Vamos voltar no tempo um pouquinho ok?

Eu estava no meu quarto do colégio Jane Scott para moças da alta sociedade em Nova York. Essa era a nossa ultima semana de aula ou seja as provas finais. Eu estava estudando como uma louca sem parar, esse ano foi difícil e eu estava feliz pelo verão já estar chagando. Mas com o verão chegando era impossível não lembrar dele, eu passara esse ano todo sem velo nenhuma vez ou receber uma carta ou noticias. Nos feriados eu não fora todas as vezes para casa como eu fizera no ano anterior,, apenas nos mais importantes, eu não tinha muitos motivos para ir para casa, ele não estaria lá assim como meus irmãos. E a cada visita eu ouvia minha mãe reclamando sobre a minha ausência ou de eu não ter mandado cartas o suficiente. Eu admito que todas as sextas que eram os dias que chegavam as correspondências eu tinha esperanças de ver uma carta dele. Mas nunca aparecia, sempre eram correspondências de minha mãe ou de Valery. E estava no inicio da tarde e logo logo eu teria aula de pintura, todos as sextas feiras tinham meninas animadas para receber suas correspondências de familiares ou de seu noivos que as esperavam ou de seus namorados secretos, eu sempre as observava admito com um pouco de inveja, pois eu sabia que ele havia me esquecido por completo, mas fazer o que? Exigir o que dele? Nos não tínhamos nada a não ser uma amizade extremamente recriminada e escondida, ele não me devia nada e eu gostava de pensar que eu não devia nada a ele também, mas eu sabia que era mentira.

Eu estava tem tentando me concentrar no meu dever de redação,molhei minha pena no tinteiro mas eu não conseguia parar de pensar nele, o que não é uma coisa saudável para mim, continuei escrevendo a minha lição meio desatenta Inglês era minha matéria favorita isso incluía redação e etc. Eu adorava escrever e ler .

As lembranças começaram a me assombrar, aquelas lembranças de momentos tão felizes sempre acabavam comigo, a nossa despedida, nossos encontros secretos, senti meus olhos margearem.

A porta se escancarou e Mary entrou e se jogou em sua cama.

–Ahhh- suspirou ela- Oi

–Ola- Eu disse olhando-a esparramada na cama

–Esta chorando?- Disse ela se sentando na cama rapidamente e me encarando

–Não- Respondi rápido

–Você sabe que não consegue esconder essas coisas de mim

–Eu estou bem

–Isso- Ela apontou para mim- Acontece toda vez que você vai para casa

–Eu estou bem

–Eu sei que você esta pensando nele Roxy.- Eu ia me defender e dizer que já havia esquecido, o que nos duas sabemos que é mentira mas ela foi mais rápida- E não, nem me venha com a conversa que você já o esqueceu.

–Mas...

–Nada de mais, quer saber de uma coisa?

–Se eu disse que não, você vai falar mesmo assim.

–Vou mesmo- Ela disse dando um risinho- Você sabe o que eu acho

–Eu seeei- Eu prolonguei o sei.- Mas acho que a senhorita também sabe o que eu acho

–Eu duvido que ele não goste de você, tudo o que você me contou que vocês fizeram no ano anterior, ninguém é frio o suficiente para não sentir nada, eu sei que ele também gosta de você.

–Então você é a única

–Você também sabe que ele gosta de você, você só gosta de fingir que não sabe.

– É realmente eu adoro chegar todas as sextas feiras e ficar com uma enorme vontade de chorar a cada vez que chega as correspondências pois ele não me escreveu o ano inteiro!

– Vocês tem uma historia tão linda! Você devia escrevê-la!

–Mary, para ser uma historia tem que ter acontecido algo

–E não aconteceu? A sua historia é como Romeu e Julieta!

– É, pena que eu não tenho um Romeu

– E o Peter é o que?

–Alguém que já me considerou como uma amiga

–E agora considera muito mais!

Eu olhei para a única fotografia que tínhamos juntos, estávamos sorrindo um do lado do outro na frente do lago, aquela foi a ultima foto tirada com a ponte inteira.

–eu não creio

–Quem atravessaria todos os dias um lago enorme só para ver uma amiga? Quem seria doido o suficiente para enganar os pais dizendo que vai caçar para fazer piqueniques com uma AMIGA, quem daria um colar de ouro para uma AMIGA, quem faria uma musica para uma AMIGA? Roxy, acorda! O Peter te ama!- No momento que ela se referiu ao colar que ele havia me dado antes do meu 1 ano aqui em Nova York ele disse que era para que eu me lembrasse dele, eu por reflexo puis a mão no colar e senti seu pingente em formato oval, como aqueles que se guardam fotos mas esse não abria, não que eu soubesse,

–Sinto muito te decepcionar Mary, mas não é assim que as coisas funcionam. Ele me esqueceu isso é um simples fato, eu não passo de uma amiga de família e isso nunca vai mudar!

–Vocês ainda vão ficar juntos, você vai ver.

–Claro Mary, claro.

Eu adoraria acreditar em tudo que Mary dizia mas, isso significava mais esperanças e esperanças machucam. Ela suspirou alto e se jogou na cama mais uma vez, eu olhei na minha escrivaninha,uma pilha de livros, minha pena branca com ponta dourada e meu tinteiro preto e alguns de cores diferentes, papeis de cartas e minha atividade de redação, então eu vi o livro Romeu e Julieta, meu exemplar já estava meio surrado pelas milhares de vezes que eu lera,mas bem conservado. Romeu e Julieta pode ser uma linda historia de amor, mas não deixava de ser trágica, eles morrem no final. Eu poderia escrever um outro final para essa historia... Mas eu não era Shakespeare, muito menos uma escritora. Eu tirei os olhos da capa do livro e acabei focalizando em uma de minhas fotos, eu tinha poucas, mas eu tinha aquela foto que me fazia suspirar e me lembrar dos anos anteriores, eu olhei a foto que estava apenas eu e ele sorrindo na frente da antiga ponte que unia nossas casas, estávamos de braços entrelaçados e ele estava com um sorriso tímido e eu com um radiante. Todos que viam a foto pela primeira vez achavam que éramos um casal, mas a realidade é triste e as aparências enganam. Eu fitava a fotografia quando o sino tocou forte no corredor, minha aula vaga tinha acabado e eu não tinha acabado meu dever de redação. Era aula de pintura, eu peguei meu material( pinceis, e solvente) e esperei Mary se levantar da cama já que ela teria alguma aula também, eu fui rumo a sala de pintura e entrei, fui direto ao meu cavalete e tirei o pano que o cobria, eu olhei a minha pintura, eu olhei era o lago, num dia de por do sol que eu me lembrava muito bem, mas o lago ainda tinha a ponte me meu desenho...

Depois de todas as aulas eu e Mary fomos jantar no refeitório e depois fomos para o nosso quarto, fizemos todas as tarefas e estudamos um pouco já que teríamos o teste na quinta feira, depois começamos já a arrumar as malas, tínhamos muitas coisas para começarmos a organizar sexta feira seria o nosso ultimo dia antes das férias de verão, e tínhamos que esvaziar o quarto e levar todos nossos pertences( regras do colégio), e como era muita coisa resolvemos que esse ano uma ajudaria a outra com a organização. Fomos até as nossas velas e apagamos quase todas deixamos apenas 1 acesa, que iluminava o quarto com uma luz bem fraquinha e amarelada, eu não parara de pensar um momento nele, as férias de verão estavam chegando e logo, ela diria tudo. Eu respirei fundo e vi que Mary já havia capotado, enfim me deitei com apenas uma manta pois a noite não estava fria e apaguei a ultima vela.