I love you when I forget about me.

-TSUBAKI!

  Você estupidamente se colocou na minha frente, agindo heroicamente, chamando toda a atenção para si, como se eu não pudesse agüentar o golpe. Mesmo agora eu não consigo ficar bravo, você fez isso por mim.

   Um corredor sem pessoas sempre me foi desinteressante, agora parece a melhor opção.

   Eu não estou com medo!

   Minhas mãos só estão tremendo por causa do frio, mas eu também não ligo pra isso, posso agüentar até mesmo a pior das temperaturas.

-Blackstar.

   A voz do sensei me acordou e eu percebi que já estava de pé há algum tempo.

-Onde está a Tsubaki? Ela está bem?

-Por favor, entre.

   Corri até a cama onde você estava.

-Oe Tsubaki, abra os olhos...

   Nunca me senti tão impotente. Você ainda mais pálida, as agulhas presas em seu corpo e uma máscara para oxigênio. Por que você ficou na minha frente?! Eu podia agüentar. Agindo como se fosse uma arma.

-Não é isso que você significa pra mim...

  Você moveu o braço e puxou a máscara para baixo, abrindo os olhos depois de um longo sono, já era hora, não?

-Blackstar, você está bem?

   Sua voz tão fraca, você deu um sorriso mínimo, meus olhos arderam instantaneamente. Você nunca.... Agindo dessa forma, você sempre fez isso, porque eu só reconheci agora?

-Blackstar, porque você está chorando?

   Chorando? Meus dedos correram automaticamente por meu rosto, de fato ele estava molhado, olhei para o teto procurando alguma infiltração que pudesse causar o gotejamento.

    Sua risada fraca encheu o cômodo. Você sorria mais largamente, como podia? Você quase havia sido partido em duas, e-eu ficaria sem você...

-Blackstar...?

   Em momento algum isso foi uma opção. Você e eu. Não tem ninguém que possa nos separar. Nós... Nós?

   Pensando assim, eu me vejo num palco, falando sobre mim mesmo diversas vezes, Tsubaki nunca saiu do meu lado, mas porque eu não consigo vê-la?

-Blackstar, você está bem?

   Meus pensamentos egoístas são cortados pela sua voz doce chamando o meu nome. Quantas vezes? Quantas vezes essa cena precisou se repetir? Quantas vezes eu deixaria que ela se repetisse a partir de agora?

-Tsubaki...

-Hai?

   Porque você tem que achar que eu quero alguma coisa? Chamar o seu nome não significa nada? O que eu faço por você?

-Tsubaki..

-Hai?

   Seus olhos apertaram enquanto tentava entender o que de fato se passava na minha cabeça, talvez eu só tenha reparado agora; mesmo a espiando no banho algumas vezes; o quão bonita você é.

-Tsubaki.

   Sua expressão se suavizou, seus lábios se torceram para cima num sorriso discreto.

-Tsubaki.

   Mesmo se eu repetisse seu nome durante um dia inteiro, não seria o suficiente. O que me restava? Eu queria fazer tanto por você.

   Eu podia ouvir o som do meu próprio coração naquele quarto silencioso, a minha respiração acelerada como se tivesse corrido por todo o prédio, e um movimento no meu estômago... como se algo lá dentro tivesse... asas?

   Me aproximei tão rápido que seus olhos se arregalaram, eu não pude evitar sorrir, com isso você se acalmou um pouco, encolhendo os ombros sem graça.

   Eu te conhecia tão bem assim?

   Podia ouvir meu coração muito mais claramente agora, e quase podia ouvir o seu também.

-Blac--

  Toda coragem que eu já havia demonstrado, não era nada se comprado ao que estava fazendo agora. Seus lábios se moveram contra os meus, provavelmente querendo protestar, mas eu não estava pronto para explicar a você o que me era inexplicável.

   Seus lábios se moveram quase que num deslize, o que foi suficiente para que eu buscasse ainda mais. Não queria abrir os olhos e encontrar o seu rosto enfurecido, mas também não queria separar nossos lábios, mas eu precisava de ar e foi com um aperto no peito que me afastei o bastante para fitá-la.

  Seu rosto adoravelmente corado. Meu coração querendo sair pela boca é essa sensação não é? Um gosto doce em meus lábios.

-Obrigado, Tsubaki.

  Você piscou seguidamente, confusa a princípio, mas você me entende melhor do que eu mesmo, e não precisou de um minuto para que sua expressão suavizasse e sorrisse para mim.

-De nada, Blackstar.

  Eu sei que não é isso que as pessoas costumam dizer após um beijo, mas você deve saber que tudo isso é muito novo para mim. Talvez eu invente uma palavra pra expressar os meus sentimentos, já que uma pessoa tão grande como eu, não gosta de clichês.

Owari.