A Vilã Morre No Final . escrita por Liz03


Capítulo 30
30) Todo funcionário tem direito a festa. Uhu?


Notas iniciais do capítulo

Por que vocês não comentam suas pestinhas? Fica aqui registrado GREVE de novos capítulos enquanto vocês não comentarem.
******Notas Iniciais: Olha, quero dar uma dica, vai ter uma parte desse capítulo que asteriscos dividiram a tela, dos asteriscos para baixo recomendo vocês colocarem a música http://www.youtube.com/watch?v=HHH0um7Fr6U (9 crimes Damien Rice) . Enfim, acho que ficará interessante porque eu escrevi ouvindo essa música :D.



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- Pode passar o sal por favor Emiliane? - Polle  fala num tom polido e me encarando por algum tempo

- Claro - entrego o saleiro

- Então....- diz ele colocando mais sal na comida do que a saúde permite - Como você conhece nosso amigo....- olha para Daris - Qual seu nome mesmo?

- Tomás -ele responde depois de algum tempo porque já não é fluente em inglês, inglês carregado de sotaque pior ainda

- Tomás! Como aconteceu esse encontro? Estou curioso - ele sorri dando uma piscadela para mim, nitidamente ele perdeu a noção do perigo

- No exército - é o que me limito a responder

- Ela é Capitã do exército -Tomás complementa com um “inmímiquês” (mistura de inglês com mímica)- E eu sou calouro – ele sorri , mas Polle gargalha.

Uma gargalhada grutal, nada contente, na verdade, assustadora. Sinto o ritmo do meu coração acelerar, o ar fugir um pouco dos pulmões. Bebo um gole generoso de vinho para disfarçar e continuo com o semblante neutro.

- Capitã? – Polle continua olhando para Tomás – Engraçado – passa o guardanapo pela boca antes de continuar – Essa foi boa – ri um pouco para si – Quando eu conheci a Cortez ela não se dava muito bem com esse negócio de polícia – Ele riu prazerosamente. Tomás olhou dele para mim com a cara de desentendimento, dei de ombros.

- O que? Não se lembra querida?- ele diz rindo com o trinfo já na pergunta

Também limpo o canto da boca com o guardanapo antes de responder – Daquela vez? Eu tinha bebido demais para lembrar – todos sorriem, todos menos Polle – Agora , daquela outra vez perto do centro de Paris, eu lembro bem

Vejo a boca dele se entortar suavemente. Papo encerrado. Ela está lá também, do outro lado da mesa. Encarando. Aquela pirralha me olhava com um misto de atenção, cautela e superioridade, mas justamente por isso eu era superior a ela. Para mim basta uma olhada rápida, Alex era insegura. Pela cara, o jeito, a insegurança, é uma novata. Termina o jantar, vamos para a sala, existem duas conversas que acontecem concomitantemente . A conversa entre aqueles que acham que isso é apenas um encontro casual entre velhos e novos conhecidos que inclui: A família de Polle, Tolói e Tomás. E a conversa daqueles que sabem que tipo de encontro esse é,Polle, Alex e eu.  A garota parece querer mostrar confiança mas a cada momento que ela me encara tenho a certeza de que está um pouco assustada.

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Ouviam-se os burburinhos, vozes agitadas comentavam a todo momento, afinal, já eram 2 dias de julgamento. O juiz e os homens e mulheres do júri voltaram para seus lugares. Pedem silêncio. As palavras cessam aos poucos. O juiz pega o microfone e começa a leitura da sentença:

“De acordo com a decisão dos senhores e senhoras do júri, e desse juiz de Direito que vos fala, Nina Croce é considerada culpada. Não apenas pelos diversos crimes cometidos contra várias pessoas, mas sim por crimes cometidos contra a humanidade. Sua pena deve ser de uma reclusão perpétua sem contato com quaisquer um , salvo o contato necessário com funcionários da penitenciária. É mister esclarecer que  só não é decretada pena de morte porque o júri reconhece a perturbação psico-emocional da réu, psicologicamente incapaz de ter um comportamento diferente do que foi apresentado. Entende-se que Nina Croce é um perigo para a sociedade, não tendo qualquer instinto de preservação, tendendo sempre para a autodestruição(...)”

O homem continuou a falar, mas eu já não ouvia nada. Olhei para ela sentada junto ao advogado que eu consegui arranjar. Ela apenas ficou calada e ouviu a sentença como ouviu todas as acusações, de cabeça baixa, olhando para as próprias mãos sobre os joelhos. Sem piscar, sem mostrar nenhum tipo de emoção. Não respondeu as perguntas nem da acusação nem da defesa.  Estava mais magra, abatida, aquele olhar cheio de confiança e até assustador agora,estava vazio e sempre reclinado, humilhado, triste. É a primeira vez que a vejo nos últimos 4 meses depois que aquilo tudoaconteceu.

Tenho certeza de que só conseguiram pegá-la porque estava machucada, porque mal podia andar, caso contrário ela escaparia, é claro que sim, ela pode tudo. Ou podia até agora. Passou 3 meses no hospital se recuperando,com uma corja de policiais na porta e dentro do quarto. Não estou dizendo que ela é a heroína.Não. Ela é a verdadeira vilã dessa história. As coisas que ela fez são assustadoras. Mas e as coisas que fizeram com ela? É justo ignorar isso? Quantos vilões a história dela teve? Sei que ela é realmente culpada de cada acusação, sei disso, mas o mundo não deveria indenizá-la por uma vida tão ruim?

Guardas seguraram-na pelo braço e levaram-na. Chamei, gritei seu nome. Ela até fez menção de olhar , mas voltou rapidamente a mirar um ponto perdido no chão. Por fim, os guardas tiraram-na dali. E essa foi a última vez que eu vi Nina Croce.

Bem, foi a última vez que eu tive certeza que era ela, das outras vezes foi mais uma série de impressões, apenas intuições....

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- Ouvi dizer que tem uma festa na cidade essa noite – Polle continuou  - Vocês deviam aproveitar para ir, Alex a festa é naquela boate no centro, sabe?

- Claro , só não sei se os meninos vão querer ir – olha para Tolói e Tomás – Então...?

Tolói que já não estava muito confortável em ficar na casa de um estranho aceitou rapidamente. Cheguei mais perto da Emi e perguntei se ela queria ir, na verdade, eu sabia que ela não gostaria – esse não é o tipo de evento que ela curte sabe? Baladinha com amigos- mas fui pego de surpresa quando ela concordou em ir prontamente. Tratou logo de cumprimentar os donos da casa.

- Até a próxima – disse ela ao anfitrião . Eu poderia jurar que vi o rosto dele ficar sério por um segundo, pura alucinação porque no segundo seguinte ele já estava sorrindo e desejando boa festa.

Fui no carro com a Emi,enquanto Tolói e Alex foram no carro prata. Seguimos para a festa. Aproveitei o caminho para puxar assunto.

- E então?

- Então o que? – ela disse seca e friamente

- O que veio fazer aqui?

- Trabalho, já disse

- Hum....- olho para o interior luxuoso do veículo – Belo carro

- Agora...- ela diz ignorando meu comentário – Você na primeira oportunidade que teve de sair com aquela rapariga portuguesa, aproveitou que eu estava fora e foi fazer um tour pela Europa, confere?

- Mas o que?-  digo ainda analisando a alfinetada dela. O que é isso? Ciúmes? Daí eu faço a pergunta que homem nenhum deve fazer a uma mulher nesse tipo de situação – Emi, você está com ciúmes?

Ela gargalha ironicamente –Claro que não! Não seja idiota! – tira os olhos da rua e os pousa em mim – Por que? Tenho motivos?

- Não! Claro que não – esse é o momento que complico as coisas – Ela é só minha amiga.

- Aaah claro! – sentiu a ironia na voz dela? – Só falta avisar isso a ela

- Emi!

- O que? – diz já aumentando o tom da voz

- Que grande besteira!

- Ah vai pro inferno !

- Que?!

- Per le profondità dell`inferno, stupidi!

-Emi...?

Stupidi! – diz agora num tom mais baixo

- É a primeira vez que vejo você falar em italiano

- O que?

- Que bonitininho – sorriu

Ela me encara com os olhos verdes procurando sarcasmo ou talvez ironia na minha voz, como que percebesse que o sorriso é mais que sincero ri também. Ao fim de algum tempo balança a cabeça negativamente e põe a mão direita em minha perna.

- Desculpe – diz enfim com a voz de volta ao tom calmo

- Tudo bem – digo pousando minha mão sobre a dela – Io capisco

Emi sorri com o canto da boca. Sorri e volta a ficar séria aos poucos. O resto do caminho fazemos em silêncio e quando finalmente chegamos à festa, e é aí que os sorrisos que ficam sérios se tornam mais comuns. É bem verdade que compramos ingressos, que conversamos, até dançamos, mas as coisas não ficariam assim até a última música. Garanto. Vamos ignorar a parte burocrática e partir para onde a coisa fica feia, ok? Vejamos: 


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Notas finais do capítulo

Então, me falem se está tão ruim assim para vocês não comentaram nada, sério. Poxa vida eu posso mudar, melhorar, sei lá.... D: