Eu apenas andava pela rua deserta, sem rumo, sem objetivo.  A noite esfriava e a cada segundo que eu passasse lá fora, estaria correndo mais perigo. Eu náo me lembrava de nada. Nem quem eram meus pais...nem quantos anos tinha...nada, eu só sabia que eu estava sozinha. Eu estava perdida. Muitas horas jà se passaram desde que eu me perdi. Minhas esperanças de encontrar um lugar onde pudesse descasar jà haviam se esgotado quase totalmente.

Quando começou a chuviscar, continuie andando, eu nao tinha outra opçao, mesmo quando a chuva se intensificou. Eu tremia de frio, estava descalça e com um vestidinho branco junto ao corpo por causa da chuva - sim, era minha camisola -. Hà quase dois dias eu náo comia nada. Água? Apenas a que eu encontrava em banheiros publicos.

Meu corpo estava realmente fraco e a tontura, aos poucos, tomava conta de mim. Tentei inutilmente me segurar na grade da casa mais proxima, mais isso sò piorou minha situaçáo. Acabei caindo na cerca enferrujada,

Uma luz forte se aproximou. Conforme se aproximava ia ganhando forma, era de um carro, melhor, um taxi. O homem veio em minha direçáo.

Voltei a realidade.
Entrei em pânico total. Tentei me mexer, mas não adiantava, gritei alto, chamando alguém que pudesse me ajudar. Mas ninguém podia. Parei. Deitei-me. E comecei a rezar, xingar, implorar, gritar, chorar e fazer promessas que nunca poderia cumprir. Alguém parou ao meu encontro e disse:
– Lillian? É esse deu nome? Está tudo bem agora. – Aos tombos e tropeços, tentei focar meu olhar no sujeito, não era meu parente.
– Sim, meu nome é Lillian. – E desmaiei.
Foi a pior noite da minha vida.