Lauren seguiu em frente. Os amigos seguiram ela. Sair dos dormitórias àquela hora da noite era extremamente proibido. Se os monitores pegavam eles, poderiam ser até expulsos do colégio. Mesmo sendo particular, o Pumpin tinha suas regras.

   Eles seguiram nos corredores. Sorte que no primeiro dia, os monitores não estavam trabalhando.

   Seguiram em frente até saírem do prédio do colégio. Agora estavam no pátio. Um pátio moderno, cheio de câmeras, que estavam desligadas.

   Foram para o ginásio. Lauren por ser uma aluna muito estudiosa, sabia uma senha para acender as luzes. Era só colocar sua mão no identificador e digitar a senha.

   Ela digitou: 1652. Essa era a senha. As luzes do ginásio se acenderam. Ana Paula soltou um grito:

   -Ai, que chique, benhê! Esse "baguiéte" é maravilhótimo! É mara!

   Os amigos fizeram sinal de silêncio. Ela não sabia ficar sem falar besteiras. Ela ficou brava, mas continuou com os amigos.

   Eles foram. Faltava muito para o galpão. E muito mais para o esconderijo de Lauren.

   O tempo foi passando. O medo e a raiva dentro deles também. Mas não parecia passar. Parecia que aumentava cada vez que lembravam de Jake.

   Onde Ricardo poderia estar? Como estaria se sentindo? Será que ele conseguiu escapar ou ainda estava com Jake? Estas e outras perguntas a turma faziam à si mesmos.

   Foram seguindo em frente, seguindo e nem queriam saber de nada. Seguiram até que sem perceber, já estavam no esconderijo que Lauren ficava quando queria ficar sozinha.

   -Venham. É pra lá. Tomem cuidado com os espinhos.

   -Espinhos? Não vejo nenhum. - disse Júnior, andando.

   Logo entraram na mata. Agora sim podiam ver os espinhos. Lauren sentiu um arrepio quando teve a lembrança da última vez que passou por ali. Correndo, gritando, indo em diração dos amigos.

   A mata era fria. Não parecia estar dentro do colégio, mas os amigos levaram em conta de que antes ali era um castelo antigo.

   Lauren chegou com seus amigos. Viu que Jake não estava ali e viram Ricardo pendurado de ponta cabeça.

   Ele estava com a boca tampada e os olhos vendados. Os amigos foram lá e ajudaram ele. Não o conheciam, mas ajudar sempre é bom.

   -Vem com a gente. Viemos te ajudar. Rápido vamos correr antes que Jake volte. Quando chegarmos nos domitórios, você nos explica tudo. Vamos! - sussurrou Jack.

   Eles correram. Estavam com medo. Parecia que enquanto corriam, sua raiva sumia. Estavam com medo e raiva. Pelo menos, Ricardo estava bem e não tinha sofrido muito.

   Chegaram na mata. Foram devagar, para não se machucar com os espinhos.

   Quando passaram, voltaram à correr. Desceram as escadas como se fossem milistares do exército.

   Correram, correram como se estivessem lutando. O medo foi sumindo, sumindo, até esquecerem de Jake.

   Chegaram novamente ao pátio. Era cerca de duas da madrugada. Entraram nos domitórios e foram para o quarto que Lauren e suas amigas dormiam. Ali Ricardo poderia contar tudo.

   Então, quando ele foi começar a explicar, o celular de Lauren tocou.

   -Alô! Alô! -disse Lauren.

   -Sei que vocês cataram o garoto. Nunca me desafiaram assim. Saiam disso, se rendam. Não são pários para mim.

   Então, a ligação acabou. Lauren deixou o celular cair. Estava com todo o medo reprimido.

   -Quem era? Quem era, Lau?

   -Era... ele.