Ilusões, Tentativas e Recomeços Ii escrita por gataportuguesa, Darknana


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Música citada do grupo Promises e chamada Inesquecível^^
Boa leitura o/



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Capítulo 9

           

            Manuella não ofereceu resistência e a loirinha continuou lhe beijando avidamente. Só pararam quando o fôlego acabou.

            - Senti tanta falta do teu beijo. – disse Alicinha sorrindo bobamente e fazendo a outra dar um pequeno sorriso.

            A mais nova entrelaçou seus dedos nos dedos da escritora e apoiou sua cabeça no ombro dela.

            - Esse é o melhor pôr-do-sol que já vi. – sussurrou olhando pro mar. – Quando você está ao meu lado tudo é mais bonito...

            Em seguida, fechou os olhos. Queria guardar aquele momento no seu coração. Ainda sentia o gosto do beijo de Pierrot, sentia o doce perfume que ela usava e sentia a pele da outra em contato com a sua, lhe causando um tremendo bem-estar.

            Já a vocalista vivia um dilema interno. Mesmo que a iniciativa não tenha sido sua, não podia negar que traíra o namorado. Também não podia negar que amara aquele beijo.

            Naquele momento percebera porquê tinha ficado tão incomodada com a volta da garota. Ela tinha se transformado numa linda jovem, estava tão mais encantadora! Se sentira atraída logo que a vira em sua casa, mas tentou conter isso ao saber quem ela era e ao lembrar de João Pedro.

            O rapaz a amava de verdade e não era justo passar por aquilo. Lembrar do namorado a deixara deprimida, porém não tirou sua mão de onde estava.

            O silêncio que se instalara entre as duas não era incômodo. Uma precisava pensar e a outra sabia e respeitava esse fato.

            Quando Manu se sentiu pronta para dizer algo, seu celular tocou. Ela o pegou e começou a ler a mensagem:

 

            Londres não tem a mesma graça, o dia passa devagar e tedioso. Nada parece ter o mesmo sentido sem você por perto... Promete que vai voltar logo pra nossa casa? Eu te amo!”

 

            Mal acabou de ler e as lágrimas começaram a rolar.

            - O que foi, bebê? Aconteceu alguma coisa?

            - Sou um monstro, Alicinha. – respondeu entregando o aparelho para que a outra pudesse ler a mensagem. – Ele não merecia o que eu fiz.

            A mais nova ficou em silêncio após ler e passou a secar o rosto da escritora.

            - Nosso namoro ia tão bem, estava tudo tão perfeito. Não entendo o que aconteceu comigo. Eu o amo, mas ficar longe dele parece que diminuiu esse sentimento. – desabafou ainda chorando.

            - Posso esperar você resolver essa situação, Manu.

            - Você não entendeu. Não posso deixá-lo. Não tenho coragem de magoá-lo desse modo. Além do mais, eu amo o meu namorado.

            - Mas e esse beijo? Ele não significou nada pra você? – perguntou começando a chorar também.

            Pierrot acariciou o rosto da loirinha, tentando conter as lágrimas dela, e lhe beijou delicadamente.

            - Significou mais do que você imagina. Gosto de você, Alicinha, mas o João precisa de mim e do meu amor.

            - Eu também preciso! Você trouxe a felicidade para o meu coração, Manu. Eu te amo, poxa. – disse puxando a cabeça da garota para si e lhe beijando com um pouco de desespero.

            As duas se entregaram àquele beijo sem se importarem com os olhares das pessoas que passavam pelo calçadão. Entretanto, quando o beijo terminou, a vocalista se levantou.

            - Esse foi nosso último beijo. Um beijo de despedida. Procura alguém que seja livre pra te amar. Eu sou complicada demais! – falou dando um sorriso triste e indo embora.

            - Manu! – gritou Alice fazendo a outra olhar para trás. – Eu não quero outra pessoa. Quero apenas você! – disse sorrindo, enquanto ia andando até a sua direção.

            - Você não tem jeito! – comentou a mais velha, achando graça.

            - Eu vou te conquistar. – declarou beijando a bochecha esquerda da garota.

            - Você é muito convencida! – afirmou Manu sorrindo.

            - Pode ter certeza que não vou desistir assim tão fácil. – sussurrou mordendo a pontinha da orelha direita e lhe dando um selinho em seguida. – Eu quero você pra mim e vou lutar para que isso aconteça! – decretou sorrindo confiante e indo embora.

            Pierrot ficou parada no mesmo lugar sem conseguir se mexer. Em sua boca um sorriso bobo se formara. Estava fascinada, encantada, mas algo dentro de si lhe lembrou que aquele podia ser um jogo muito perigoso e que, com certeza, alguém sairia machucado...

 

 

333

 

 

            Cínthia andava de um lado para o outro nervosa. Estava morrendo de curiosidade para saber como tinha sido o encontro das duas, entretanto, não queria ligar para não atrapalhar algo que pudesse estar acontecendo.

            - Calma, mulher! Já estou ficando irritada com esse teu estado.

            - Ai, Babi... Você podia ser mais doce, né? O que será que está acontecendo lá na praia?

            - Ainda não sou adivinha pra saber. Relaxa! Daqui a pouco você tem um treco! – zombou.

            - Não vamos brigar, meninas. Precisamos estar unidas, esqueceram? – apaziguou Letícia que, como sempre, era a mais ajuizada e sensata de todas.

            Bárbara resolveu levantar e ir se sentar no outro sofá, onde Helena estava sentada com uma feição meio triste.

            - O que foi, amor?

            - Você está estranha comigo desde ontem.

            - Mas é claro! Aquele teu showzinho foi muito convincente. Todo mundo acreditou que você estava cheia de ciúmes. Não precisava daquilo tudo. Só queríamos que a Manu prestasse mais atenção na Alice.

            Colombina ficou em silêncio. Achou melhor não confessar que realmente sentira ciúme e que tudo que falara fora de coração. Preferia que as garotas continuassem pensando que ela tinha sido apenas convincente demais.

            Alice chegou com um sorriso radiante no rosto e encerrou de vez aquela conversa.

            - Pelo visto foi tudo ótimo! – comentou Cínthia, feliz. – Então senta e conta t-u-d-i-n-h-o! – ordenou, enfatizando a última palavra.

            Helena soltou um suspiro imperceptível, mas que foi captado pela recém chegada.

            Conhecendo a prima como conhecia, a loirinha sabia que não tinha outra opção. Então sentou e começou a contar...

 

333

 

           

            - Oi, amoooor! Finalmente você apareceu na net. – disse o rapaz empolgado.

            - Oi, João, tudo bem? – digitou Pierrot meio sem jeito.

            - Não, estou cheio de saudades. Mas, fora isso, estou bem sim, rsrs... Aceita aí o pedido da webcam. Quero te mostrar uma coisa.

            A carioca ajeitou os cabelos e aceitou o pedido. Para seu espanto, o namorado estava com o violão nos braços.

            - Hoje fiz uma canção pra você – ele falou pelo microfone.

            E sem esperar resposta, ele começou a tocá-la.

 

É inesquecível para mim
Esse teu sorriso tão bonito
Tua voz tão doce aos meus ouvidos
Eu desejo te ter por toda vida

Quando estou contigo eu sou tão feliz
Todo esse carinho me faz bem
Vou agradecer eternamente a Deus
Por ter me dado você

Quero te ter sempre comigo
Compartilhar os meus segredos
Posso tentar o impossível
Só pra mostrar o que eu sinto
Quando uma lágrima rolar
No meu rosto por você
Não é tristeza nem dor
É só meu coração gritando
Te amo!

           

            Manu sorria tristemente enquanto ouvia a canção e não conseguiu evitar que lágrimas começassem a rolar.

            - Ficou tão ruim assim? – perguntou ele brincando.

            - Você merece alguém melhor do que eu, bebê. – ela disse tentando conter o choro.

            - Pra mim não existe ninguém melhor do que você. É você quem eu amo, minha princesa. – ele falou dando um sorriso apaixonado. – Não fica assim, Amor. Não chora. – acrescentou vendo que Pierrot chorava cada vez mais.

            Vendo que a namorada não conseguia controlar a crise de choro, o rapaz ficou preocupado e se lembrou de como ela andava distante.

            - Aconteceu alguma coisa, Manuella? – perguntou num tom indecifrável, mas que a fez olhar para ele, através da tela do computador.

            Seu olhar estava tão triste, seu rosto denotava tanta dúvida, tanto sofrimento que ele não teve dúvidas. Algo acontecera mesmo.

            Manu viu a mudança no rosto do namorado. Sabia que ele estava juntando as peças e a medida que avançava seu rosto ia ficando mais e mais sombrio.

            Seu coração acelerou e sentiu o frio na barriga aumentar.

            João Pedro colocou o violão no chão e abaixou a cabeça, sem nada dizer.

            Aquele gesto aumentou o desespero da escritora que recomeçou a chorar bastante.

            Com a voz embargada, ele se pronunciou.

            - Sabe o que é engraçado? Hoje eu sonhei contigo. Eu estava andando com os meus amigos e o mundo era completamente preto e branco. Então você chegou por trás de mim e me abraçou. Eu virei, olhei nos teus olhos e você sorriu pra mim. Nesse momento tudo ao meu redor começou a ganhar cores, como se fosse um desenho da Disney.  Ficava tudo tão lindo, tão cheio de vida. Eu acordei sorrindo, acredita?

            A garota nada respondeu. Ouvir o que JP dizia lhe fazia sofrer mais ainda. Não entendia como podia ter se deixado encantar por Alicinha, como podia ter feito isso com alguém que tanto a amava.

            - Eu te amo, João... Mas estou tão confusa... – ela conseguiu dizer com algum esforço. Não queria magoá-lo, mas ficar quieta seria pior. Precisava de forças para fazer aquilo e secando as lágrimas que ainda insistiam em rolar, ela continuou. – Preciso de um tempo pra pensar no que realmente quero pra mim, pra minha vida. Preciso colocar meus sentimentos em ordem, minha cabeça no lugar.

            Ele continuou com a cabeça baixa e apenas disse:

            - É por isso que sonho é sonho e realidade é realidade. Se no meu sonho você vem e me traz a luz, na vida real você vai me deixando na escuridão.

            - Não fala assim...

            - Pra que mentir, Manuella? – ele perguntou interrompendo o que ela ia dizer. – É melhor a gente terminar logo de uma vez então. Quando você tiver certezas, me procure e, se não for tarde demais, a gente pode tentar novamente. Tchau. – disse ele, levantando a cabeça e saindo do MSN.

            JP deslogou e se jogou na cama. Seu maior medo se concretizara. Ele perdera a mulher que amava.

            No outro lado do planeta, uma garota caía na cama sem conseguir conter os altos soluços e as lágrimas desenfreadas. Sem conseguir controlar seus pensamentos, Manu entendeu que perdia, mais uma vez e por culpa própria, alguém que tanto a amava...


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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro de digitação, por favor me avisem... Não estou com cabeça pra betar a fic *chora* Pra quem queria que a Manu ficasse com a Alicinha, acho que será um bom capítulo^^ Pra quem torce pro JP, não posso dizer o mesmo, XDD (alguém torce pelo JP?)
Bjo grande, gente e deixem reviews^^