– Marie... Desculpa. – tentei me aproximar mais dela, sem sucesso.

– Agora escuta aqui Synyster. Você quase destruiu a cara do garoto. – Tentei argumentar, em vão. – E não me interrompa quando falo. Não to defendendo ele, muito longe disso porque concordo que ele tenha merecido um soco, repito UM soco e não centenas. Se ninguém tivesse aparecido ele estaria morto e você sabe muito bem disso. Ambos já participamos de brigas demais pra saber o resultado. – ela fez uma pausa, talvez para respirar, não sei. Só o que deu para perceber é que a bronca não ia ser pequena. – Você sabe o que é ficar rouca simplesmente por berrar? Pois foi o que aconteceu comigo, porque BERREI centenas de vezes pra ver se você parava e nada. Caralho Brian! Foi um beijo, ele não tentou me estuprar.

– Então você gostou? Então você quer mais é isso? – falei sem pensar.

– CALA A BOCA QUE EU TO FALANDO. – recebi um tapa na cara e vou confessar que doeu pra caralho. – Não, eu não gostei. Mas foi um beijo! Que tal controlar a porcaria do ciúme! – suspiro. Ah não, ah não, aquela cara não, não, não. – Poxa Brian... – Marie aproximou-se – E se fosse você? E se esse tal de Alex fosse bom de briga, COMO EU FICARIA SE FOSSE VOCÊ O DEFORMADO? VOCÊ ACHA QUE EU FICARIA BEM? VOCÊ – recebi um soco no peito – PENSA – soco – ANTES – soco – DE – soco – AGIR? – Marie começou a chorar descontroladamente. – CARAMBA BRIAN! TINHA QUE DESTRUIR MEU ANIVERSÁRIO? NÃO PODIA ENCONTRAR ELE EM QUALQUER LUGAR E CAIR NA PORADA? TINHA QUE SER NA MINHA FRENTE? NA MINHA FESTA? – ela chorava cada vez mais se tornando histérica. E, do nada, simplesmente parou. – Quer saber. Esquece, faça o que quiser, mas faça isso longe de mim. Principalmente longe da minha vida.

E foi embora. Meu mundo foi junto e no momento em que a perdi de vista, senti-me como o maior perdedor do universo.

Marie’s POV.

Para mim a festa havia acabado no momento em que fui beijada pelo tal do Alex babaca dos infernos. Jimmy, porém tinha outros planos e no fim pediu minha ajuda.

– Marie! Por favor! Me ajuda. – ele fez bico.

– Que foi?

– Quero... Pedir a Kate em... Namoro...

– VOCÊ QUER O QUÊ? – berrei, abraçando-o. – Awn, que coisa mais fofa esse meu James.

Ele riu.

– O que eu faço?

Começamos a bolar planos na cabeça de como ele poderia executar algo do tipo, foi divertido principalmente por Jimmy estar extremamente nervoso. Uma coisa muito fofa de se ver. Por um momento havia me esquecido de tudo o que havia acontecido, só por um momento.

Lá pelas cinco horas da manhã já não tinha basicamente ninguém, tirando é claro meus amigos, menos Brian.

– Marie vai pra casa a gente arruma isso. – Johnny disse. Neguei com a cabeça.

– Vocês já tiveram o trabalho de arrumar pessoal!

– Foda-se, vai pra casa que nós arrumamos tudo, sério mesmo. – Zacky falou, me empurrando na direção do carro de Matt. – Matt te leva agora vai embora mulher.

Não tive nem como discutir, simplesmente me levaram para casa.

Cheguei já indo me deitar. Encarar pai e mãe numa hora dessas não ia ser legal. Minha cama me chamava e, principalmente, o choro acumulado também.

– Bom dia princesa. – fui acordada por papai me entregando uma caixa enorme. Provavelmente um presente. Deixei-o de lado e o abracei. – Soube do que aconteceu. Sinto muito.

Então ele sabia? Droga. Todos deveriam saber. Com que cara vou pra escola amanhã? Não consigo nem imaginar como todos irão me olhar. Suspirei pesadamente. Mamãe entrou nesse exato momento no quarto, sentando-se ao nosso lado.

– Marie... – suspiro – Tem alguém lá em baixo querendo falar com você. – encarei-a por um momento até entender quem poderia ser.

– Pois pode mandar embora.

– Filha...

– Manda embora mãe. – choraminguei e voltei a abraçar papai.

– Que tal irmos sair? Eu, você, sua mãe e Tom? – papai perguntou, encarando-me nos olhos. Pensei por algum tempo e depois decidi que seria o melhor. Não adiantava de nada ficar em casa chorando por um término de relacionamento.

Brian’s POV.

Loraine apareceu alguns minutos após subir as escadas, lançando-me um olhar triste. Gelei e entendi rapidamente qual havia sido a resposta de Marie. Abaixei a cabeça e comecei a fitar o chão.

– Sinto muito Brian. Ela não quer falar com você. – suspirei, ainda olhando para o chão.

– E será que um dia ela vai querer? – falei, sem emoção.

– Você conhece a Marie. Além do mais, ela não vive muito tempo longe de vocês, principalmente de você Brian. Dá um tempinho. No fundo você sabe que ela tem razão.

– Eu sei, mas... – suspirei – Realmente sinto muito.

– Te entendo perfeitamente querido. Espero te ver ainda. – Loraine soltou uma risadinha. – Bom. Tenha um bom dia.

Me despedi dela e sai da casa. A ultima coisa que queria era pensar em tudo o que tinha feito naquela madrugada, mas tudo voltada como um soco. O soco que provavelmente deveria ter recebido. O que diabos tinha na cabeça?

Marie’s POV.

– Vamos? – mamãe perguntou pra todos quando pensou estar na hora certa. Já estávamos devidamente prontos. Ela não queria ir, mas fiz papai insistir. Segundo ela “Vá e divirta-se com seu pai”, não teria graça sem ela, certo?

– Aonde vamos? – perguntei enquanto descia as escadas pelo corrimão. Tenho essa mania desde pequena, não me critiquem, por favor.

– Comer sushi! – me animei no mesmo instante, comer sushi! Quem não gosta de comer sushi não é?

O dia estava sendo realmente agradáveis, depois de comer sushi que foi basicamente nosso almoço, fomos ao cinema e por fim em um lugar de patinação que tinha aqui. Tipo aquelas casas antigas com uma grande área para andar de patins sabe? Então, basicamente isso.

Enquanto ainda estávamos patinando Jimmy me ligou dizendo que pediu Kate, finalmente, em namoro e que ela aceitou! Falou que ele basicamente se jogou na frente do carro da mãe dela berrando que queria falar com Kate, fazendo a mesma sair do carro e enfim ele poder puxar ela pra um lugar afastado e finalmente fazer o pedido. Imaginei a cena na cabeça e comecei a rir, tive que contar isso para mamãe e o resto do pessoal. Paramos uns quinze minutos para rir do Jimmy que continuava na linha rindo junto.

Papai iria embora ao final do dia então lá pelas sete horas voltamos para casa. Mamãe até se empolgou em fazer a janta. Conversamos e brincamos o tempo todo. No fim nos juntamos na sala e mamãe trouxe meus álbuns de foto para mostrar ao papai. Foi engraçado porque eu mesma zoava minhas caretas e poses da época que há muito tempo havia passado.

– Continua com o mesmo rosto de quando era pequena. – ele concluiu ao analisar as fotos. – Não mudou quase nada.

– Bom, a Merrie daquela época não se metia em confusão. – falei entre risos. O pior foi mamãe concordar rindo da minha cara.

No fim das contas tivemos que levar papai até o aeroporto. Não foi lá muito fácil me despedir dele, ainda mais para Tom que com certeza estava morrendo de saudades de casa.

Ele, mais uma vez, deixou claro que era obrigada a ir até a Inglaterra nas férias passar um tempo com ele e, de preferencia, não se esquecer de levar Thomas junto. Concordei falando que se pudesse já me livraria de Tom no mesmo instante e meu querido irmão me beliscou. Todos riram.

– Vamos crianças? – mamãe disse após papai embarcar no avião.

– Vambora pirralho. – falei, pulando nas costas de Tom para que ele pudesse me levar.

– Folgada. – ele disse entre risos, mas mesmo assim me levou.

Não foi fácil me despedir de papai, mas, com certeza, faria isso quantas vezes pudesse desde que não precisasse enfrentar a escola amanhã.

Seria um longo dia, de fato.