Prismodeux, A Cidade Dos Guardiões escrita por AnnySama
Eu fechei os olhos. Sabia que o meu fim era lá, naquele lugar maravilhoso. E sentia meu corpo se separando da alma. Ou era só um pressentimento? De tanta curiosidade eu abri os olhos, e me vi envolta de uma barreira de forças. Do lado de fora da barreira havia ruínas e quadros rasgados, do ladro de dentro, havia eu, sã e salva.
Tentei achar os olhos de Katy, mas o que achei foi só sua mãe erguida sem forças.
Sai da barreira, andei um grande caminho difícil para chegar a Katy, caída com uma coluna de ouro em cima de suas pernas.
-Amy! Você está bem? Eu... Eu consegui... c-certo? - Perguntou ela, fraca.
-Claro! Você sempre consegue! - Disse desesperada.
-Eu sou sua guardiã... Mas estava notando que nunca te salvei... Isso me deixa um pouco mais heróica. - Ela deu um breve sorriso com o canto da boca. - Precisa me fazer um favor...
-Claro! O que você quiser... Katy! - Não sabia se um guardião poderia morrer, mas eu já chorava.
-Vá... Volte para Veneza. Fique com... Harry. - Disse ela. Eu corei como sempre, mas assenti indecisa.
-Vou tirar você primeiro dai! Então nós iremos, juntas.
Tentei remover a coluna, mas era pesada demais. E toda vez que eu mexia nela Katy gemia de dor.
-Circe e Euros podem me ajudar. Aonde eles estão? - Perguntei.
-Eu realmente não sei... Devem estar entre os escombros...
-Vou procurá-los. Espere ai! - Disse, e atravessei de novo o mar de destruição.
Encontrei Circe desmaiada numa pilha de paredes rachadas. Mas nada estava por cima dela.
Ajoelhei-me mais perto.
-Circe! Precisa me ajudar... É Katy. - Disse. A cabeça dela se voltou lentamente para mim. Circe estava extremamente fraca.
-O... que... H-houve com... Katy? - Perguntou.
-Ela não consegue sair debaixo de uma coluna que a prendeu. - Disse. - Precisa ajudá-la.
Circe se levantou cambaleando.
-Onde ela está? - Perguntou.
Eu a guiei até Katy que ainda ofegava de dor.
-Espere, querida, já irei te tirar dai. - Disse Circe.
Ela levantou a coluna por meio de poderes psiquicos e livrou Katy do peso. Ajudei-a a levantar.
-Precisa voltar agora. - Ela me abraçou fortemente. - Nunca serei uma boa guardiã se não te mandar voltar.
-Mas... Katy, onde está Euros? - Perguntei atônita.
-Ele seguiu Zeus para o palácio. - Disse ela. - Volte, por favor. Resolveremos as coisas com Zeus, mas por favor... Volte.
Eu assenti, se era isso que ela queria.
-Katy... Eu te verei outra vez certo? - Disse, chorando.
-Claro! Eu nunca faria isso com você! - Ela me abraçou novamente se despedindo. - Agora vá. - Ela estendeu as mãos e a mesma escuridão tomou conta de meus olhos.
Cai deitada na cama do hotel. Harry ao meu lado com o telefone na mão, ainda não percebera a minha presença.
-EU SEI QUE NÃO É SEU DEVER VER AS PESSOAS, JAKE! ME DIGA AONDE ELAS FORAM! - Gritava ele para Jake no telefone. Então o desligou. Ele olhou para o lado e seus olhos brilharam ao me ver.
-Eh... Oi? - Disse.
-Mas... Mas como? Você não estava ai! - Ele disse. - VOCÊ PRECISA ME EXPLICAR!
Suspirei. Chamei-o mais para perto e contei tudo... Prismodeux, Katy sendo minha guardiã... Seu rosto me fez ficar arrependida.
-Fala serio! - Disse ele debochando. - Serio, mesmo?
-Realmente sim... Eu estava em Prismodeux agora, mas Katy me disse para voltar. - Parei por um segundo e refleti. Será que era certo deixar Katy lá? Com seu pai furioso?
-Preciso voltar. - Disse a Harry.
-Mas como sem os poderes de Katy? - Perguntou.
Parei para pensar.
-Há um lugar... Na floresta. - Suspirei - Em Boston.
Harry concordou em me levar para o aeroporto e vir comigo para Boston.
A viagem pareceu mais curta do que a que fiz com Katy, para ir a Veneza.
O silencio estava extremamente irritante entre eu e Harry. Mas permaneceu assim até chegarmos a minha casa, um pouquinho depois... A floresta.
-Ahn... Creio que não posso entrar - Disse ele.
-Sim... Só os guardiões e seus humanos podem. - Uma lagrima escorreu em meu rosto. - Vai ficar aqui? Mesmo... que eu demore?
Ele me abraçou espontaneamente.
-Vou te esperar aqui... Mesmo que demore anos. Sempre irei te esperar.
Sorri.
-Então poderei ir mais tranquila. - Disse. - Adeus.
No momento em que pisei na grama da floresta, um clarão me cegou e eu cai de novo no campo de margaridas.
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