Revelações De Um Passado Obscuro escrita por GiuuhChan


Capítulo 16
Confidências


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei tanto vuh? ruum#



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~Millie narra

– Laaaaaaass? – Gritei, andando. – Lass, cadê você? – Fui procurando por ele. Senti uma presença, ouvi galhos quebrando atrás de mim, um vulto passou pela minha frente. – Lass, aparece, fala sério. – Eu disse, aflita. Nada.

Era uma noite um pouco fria, os galhos das árvores balançavam-se dançando a melodia do vento, que assobiava de uma forma que não pude parar de pensar naqueles cenários de filme de terror. E essa é a hora que o cara com a serra elétrica sai de trás das árvores e quer te cortar em pedacinhos e... – Parei meus pensamentos "normais" quando senti um vulto atrás de mim, muito próximo. Virei-me rápido, nada. – L-Lass? – Sem resposta.

–BU! – Disse uma COISA tocando meu ombro bruscamente. Impulso, dei um salto de susto. Até ver um Lass rolando no chão de tanto rir.

– IMBECIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIL! QUER ME MATAR? BAKA BAKA BAKA BAKA! – Comecei a socar ele com raiva, mas esse idiota desviava, que droga! – Eu vou MATAR você – Eu disse, ele ria.

– HAHAHA TENTA – Ele disse, socava, desviava, socava, desviava, mas que droga isso era mais fácil quando ele era pequeno.

– Imbecil! Minha corrente!! – Falei, ainda socando o vento, frustrante. Ia tentar mais um soco, mas desviei a atenção quando ele disse:

– Ela ta no seu pescoço já. – E sorriu, convencido. Desviei o olhar por um segundo, ainda ia terminar aquele último soco, mas ele segurou minha mão parando o golpe, e me imobilizou contra uma árvore atrás de nós, segurando meus pulsos acima da minha cabeça. Podem me achar burra por cair nessa, mas em minha defesa foi impulso ta! Mas não é o momento de tentar entender. Me assustei na hora, meio perdida, olhando para o chão porque ainda não tinha associado o que havia acontecido.

Uma hora eu estou tentando acertar um soco nele, na outra, presa pelos pulsos numa árvore com o idiota me segurando. Ele é mais alto que eu, então virei-me pra cima, pronta para reclamar, empurrar ele, mandar me soltar, xingar, qualquer coisa, mas quando abri os olhos, ele me encarava, corei com a proximidade. Silêncio. Ele soltou meus pulsos e me abraçou. E eu esperava que a noite estivesse escura o suficiente, do contrário, eu seria tipo uma Millie-tomate.

– Chato, imbecil – Falei, abraçando-o também.

– Ué, desistiu? – Ele disse debochando.

– Por enquanto só cansei – eu disse, ele me soltou e sentou-se no chão.

– Tsc, fraca – Ele riu, sentei-me ao seu lado.

– Fraca não – Falei, rindo também.

– Corrente legal – Ele disse, jogando o pingente de dragão de uma mão para a outra, já tinha até esquecido que ele estava com ela.

– É, muito, por isso devolve! – Falei.

– Hummmmmmmmmmm, não? – Ele falou.

– Idiota – Tentei pegar a corrente, mas ele foi mais rápido e segurou. Droga, hoje ele ta me fazendo de idiota ou é só impressão?

– Haha, lenta demais – ele falou.

– Argh, devolve! – falei.

– Devolvo se você me responder algo. – Ele disse, fiquei confusa, mas resolvi aceitar a proposta.

– E o que seria?

– O que você tanto esconde? – Ele disse, em tom de seriedade agora. Levantei-me, surpresa com a pergunta.

– Como assim? Escondo?

– Não sei, mas eu conheço você. E eu não consigo tirar da cabeça que alguma coisa ta acontecendo.

– Lass eu... – Não sabia o que dizer, mas mesmo que soubesse, ele continuou.

– Eu não sei, não sei por que penso isso, mas dá pra ver que tem algo de errado. – Ele se levantou também, e foi andando.

– L-Lass?

– Vem comigo. – Ele disse, ainda sério

– O-Ok – Respondi, e fui andando com ele. Fomos em meio à floresta até um ponto em que ela se fazia menos densa, um barulho de água corrente aumentava à cada passo, até que chegamos à uma cachoeira. Era um lugar perfeito, águas cristalinas refletiam a noite, e a lua tremeluzia em seu reflexo. Lass sentou-se numa pedra à beira do rio que ali corria, e eu repeti a ação. Ele pegou meu pingente no bolso e ficou olhando em sua palma da mão. – Você se lembra, não?

– A lenda, certo? – ele disse, encarando-me. Balancei a cabeça em sinal de afirmação.

– Mas é apenas uma lenda dos antigos, não há provas de que deva acontecer, não?

– Não sei, mas ultimamente tem ficado cada vez mais difícil acreditar que possa não ser real. As coisas têm ido no caminho dela de forma exata.

– Mas também pode ser uma interpretação errada, tem que ser você?

– Lass... Para de ser otimista – Falei, séria – Eu sou a hospedeira, você tem alguma dúvida disso ainda? – Abri as asas – Tem? – Perguntei novamente, em tom de irritação, ele olhou pra mim, não conseguia decifrar sua expressão.

– Millie... Eu só quero ajudar.

– Desculpa Lass, não devia ter falado assim com você, eu faço tudo errado. – Falei, abaixei a cabeça. De repente ele me puxou, ficando de pé, e me abraçou. Eu cedi, lágrimas caíam como se todos aqueles anos sem chorar estivessem se repondo agora.

– Calma. A gente vai dar um jeito.

– Às vezes eu queria fugir, mas não tem jeito! Lass... No final das contas, sou eu, isso tem acontecido ao longo de milênios, guerras e mais guerras. O sacrifício, o dragão sou eu!

– Por isso você tem se distanciado de todos?

– Eu não posso me prender a este lugar ou qualquer um aqui, eu morrerei no final, não sabem o que sou, e é melhor que continue assim, ou tudo em que vocês acreditam, ou tudo pelo que lutam, irá se tornar nada, mas ao mesmo tempo eu não posso fugir, eu quero protegê-los, não posso fugir mais.

– Eu não vou deixar você fazer isso sozinha.

– Eu sempre estive sozinha, Lass.

– Já ouvi isso antes, você confia em mim?

– Confio, é claro, mas não é a questão!

– Então acredite, nós vamos dar um jeito. – Ele disse, se afastando um pouco, e me encarando, eu não conseguia retrucar, ele parecia convicto de que havia realmente um jeito de mudar o curso da história, eu já havia me convencido do contrário. Mas mesmo assim, alguma coisa nos olhos dele me faziam querer acreditar. Eu confiava nele, talvez por isso... Eu queria que ele soubesse tudo.

– Faz muito tempo já, antes do circo... Lass, eu nunca te contei real motivo de eu ter ido parar lá... Eu não sou órfã, nem tampouco perdi a memória quando era criança. E-eu... Eu estava lá porque... Bem, eu fugi – Ele me olhou confuso, mas me deixou falar – Eu fugi por que... A minha mãe, ela... Ela... – Olhei para baixo, não conseguia dizer iisso, respirei fundo – Ela matou meu pai... Por poder. – Eu fugi Lass, ela matou meu pai, e, pra mim, matou minha mãe também... Eu não queria ficar lá, eu não podia. Então eu saí da casa correndo, acho que ninguém me viu. Eu... Eu não tenho ninguém... Não tenho uma família... E-eu...

– Não, Millie, você tá errada... Acredite, eu entendo o que quer dizer... Eu também sempre me vi como alguém que estava só no mundo, mas foi aí que eu encontrei a Grand Chase, e, aos poucos, fui percebendo que nos tornamos uma família, não por laços de sangue, mas por tudo que nos une uns aos outros. E você faz parte dessa família agora. Não pense que não tem ninguém, porque você tem à nós – Lass falou, sorri um pouco – Porque você tem à mim... E sabe que eu vou estar sempre do seu lado, sempre que você precisar.

– Você... Você promete? – Perguntei-lhe, olhando-o nos olhos. Lass sorriu, ele lembrei-me da época na qual éramos uma dupla, quando pequenos, ele sempre fez de tudo para me fazer sorrir...

Ele aproximava-se mais dela, estava surpresa, mas não recuei. Seunariz encostava no meu, corei com a proximidade. – Eu prometo – Lass disse, antes de unir seus lábios aos meus.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3



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