A Vilã Morre No Final . escrita por Liz03


Capítulo 5
5) Com sorte, você encaixa os parafusos




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A minha segunda luta foi  bem mais fácil que a primeira, teríamos uma pausa para as férias de Julho, todos deveriam voltar para suas casas. Minha mãe resolveu passar o fim de semana no bazar da caridade com as amigas então, eu e Sofia aproveitamos e fomos nos divertir, levei a para um parque que tinha chegado na cidade. Andamos na roda gigante, comemos algodão doce e fomos num brinquedo chamado ganso maluco, eu gritei como uma garotinha de 6 anos.  Fomos ver uns palhaços que se apresentavam, coloquei-a na cacunda, sentada em meus ombros e assim  assistimos as palhaçadas, ela riu e aquele som me disse que eu estava feliz. Pegamos um ônibus para voltar para casa, descemos no ponto a 3 trechos do nosso apartamento, fomos caminhando  e cantando uma música só nossa.

- Tomás?

- O que foi senhorita? – Sorri para aqueles olhinhos de gato que espiavam cheio de perguntas

- Sabe o que eu acho?

- Que eu sou legal?

Ela riu de novo, puxei ela de novo para meus ombros – O que você acha?

- Eu acho que você precisa de uma namorada

- O que?

- Não fique triste, certo? Mas é que eu não vou poder lhe dar tanta atenção quando eu for para a segunda série, e você vai ficar sozinho

Crianças....Eu ri com ela e depois de alguns segundos ri de novo.

- Por que você não chama a Luiza para sair?

Luiza era nossa vizinha de porta, eu não sentia nada de especial por ela, e acho que nem ela por mim – Eu não falo muito com ela.

- Então começa a falar mocinho.

Sorri novamente, mas o pior – ou melhor depende do seu ponto de vista- é que ela estava certa, eu estava com alguma coisa vazia dentro de mim, era um vazio perigosamente cheio de ausência. É uma coisa chata de se sentir, mas acho...aliás, vou ser arrogante, eu tenho é certeza que você já sentiu. Uma coisa inquietante, às vezes você até esquece...mas a lembrança vem com tudo e a realidade pode até assustar, você está só e carente. Meu último relacionamento sério acabou a mais de um ano, digamos que minha namorada – sem qualquer “dor de cotovelo”- tinha mais piercings do que atitudes adultas, mas o nosso caso era antigo, coisa de escola...Freud explica. Eu adoraria contar um lindo caso de amor nessa historinha bizarra, mas eu não sou um personagem de novela da Globo. Nem você...até onde eu sei. Por acaso você já teve um amor de cinema? Pois é, então não me cobre desse jeito.

Ai ai .... essa história poderia ser ótima... Espere mais um pouco e eu lhe mostro quão inútil é torcer por um final feliz tipicamente romântico.

A própria Sofia tinha uma vida social mais agitada que a minha. Ela foi chamada para passar a tarde na casa de uma amiguinha. E lá estava eu de short folgado e furado, esparramado no sofá, cheirando a mormaço e prosseguindo minha leitura de “O Arminho dorme” . Lá estava a inocente Bianca a refletir na sua nova moradia, o palácio dos Medici. Bianca precisava se adaptar a uma vida nova (eu também). Cochilei e acordei babando no livro. “Ah...filho da mãe!’’. Nesse momento decidi que eu precisava tomar uma atitude perante minha vida social. Por isso quando ouvi sons no corredor abri a porta e percebi que Luiza vinha do supermercado.

- Oi

Ela olhou surpresa – Oi – Voltou a segurar as compras e tentou a abrir a porta

- Ah, deixa comigo –Peguei as compras e deixei que ela abrisse a porta, ela tentou pegá-las de volta – Não, pode ficar tranqüila, eu levo

- Hum, obrigada

Pus as sacolas na mesa da cozinha. Ela repetiu um “obrigada”, e eu respondi educadamente um “não por isso”.

- Então, Luiza não é?

- Sim, Tomás

- A gente é vizinho a um bom tempo, né?

- Mais de 10 anos.

- Nossa!  E a gente nem se fala muito não é? – Puxe assunto, puxe assunto, puxe assunto.

- É – Ela me olhou pelo canto do olho enquanto guardava o extrato de tomate na prateleira de cima da pia – Escuta Tomás, agora que você está de férias, eu tenho desconto no bar do Bili, vai um grupo de amigos....Se você não tiver o que fazer hoje – Ela pôs o molho napolitano na geladeira – Poderia ir.

- Claro! – Percebi que minha reação havia sido muito entusiasmada para o momento – Seria ótimo – Tomás 1x0 Molho Napolitano – Eu posso bater na sua porta que horas?

- Umas 20:00 h ?

- Ótimo, estarei pronto

Bem, não tinha sido tão difícil. Pelo contrário, eu ajudei com as compras e ganhei uma saída a noite (e com desconto!).


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Notas finais do capítulo

COMENTÁRIOOOOS! Sério, estou ficando deprimida, essa fic tem 6 leitores, 2 favoritos....e 8 comentários? Como ? Sério, se você está gostando avise porque cada comentário é um estímulo. E comentário nenhum diz que ninguém quer ler o que você está escrevendo. A menos que esse seja o caso, comente.