Era um dia comum na mansão Kido. Todos os cavaleiros de bronze de Athena estavam recuperados das batalhas no templo de Poseidon. Saori estava a tocar em seu piano concentrada, quando sente um brisa quente entrar pela janela e com uma presença desconhecida. Disfarçadamente direciona um olhar firme para a janela. E nada. Ela procura melhor a sua volta tentando achar o causador da sensação, a presença desconhecida. E mais uma vez, nada.

Batidas na porta da sala de música assustam Saori que, rapidamente, se recompõe

-- Pode entrar -- diz Saori tentando soar mais calma

-- Olá, senhorita Saori. Não queria lhe incomodar, mas é que tem uma visita para a senhorita

-- Obrigada Tatsumi. Avise que já vou descer

-- Sim, senhorita -- disse e logo se retirou da sala fechando a porta atrás de si

Uma visita?! Mas quem poderá ser?

Saori fecha o piano e se levanta de seu banco, dando uma última olhada para a janela sai da sala. Enquanto descia cada degrau da grande escadaria não conseguia parar de pensar no que causara aquela brisa quente e a presença que sentira.

Ao chegar a metade da escadaria já conseguia ver uma silhueta, coberta por um manto vermelho borgonha com um capuz de costas para as escadas. Parecia admirar algo mais a frente.

Assim que Saori chega ao fim das escadas percebe outros nove mantos exatamente como o primeiro, porém prateados. As dez silhuetas eram observadas pelos cavaleiros de bronze.

Hyoga e Shun pareciam a vontade com duas das silhuetas

-- Posso ajudar? -- Perguntou Saori curiosa, mas com a voz firme e formal

-- Ora essa Athena. É assim que você recebe sua irmã? -- disse a silhueta com manto vermelho

Nenhum dos cavaleiros de bronze parecia acreditar no que aquela mulher dizia. Estavam todos pasmos, com os queixos quase a tocar o chão. Até mesmo Ikki parecia querer dizer algo, mas som algum saía de sua boca. A mulher de manto vermelho se vira para Saori e remove o capuz.

-- Como assim irmã? Até onde eu sei, sou filha única

-- Filha única?! -- disse mostrando-se ofendida -- Zeus, nosso pai, não teve somente você, querida irmã.

-- Zeus? -- disse Shiryu

-- Pai de vocês? – Seiya balbuciou ainda pasmo

-- Bem... de acordo com a mitologia grega Zeus era pai de muitos deuses e subdeuses. – Explicou Shun

-- Exatamente, isso inclui a grandiosa Athena e eu. – disse a mulher de cabelos castanhos modelados em uma linda trança.

-- E você seria? – disse Ikki impaciente com tanto suspense

-- Quem pensa que és, mero cavaleiro de bronze, para dirigir a palavra tão insolentemente à poderosa Árthemis? – se manifestou uma das silhuetas de manto prata. Claramente irritada com a ousadia de fênix.

Ikki nem um pouco feliz com a forma como fora tratado cerra os punhos e inconscientemente inclina seu corpo levemente para frente, enfrentando a silhueta que lhe ofendera.

-- Ora, o que é isso Nefertiti?! Acalme-se. Não viemos até aqui para arrumar problemas. – Disse Árthemis tão serena para a silhueta prata

Nefertiti prontamente se inclinou em desculpas e voltou ao lado dos outros mantos pratas

-- Nefertiti, não foi uma rainha do antigo Egito? – questionou Seiya curioso

-- Foi, diziam que era a mais linda de todas as mulheres de todo o Egito – disse Shun orgulhosamente, lançando um sorriso em direção ao rosto coberto pelo capuz prata de Nefertiti.

-- Então você é Árthemis – disse Saori com uma expressão meio surpresa e meio receosa – Bem, se vocês não vieram até aqui para o mal. Qual o motivo dessa visita inusitada?

-- Athena, receio lhe dizer que nosso irmão Apollo esteja planejando te atacar. Ele soube que você derrotou Poseidon e quer testar o quão forte são os seus cavaleiros. – Saori espantada com a revelação não sabia o que dizer – Sou totalmente contra as brigas entre os olimpianos. Admito que não gostei nada quando soube que esses cavaleiros se atreveram a ir contra um dos deuses, cheguei a pensar em castigá-los por essa ousadia, mas quando soube que foi apenas para lhe salvar e ajudá-la em sua nobre causa para com os inocentes tratei de me acalmar. Logo que meu irmão me revelou o que pretendia, reuni as minhas mais valorosas cavaleiras e vim me juntar a você, Athena.

-- Agradeço o seu apoio Árthemis. Sua ajuda é muito bem vinda

Árthemis assentiu brevemente com a cabeça e se virou para os cavaleiros de bronze

-- Tenho ouvido que vocês tem superado em força os cavaleiros de prata e ouro de Athena, os cavaleiros deuses nórdicos e mesmo os cavaleiros generais de Poseidon, mas lhes alerto que os cavaleiros de Apollo são ainda mais fortes que qualquer um desses com quem já batalharam. – as expressões de Shiryu e os outros era de surpresa, com um leve sinal de receio – Eles não costumam perder suas batalhas, os únicos para quem eu soube que perderam foram para as cavaleiras musas

-- Cavaleiras musas? – questionou Ikki surpreso

-- Sim. Soube que são as amazonas mais poderosas em toda a hierarquia dos cavaleiros. Elas vencem facilmente até mesmo um cavaleiro de ouro – revelou Hyoga

-- Eu não diria tão facilmente assim, mas com toda a certeza não é algo de se ferir gravemente – se manifestou outra silhueta de manto prata

Os cavaleiros de bronze e Athena estranharam tal confissão

-- Quando é que se revelarão? – disse Seiya com um olhar intimidador para as silhuetas

-- Oh, perdoem-me. Que modos os meus – disse Árthemis tocando sua testa – Estas são a minha corte, as cavaleiras que sempre me acompanham onde quer que eu vá. – Então uma a uma as silhuetas removeram seus capuzes. Expondo rostos tão belos que surpreendeu até mesmo a Ikki – Estas são Nefertiti de Érato, Pandora de Calíope, Cassandra de Polímnia, Perséfone de Clio, Hipólita de Tália, Priscila de Melpômene, Iara de Terpsícore, Lena de Euterpe e Diana de Urânia. Estas são as cavaleiras musas.

Houve um silêncio por parte de todos. Um silêncio de incredulidade. Incredulidade por estarem frente a frente com as únicas que já derrotaram inimigos tão poderosos, mas principalmente incrédulos por estarem revendo velhas amigas.

-- Per... sé.. fone. – balbuciou Ikki espantado por vê-la ali. Bem a sua frente