Apolonyx escrita por Veneficae


Capítulo 9
Conversa com minha mãe poderosa - consertado


Notas iniciais do capítulo

Antes saiu errado, maus.



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Já tinha se passado horas desde que Yudy e Ino estavam na Casa Grande. Eu os esperava sentada no primeiro degrau, observando algumas jogadas de uns semideuses na quadra de tenis.

– Dafni?

Me virei.

– Pierce! - me atirei nos braços dele... quer dizer, o abracei.

– Onde você estava? Não a vi na Captura de Bandeira e nem em lugar nenhum. - disse o garoto, me afastando.

As pessoas em volta olhava esquisito.

– Estava com meus... amigos. Os recém-descoberto filhos de Hades.

– Os Katana? Dafni, eles não são gente boa.

– E você? Onde esteve que só agora veio me procurar? O acampamento não é tão grande.

– Jena estava falando algo sobre você dar em cima de mim.

– Hum, por causa da minha irmã.

– Isso... o que?! Como soube?

– Não importa agora. - eu não queria causar o fim do relacionamento dos dois e dar maus um motivo para Jena me odiar.

















Então a estátua desceu do pedestal de pedra e limpou o pó de suas vestes.

A mulher branca (literalmente), cabelos azuis arroxeados, olhos mais negros do que o vazio sem fim, boca vermelho sangue e usava uma capa longe da cor da noite. Quando abriu os braços em minha direção, modesta, percebi várias tatuagens - inclusive de uma lua crescente e um nome:

Nýchta, é claro.

– Olá, Pandora. - se aproximou. - Nunca me viu, então não me acho no direito de te chamar de filha.

Apontei para a tatuagem do nome no seu pulso.

Ela olhou, respirou fundo e disse.

– Sabia que uma hora iria perguntar sobre... ela.

– Minha irmã, pelo jeito né? - ri, sem humor. - Famosa.

– Corajosa, na verdade. - sorriu. - Qual são suas primeiras perguntas?

Olhei bem no fundo dos olhos dela, a mulher minha mãe original que parecia uma vampira.

– Primeiro: Por que teve que usar o corpo da minha mãe humana? Se me protegia, por que nunca apareceu? Só para dizer um “oi”! E Beccs? Como ela entrou nessa fanfic... quer dizer, nessa história? O que tanto aconteceu no passado para todos acharem que sou um tipo novo de deusa?

Dessa vez, ela riu.

– Essas são muitas perguntas. - gargalhou. - Mas tudo bem. Dezesseis anos de dúvidas, acho que posso responder. Sente-se - num único movimento, Ted's mais escuros do que os da fonte se transformou em dois banquinhos.

– Prefiro em pé.

– Admiro sua resistência, mas sente-se.

Sentei na hora.

– Melhor assim. - cruzou as pernas, uma sobre a outra. - Respondendo a primeira pergunta, seu pai estava já rondando a vida da sua mãe mortal. Só vi essa opção para conseguir o que queria.

– Isso foi estupido, ignorante e egoísta.

– Eu sei.

– Você podia ter livrado minha mãe desse fardo que sou... somos... tanto faz! Ela agora não correria perigo por coisas mil vezes mais forte do que si e não estaria nessa enrascada toda ao ponto de ter de fugir de casa.

– Mas me apaixonei, Dafni. Naquela hora nada me importava, nem meus milhares de anos de sabedoria, eu sabia o que queria e atingi minha meta. Apesar de tudo, não me arrependo de ter tido vocês. Só me arrependo amargamente de não ter protegido mais sua irmã.

– Como ela morreu?

– Érebo, meu irmão gêmeo e pai dos meus vinte e poucos filhos. Estava adormecido submerso no Rio Aqueronte, mas alguém muito idiota o tirou de lá sem que Hades percebesse essa traição em seu próprio reino. Quando ele soube que tive vocês com Apolo, meu irmão deu uma bela lição no seu pai e foi atrás da sua irmã, Dafni. Eu não pude fazer nada, ela estava fora do meu alcance. Eu sinto muito, mas muito mesmo. - era fria, mas pude sentir um toque de amargura na voz. - Bani novamente Érebo para o profundo do rio e reforcei a segurança.

– Mas porque...

– Próxima pergunta. - falou, autoritária. - Eu sempre te protegi, desde de que nasceu. Só não apareci porque os deuses estão loucos para me banir, me aprisionar, dê o nome que quiser. Sabem que sou forte demais, sabem que tenho influencia em todo mundo e com todos os deuses. Todos estão e sempre ficaram apreensivos enquanto eu viver.

– Você sabe o segredo e como tirá-lo da imortalidade.

– Uhum, mas como sabe?

– As parcas me disseram. - me toquei. - Aliás, uma delas foram sequestradas! Me pediram ajuda, mas eu...

– Próxima pergunta.

– Mas eu queria...

Proxima pergunta, por favor.

Suspirei.

– Respondendo, Rebecca era amiga da sua irmã. E se ofereceu para te ajudar a enfrentar esses tempos difíceis.

– Mas já faz dez anos que Beccs é minha amiga. Isso quer dizer que...?

– Sua irmã morreu aos doze anos.

Doze anos?!

– Muito nova, eu sei. Mas Nýchta parecia muito mais velha do que transparecia, entendeu quanto explicamos que era semideusa aos sete anos e se tornava uma grande maga quando foi assassinada.

– Mas era uma mera criança!

– Uma pré-adolescente, vamos concordar. Nova, mas quase uma adolescente. Sua irmã tinha uma mente avançada e avançou muito mais quando descobriu quem era. Como se despertasse de um sonho, sentiu-se em casa quando veio para cá. Contamos a ela quando tinha sete anos porque sete é um número de sorte na magia, talvez por isso dera tudo certo no começo. Ela veio para cá, teve uma breve preparação de dois anos e então veio viver comigo.

– Por que?

– Escolheu. Simplesmente escolheu. Então aprimorei sua magia, se tornava uma maga elementar quando... em fim.

– O que tanto aconteceu aqui enquanto ela esteve como campista no acampamento?

– Próxima pergunta.

– O.k. - eu já tinha me acostumado com as mudanças repentinas de assunto e autoritarismo.

– Então a última. Por Nýchta ser tão...

– Lendária?

– Eu ia dizer forte misticamente, mas serve. Por isso, depois da morte dela, você apareceu e mostrou suas habilidades. Querida, todos acham que você simplesmente vai continuar o caminho da sua irmã e se tornar o que ela não pode ser.

– Isso quer dizer que...?

– Alguns tem inveja, outros querem se aliar a você ou estão esperando que algo extraordinário aconteça. Como Érebo sair do Rio Aqueronte de novo ou algo do Gênero, que por Deus nunca aconteça. - respirou fundo. - Mais alguma pergunta?

Revi toda a conversa.

– Não vai me dizer mais nada sobre minha irmã?

– Há, há, não.

– E as parcas? Eu preciso saber! Estão correndo perigo!

Suspirou.

– Não, não estão.

– Como assim?

– Eu achei que seria... esforço demais pra você, que acabou de saber quem você é. Pensei que a ajudaria, já que não posso te ajudar aqui no acampamento. Sei que deve estar difícil aqui.

– Você não - respirei fundo, mas não consegui me acalmar. - VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO!

– Eu só pensei que...

– Pois não pense mais! - me levantei. - Elas pediram ajuda a mim! Eu ia ajudá-las, talvez isso me ajudasse acordar pra vida e ver em que buraco eu estava me metendo! Saber que eu tenho de lutar, de que tenho pais poderosos, que tive uma irmã que morreu cedo demais e que agora tenho que dar continuação ao que ela estava começando ou até mesmo seguir minha própria vida! Fazendo isso, foi como se você dissesse que não sou capaz de cuidar dos meus próprios problemas!

– Pandora! - exclamou, incrédula.

– Não! Você cuidou de mim todos esses anos e agora você tem que me deixar proteger a mim mesma. Está na hora de andar com minhas próprias pernas. - fui para os portões. - E com todo respeito saia do meu chalé, já que tinha dado para minha irmã e agora torna-se meu.

E sai, mas pude ouvir atrás da porta.

Entendo que agora queira crescer, ser dona de si mesma. Desculpe por querer que você seja sempre minha menininha. Acho que está na hora de te deixar travar suas próprias batalhas.”





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