Under The Mistletoe escrita por Liesel


Capítulo 2
Final alternativo (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Resolvi escrever um final alternativo dividido em duas partes, aqui está a primeira.Espero que gostem



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A neve caia formando uma grossa camada de gelo sobre o asfalto úmido, não passava das seis da tarde da véspera de natal, eu estava sentada às escadas frontais da minha casa observando cada floco de neve tocar o chão, as decorações natalinas brilhavam iluminando toda a rua onde a monotonia reinava.

                   Meus pensamentos direcionavam-se para o natal passado, eram boas lembranças, infelizmente lembranças. Estas seriam as primeiras festas sem Selena ao meu lado depois de 12 anos. A melancolia que me perseguira o ano inteiro apenas aumentou com a chegada das datas, era insuportável saber que não a teria ao meu lado para festejar mais um ano da nossa amizade.

                   Logo teria que entrar e fingir meu sorriso diante de minha família, eu sorria e eles acreditavam convictamente na minha felicidade, como poderiam ser tão tolos em acreditar que seria feliz longe da pessoa mais importante da minha vida? Como ela poderia ter me deixado mesmo sabendo que também iria sofrer? Essas perguntas ecoavam em minha mente desde sua partida, mas não existiam respostas para elas. As cartas que havia me prometido ficaram apenas nas promessas, e as ligações que não atendiam era a prova de que tudo que tínhamos se fora. Agora as lágrimas rolavam e quase podia sentir as gotas cristalizando em minha face por conta da baixa temperatura.

                    – Demi? – A voz conhecida, porém não a desejada me chamava.

                    – Taylor, olá. – Levantei o rosto secando as lágrimas imediatamente.

                    – Está tudo bem? – Sentou-se ao meu lado. – Por que choras?

                    – É apenas a época, toda essa melancolia festiva me emociona. – Menti.

                    – Depois de tantos anos ainda tenta enganar-me? – soltou uma risada involuntária – Diga-me a verdade. – Ela tinha conhecimento da minha resposta, mas insistia em ouvir dos meus lábios.

                    – Eu não preciso te dizer, você é a única pessoa que percebe a minha infelicidade e sabe o motivo dela. – Deitei em seu ombro.

                    – Isso vai passar querida.

                   Taylor era certamente uma boa amiga, nunca fomos muito próximas apesar de sermos vizinhas desde sempre, mas ela sempre esteve ao meu lado, havia boas lembranças de nossa infância, porém houve um afastamento significante quando Selena passou a ter presença efetiva em minha vida, o que acabou com a sua partida. Talvez algo nela incomodasse-a, ou se sentira ameaçada de alguma maneira.

                    – Vai ficar aqui conosco? – Questionei-a

                    – Eu gostaria, mas meus avós vieram para as comemorações e, você entende não é?

                    – Claro que sim. – Falei sem ânimo.

                    – Demi, você não pode ficar assim pra sempre. – olhou-me nos olhos – Ela é realmente assim tão importante?

                    – Eu a amo Taylor, a amo de verdade. – Desabei em lágrimas.

                   Ela secou minhas lágrimas e beijou-me na testa, levantando-se em seguida sussurrando um “vai ficar tudo bem, conte comigo” antes de virar-se e responder o aceno de sua mãe à porta.

                    – Feliz natal Demi! – Senhora Swift agora acenava para mim.

                    – Obrigada! – Fingi um sorriso, antes que ela fechasse a porta com a entrada de Taylor.

                   Passei alguns minutos de olhos fechados relembrando tudo que acontecera nesse ano, era a mesma visão, apenas a estação mudara, eu estive ali todas as tardes sentada na escada da frente olhando a rua. O tempo parecia não ter passado, entretanto já eram quase nove da noite, pretendia entrar, apenas mais uma olhada para a antiga casa da família Gomez e voltaria para o “conforto” do lar. Pousei a mão na maçaneta e dei uma ultima olhada.

                    – Demetria? – Meu coração parou.

                    – Apenas me chame de Demi, Marie. – Ninguém no mundo me chamaria de Demetria com aquela suavidade.

                    – Só se você voltar a chamar-me de Selly. – Subia a escada de braços abertos.

                    – Eu senti tanto a sua falta. – Abracei-a com todas as minhas forças.

                    – Não consegui respirar longe de você. – Me olhava nos olhos.

                    – Então por que voltaste apenas agora?

                    – Estava reunindo forças suficientes para dizer-lhe algo. – Desviou o olhar.

                    – E conseguiste? – Puxei seu rosto fazendo com que ela voltasse a me encarar.

                    – Agora, preciso de forças apenas para lidar com a tua reação. – Me abraçou novamente. – Porque o que eu tenho para falar-te é que... que...

                    – Não consigo mais esperar. – Aproximei-me dela e colei nossos lábios, sua reação foi imediata, correspondendo ao meu toque.  – Você está sob do visco.

                    – Eu te amo. – Disse com os lábios ainda próximos aos meus.

                    – Por que demoraste tanto para perceber isso? – Dessa vez ela me puxou para um beijo mais demorado, segurou minha nuca e depositei minhas mãos em sua cintura pressionando-a contra a porta.  Parávamos alguns segundos para respirar e reiniciávamos o beijo, agora ela me pressionava contra a porta que de repente abriu-se e caímos na sala de estar.

                    –Meninas? – Exclamou minha mãe. Todos os parentes nos olhavam espantados, eu estava sob Selena que agora estava corada e me ajudando a levantar.

                    – É, olá. – Selena acenou para minha mãe e fingiu um meio sorriso.

                    – Selena que bom que você voltou. – deu um meio sorriso. – Demi, precisamos conversar lá fora. – Empurrou-me para fora sendo seguida por Selena.

                    – O que foi? – Fiz-me de desentendida.

                    – O que você pensa que está fazendo Demetria? Envergonhando-me na frente de todos? – Gritava – E você – apontava para Selena – eu não vou aceitar esse tipo de falta de respeito!

                    – Isso se chama amor. – Selena interveio.

                    – Acho melhor você ir embora Selena.

                    – Demi, acho melhor eu ir. – Selena ameaçou descer os degraus, mas barrei-a.

                    – Não, Sel, você vai ficar pra ceia. – Encarei minha mãe seriamente. – Escute bem, você não vai dizer nada sobre isso.

                    – Não vou discutir com você, tive muito trabalho para que você venha e simplesmente destrua a Véspera de Natal.

                    – Destruir com o que? – Perguntei incrédula.

                    – Então você acha normal que duas amigas de infância agarrando-se no gramado?

                    –Você só consegue ver isso? Não consegue sentir o amor?  Não é uma questão física, mas emocional.

                    –Você é patética, Demi. – Fez sinal de negação.

                    –Digo o mesmo sobre a Senhora. – Ela entrou fechando a porta, nos deixando a sós.

                    – Melhor eu ir embora. – Sussurrou sentando no degrau.

                    –Você não precisa ir apenas porque ela disse. – Arrumei uma mecha de seu cabelo sentando-me ao seu lado.

                    –Eu não quero causar brigas, esta noite é especial, eu só queria estar aqui com você, eu nunca deveria ter ido. – Escondeu o rosto entre as mãos.

                    – A culpa não é sua se minha mãe é uma insensível. – Levantei seu rosto – Eu não queria estar em nenhum outro lugar do mundo, não importa se você partiu você está aqui agora e é isso que importa.

                    – Nem posso imaginar como suportei esses meses longe de você e todos esses anos longe dos seus lábios – Aproximou-se selando um beijo carinhoso.

                    – Sel, há quanto tempo você sente isso? – Acariciava seu cabelo enquanto ela estava deitada em meu colo.

                    – Acho que sempre senti, só tinha um pouco de medo. – Fez uma careta engraçada.

                    – Medo? – Franzi o cenho.

                    – Sabe, de que você não sentisse o mesmo. – Suspirou.

                    – Você não percebeu todas as indiretas? Mandei-te flores no dia dos namorados. – Gargalhei.

                    – Oh, lembro-me disso.  – Abriu um sorriso bobo. – Eu me derreti inteira.

                    –Sabia que você gostava de rosas.

                    – Gosto ainda mais de você.

                    – Então, te convenci a entrar e jantar conosco? – Encarei-a um instante.

                    – Ainda não tenho certeza, o clima vai ficar estranho. - Hesitou.

                    – Se você não for eu também não irei. – Estava decidida. – Onde estão seus pais?

                    – Estão na casa dos meus avós. – Levantou-se com empolgação. – Estou no meu carro, você quer dar uma volta por aí? Ainda é cedo.

                    – Só se você prometer que vai ficar aqui esta noite. – Chantageei-a

                    –Ok, me convenceu. Eu fico. – Rendeu-se.

                    – Então, vamos lá! – Segurei sua mão. – Veremos se você ainda é uma boa motorista, Gomez.

                    – Talvez, mas você tem que parar de sorrir, isso me desconcentra. – Corou.

                    – Sabe o que me desconcentra? – Negou – A proximidade dos seus lábios e dos meus.  – Fixei o olhar em sua boca depois a olhei nos olhos.

                    – Isso me incomoda, vamos resolver. – Sussurrou pressionando-me contra o carro coberto de neve. – Você se importa? – Não esperou minha resposta, capturou meus lábios com voracidade, era daquilo que precisávamos para amenizar o clima. Terminamos o beijo um tanto ofegantes, mas o sorriso não saia do meu rosto, foi com aquilo que sonhei todo esse tempo, o dia em que estaríamos contra tudo e contra todos, ignorando o mundo ao nosso redor pensando apenas no quanto era boa a reciprocidade do amor. 


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Notas finais do capítulo

Reviews???? ;D