A garota olhava para a rua, atráves do vidro de onde estava encostada. Estava um dia chuvoso, perfeito para diversão, mas esse não é o caso de Sophia. Ela estava indo para um enterro, sim, para um enterro, e infelizmente, o de sua mãe. Ela se lembrava como se fosse agora...

FLASHBACK ON -

- MAMÃE, POR FAVOR, NÃO SE VÁ! - A pequena garota gritou com a voz meio grogue enquanto lágrimas saíam de seus olhos. Ela olhou para um dos bandidos com desgosto, que acabava de dar seu último tiro em sua mãe, sentindo seu coração se apertar mais ainda por dentro.

- Minha... filha... e-eu... te amo. - Sussurrou sua mãe enquanto tombava a cabeça para o lado. Sophia sentiu seu coração parar por um segundo, e depois encarar a velha e triste realidade... sua mãe estava morta. A mulher que sempre jurou amor eterno para ela, a mulher que sempre foi sua protetora, e que se sentia segura nos braços dela... ela se foi, e nunca mais vai voltar. Ela sentia mais lágrimas se formarem em seus olhos, apertando mais ainda o seu pequeno coração. Tudo o que ela queria naquele momento, era morrer.

- Seu desgraçado... vai ter vingança.. - Ela murmurou com seus dentes trincando, de tanta raiva que sentia daquele infeliz. Como as pessoas podem ser tão rudes à esse ponto...? Ela infelizmente queria saber.

FLASHBACK OFF -

Sophia tentou tirar aquelas cenas horríveis de sua cabeça, mas ela não conseguia, saber que sua mãe estava morta era a pior sensação de todo o mundo, ainda mais depois que obrigaram ela a ver essas cenas horrendas... Ela sentiu lágrimas se formarem em seus olhos outra vez... ela não se importava para mais nada.

- Está tudo bem? - Seu pai perguntou com a voz um pouco falha. Ela suspirou.

- Não... minha vida está um inferno. Por que pai?! Por que logo ela?! Isso não é justo, eu não entendo. - Falava enquanto sentia seu coração virar uma espuma.

- Eu também não, meu bem... mas sua mãe está em um lugar melhor agora. - Sophia passou a mão entre os cabelos e deitou no banco do carro, tentando dormir e esquecer todos esses pensamentos que a atormentavam tanto.

Los Angeles, cemitério Abney Park, 27 de Setembro de 2011.

Lá estava eu, andando entre um cemitério, sentindo meu coração desaparecer de uma vez por todas. Suspirei olhando os túlmulos, que pareciam estar ali desde muito tempo. Olhei para os rostos das pessoas, e era realmente deplorável. É uma grande dor você perder alguém que você ama tanto, ainda mais a sua mãe. Dei uma pequena olhada no caixão da minha mãe e rapidamente desviei para um garoto com uma feição triste... ele era bem bonito. Cabelos bagunçados, mas mesmo assim sexys, olhos cor-de-mel, boca rosada, corpo não muito sarado, mas mesmo assim um completo Deus Grego... O que eu estou pensando?! Logo no enterro da minha própria mãe, esses pensamentos? Ah pelo amor.  Começei a fitar a minha frente, andando calmamente enquanto encostava-me em um dos braços do meu pai. Lembrei um trecho da música da Amy Winehouse, Back To Black: "Nós apenas dizemos adeus com palavras"... É como se o mundo tivesse acabado pra mim. Chegamos ao local da cova onde minha mãe seria enterrada. Assim que acabou, eu tive vontade de me suicidar. Começei a olhar um túlmulo qualquer e o garoto dos olhos cor-de-mel me chamou, fazendo-me sentir tonta.

- Wow, o que foi? Está se sentindo tonta? - Ele perguntou segurando minhas costas.

- Não, eu estou me sentindo morta.. mas obrigada por se preocupar. - Dei um pequeno sorriso e voltei a analisar o que eu estava fazendo.

- Sinto muito pela sua mãe... deve ser bem difícil mesmo. - Ele suspirou fitando seus sapatos.

- E é.. mas não vamos falar disso agora, por favor. - Falei enquanto brincava com as pontas do meu cabelo, agora o olhando de uma vez por todas.

- Sophia, temos que ir. - Meu pai me chamou. Assenti e virei-me mais para Justin.

- Prazer em te conhecer, espero nos encontrar novamente algum dia. - Falei dando-lhe um abraçado apertado. Ele concediu, me abraçando um pouco mais forte.

- Até mais. - Ele disse em um tom sexy, me fazendo arrepiar a espinha. Começei a andar do lado do meu pai e de mais algumas pessoas da minha família... será esse o recomeço ou o começo de tudo?