Ghosts Also Love escrita por AnnySama


Capítulo 9
Isolamento


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Desculpem por damorar pra postar. Estava finalizando uma fic minha ^^ Boa leitura!



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 Já voltando para a minha casa, o silêncio me incomodava. Eu e Ali não trocamos palavras durante o caminho inteiro e eu não sabia o que estava acontecendo.

      -Talvez seja o fim. - Concluiu ela, parecendo ter lido meus pensamentos. - Não sei aonde mais podemos arranjar alguma pista.

      -Frequentava algum outro lugar? - Perguntei, e ela parou para pensar.

      -Eu fazia aulas de piano com a Sra. Fitz... - Ali se lembrou, olhando para o vazio. Quando fitei seus olhos, tomei um susto. Estavam enevoados, transparentes... Ela já estava começando a sumir.

      -Onde era? Ela ainda está lá? Tinha pessoas relacionadas a você lá? - Perguntei, alvoroçado. Alison riu, e por algum motivo, fiquei feliz por tê-la feito sorrir.

      -Acalme-se! Fica perto da minha casa. E eu realmente não sei se ela ainda está lá, mas é bem provável que esteja. E... As aulas eram particulares. Eu já vi Evan lá, acho que ele também fazia aulas.

      Suspirei, aliviado. Eu precisava saber que eu ainda tinha chances de salvá-la, tinha que saber que eu fiz de tudo.

      -Quer fazer isso amanhã ou vamos hoje mesmo?

      -É... É melhor fazer isso... Amanhã. - Disse ela, com um fio de voz, começando a se afastar de mim. - Eu quero... ficar sozinha.

      -Tudo bem... Nos vemos amanhã? Quando eu voltar da escola, quer dizer... Er, se você quiser. - Falei sem jeito, dando um sorriso torto. Eu me acostumara tanto a ficar 24 por dia com Ali... Era estranho deixá-la partir.

      -Ok... Tchau. - Ela acenou, docemente. Começando a desaparecer, sendo levada pela brisa provavelmente á sua casa.

      Aquela noite foi cheia de pensamentos e de pesadelos. Voltando para casa, encontrei minha mãe assistindo telejornal, e comendo um rolinho primavera. Notando-me, ela deu um pequeno pulo do sofá, e sorriu fracamente.

      -Nick! Onde estava? Sua irmã disse que tinha ido... investigar? - Perguntou minha mãe. E sua expressão mudou de feliz para preocupada. - Foi dar uma de detetive com seus amigos de novo?

      Bem... Eu não ia falar que tinha ido fazer isso... Mas parecia uma boa respostas.

      -Sim. Desculpe, mãe. - Falei, tentando ser o mais verdadeiro possível. - Vou dormir. Ando meio cansado... sabe? - Mudei de assunto rapidamente. Ela assentiu e se virou para continuar a assistir o jornal, que falava de um assalto em uma residência perto do Colégio SantEvans. Meu coração saltou. Não tinha nada a ver, mas mesmo assim, me fez lembrar de tudo em que eu estava metido.

      Subi as escadas pesadamente. A mochila arrastando nos degraus. Olhei para a porta do quarto de Maya, que se encontrava fechada e com o seu livro de avisos voltado na página "Dormindo. Boa noite!". Ela fizera várias placas para maçanetas de porta quando tinha 8 anos, e desde então usava.

      Entrei em meu quarto, largando a mochila num quanto. Sem nem me trocar, pulei em minha cama, e fiquei a admirar o teto.

       Tudo estava acontecendo tão rápido. Eu podia ver os 2 anos passando como furacões e levando nós dois para o inferno... Por que ela? Por que eu? Como alguém pode brincar com a vida da outra pessoa sem nem se sentir horrível? Ela era tão meiga e legal... Tão cheia de vida, até mais que eu. E eles simplesmente a mataram, como se mata uma barata que você encontra atrás do seu armário... Como se mata ma formiguinha só por avistá-la no chão.

      Não sabia se deveria culpar a morte ou os caras que assaltaram a casa dos Montgomery... Eu queria ter alguém para acusar por tudo aquilo que eu estava passando.

      Além do mais... Eu talvez não quisesse nem que ela fosse para o céu, nem para o inferno... Gostaria que a morte desse uma segunda chance para ela... Não sei como, mas Alison podia reviver e nós...

      Coloquei uma mão no rosto,  e o esfreguei com força e raiva. O que eu estava pensando? Que nós poderíamos viver juntos e felizes?

      Como eu me desviara tanto do meu caminho?

      Com tantas incógnitas se formando em minha cabeça, fechei os olhos com força e fiz o meu melhor para ser levado pela inconsciência.

      Acordei com o bip do meu despertador, avisando já ser 6:00 horas.

      Levantei bruscamente, olhando o quarto inteiro. Jurava ter sentido algo tocando meus braços. Sentando-se perto de mim. Uma voz doce dizendo que estava tudo bem, bastava eu fechar os olhos.

      A voz de Alison.

      Mas não havia ninguém. Apenas a escuridão e eu. Levantei-me e comecei a me arrumar.

      Em menos de dez minutos já estava pronto e descendo para tomar meu café da manhã.

      Peguei alguns biscoitos e um pouco de leite. Engolindo tudo muito rápido. Minha mãe e Maya ainda estavam dormindo.

      Saí de casa sem fazer muito barulho, rumo á escola que ficava a mais ou menos 2 quadras dali.

      Chegando lá, encontrei com Karine, Jonathan, Sean e Elizabeth. Que estavam apoiados em um muro, conversando alegremente. Parecia que o dia anterior tinha sido esquecido.

      -E ai, cara! - Sean acenou para mim. Eu fui até eles, tentando não transparecer toda a minha angustia e tristeza. - Tentamos falar com você ontem, mas... Não conseguimos.

      -Seu celular tava desligado! - Falou, com pesar, Jonathan. Que estava abraçado a Karine. Os dois compartilhavam um fone de ouvido escutando alguma musica animada. Elizabeth estava silenciosa e um pouco abatida. Olhava para o chão, fazendo algumas mechas de seus cabelos caírem sobre seu rosto enquanto ela chutava algumas pedrinhas. - Fizemos uma reunião de emergência ontem. Desculpe, queria te avisar.

      -Sem problemas... - Olhei novamente para Lizzy. Meu coração formigando enquanto eu a olhava se distrair. - Tudo bem, Elizabeth?

      Ela levantou o rosto, olhando para mim como alguém que acabou de acordar. Sorriu falsamente e tirou uma mecha, colocando-a atrás da orelha.

      -Ah, tudo! - Respondeu. Mas o timbre de sua voz estava estranho. E ela estava corada. - O... que fez... Ontem de tarde?

      -Eu... Eh... - Todos olharam com curiosidade para mim. Engoli em seco. O que eu estava fazendo ontem de tarde?! - Fui... Em um... velório!

      Todos franziram o cenho para mim. Em dúvida.

      -De quem? - Perguntou Karine, que tirara o fone de ouvido só para ouvir minha resposta.

      -Da... minha... Tia...? - Falei, sem certeza de que eles acreditariam. Suspirei, tentando parecer triste pelo velório.

      -Mas sua mãe não é filha única? - Questionou-me Sean, enrugando a testa.

      Putz!

      -Eh... Uma tia de... consideração... - Tentei explicar. Mas todos já olhavam super emburrado para mim. Nem perdi meu tempo, já sabiam que era uma baita mentira. - Me desculpem, mas... Eu não posso explicar! Não agora... Daqui a talvez uns 2... anos?

      Karine bateu em suas pernas, demonstrando insatisfação e raiva.

      -Tá bom, marcamos aqui mesmo tá? Ás 2:42? Tudo bem pra você, Nick? - Falou, irônico Jonathan. Eu o olhei, colocando as mãos para o alto, me rendendo. Ah, caramba!

      -Foi mal! Mas é o para o próprio bem de vocês, acreditem! - Justifiquei-me. Mas meus amigos já reunião suas coisas para entrar para a sala de aula, ainda chateados.

      -Achei que podíamos contar qualquer coisa um para o outro... Mas pelo jeito, não podemos! - Sean Reclamou, e todos assentiram. Menos Lizzy, que mordia os lábios e encara o chão.

      Karine, Jonathan e Sean já estavam a caminho dos corredores para a sala de aula. Eli balançava os pés, aflita.

      -Lizzy... - Chamei-a, como se implorasse para que ela não me virasse as costas.

      Ela sacudiu a cabeça, parecia prestes a chorar. Eu fui com a mão em direção ao seu ombro, mas ela se afastou.

      -Eu te contei tudo sobre... aquilo. E agora eu não sou boa o bastante para guardar um segredo? - Sua bolsa sacudia em seus dedos enquanto ela se afastava cada vez mais. - Tchau Nick.

       Eu sabia do aquilo que ela estava falando. De quando seu pai tinha batido nela, e ela aparecera com várias hematomas e um corte profundo na maçã do rosto. Ela dissera a todos que havia caído da bicicleta. No final da aula, me puxara para um canto e desabafara, chorando em meus ombros. Lizzy não queria contar aos outros para que ninguém ficasse com pena dela. E já que eu também tinha problemas com meu pai, que sumira quando eu era mais novo, achou melhor contar para mim.

      Eu adoraria contar para ela, se aquilo não fosse colocar sua vida em apuros... Eu não podia perder as duas... Já estava sendo difícil demais me acostumar com a morte de Alison... 


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