Strange Kind Of Attitude escrita por Katie Anderson


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

esse capítulo tá gigante. ~le sorry?~



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Capítulo 4

EMILY’S POV

 Acordei com meu celular vibrando. Jenn havia me mandado uma mensagem de texto: “Bom dia! Não esquece que teremos um show às dez e sairemos de Philadelphia pra irmos pra Atlantic City à tarde. Beijos, Jenn. PS.: Onde você passou a noite, que eu não te encontrei em lugar nenhum, hein, sua depravada?”

Como assim?

Olhei ao redor. Eu estava numa cama. Num quarto. Meu sutiã estava na maçaneta da porta. Minha calcinha, jogada no chão. Vi de relance uma das minhas botas. Meu vestido, sabe Deus aonde foi parar.

Com medo de olhar pro lado, levantei silenciosamente e me vesti. Coloquei uma camisa de botão masculina, pois ainda não havia encontrado meu vestido.

Olhei pra cama. Quem quer que tenha passado a noite comigo, está completamente coberto pelo lençol. Curiosa, puxei-o lentamente.

– MAS QUE PORRA ACONTECEU AQUI? – Gritei, fazendo Alex cair da cama.

– AII, Emily! – Disse, passando a mão na cabeça. Provavelmente ele estava sentindo uma mistura de dores: além da mega ressaca, acabou de levar uma pancada na cabeça, então…

Alex pareceu notar a que eu me referia, e vestiu a sua boxer rapidamente. Depois ficou me encarando, com uma expressão estranha.

– Emily… – Lá vem ele, querendo se explicar. Eu já conhecia muito bem o discurso: “Emily, não foi culpa minha. Eu estava bêbado!”, “Olha, Em, me desculpa, sério, eu faço qualquer coisa pra me redimir!”, blá, blá, blá. – …porque você está com a minha camisa favorita?

Idiota.

– Alex. Eu não ligo pra droga da sua camisa! Por acaso você se lembra do que aconteceu noite passada?

A expressão dele mudou. Finalmente, ele resolveu usar o cérebro para os seus devidos fins.

– Pizzaria… – Ele tentava puxar da memória a noite de ontem – Festa… Liz deslizando feito um pingüim… – Ele começou a sorrir com a lembrança, até se tocar de alguma coisa. – TEQUILA. – Agora seus olhos estavam arregalados. Ele olhou pra mim, depois pra cama, depois de volta pra mim, que levantei uma sobrancelha. – DROGA!

Bingo, Gaskarth.

– Pois é, droga.

– Emily, eu… Eu não… Olha, não era a minha intenção e… – Ele suspirou, parecendo derrotado. – Droga. – Repetiu baixo, mais pra ele mesmo do que pra mim.

– Tá bom, Alex, eu já estou acostumada com esse tipo de coisa… – Ele me encarou assustado. – …VINDO DE VOCÊ. Eu preciso ir, tá legal? – Me virei, peguei minha bolsa e fui, sem nem ligar para o comprimento daquela camisa que estava vestindo. Olhei pra trás uma única vez, para ver um Alex muito sério me fitando.

Verifiquei meu relógio. Nove e quinze. Ótimo. Notando que estava sem tempo, simplesmente saí da suíte e peguei um táxi, preparando meus ouvidos para quando chegasse ao ônibus.

Não demorei muito pra chegar. O ônibus não estava no mesmo lugar de ontem, e sim mais perto do lugar onde seria nosso próximo show. Por sorte, Jennifer havia me mandado o endereço por mensagem.

            Quando cheguei, vi que todos, menos Annie estavam acordados. Lizzie ainda estava de pijama, e conversava com Jenn, que fazia babyliss no cabelo. Bem, algo me diz que eu cheguei na hora certa do banho.

            – Turner! Finalmente! – Jenn me cumprimentou, quando eu entrei. – Então, onde você estava? – Ela me lançou um olhar malicioso. Lizzie levantou as sobrancelhas.

            – Hm, não quero falar sobre isso agora, ok? – Ambas concordaram. Annie dormia no bunk dela, e tinha uma pessoa no meu. Pensei que poderia ser Saporta, já provavelmente ele deve ter ficado super bêbado na noite passada e Annie deve ter deixado ele passar a noite aqui. Como minha toalha estava na mesinha ao lado do meu bunk, me aproximei com a intenção de pegá-la.

            – Porra! Nem pra me avisar que o Jack estava aqui? – Perguntei, fazendo o segundo cara do All Time Low cair da cama num único dia.

            – Emily! – Ele gritou. – Claro, só você pra acordar as pessoas delicadamente assim.

            – Jenn! O que o Jack faz aqui?

            – Emily! Ele precisava de um lugar pra ficar, eu não ia deixar ele sozinho bêbado, e ele disse que a porta da suíte que ele e o Alex estão estava trancada… – Ela enfim notou o que eu estava vestindo. – Vestido branco, bota marrom e óculos preto. O que eu falei sobre você se vestir sem a minha supervisão, Em?

            Com isso até Annie, que dorme que nem uma pedra, acordou.

            – Se não está na minha vez do banho, por que me acordaram? – Reclamou. – Em, que roupa é essa?

            – É, achei que estivesse com um vestido floral ontem. – Lizzie parecia confusa.

            – Espera, essa não é a camisa do Alex? – Puta. Que. Pariu. Jack, será que um dia você vai aprender a ficar de boca fechada?

            Todas me olharam perplexas.

            – O show é em meia hora. – Tentei sair do assunto. – Jack, vaza que eu preciso me arrumar.

            – Tem certeza de que quer que eu saia? Já tá virando uma tradição, não é? – Ele sorriu. – Afinal, você não tem nada que eu não tenha visto.

            Todas riram, e eu apenas fuzilei Jack com o olhar. Ele vestiu sua camisa e saiu, mas algo me disse que ele me procuraria depois pra explicações. Pois é Em, o inferno te aguarda.

            Não mesmo, o inferno já estava ali.

            – Camisa do Alex?

            – Onde você passou a noite?

            – Cadê seu vestido?

            Eu simplesmente andei em silêncio até o banheiro. É, aparentemente elas não iriam receber explicações até o fim do show. Espero que elas estejam cientes disso.

Estávamos prestes a entrar no palco, enquanto Hillary nos dava as instruções finais. Ah, eu não esqueci, apenas estou esperando o momento certo pra falar sobre a turnê. Que provavelmente será após o show. Mas algo não saía da minha cabeça: o que aconteceu noite passada? Além do óbvio, eu quero dizer.

            A banda de abertura se preparava pra sair do palco. Segurei meu colar com o pingente da caveira com a coroa (o símbolo da banda, cada integrante tinha um). Fazia tempo que eu não ficava nervosa antes de um show.

            Ao entrarmos, o público vibrava. Acho que a competição entre Lizzie e Jack estava surtindo algum efeito, eu nunca tinha visto tantos cartazes dedicados a ela. Antes que eu me distraísse com alguma outra coisa, Jenn começou com os acordes de You’re Such a Hopeless Boy. Comecei a cantar, enquanto mil pensamentos vinham à minha mente.

            – Baby, everything you do, I Just can’t stand it all… – Comecei, com Jenn me acompanhando no backin’. Sério, como eu fui parar na suíte do Alex? Não é possível que eu tenha bebido tanto assim.

            Lizzie se empolgava na bateria. Jennifer me olhava, nervosa. Mas isso também é culpa dela. Quem mandou aceitar Jack nos levar pra aquela maldita festa? Por que Alex resolveu beber comigo? Por que diabos eu resolvi beber tequila? A sorte é que vamos embora de Philadelphia hoje, e eu não vou ter mais que pensar em All Time Low por um tempo.

            Então eu notei que estava tudo silencioso demais.

            A MÚSICA! Merda, eu tinha esquecido que estávamos num show, Jenn devia estar cantando sozinha enquanto eu fazia o mesmo acorde há uns 5 minutos! Alex por favor, por favor, saia da minha cabeça.

            Voltei a cantar, mas apenas metade da platéia acompanhava. Ops, acho que eu devia mesmo começar a esvaziar minha cabeça antes dos shows. O que me faz voltar à minha nota mental: nunca beba na véspera de um show. Isso certamente trará consequências.

            Posso dizer que o show não correu exatamente como eu planejava. Vejo até as manchetes amanhã: “Vocalista da SKA se distrai no início de show.”, “Emily Turner esquece letra na primeira música!”, e por aí vai.

            Acho que não vamos voltar à Philadelphia por um bom tempo.

            Como de costume, Jack nos esperava depois do show. Ele disse que queria conversar mais um pouco antes de voltar pra Baltimore. Para o meu alívio, Alex não estava com ele.

            Annie queria aproveitar o tempo que restava com Saporta, então foram andar por aí (sei. Depois eu que sou a depravada). Lizzie é Lizzie, sabe-se lá o que ela estava fazendo. É bom que ela esteja no ônibus quando partirmos para Atlantic City.

            Aproveitando o momento sozinhos, nos sentamos no sofá. Já passava da hora do almoço e ninguém ali tinha força de vontade pra sair, então pedimos comida chinesa.

            – Então, cadê a Baker? – Jack perguntou.

            – Saiu com o Saporta. – Jenn respondeu e ele fez uma careta.

            – Aquele gay. – Ri. – Você viu como ele estava entretido naquela conversa sobre os novos scarpins da Jimmy Choo?

            – Não! – Jenn exclamou, perplexa.

            – Foi, a Annie conversava sobre isso com a Hillary e Gabe prestava muita atenção.

            Jenn e eu começamos a rir, e Jack nos encarava. Ok, provavelmente ele não sabia do que estávamos falando.

            – É Jack. – Jenn falava pensativa. – Tinha certeza: o Gabe estava mesmo dando em cima de você. – WTF?

            Jack riu nervoso.

            – Estou perdendo alguma coisa aqui? – Perguntei.

            E então a Jennifer me contou sobre a cantada do Gabe.

            Três palavras: Ai. Meu. Deus.

            – Você está no PONTO?! – Ri muito alto, e Jennifer me acompanhou.

            – Outra amiga que me apóia. – Resmungou Jack.

            A gente ria tanto, TANTO, que mal conseguia respirar.

            – Parem de rir, porra! – Ok, o Jack estava começando a ficar irritado. Acho melhor pararmos mesmo.

            – Isso foi tão… Wow! – Exclamei.

– É, completamente WOW! – Jenn concordou, sorrindo, e a vítima sentada ao meu lado se limitou a revirar os olhos.

– O que é wow? – Annie se juntou a nós, nos assustando.

– Erm… A barriga do Ian Somerhalder! – Falei a primeira coisa que me veio à cabeça.

– É! Sabia que ele modelava pra Calvin Klein? Tipo, a linha underwear? – Jenn tentou me completar.

– EI! – Jack gritou, nos fazendo lembrar da sua presença.

Jenn e eu não agüentamos, começamos a rir ainda mais. A Ann, como é lesa, nos acompanhou. Pobre Jack. Já tinha tido sua sexualidade posta em prova vezes demais numa única semana.

Não demorou pra que a Liz chegasse, com cara de decepcionada. Ela não parecia muito afim de conversa, então nem tocamos no assunto.

Dez segundos depois, Hillary chegou completamente sorridente e animada.

– Boa tarde, meninas! Que bom que encontrei todas aqui. Precisamos falar sobre…

– EI! Será que ninguém nota que eu sou um HOMEM? – Jack explodiu. Pra variar, Jenn e eu começamos a rir. Hillary, sem entender, se desculpou.

– Hum, desculpa Jack. Refazendo: Boa tarde meninas e Jack! – Ela o encarou. – Melhor assim?

Ele assentiu. Hillary continuou encarando o rapaz em silêncio.

– O quê? – Ele perguntou e ela abriu a porta. Indireta, mode on.

– Ok, eu saio. – Ele colocou as mãos pra cima, em sinal de desistência. Coitado do Jack. Depois o recompensamos. Ele se despediu de todas nós, deu um beijo na bochecha da Jenn e saiu.

Então Hillary começou:

– Então, gente…

– HILLARY! – Interrompi-a – COMO VOCÊ NÃO ME CONTOU QUE A ALL TIME LOW ESTARIA PRESENTE EM 80 POR CENTO DA NOSSA TURNÊ?

– Calma, Em. Ela sabia que você teria essa reação. – Disse a Annie, me fazendo virar para as minhas companheiras de banda.

– Você sabia? – Ela assentiu. Olhei ao redor. – Alguém mais sabia?

Todas assentiram. Ótimas companheiras, essas.

– Filhas da mãe! – Gritei. – Porque ninguém me contou?

– A gente sabia que você não ia reagir bem. – Falou a Jenn, olhando calmamente pras unhas.

– Ela até reagiu melhor do que eu esperava. – Hillary refletiu, sorrindo depois. – Então, o que eu queria dizer é…

– Hill? – Uma voz masculina ecoou, e então uma cabeça apareceu. – Posso falar com você?

– Ai. – Disse Jenn.

– Meu. – Disse Ann.

– Deus. – Disse Liz.

– Garrettt Nickelsen. Que honra traz você até nosso ônibus? – Perguntei perplexa.

– Você ainda não falou com elas? – Nickelsen perguntou.

– Ia falar agora, mas você me interrompeu. – Nossa empresária o lançou um olhar sugestivo.

– Ah! Desculpe! – Ele parecia envergonhado, mas sorriu. – Espero lá fora, então.

Assim que ele saiu nos viramos para ela, curiosas.

– Então, Hill, tem algo que você queira nos contar? – Jenn perguntou, fazendo Hillary corar com a menção do novo apelido.

– Erm… Então, numa reunião ontem eu assinei uns documentos com Tim Kirch. E agora… – Ela fez uma pausa dramática. – Sou a nova empresária auxiliar da The Maine!

– E isso tem a ver com a gente porque… – Começou a Ann.

– Ou, tapada! – Jones deu um tapa na cabeça dela, que fingiu cara de dor – Isso quer dizer que a The Maine vai acompanhar a gente na nossa turnê mundial!

Estou começando a ficar com medo. Tenho a impressão que os fãs vão comprar os ingressos por causa das bandas coadjuvantes.

Ao ver que todas nós ainda tínhamos expressões confusas, Hillary continuou:

– Isso não quer dizer que eu deixei de ser empresária de vocês. Sou apenas auxiliar do Tim, minha banda oficial ainda é a SKA. A única coisa que mudou é que agora vocês vão ter que passar mais tempo com os meninos, por causa das turnês e shows que farão juntos. – Ela hesitou. – E sim, complementando a Lizzie, a The Maine vai acompanhá-las na turnê.

Ok, isso foi chocante. Olhei para as meninas. A Liz sorria. Provavelmente estava gostando da ideia. A Ann parecia ainda estar processando a informação. Como sempre. Ela demorava a entender as coisas, mesmo. A Jenn estava com uma expressão péssima. Ao que parece ela não estava achando tudo isso tão legal quanto Liz. Provavelmente, eu estava com uma expressão de surpresa. Digamos que nós não estávamos esperando por isso.

– Vamos, estão nos esperando lá fora. – Hillary se dirigiu até a porta e nós a seguimos, ainda um pouco perplexas.

Acho que é meio óbvio dizer quem nos esperava do lado de fora.

Toda a banda e o Tim estavam sentados nuns bancos que tinha ali próximo.

– Então, esses são Pat Kirch, Tim Kirch, Jared Monaco, Kennedy Brock, Garrettt Nickelsen e John O’Callaghan.

Revirei os olhos, sorrindo.

– Nós sabemos.

– Garotos, essas são Emily Turner, Jennifer Moore, Annie Baker e Lizzie Jones. – Hillary continuou. – Strange Kind of Attitude, The Maine; The Maine, Strange Kind of Attitude.

– Nós sabemos. Hillary, somos famosos. – Kennedy riu.

– Ah que seja. – Ela se virou e foi resolver umas coisas com o Tim. Mesmo com aquele clima meio tenso, fomos conversar com os meninos. Ou, devo dizer, eles vieram conversar com a gente.

– Hm, então? Emily, não é? – Kennedy me perguntou. Sorri afirmando. Não sei porque estava nervosa, era apenas Kennedy Brock, não o Johnny Depp.

Jared conversava com a Ann, e Liz estava super entretida numa conversa sobre baquetas com o Pat. A Jenn falava com o Garrettt, que assentia a cada 5 segundos. O’Callaghan, coitado, estava sozinho, e desviou do caminho da Jenn assim que viu o olhar que a mesma lançou pra ele. Então, ele veio conversar comigo e com o Kennedy.

– Aí eu disse: Jared, eu falei pra… E aí, John! Como vai, cara? – Cumprimentou.

– Kennedy, eu estava conversando com você há 5 minutos. – John olhava pra ele, irônico.

– Ah é… – Kennedy é meio idiota. Mas ainda assim é fofo.

– John. – Ele estendeu a mão sorrindo. Nossa. Ele é ainda mais lindo de perto.

– Emily. Em. – Corrigi-me, apertando a mão dele.

– Então, de onde vocês são?

– Los Angeles.

– Cara, legal! Me diz uma coisa, Em… – Começamos uma conversa sem fim aparente, eu, John e Kennedy. Depois, Liz e Pat juntaram-se a nós.

John é legal. Não sei por que Jennifer olhava pra ele com tanto desgosto.

–FLASHBACK ON– (5 minutos atrás)

JENN’S POV

            Quando a Hillary anunciou ser a empresária auxiliar do Tim Kirch, eu pensei: com tantas bandas por aí, Hillary faz amizade logo com o empresário da The Maine? Qual é o problema de, sei lá, Panic! At The Disco?

            Claro, o Garrettt é o baixista mais fofo da história, mas a banda não está no meu Top 10.

            Especialmente o vocalista.

            Digamos apenas que eu não vou com a cara desse John “Ohh”. Aquele sotaque ridículo me irrita. Aquelas músicas são… não sei. Simplesmente não gosto dele. Mas vou tentar ser simpática, né. Fazer o quê.

            – Oi. – Ele disse. Parecia desconfortável, então olhei ao redor. Provavelmente, ele veio falar comigo porque era a única sozinha. Em estava com Kennedy, Liz com Pat, Ann com Jared, e o Garrettt… bem, parece que nossa empresária conquistou o coração de um certo rapaz.

            – Olá. – Apesar das circunstâncias, tentei sorrir. Preciso me concentrar. Afinal, não há nenhum motivo para eu “não gostar” do John. Minha atuação precisaria ser convincente. O olhei de cima a baixo. Pelo menos o cara é estiloso. – Hm, gostei da camisa.

            – Ah, obrigado. – Ele pareceu achar estranho. – Os caras não gostam muito dela.

            – Eles não entendem de moda. – Disse, simplesmente.

            – Então… – Aparentemente, ele estava se esforçando para manter a conversa. Que coincidência. – Você toca.

            – É. Guitarra. E você canta.

            – Exato. – Pausa. Ele parecia estar escolhendo as palavras. – Eu não sei se nosso público é o mesmo. Fico pensando se vai dar certo uma turnê com as duas bandas.

            – A ideia de os meus fãs gostarem da sua música não é mesmo muito boa. – Droga. Eu, definitivamente, era péssima em disfarçar minhas opiniões. Mas estava sendo realmente difícil ser legal com o cara. John me encarava, meio surpreso.

            – O que exatamente você quer dizer com isso? – Infeliz. Tinha esperanças de que ele não tivesse ouvido minha última frase.

            – Nada. – Disse, rápido demais. Céus, ainda bem que eu nunca quis ser atriz. John levantou uma sobrancelha, começando a me tirar do sério. Fiz o mesmo, em desafio. Quer saber? O O’Callaghan não precisa da minha simpatia. Ninguém pode dizer que eu não me esforcei. – Olha, é só uma opinião pessoal, tá legal?

            – Você não gosta da minha banda. – Ele falou, ainda me encarando com aqueles famosos olhos verdes.

            – Não. – Respondi, séria. Ficamos em silêncio. Alguma coisa me diz que o vocalista a minha frente compartilha os mesmos sentimentos por mim que eu por ele. Mas que ótimo.

            – Você é mesmo chata. – Ele disse, depois de um minuto. Mas quem ele pensa que é pra me ofender, agora?

            – Ah, é claro. Só porque eu não gosto da sua banda. – Falei, sarcástica.

            Mas ele apenas riu, e foi embora na direção da Em e do Kennedy, me deixando no mínimo furiosa. Respirei, e depois de me acalmar, fui falar com Garrettt, que continuava sozinho olhando de relance para a Hillary e o Tim.

–FLASHBACK OFF–

EMILY’S POV

            Foi uma coisa tosca, eu sei. Hillary joga essa bomba em cima da gente, nos apresenta pros maines e, quando estamos super entretidas na conversa, simplesmente os “expulsa”, dizendo que temos que partir logo pra chegarmos tranqüilas em Atlantic City.

            Que pena, eu estava adorando conversar com o John e o Kennedy. Eles disseram que só vão embora amanhã à noite, então eu tive a brilhante ideia de eles irem conosco até AC, e como eles iam voltar de avião, e não tinham feito um check–in adiantado nem nada do tipo, eles podiam pegar um vôo lá mesmo.

            – Não! – Disseram Jennifer e John ao mesmo tempo, fazendo todos olharem pra eles confusos.

            – Hm, Jenn? Por que não? – Perguntou a Ann.

            – Não sei se temos espaço suficiente e… – Ela começou.

            – E não queremos incomodá-los. – John, super fofo, sorriu.

            – Ah, que isso. Temos um ônibus enorme, com oito bunks… – Que é onde enfiamos as malas, mas beleza, podemos mudá–las de lugar. – …e um sofá super confortável. E não vai ser incômodo nenhum, O’Callaghan! Teríamos que ficar mais próximos cedo ou tarde, né? – Respondi, pura simpatia.

            – Que fosse mais tarde. – Jennifer resmungou. Ela estava do meu lado, por isso acho que só eu ouvi.

            – Ótima ideia. Eu quero o bunk de cima! – Garrettt gritou, e entrou correndo no ônibus, sendo seguido pelo resto, que já brigava pelos lugares. Menos o John, que parecia desconfortável. Quando vi que a Jenn ia entrar, puxei-a pelo braço.

            – Aonde você pensa que vai, mocinha? Precisamos conversar.

            – Em, agora não é a melhor hora; que tal se…

            – O que tá rolando entre você e o John? – Fui direta. Todo mundo sabe que a Jenn detesta enrolação. Ao que parece, peguei-a de surpresa.

            – Entre eu e o John? Eu acabei de conhecer o cara!

            Revirei os olhos.

            – Jenn! Eu te conheço, muito bem por sinal, tá legal? Você geralmente me conta esse tipo de coisa.

            – Beleza, então me diga onde você esteve noite passada, senhorita depravada-que-apareceu-com-uma-camisa-masculina-e-sem-vestido-pela-manhã.

            Merda. Ponto pra ela.

            – Você conhece minha história com o Alex. – Murmurei. – De todas as outras você é a que sabe mais detalhadamente o que aconteceu. E não fuja do assunto. – Acrescentei, assim que a vi abrir a boca. – O que está rolando entre você e o John? – Repeti a pergunta.

            – Eu o conheço a pouco mais de uma hora, Emily. Nem deu tempo de rolar alguma coisa!

            – Quer dizer que se você tivesse mais tempo teria rolado?

            Há! Agora eu a deixei sem palavras.

            – Em…

            – Eu bebi tequila ontem. Simplesmente acordei na cama do Gaskarth essa manhã. Não encontrei meu vestido e não queria chegar atrasada, então vesti a primeira coisa que eu vi, que por acaso era a camisa do Alex. Não sei o que aconteceu naquele quarto, mas sinto que o Alex lembra de algumas coisas. Afinal, você sabe como eu sou com tequila. Também não sei se eu quero saber o que aconteceu ali. – Respirei, enquanto ela me encarava perplexa. – Anda. Sua vez.

            Ela respirou fundo e, após uma breve hesitação, começou:

            – Nada de mais, sério. Eu não sei bem o que aconteceu, o John veio falar comigo, e eu nunca fui com a cara dele. Eu até tentei ser simpática, mas com ele é impossível. E eu já estava estressada pelo fato de logo a The Maine nos acompanhar na turnê, e você sabe que eu não suporto gente idiota quando eu estou sem paciência…

            – Ainda assim é a melhor amiga do Jack. – Murmurei, fazendo-a sorrir.

            – Então, ele começou a ser ridículo e eu comecei a ser grossa… – Ela hesitou – Só sei que eu não estava afim de passar a noite no mesmo local que ele. E aposto que o sentimento é recíproco…

            – Jenn – Interrompi–a. – Hillary assinou um contrato com o Tim. Isso significa que a gravadora provavelmente vai nos obrigar a sair um monte de vezes com eles, você sabe como é a regra da publicidade. E, como Lizzie disse, eles estarão conosco na turnê mundial. Você vai ter que se resolver com o John mais cedo ou mais tarde.

            – Mais tarde, por favor,

            – Isso é com você. Vamos, não queremos que eles viajem para Atlantic City e nos deixe aqui em Philly. – Ela sorriu e me acompanhou, enquanto dizia, indignada:

            – E que história é essa de “eu não sei onde meu vestido foi parar”, senhorita Turner? Trate de recuperá-lo, garota! Nenhuma peça do nosso closet some assim, sem mais nem menos. Não com a minha supervisão!

Droga.

– Deixe-me pensar. – Disse Garrettt.

– É claro, você é o mais lerdo, Garry. – Kennedy riu.

– Fala sério, deixem de implicância. – Eu, no meio das gargalhadas.

– Garanto que você é mais esperta que ele! – Foi a vez do Jared.

– Hoje eu estou afim de Bacon… – Filosofou o Pat.

– I quando você não está? – Disse Liz. Todo mundo riu com isso.

Estávamos brincando de Conversa Alfabética há quase uma hora. Havíamos combinado que não haveria “erros”, só pra ficar mais engraçado.

– Jumenta, a preposição é “e”, e não “i”. – Rebateu Annie.

– Lógico que não. – Garrettt defendeu Liz, dando uma piscadela na direção da mesma.

– Mas nem pense nisso! – Ela disse, fazendo todos gargalharem.

Apenas a Jennifer não estava conosco. Ela disse que estava cansada e foi dormir. John mal abria a boca pra falar, como se sua presença fosse descartável.


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