Cuidado Com O Que Você Deseja escrita por Katie Anderson


Capítulo 18
Capítulo 18




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Capítulo 18

   Sim, Rachel. A irmã mais nova de Will. Mas, como ela me encontrou ali?

   – O que você faz aqui? – Perguntei, zero simpatia.

   – Ih, vai com calma aí, Katy. Só quero falar com você.

   – Cath. – Disse, sem muita paciência.

   – O quê?

   – Cath. Meu nome é Cath, não Katy. Como você sabia que eu estava aqui?

   – Que seja, Cath. Ah, isso foi bem fácil. Fui até a sua casa e sua irmã disse que você provavelmente estaria aqui.

   Será que alguém está contando quantas vezes eu ameacei Ann de morte? Quem seja, acrescenta mais uma aí, por favor.

   – Ok, parabéns, você me achou. Agora, o que você quer? Acabei de presenciar um acidente que resultou na quebra de um pulso. E isso foi praticamente minha culpa. Como vê, estou sem tempo para suas besteiras. Então, seja breve.

   – Ah, mas acho que você vai ficar bem interessada no que eu tenho pra dizer. – Ela deu um sorriso nada amigável.

   – Então diga de uma vez. Não tenho a tarde inteira.

   – Bem, talvez tenha sido essa sua postura arrogante que tenha deixado Will chateado com você.

   Espera. O quê?

   – Do que você está falando?

   – Você sabe muito bem. Aposto que ele tem evitado você ultimamente. E você nem imagina o porquê. – Sua voz tinha um sarcasmo bem perceptível.

   – Como você sabe? – Perguntei, com a voz fraca.

   – Bem, quando ele está deprimido ele meio que se abre. E como ele não passava mais o dia inteiro: "Ah, Catherine isso... Catherine aquilo...", eu fui descobrir o que tinha acontecido. Afinal, eu sou a irmã dele. – Ha. Como se isso fosse tão importante. Sim, eu sou amiga dele, ainda mais do que você querida, e não saio por aí me achando disso.

   – Então, me diga. O que há de errado com ele?

   – Nada demais, ele só está deprimido.

   – Você já disse isso. – Minha paciência estava se esgotando. – O que aconteceu? O que o deixou deprimido?

   – É, acho que eu já disse o suficiente. Era só o que você precisava saber. – E começou a andar.

   ODEIO ISSO! Não era só o que eu precisava saber. Tinha mais. Ela estava escondendo algo.

   Não, e ela não ia fugir desse jeito.

   Antes que eu me desse conta, eu estava gritando e correndo atrás dela. Então eu pulei em cima dela.

   E ela caiu.

   É, eu sou doida.

   Então começamos a rolar. Ela se debatia, mas não tinha chance de me derrubar. Bem, já estávamos no chão, mas você entendeu. E eu não tinha feito aquelas aulas de kickboxing pra nada. Tá certo, Katie sempre me vencia, mas Rachel não. Acho que ela estava com medo de quebrar as unhas ou estragar a chapinha. Bobona.

   Sinceramente, não sei o que deu em mim. Talvez o gatilho do meu mecanismo de fúria seja de fato sensível. Num momento eu estava conversando calmamente com Rachel, e, no segundo seguinte, eu pulei em cima dela. Mas ela não começou a gritar feito uma louca como eu havia previsto. Em vez disso, apenas disse:

   – Ok, você venceu. Agora saia de cima de mim. – E nos levantamos. Seu lindo cabelo preto estava todo sujo de poeira. E também todo embaraçado. É, acho que apenas uma escova não ia resolver. Sim, voltado ao problema-Will.

   – É, venci. Agora me diga. Qual é o problema de Will? – Perguntei. Dessa vez ela ia me dar uma resposta.

   – Hum, você parece bem interessada para uma garota que arrasou o coração do meu irmão enquanto se pegava com outro no quarto de sua irmã.

   Ela sabe. Não sei como, mas ela sabe.

   Esse nem é o pior. Will sabe. Mas, como? Eu sei que ele tava lá, mas eu não vi ninguém por perto.

   Será que... era ele? A "sombra" que se afastou?

   Bem, se for, isso explica claramente porque ele não quer falar comigo.

   – Como... ele te disse isso? – Perguntei.

   – É, ele me disse. Parabéns, você conseguiu. Se tiver uma coisa difícil de ser feita, é chatear Will. Mas, não é uma tarefa impossível para a nossa super-Catherine aqui. – Eu fiquei com pena de Will. Não pelo o que aconteceu, mas por Rachel. Ninguém merece ter um parente assim. Coitado.

   Ok, eu tenho Luke, mas... ele não é tão mau. Ele é meio legal. Um idiota meio legal, mas fazer o quê? E Will é bom demais para ser irmão daquele troço.

   Eu não conseguia mais ficar ali.

   Cheguei em casa cansada. Acho que é porque eu voltei a pé. Annie havia saído com Dylan. Sorte a dela, pois, se eu a encontrasse em casa, a esganaria com minhas próprias mãos. Bem, pelo menos com ela fora, tive um tempo de me acalmar. Resolvi ligar o computador ver se tinha alguém online.

   Fiquei bem surpresa quando encontrei um monte de gente. Nombre de Díos, gente. É sexta-feira à noite. O que vocês estão fazendo atrás da tela do computador? Até Danny tava on.

   Danny! Seu louco! O que você tá fazendo? Você devia estar no hospital!

   Catherine, me poupe. Eu só fraturei o pulso. Não estou com uma doença cardíaca grave. Por que eu estaria no hospital?

   Ah, foi mal. Então? Como foi com Melanie?

   – Hum, tentando juntar Melanie com Daniel. Estratégia interessante. – Disse uma voz nas minhas costas.

   – Jeff! Sério, o que é preciso para deixar você trancado em um lugar por mais de uma semana? – Perguntei. É um saco quando ficam te assustando sem aviso prévio o tempo todo.

   – Ah, sinto cheiro de novidades. Vá, desembucha aí. – Disse ele.

   – Haha. Minha vida pessoal não é da sua conta.

   – Então o problema é com você? Isso é ainda melhor do que eu esperava. – Droga. Se tem algo que eu não consigo controlar é a minha boca.

   – Ok, espera só um segundo. Danny respondeu.

    Ah, ela é bem legal. Por que?

   Ah, nada :) só queria saber. Espera um pouquinho, por favor? Tenho que resolver uns negócios aqui; já volto :*

   Ok.

  – O que você quer? – Olhei para Jeff. – Já falei para você não ficar fuçando as minhas coisas.

   – Enquanto eu morar aqui, suas coisas também são minhas coisas. – Uma coisa é minha MÃE dizer isso, agora, Jeff...

   – Sério, o que você faz aqui? Aliás, o que eu preciso fazer para deixar você trancado por um tempo determinado?

   – Ah, você não tem como. Eu sou muito mais experiente e esperto do que você. O tempo máximo que você vai conseguir me manter trancado é por cerca de uma semana.

   – E como eu faço pra você ir embora?

   Pude ver a expressão sorridente apagar-se do rosto de Jeff.

   – Me d-desculpe, eu não quis dizer desse jeito. – Tentei arrumar meu erro.

   – Se você quiser que eu vá, basta pedir. Pensei que você já soubesse disso. – Seu tom de voz era seco.

   Um breve silêncio estendeu-se sobre o quarto.

   – Bem, do que a gente tava falando antes? Do pulso quebrado de Danny? – Perguntei. Eu não costumo conversar harmoniosamente com Jeff, mas...

   Bom, não sei se foi apenas uma impressão, mas pude notar um breve sorriso.

   – Você não consegue ficar 5 minutos sozinha com um garoto sem quebrar algum osso dele?

   – Para começar, foi Melanie quem quebrou o pulso dele, não eu. Ela foi tentar fazer um smith grind no corrimão e...

   – Chega! Lá vem você de novo com essas suas conversas sobre skate! Cathy, eu sou um gênio não um skatista! Não entendo esses negócios de ollies, kickflips e sgrith mind.

   – Smith grind. – Corrigi-o, calmamente.

   – Olha a minha cara de quem se importa. – Do jeito que eu sou burra, olhei. Jeff me fuzilou com os olhos.

   Medo.

   – Tá, pára de me chamar de Cathy, então.

   – Ok, Cath. Agora, vamos ao que interessa. O que Rachel queria com você?

   Oh-oh. Sério, Jeff deve ter ouvidos de aço.

   – Tenho mesmo. – Disse ele.

   Cara, será que ele lê mentes também?

   – Só quando estou com vontade. Sabe, geralmente eu acabo ficando com dor de cabeça. E parece que você não me deixou escolha, já que não quer me contar o que está acontecendo, eu vou ter que vasculhar sua cabeça e...

   – NÃO! – Interrompi-o. – Quero dizer, não precisa disso, já que eu vou te contar o que aconteceu.

   Fala sério. A última coisa que eu quero é Jeff vendo coisas com-ple-ta-men-te pessoais na minha mente. Eu queria ser como a Bella, de Crepúsculo, que tem aquele escudo doido, que impede que Edward leia seu pensamentos.

   É, como a maioria das pessoas normais desse país, eu li os livros da Stephenie Meyer. Não precisa desse espanto todo.

   – A questão é, Jeff, que Will... – E agora? Eu comecei, então preciso dar um jeito de terminar. – meio que... estava agindo de forma diferente nesses últimos dias. Então, eu combinei de me encontrar com Rachel para saber o que estava acontecendo.

   – Você? Marcou um encontro com Rachel? – Ele hesitou. – Haha. Muito engraçado. Agora, o que aconteceu de verdade?

   – TÁ, EU VOU CONTAR! – Quando eu penso que Jeff não pode ser mais irritante, ele dá um jeito de ser. – Ok. Will tem me... ignorado nesses últimos dias, e, quando eu estava na rampa, Rachel apareceu do nada para me dizer o porquê. Pronto, falei.

   – Esse drama todo pra isso? Ah, fala sério, Catherine. Pensei que fosse algo de fato interessante. E então?

   – E então o quê?

   – O que há de errado com Will? Eu gosto daquele menino, o que aconteceu?

   É, a conversa não tomou o rumo que eu esperava.

   – Caramba, Jeff! Você emagreceu? – Bem, isso funciona com meu pai. Talvez dê certo.

   – Você é tão engraçadinha. Gênios não emagrecem. Agora, o que aconteceu? – E não podia contar isso a ele. Era pessoal demais.

   Então eu senti. Uma coisa estranhamente doida na minha cabeça, como se alguém tivesse aberto um buraco e embaralhasse todas as minhas memórias. Era Jeff dentro da minha cabeça.

   Não pense em nada relacionado a Will ou Chad.

   – Caramba, você é a pessoa com a cabeça mais embaralhada que eu já vi! – Exclamou ele.

   – Será que é por que tem um gênio no meu quarto? Eu não acredito que você fez isso! Seu... seu... seu punga! – Disse a primeira palavra que veio na minha cabeça, que, por sinal, estava toda embaralhada, daí a palavra punga.

   – Punga? Que diabos é um punga? Isso é bom ou ruim? Você é doida, Cathy. – Concluiu.

   – Ah, sei lá, não sei explicar, só que é algo ruim. – Pelo menos ele esqueceu de Will. Será que ele tinha visto alguma coisa?

   – Bem, eu, sendo punga ou não, sei que o que aconteceu com Will parece ser interessante, porque, se não fosse, você já teria me contado.

   E agora? Como eu ia escapar dessa?

   – Bom, Jeff, eu procurei a palavra gênio no dicionário...

   – O mesmo dicionário que você encontrou a palavra punga?

   – Ah, cale a boca. Lá dizia: espírito benéfico ou maléfico, que, segundo os antigos presidia ao destino de cada um.

   – É uma boa definição. – Disse ele, pensativo.

   – Mas, você é? Quero dizer, um espírito do mal que...

   – Ei! – Ele me interrompeu. – Não distorça a realidade, garota! Eu te disse que era uma boa definição, não uma definição verdadeira.

   – Mas você é? – Insisti.

   – Bem, não sei dizer se sou um espírito, mas você vê que eu não sou mais humano. E você me conhece há um tempo, sabe que eu não sou maléfico.

   Espera. Ele disse que não é mais humano?

   – Como assim? – Pergunte. – Você já foi humano?



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