The Black Widow - O beijo da morte escrita por Batatisa


Capítulo 1
Prólogo - Selando destinos


Notas iniciais do capítulo

Capítulo beem leve para começar, o crime propriamente dito só virá a acontecer no capítulo um.



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Era tarde da noite, os sinos empurravam-se em busca de espaço para assistir a glamurosa cerimônia. Seus timbrados ecoavam pelo grande salão branco-perolado, folhas rubras e laranjas amontoando-se em buquês e nem meia pétala presente. Dúzias de pessoas lustrosamente vestidas trafegavam entre cadeiras douradas, a maioria da Alta Sociedade. Giravam exibindo os luxuosos vestidos e ternos para a imprensa penetra ("Não fui clara ao dizer que não queria repórteres?!", esbravejava uma velha senhora com os seguranças, que infinitamente desculpavam-se, "é a ultima vez que conseguem um emprego descente, anotem minhas palavras!"). Um tapete negro estendia-se por todo o corredor central, dividindo os assentos e transeuntes em duas alas, verdadeiras florestas cinzentas bordadas em sua extremidade (como os desenhos cuidadosamente esculpidos por ondas em certos trechos litorâneos). Havia também uma pequena orquestra reunida em um canto da sala, composta por dois violinos, um piano de calda, uma flauta transversal, uma bateria e seus respectivos musicistas. Por demais apenas um arco adornado com fitas e folhas outonais erguido sobre o altar - um típico casamento da elite.

Segundo a segundo o tempo passava e a impaciência dos convidados ia tomando forma em seus balburicos cada vez mais audíveis. Todos foram instantaneamente cessados quando a primeira nota foi assoprada pelos instrumentos, os olhares erguidos para a entrada e os traseiros colaram-se na arquibancada, pois sim, aquilo para eles era um espetáculo, não uma cerimônia entre amigos para ser comemorada - apenas poucos alegravam-se com a união entre os noivos. O motivo? Nele parte da mente de Theodor Youngley, o futuro-acorrentado, como diziam seus amigos, concentrava-se agora, mais especificamente em uma conversa macabra que tivera com sua irmã.

_Você não sabe no que está se metendo, Teddy!

_Ah, vai dizer que você também quer que eu fique solteiro para sempre! Vai sentir falta do seu maninho predileto, Aninha?Ela soltara uma risada escandalosa.

_Avá! Deixa de ser metido a importante, não estou nem me lixando para o que você vai fazer com sua p**** de vida.

_Então essa conversa é totalmente desnecessária.

_Só acho que você devia ser avisado, já que jornal é uma palavra que não existe em seu dicionário.

_Para quê eu deveria me preocupar com as lamurias de uma ralé?

_Pois aí ao menos saberia da história de sua adorável noiva.

_Que foi? Ela por acaso é uma assassina fria e sanguinária?_Há quem creia.

_Agora eu é quem digo: Avá! Elise não quis colocar flores em nosso casamento por dó das plantinhas, infestando-o de folhas mortas.

_Olha, só ouve: Por que acha que uma garota assim é solteira aos 25 anos sendo que o sonho de sua vida é passar o resto da existência lavando cuecas? Não é por acaso! Ela já foi casada 6 vezes!

_Que tem de tão podre nela para fazê-la separar-se tanto?

_Ela não separou-se.

_Vai dizer-me que ainda é casada.

_Todos morreram.

_Puta que pariu...

_É, eu sei. O primeiro foi assassinado a sangue frio, o segundo atropelado. O terceiro não sabia que era alérgico a um tipo exótico de tempero, foi a um restaurante e pá! Morreu também. O quarto teve um tac cardíaco na Lua de Mel, o quinto desapareceu por uma semana e surgiu mutilado no jardim da própria casa, de modo parecido ao do sexto, que foi esfaqueado na própria casa. Nenhum dos crimes foi solucionado, não havia nem uma mínima pista de quem poderia tê-los matado, exceto naqueles poucos casos em que a morte aproximava-se ao menos um pouco do normal. A única prova eram o sangue e os cadáveres, vez ou outra a arma, retirada do próprio lar dos indivíduos.

_Pessoas morrem todos os dias, é só uma coincidência meio funesta!

_Ouça o que ou digo, Teddy, tem algo de errado com essa garota.

_Ah, não me amole, Ana! Não me amole!.

Essa ultima frase da irmã agora invadia-lhe furtivamente os pensamentos, impedindo-o de concentrar-se plenamente no que devia ser o dia mais feliz de sua vida. O sussurro, entretanto, esvairiu-se quando a orquestra começou a tocar Nova Sinfonia, a noiva e suas damas adornando ainda mais o cenário. Um sorriso contagiante estendia-se ponta a ponta de seu rosto, os cabelos negros presos em coque e o corpo emoldurado pelo clássico vestido branco (quase tão belo quanto a dona). Em breve esta.ria selando com um beijo o destino sangrento de mais um pretendente.


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Notas finais do capítulo

É cientificamente comprovado que reviews fazem-me escrever mais rápido e... -nn



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