesse tempo em casa, você estará sem TV por um mês...

   – Deixe-me assistir Vampire Diaries, pelo menos.

   – A única coisa que você poderá assistir será o Jornal Nacional, e comigo.

   Tá, beleza. Assisto online, pensei.

   – Sem internet por cinco semanas...

   – MÃE! Eu tenho uns sete trabalhos até que acabe o castigo! Como eu vou fazer sem internet? – O pior disso é que eu ia perder cinco episódios de Vampire Diaries. Que horrível!

   – Você pode fazer no computador, mas com a minha supervisão, é claro. E acho que é só.

   – SÓ?! Minha vida vai ser um total inferno durante os próximos dois meses! – Levando em consideração o meu novo quarto, o inferno era rosa.

   – Ah, eu quase esqueci. Você também vai fazer um serviço comunitário.

   – Como eu vou fazer se estou de castigo sem sair de casa?

   – Serviço comunitário dentro de casa, ué. Lavar a louça, arrumar o seu quarto e o de sua irmã todo dia...

   – Tá maluca? Isso não tá certo!

   – O que você vai fazer? Me denunciar por abuso? Eu sou sua mãe, Catherine, caso não tenha percebido. E é pra isso que os filhos servem. Para a gente usar e abusar deles, filha.

   – Quando começa? – Perguntei, o desânimo em forma de gente.

   – Amanhã.

   – Não! Segunda!

   – Amanhã você não tem nada pra fazer mesmo. Pra que segunda? Você não vai perder nada começando amanhã.

   – É que... deixa.

   – Ahhhh, entendi. Amanhã é as suas festinhas com os populares da sua escola, não é? Adivinha só? Você NÃO VAI!

   – Mãe, não tem como eu não ir. Eu tenho que ir! Eu não posso faltar! Eu...

   – Você não vai e ponto final. Enquanto viver comigo, estará sobre minhas regras. Você não vai e acabou. Agora, com licença que eu vou assistir à minha novela.

   E assim, ela me deixou (de boca aberta, vale frisar!) sozinha no meu novo quarto. Agora, o que eu ia fazer? Fugir é uma boa idéia. Pena que o meu quarto fica no segundo andar e eu não conseguiria passar pela minha janela. Mas quarto de Annie tinha não tinha janela, e sim uma varandinha, já que lá era meu antigo quarto. Seria moleza passar por ela. Era só descer pela árvore que ficava do lado dela.


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